Light And Darkness escrita por Hachi


Capítulo 2
The Dancing Deck


Notas iniciais do capítulo

Os nomes dos lugares são os originais do jogo, em inglês, de acordo com o Kingdom Hearts 2 (eu tive que ir jogando pra anotar! XD)



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— EI! EEEEEI! – Ele gritava ao fundo, tentando apressar o passo. Não estava nervoso, só estava para trás.

— Eu disse pra você que era na esquerda. Eu sempre digo que é na esquerda.

— E eu disse pra você que iria comprar Potions, porque você nunca anda equipada. – Era verdade. Uma das birras da garota era andar sem itens, apesar de que eram poucas as vezes que precisava.

Olharam para o céu.

Estavam em Hollow Bastion, onde de longe podiam ver o castelo que um dia vivera Ansem e seus seis aprendizes. Hollow Bastion foi um dia chamado inteiramente de Radiant Garden, mas ficou a mercê das trevas, sendo parcialmente destruída.

— Como deve estar Radiant Garden agora? – Indagou o garoto.

— Um horror. – Aria respondeu-lhe com uma voz baixinha. Adorava "Radiant Garden". — Mas isso não é problema nosso. Eles podem construir tudo de novo. E eu creio que farão isso. Até novas lojinhas eles têm...

— Coisa que já se tinha antigamente, de acordo com aquele velho. – Por cima do ombro, Dan apontara para um idoso que dizia ter sobrevivido ao ataque das trevas. Aria virou os olhos.

Aria era uma garota de dezessete anos que havia sido escolhida pela keyblade aos doze. Fizera um teste aos dezesseis para se tornar uma keyblader, e por sorte passara. Tinha cabelos longos, lisos e escuros. Os olhos também eram escuros, e tinha a pele clarinha. Gostava de usar uma boina e saia que geralmente prendia uma bolsinha para guardar itens.

Dan era o melhor amigo de Aria, que sonhava em se tornar um keyblader (e já tinha planos feitos para isso) naquele mesmo ano. Ele era destemido e muito ágil do uso de poções e magias. Se a garota não tivesse Dan ao seu lado em quase todas as batalhas, seu coração já teria ido embora.

— Isso não importa, vamos logo. – Segurando o pulso do maior, ela seguiu em frente. Mas não era forte o bastante para puxá-lo, apesar de magro.

— E aonde raios você pensa que está indo, mocinha? Foi uma ordem inteiramente expressa de Jubas você NÃO aparecer por lá.

— Não te incomoda saber o que Ansem fazia lá dentro? – Estava animada, curiosa, pensava que nada podia segurá-la. Andou alguns passos à frente, mas parou quando ele a respondeu.

— Não, nem um pouco. Ele fazia coisas que achava certo fazer. Estudava corações tentando salvar pessoas que ele nem conhecia. E o que aconteceu com ele? Foi exilado. E se você se meter mais nisso, DE NOVO, vai acabar sendo exilada também! – A menina riu, mexendo nos cabelos. Não que achava aquilo uma piada, mas, era engraçada a preocupação dele, o modo em que ele falava de tudo aquilo. Voltou alguns passos, e olhou-o bem.

— Falou quem quer se tornar um master, hm?

— Não falei nesse sentido. Falei que se você desobedecer mais uma vez uma vez a ordem daquela pessoa, vai ser dedurada por Exdrance. E MAIS uma vez dedurada por Exdrance–

— Eu não volto a ver o pôr do sol. – Cortou-o no meio da fala. — Você fala tanto disso que parece um script. Já enjoou. Eu sei o que eu devo e não devo fazer.

— Ótimo, então não vou mais falar nada.

"Finalmente", pensou. E assim continuaram. Alguns minutos atrás estavam parados na frente da casa de Merlin; agradeceriam se ele não aparecesse por ali para contar histórias malucas. Subiram os degraus, e dessa vez foram pela direita. Passaram pela Bailey, e por um momento pararam para observar a vastidão do chão azul por uma "janela" projetada. Mas quando Aria continuou o caminho, pronta para descer as escadas, percebeu que estava indo sozinha.

— Não vou chorar pra você ir.

— Faça o que quiser. Respondeu o garoto, bravo.

Desde quando ela era respeitosa às regras? Não importava se era permitido ou não, Aria nunca obedeceria.

Continuou sozinha então a "caminhada" até o castelo, achando heartless variados pelo caminho, e como sempre, apesar da keyblade que carregava, era facilmente golpeada. Passou por Restoration Site, Postern, deu a volta, e finalmente estava nos corredores. Malditos aqueles corredores, com entradas, sem saídas, vários meios de chegar num lugar, ou te confundir e fazer você voltar pra entrada. E apesar de ter mais heartless e unverseds por lá, teve sorte de chegar ao espaço de estudo de Ansem.

Era maravilhosa aquela cena. A sala estava toda quebrada, com toda a certeza, mas, ainda era a coisa mais incrível que ela poderia ver em toda sua vida. Quantos projetos puderam ser concluídos ali? E quantos foram os que deram errado? Sorriu, de ponta a ponta.

