Once Upon A Prophecy escrita por Witch


Capítulo 8
Part I: Gifts for the Princess


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelos comentários *O*
Pretendia escrever mais, mas depois daquele episódio de ontem.... Tristeza u----u



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- Apresento-lhes a Sacerdotisa do Mundo Um, Morgana Le Fay.

David entrelaçou seus dedos com Snow quando a governante do mundo Um entrou no salão. A música parou e os nobres abriram espaço. Morgana, alta, linda, terrível Morgana andava calmamente em direção ao novo Rei e Rainha. Leopold decidira por ser só mais um nobre na festa, já que com sua doença, o Conselho o afastou do trono e declarou Snow e David como sucessores.

Morgana estava magnífica num longo vestido violeta, seus longos cabelos estavam soltos e cacheados, seus olhos de tão claros eram quase brancos, a lua minguante azul pintada em sua testa, o rosto sério e solene, sandálias próprias da cultura do povo das Águas. Ela só tinha olhos para a criança descansando no berço, a Salvadora, a peça mais importante no jogo contra o Conselho. Cinco mulheres a seguiram, leais, com os rostos cobertos, arcos e flechas, espadas nos quadris e armaduras cobrindo todo o tórax, o pescoço, os joelhos e as coxas.

A presença de outros dragões foi proibida, até mesmo Hope fora banida do Castelo naquela comemoração. Não era algo usual e isso deixava todos à flor da pele. A cada governante foi dada a permissão de usufruir de cinco guardas cada. Nada a mais, nada a menos.

Morgana fez uma reverência para David e Snow e os governantes do mundo Sete abaixaram suas cabeças em sinal de respeito. Morgana os encarou e abriu um pequeno sorriso.

- Agradeço pelo convite e pela oportunidade de conhecer a herdeira do mundo Sete. – olhou para o bebê – É um prazer conhece-la, Emma.

Os olhos cinzas se concentraram na mulher estranha. Snow se mexeu desconfortavelmente no trono.

- Eu trago presentes para a princesa. - disse e gesticulou para a porta do salão.

Um empregado de Snow entrou. Ele carregava uma arca marrom com vários desenhos esculpidos ao redor. A Rainha do mundo Sete só conseguiu identificar várias luas e um desenho que parecia um dragão.

Morgana se virou para o empregado, sorriu e abriu a arca. Com cuidado, com se estivesse segurando um ser vivo, a Sacerdotisa se virou para Snow e David e exibiu o presente a Emma. O Rei soltou uma exclamação e Leopold na plateia sorriu, orgulhoso.

- Seu nome é Excalibur. – disse Morgana. Seus olhos foram para a criança no berço – A lâmina mais sagrada do meu povo envolvida na bainha abençoada por cem sacerdotisas. Mau nenhum afligirá a criança enquanto ela estiver com essa bainha em sua cintura.

A bainha era branca com vários desenhos e símbolos costurados em azul e preto. O punho era cinza e simples, remetia a uma espada normal e se não fosse pela bainha rebuscada, nem Snow nem David suspeitaria que fosse, de fato, um objeto sagrado.

- Vossa Graça. – começou Morgana olhando para David e estendendo a espada. – Gostaria de inspecionar a lâmina?

David olhou para Snow, depois se levantou. A capa que envolvia seus ombros parecia mais pesada e por um segundo, ele desejou não ser rei. Todos aqueles olhares, todas as regras de comportamento, tudo era demais para ele. Quando passou perto do berço, Emma o olhou e sorriu. Ele retribuiu o sorriso e com a cabeça erguida, se aproximou de Morgana.

A bruxa sorriu. David respirou fundo e fez o que era esperado. Segurou firme o punho da espada e a puxou. Exclamações preencheram o salão.

- Magnífica. – sussurrou o homem.

Era filho de pastor e por sorte, outros dizem destino, se tornou Rei, mas David sabia bem dar valor a uma boa lâmina e Excalibur era o sonho de qualquer cavaleiro. A lâmina era de um metal estranho azulado, como se estivesse congelada. Por curiosidade, ele tocou o metal e se surpreendeu quando não o sentiu gelado.

- Não é gelo, é realmente metal. – disse Morgana com um sorriso sábio no rosto. – Deixo o presente da princesa com o senhor, Rei. Creio que quando o momento chegar, o senhor saberá o que fazer.

