O Namoradinho Da Minha Mãe escrita por Woonka Horan
Notas iniciais do capítulo
Carai, não me matem, por favor! kkkk
- ... Ele sofreu um acidente – Rafaela completou, segurando minha outra mão que estava com o exame.
Tudo aquilo que eu havia pensado desmoronou. Então quer dizer que o meu Gabriel sofreu um acidente? Não pode ser, não pode, não comigo.
- O-o quê? – gaguejei, com as mãos tremendo. Senti uma fincada por todo o corpo, semelhante á um balde de água fria, e minhas pernas começaram a tremer, meu coração disparou, e minha cabeça parecia explodir. Um bolo de lágrimas se formou em minha garganta, martelando para ser libertado.
- É Ju... ontem, o carro deles... bateu.... numa curva... – ela disse, pensativa.
- M-mas e o Gabriel mãe? – disse, sentindo meus olhos se encherem de lagrimas, e meu rosto ferver.
- O carro que vinha na direção contrária bateu ao lado do passageiro e... ele foi atingido – ela disse, e eu comecei a me desesperar, me levantando do sofá.
- Mãe, aonde ele tá? – gritei, chorando – me leva lá, agora! Mãe, me leva lá, por favor! – falei entre soluços que saiam de mim, e lagrimas descontroladas que desciam de meus olhos.
- Ju, fica calma – Rafaela se levantou, segurando minha mão, enquanto eu a apertava com força, e mordia a boca, tentando não acreditar naquilo.
- Não dá pra ficar calma Rafa! É o meu Gabriel, é ele! Não dá pra ficar calma, não dá pra ficar sem ele! – continuei gritando, e minha mãe me abraçou, enquanto eu ainda segurava a mão de Rafa.
Me agarrei em seu abraço, e fiquei tentando imaginar que aquilo não estava acontecendo, que era apenas um sonho, e daqui a alguns minutos meu celular começaria a tocar, e eu iria atender, ouvindo a voz de Gabriel me desejando bom dia. Aquilo não podia estar acontecendo, não comigo.
- Ele... m-mo-rre-u? – perguntei assustada, liberando de uma vez todo meu choro.
- Não Ju... – minha mãe disse.
aquelas palavras acenderam um pequeno feixe de luz dentro de mim. Ele não morreu, ele estava vivo, eu ainda podia vê-lo, escuta-lo, conversar com ele.
- Mas ele tá muito mal – ela completou. Ok, agora tudo que estava dentro de mim, desmoronou.
- Mãe, me leva lá agora! – disse, chorando mais.
- Sim, nós vamos te levar Ju, fica calma, vem aqui, vamos tomar uma água – ela disse, me segurando pelo braço e me levando até a cozinha. Elas me sentaram no banco, e a Rafa pegou um copo com água, e minha mãe colocou açúcar dentro. Me entregaram, e eu peguei, com as mãos tremulas, e tomei devagar. Depois, respirei fundo, ainda chorando.
- Me levem lá? Agora! Eu NECESSITO falar com ele! Antes que não haja mais tempo! – disse me levantando e sai correndo, até o carro da minha mãe. Ela veio logo atrás, segurando meu braço
- Ju, acho melhor você não ir... – ela disse.
- Não! Cala a boca! – gritei – eu preciso ver ele, AGORA! – disse abrindo a porta do carro e entrando, fechando com força logo em seguida.
- Acho melhor você levar ela lá... – Rafaela disse – realmente, é importante – ouvi pelo vidro do carro.
Ela entrou atrás, e minha mãe foi ao volante. Ela dirigiu até o hospital, e por todo o caminho eu permaneci chorando. E pensando, em como o Gabriel podia estar, como ele podia melhorar, como ele podia viver.
Chegamos no hospital, e haviam um monte de gente na recepção. Muita gente. Inclusive, sua mãe. Assim que cheguei, ela se levantou, e veio direto me abraçar. Estava chorando muito, seu rosto vermelho, seus olhos inchados, lagrimas rolavam incontrolavelmente de seus olhos. Me aconcheguei em seu abraço, e nos apertamos. Comecei a chorar mais do que estava chorando naquele momento. Me soltei dela, e olhei fixamente.
- Eu preciso falar com ele... – disse, soluçando, olhando para a recepcionista.
- Me desculpe, a senhorita não pode ir – ela disse.
- Mas eu TENHO que ir – falei a encarando.
- Sinto muito. – ela disse, e sorriu. E então, eu comecei a chorar mais, me sentando ao lado de minha mãe.
Ela me abraçou, e Rafa me abraçou pelo outro lado. Fiquei olhando para minhas mãos, e reparei que ainda estava com o envelope do exame. E Gabriel podia ir á qualquer momento. E ele precisava saber que eu estou grávida. Não há mais nada a fazer a não ser esperar. ou...
Me levantei, e fui até o balcão.
- Pode me dizer pelo menos aonde ele está? – perguntei, ainda chorando.
- UTI, 703 – c. – ela disse.
Pensei, pensei, e pensei. Em como chegar lá. Sai correndo sem mais nem menos, e entrei no elevador rápido. Bom, 703, logicamente será no sétimo andar. Apertei os botões do elevador rápido, antes que pudesse me tirar de lá. Ele subiu, e meu coração disparou, eu havia conseguido, ou pelo menos tentado.
Assim que chegou, havia um grande corredor, e o a placa escrito UTI logo á frente. Era ali que eu devia estar, mesmo. Sai correndo, e atropelei três médicos, entrando na sala sem prestar atenção em nada, e procurei a sessão c. Até achar. Meu coração acelerou, minha mão começou a suar, senti um gelo em todo meu corpo, e uma fincada no peito.
Andei até a cortina, e a puxei. E ele estava lá. Meu Gabriel. Meu amor. Estava lá sim, eu podia vê-lo.
Me aproximei, respirando fundo. Vê-lo naquele estado acabava comigo. Seu rosto, haviam alguns curativos. Curativos por todo seu corpo. Seu peito nu, coberto por inúmeros aparelhos, sensores. Um cateter levava o ar á seu nariz. E mais outros aparelhos ligados em uma pessoa apenas. Era deplorável. O resto de seu corpo, coberto por um lençol branco, da cor das paredes, dos aparelhos, tudo. Branco. A cor que me significava naquele momento: vazio.
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Ultimo de hoje, chorem, eu sei que vão chorar pelo Biels e não pelo capitulo, mas ok! Até quarta! pandakisses!!!
#woon