Jack decidiu despertar as crianças com neve naquela manhã. Estava agora em um pequeno vilarejo da Europa e observava um garoto resmungar indignado com a mãe.

- Poxa! Eu queria tanto ter ficado acordado!

- Ano que vêm você fica querido. – Ela o reconfortou, colocando o menino no colo. – Sabe o que minha mãe dizia quando eu era mais nova?

Ele balançou a cabeça negativamente e ela continuou. 

– Que Papai Noel não entrega presente para quem estiver acordado!  - Mas você estava acordada! – Ele disse bravo. – E se ele não tivesse passado, mãe? Tem que tomar cuidado com essas coisas.

A mãe, um pouco pensativa, respondeu:  

- Claro que ele passaria. Ele é o Papai Noel, não é mesmo? Ele dá seus pulos James. Não duvide.  

Jack não pode de deixar pensar o Norte pulando em um longo campo com Coelhão ao seu lado. Dando uma pequena gargalhada, voltou sua atenção a conversa dos dois. 

  - Tudo bem, tudo bem. Agora eu vou brincar com o meu trenó que Papai Noel me deu! 

O menino entrou correndo dentro de casa e a mãe pareceu um pouco apreensiva. Logo James retornou com um trenó vermelho e dourado, um pouco maior do que ele, perfeito para escorregar em colinas de neve. 

 - Onde você arranjou isso, filho? – Disse a mãe aflita. 

 - Eu sei escrever mãe. Acha que eu deixaria o Papai Noel me trazer qualquer coisa?! – James disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo. 

 A mãe, pelo ao contrário, ficou confusa. Mas Jack não ficou ali a tempo de ver o que ela iria fazer. Seguiu o menino que ia ao encontro de alguns amigos. Eles tinham uma idade de aproximadamente seis anos, julgou Frost. 

 - James! James! – Gritou uma menininha também segurando um trenó, ainda que com certa dificuldade, correndo – Olhe o que eu ganhei!  

  - Legal Angelina! Eu também! – Um grupo com sete crianças se aglomerou em volta deles – Eu tive uma ideia muito maneira. Vamos fazer uma corrida. O perdedor vai ter que...  

-Pagar um sorvete para todo mundo! – Exclamou uma garota loira, que mal conseguia se mexer por causa da quantidade de casacos que a cobria.

 - Não! Tem que ser algo de terror... – O menino olhou para o lado – Vai ter que enfrentar a fúria de Jack Frost! 

 - Como se ele fosse nos fazer algo de ruim. – Resmungou uma garota. 

 - Ele pode jogar uma bola de neve em você! – Falou James – O que me diz disso, Liz? 

 - Nada de mais. Ele traz neve e eu gosto. Ele não é do mal. – Liz confirmou. – Não é mesmo Jack? 

 Jack ficou surpreso a vê-la chamando seu nome. Tendo certeza que se tratava de outro garoto na roda, nada disse. Até ela o chamar de novo, mas desta vez olhando na direção dele. 

 - Venha logo Jack! – Ela correu para dar um abraço nele. – Você nos ajuda com os trenós?

 Todas as crianças olharam na direção dele, surpresas. O menino James que antes  o acusava agora olhava receoso para ele. 

 - Oi gente. – Frost disse sem jeito. – Eu acho que vocês estão muito parados aqui discutindo. -Fez então cair um tufo de neve neles. – Vamos ver que velocidade esse trenó consegue chegar. 

 Entrando dois em cada um e os outros improvisando com algumas taboas, Jack os entreterá algumas horas. Foi quando uma das meninas, distraída, tropeçou em um pedaço de madeira deixado no meio do caminho. Caiu de cara. 

Logo começou a chorar. 

- Hei... Hei... – Chegou Jack para socorrê-la. - Tudo bem. Vamos, se levante. Isso, com calma. Agora respire fundo e olhe para mim..

A menina olhou para ele e aos poucos parou de chorar

- Isso... Desse jeito. Agora, sente alguma dor? – Ela então cuspiu alguma coisa no chão.  

 Jack não pode deixar de dar um largo sorriso quando viu que era um dente.  

 - O quê é isso? – Perguntou a garota olhando para Jack, que limpava este com neve.

 - "Isso" minha cara jovem, é o que te trará uma moeda essa noite. 

A menina deu um grito de alegria quando viu que era um dente. 

 - Fada do Dente não existe. – Disse um menino loiro que estava sentado dentro do trenó com James.  

 - Não? – A menina perguntou olhando para Jack. 

 - Venha cá, qual é o seu nome? - Frost perguntou a garota, ignorando o comentário do outro.

 - Lola.  

 - Se eu te prometer Lola, que amanhã uma moedinha aparecerá debaixo do seu travesseiro, você acredita em mim? 

 A menina pareceu pensar um pouco. O garoto loiro do parquinho também, sendo que de repente quebrando o silêncio, ele gritou: 

 - Quebra meu dente também Jack? 

E assim várias crianças começaram a gritar pedindo o mesmo e Jack riu. A garotinha permaneceu calada. 

 - Veja isso então Lola – Jack pegou no bolso sua pequena fada, que nomeou-a de Nix. – Ela é uma ajudante da Fada. 

 Os olhos da menina brilharam. Convencido que seu trabalho ali estava terminado, começou a se despedir de todos. A Fada poderia até o agradecer por mais um dente. Foi saindo que Lola lhe fez o pedido. 

- Jack. Me promete que a própria Fada dos Dentes vem pegar meu dente hoje? Eu queria muito! 

- Ela geralmente não faz isso. Geralmente são as ajudantes. São muitas crianças e ela... – Então a menina o interrompeu. 

 - Você vem junto com ela então! Por favor, por favor, por favor, por favor...! - Os olhos da menina brilhavam, assim como os do Jack.

 - Eu vejo o que posso fazer. – Ele disse por fim, rindo feliz.