E assim, com mais uma reverência para Snow, Morgana se dirigiu, seguida por suas amazonas, até a mesa do bufê. Os olhos de todos estavam grudados em suas costas. David limpou a garganta atraindo a atenção do salão, recolocou Excalibur em sua bainha e voltou para o trono. A espada seria de Emma quando ela fosse forte o suficiente para empunhá-la.

Os nobres começaram a conversar e a se espalhar pelo salão. Vários já se preparavam para iniciar alguma conversa fútil com Morgana, mas o novo anúncio segurou todos em seus lugares.

- O Governante do Mundo Dois! Rumpelstiltskin!

O homem entrou no salão acompanhado por sua guarda. Diferente de Morgana, Rumpelstiltskin era rodeado de homens grandes, fortes, mal vestidos e com expressões de puro desprezo.

- Mercenários. – sussurrou Snow. David assentiu.

Rumpel olhou entre seus homens e gesticulou para fora do salão, pedindo pela presença de mais alguém. David colocou a mão instintivamente em Excalibur.

- Ora, venham! – exclamou o Governante já impaciente.

Uma mulher e um rapaz entraram pelo salão, ambos nervosos pela quantidade de olhares suspeitos e sussurros. Rumpel pegou a mão da mulher e entrelaçou seus braços e com uma mão em cima do ombro do rapaz, prosseguiram até ficarem de frente para os governantes.

- Senhores. – disse e fez uma reverência. O rapaz e a mulher o copiaram.

- Meu filho, Baelfire. – gesticulou para o rapaz de cabelos escuros e olhos castanhos. Ele estava nervoso e muito bem vestido. Com uma capa negra com detalhes dourados cobrindo todo seu corpo, mas Snow percebeu a adaga em sua cintura. – E minha adorada companhia, Belle.

A mulher parecia mais contente em estar ali e tinha um sorriso simpático no rosto. Snow retribuiu o sorriso, se sentindo menos apreensiva. Belle tinha longos cabelos castanhos, vestia um lindo vestido dourado, era como se ela fosse o sol naquele salão branco. Seus olhos azuis pareceram brilhar quando olhou para o bebê encolhido no berço.

- Eu trouxe um presente para a herdeira do mundo Sete. – disse e riu.

Voltou-se para a porta e gesticulou. Assim como acontecera com Morgana, um empregado de Snow entrou no salão carregando algo envolto numa manta marrom. O governante do mundo dois era excêntrico e despertava desconfiança e desconforto.

- Obrigado! – exclamou e pegou o pacote do empregado.

Abriu um sorriso mostrando seus dentes de ouro e olhou para o bebê.

- Posso? – indagou apontando para Emma.

Snow e David se entreolharam, desconfiados, mas permitiram. Os guardas ao redor, instintivamente, adquiriram posição de ataque. Os mercenários de Rumpel não gostaram muito da atitude ativa dos soldados.

- Está tudo bem. – disse Rumpel para seus homens. Olhou com carinho para Bae e Belle. – Não é nada demais.

Aproximou-se do berço e olhou de perto para Emma.

- Ora, ora, se não é a mais bela de todas? – soltou uns risinhos quando Emma o olhou irritada e começou a mexer os braços sem parar. – Não tem que ter medo. Eu só quero te entregar um presente! – estendeu o presente enrolado na manta marrom e o desembrulhou.

- Um livro? – indagou David confuso.

- Ora, não é só um livro. – respondeu Rumpel. – É uma ferramenta que ganhei do destino. – exclamações. Ele revirou os olhos – Não os destinos, mas do destino. Não das três deusas, mas da vida?... Não? Argh, mudaremos a frase então: eu o ganhei por acaso. Melhor? – olhou ao redor e ninguém retrucou. – Eu o ganhei por acaso e decidi dá-lo para Emma. É único. Raríssimo. Nem mesmo a biblioteca do Conselho possui um exemplar dessa obra. – olhou para Snow e David – Eu aprendi coisas incríveis dele, tenho certeza de que Emma fará o mesmo. – e piscou.