Impossível. Falou baixinho para si mesma. E adentrando um pouco mais na sala, teve a sensação de estar em casa. Com passos pequenos e cautelosos, por mais que pisasse em vidro ou em poucas pedras da parede no chão, tinha a certeza de não estar fazendo nada errado, e Exdrance não apareceria por ali. Rodou a sala, por menor que fosse, e pôde observar notas sobre corações do mundo, o coração humano, trevas, conexões entre os mundos e uma pintura de Xehanort.

—... Xehanort? E aproveitou para olhá-lo bem de perto.

Seria um dos estudantes de Ansem? Um inimigo? Não... Por que Ansem teria um quadro de um inimigo em sua própria sala? Improvável de ser um parente. Mas deixou isso de lado, tinha certeza de que havia mais coisas pra ver.

Seguiu pelo corredor, chegando numa sala fechada e com um computador muito estranho. Não estava ligado, e ela não tinha a intenção de fazê-lo. Passou por outra porta, observando a vastidão de espaço que tinha por ali, e finalmente chegou ao Heartless Manufactory. Ainda estava funcionando? E... Era enorme. Sentiu uma sensação horrível na barriga. Segurou-a com as mãos, e foi até o último canto do lugar para apreciá-lo, sorrindo. Mas o sorriso se quebrou quando estava pronta para voltar. Exdrance estava na porta.

— O que você está fazendo aqui? – Indagou-lhe, baixinho. Ela estava assustada, e acabou dando um passo para trás. Os braços se posicionaram ao lado do corpo. Estava pronta para usar a keyblade.

— Eu que devia perguntar isso à você. – O maior segurava uma carta. Ele vai querer lutar logo aqui?

— Eu já estava indo embora.

— Não gosta de conversar, Aria?

— Com você? Recuso-me. – O mal estar aumentou e ela teve que segurar a barriga mais uma vez. - Vamos, saia daí, me deixe ir embora, eu não fiz nada de errado.

Com um sorriso estranho, ele se aproximou. Deu poucos, mas largos passos até chegar à garota. O coração estava disparado. Com uma das mãos, ele segurou o queixo da menor e levantou seu rosto. Não sairia coisas boas daquilo. E sem pensar duas vezes, ela o empurrou com ambas as mãos.

— ME DEIXA EM PAZ!

E correu. Teve de voltar o percurso todo, por mais longo que fosse. Escorregou na sala de estudos de Ansem e quase se perdeu pelos corredores. Estava correndo de quê, afinal? Ela sabia que ele era mais rápido. Em todo caso, teve sorte de achar o skate e voltar até o lugar em que deixara Dan. Mas não teve tempo de nada. Deixou o skate de lado, e descendo pelo lugar, gritou.

— DAN, CORRE! CORRE!

Mas ao invés de ir onde ele estava ela continuou correndo para frente. E ele foi para o lado oposto. Aria passou pela Bailey, Castel Gate, Ravine Trail; e chegando à fissura de cristal, ela caiu, batendo o rosto no chão. Ficou no máximo uns 4 minutos deitada, e passou a mão na bochecha. Estava sangrando.

— Maldito seja! – Levantou-se. Olhou para trás, assegurando-se de que estava sozinha. - Vocês ainda me pagam...

Sem pressa, ela andou o resto do trajeto - que era pouco, se fossem comparar com o anterior -, passando por The Great Maw e chegando a The Dark Depths. Nem parecia que tinha andado tanto assim; e adorava aquela vista. Mas para sua surpresa, Exdrance chegara por lá também.

— Eu já disse que não fiz nada de errado! – Com a keyblade na mão direita, e a mão esquerda na bochecha, ela pensava em algo que podia fazer.

— Quantas vezes já foi alertada sobre não ir pra lá?

— Eu sei mas-

— Quantas vezes ele vai ter que te dar uma surra para você aprender a não desobedecer aos seus superiores? - O tom de voz ia aumentando, e ele ia se aproximando, mais rápido que da outra vez.

— Superiores? Poupe-me!

— Quantas vezes vamos ter que te lembrar de que você não passa de uma–

— CHEGA! – E Exdrance, aproveitando que estava por perto, tapeou-lhe o rosto, de propósito, na parte cortada. Ela caiu de bruços, e fez força para se levantar rápido, mas ainda sim. E ao longe pôde ouvir alguma coisa. Não sabia o que era, mas rezava para que fosse o que estava imaginando.

— SILÊNCIO. – Dessa vez, ele estava furioso. Contudo, sabia que não podia fazer mais nada além de dar-lhe tapas ou socos. Fora do campo de visão da menina, ele segurava as cartas.

Aria olhou-o, igualmente furiosa. Estava com nojo, o sangue fervia para começar uma luta ali, e naquele momento, mas sabia que Dan tinha outros planos. E aquele som ao longe começou a ficar mais forte.

— Dessa vez, passa. – Soluçou. Os olhos estavam cheios d'água. — Da próxima, avise Jubas que eu não deixarei barato.

E correu, pulando no abismo. Naquela hora, Dan passou com a gummiship por baixo de si, conseguindo pegá-la sem erros.

Exdrance sorriu de raiva.

— É, da próxima, não deixará barato. – E sumiu do lugar.


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Notas finais do capítulo

Revisado e atualizado!