Reita’s POV

Eu estava me mudando pela terceira vez em sete anos, aquilo me incomodava. Porque o meu pai tinha que se mudar tanto só por causa do maldito emprego?
Acho que eu já sabia a resposta, o dinheiro vinham em maior quantidade desse jeito. Desde que minha mãe faleceu ele está trabalhando desta forma, e por estranho que pareça, até estou gostando de ter que ficar me mudando de escola, conhecendo gente nova e tudo mais, a única coisa que me incomoda é saber que todos os amigos que fiz, não encontrarei mais no futuro, é muito difícil.

Já fazia três dias que eu havia me mudado, já era segunda, e eu começava o meu primeiro ano do ensino médio, é um pouco estranho, de fato, eu nunca liguei muito para os padrões normais de beleza e nem nunca me interessei por ninguém, nem homens e nem mulheres, não que fizesse grande diferença em minha vida, mas a idéia de ter alguém especial não saía da minha cabeça.

Cheguei ao colégio, e dei graças a Deus por não precisarmos usar uniformes bregas como na minha antiga escola, eu estava me vestindo como sempre: minha camisa regata, meu jeans rasgado, all star e a minha boa e velha faixinha que cobria o meu nariz.

Pensando nela agora, percebi que a única pessoa que já tinha visto meu rosto por completo fora meu pai, mas eu esperava que fosse diferente que alguém me notasse e quisesse me ver como sou.

Não haviam se passado nem 15 minutos quando fui abordado por um moreno com sorriso de covinhas, e uma girafa em forma de homem, completamente tatuada.

_ Ohayo! Meu nome é Uke Yutaka, e este aqui é Ishihara Takamasa! –sorriu o moreninho das covinhas, apontando para o amigo ao lado.

_Yo! Pode me chamar de Miyavi! –a girafa se pronunciou, estendendo a mão para me cumprimentar, apertei sua mão com um sorriso discreto em meus lábios.

_Ah! Pode me chamar de Kai. -Riu um pouco envergonhado pousando sua mão no ombro do maior.
 
_Meu nome é Akira Suzuki... Mas podem me chamar de Reita!- Eu estava contente por eles terem vindo falar comigo, um simples novato.

_Ah, cara eu queria te perguntar uma coisa. Porque ‘cê usa essa faixa no nariz?

_MIYAVI! Não seja indiscreto!

Eu gargalhei mais descontraído por causa da pergunta, e porque os dois pareciam um casal de namorados brigando em minha frente.

_Hmm.. Quem sabe um dia eu conto para vocês! – Respondi piscando meus olhos para ambos, ainda rindo da situação constrangedora que ficaram. Foi quando eu o vi.
Um loiro, com feições femininas, seus cabelos ligeiramente arrepiados, usava um shortinho roxo que deixavam a mostra suas coxas roliças e apetitosas, seu caminhar, extremamente sensual, seus olhos cor de chocolate, os lábios rosados, a pele alva.
Parecia um anjo. caminhando rodeado de garotos, mas nenhum tão belo quanto ele.

_Ah, cara.. Kouyou é quase inalcansável, esqueça...-Miyavi disse pousando suas mãos grandes em meus ombros, me empurrando para a classe, enquanto eu olhava hipnotizado para aquela beldade que deixou minhas partes baixas um pouco ‘alegres’.


  -x-

A aula estava custando a passar e eu não conseguia me concentrar em nenhum exercício que o professor de física passava, e tudo isso piorou quando eu vi pela janela o meu anjo jogando basquete, completamente suado, com os cabelos esvoaçantes ao vento, com os lábios entreabertos, um tanto convidativos e completamente ofegante. Confesso que não esperava por aquela reação da minha parte. Eu estava completamente boquiaberto, sentindo um desejo tão intenso que não sabia o que era aquilo, era mais que algo carnal, eu queria estar com ele, durante o tempo que fosse.

_Psiu! Pára de babar! –Miyavi me provocou tacando uma bola de papel em minha cabeça.

_Qual é a sua! – Ambos estávamos sussurrando enquanto o professor se ocupava com alguns exercícios a serem explicados, que nem ao menos nos notava.
Suspirei, e me virei para ele totalmente, apoiando minha bochecha na palma da mão olhando-o, que se sentava na carteira ao meu lado, talvez sorte ou azar, eu não sei.

_Cara é sério... Esquece o Kouyou, o pai dele não deixa nem ele e nem o irmão dele namorarem... - explicou ele com um certo desgosto.

-Ah sério isso? P-porque?-Fiquei completamente sem palavras. Porque um pai iria se opor à deixar os dois filhos a namorarem? Será que pode ser pelos dois serem gays, ah, eu não sabia mais, queria descobrir.