O livro era grande, retangular e marrom. O título era dourado e brilhava na capa: “Once Upon a Time.” Emma erguia suas pequenas mãos para o livro e Rumpel abriu um sorriso terrível quando ela conseguiu tocar na capa marrom.

Snow sussurrou para um dos empregados pegar o livro e guarda-lo junto com os presentes da princesa. Rumpel entregou o presente para o rapaz a contra gosto, mas no fim, ele se aproximou de Belle e Bae, fizeram mais uma reverência e foi até Morgana. Os dois sorriram, se cumprimentaram e começaram a conversar amenidades.

Snow soltou um suspiro aliviado e sorriu para o olhar preocupado de Lancelot, que bebia vinho nos fundos da sala, seus homens ao redor aparentavam a mesma preocupação. Ella estava abraçada a Thomas e os dois não pareciam menos desconfiados.

Lancelot e Thomas foram os primeiros governantes a pousar no mundo Sete. Thomas dera a Emma uma linda coleção de bonecas raras e Lancelot deu a maior honraria que Snow podia esperar: sua lealdade. Lancelot jurara diante de todos que faria de tudo por Emma quando ela assim precisasse.

Quando Snow finalmente sentiu a tensão saindo de seus ombros, outro anúncio a fez ficar alerta:

- A Rainha Regina do Mundo Seis!

Todo salão se calou. Rumpelstiltskin soltou uns risinhos, mas Snow não se importou. Regina não pisava no mundo Sete há anos, ela desprezava Snow e sua família. Logicamente, Snow sabia o porquê da presença de Regina, mas não podia evitar os calafrios percorrendo sua coluna. Nunca acreditara que Rainha concordaria em ajudar Emma.

Os guardas foram os primeiros a entrar. Os cincos vestiam as armaduras negras e os capacetes, exceto por um homem, com a cabeça raspada e cara de poucos amigos. Eles olharam ao redor constatando se era seguro, por fim, o homem exclamou:

- Está seguro, minha Rainha.

Assim como previsto por Keisha, o salão se maravilhou pela Rainha. Ela andava lentamente, ao seu próprio passo. Era diferente vê-la daquela forma, sem a armadura encantada e sem o dragão negro furioso logo atrás. Apesar dos sussurros e do conhecimento das atrocidades cometidas por Regina, ela ainda era uma das mulheres mais belas que Snow já vira. A Rainha Má usava um lindo e simples colar dourado, do trono, Snow não conseguia ver claramente o símbolo do pingente.

- Me desculpe, estou atrasada. – o sorriso estampado em seu rosto mostrava claramente que ela não ligava para o atraso, não para aquela festa em particular.

Ao contrário de Rumpelstiltskin e de Morgana, Regina não se ajoelharia para Snow ou David e sinceramente, não lhe era esperado isso. Nenhum dos governantes do mundo Seis ajoelhava para qualquer um sem ser o líder do Conselho, afinal a Justiça deve sempre ser independente e superior a todos, exceto àqueles que estavam no poder a mais tempo que se podia contar. Aproximou-se no berço, mas não o suficiente para ver a criança com clareza. David se levantou, ameaçador.

Regina sorriu.

- Rei e Rainha do mundo Sete. – Não usava “Vossa Graça” ou qualquer pronome de tratamento semelhante para se referir a Snow e David, jamais. – Agradeço pelo convite para conhecer a sua... cria. – terminou debochada e satisfeita, viu o rosto de David se contorcer. – Eu trouxe um presente para agraciar a criança.

Os cinco soldados formavam uma barreira ao redor da Rainha e Snow se lembrou da última vez que Regina fora chamado ao mundo Sete e da tentativa falha de assassinato. Os soldados tinham as mãos nas armas e atentos examinavam cada um, esperando por uma traição. O mais interessante, notou Snow, era que dois soldados eram definitivamente mulheres: uma segurava uma foice e a outra uma espada curta com a ponta afiada, os outros dois homens usavam espadas normais.

Regina se aproximou do berço e David ameaçou retirar a espada. Mas Snow pediu que ele se acalmasse e voltasse a se sentar. O homem cedeu, mas seus olhos azuis acompanhavam cada passo da Rainha.

O bebê se contorcia no berço, como se quisesse se levantar, mas falhando miseravelmente. Snow não sabia o que entender daquele comportamento, estaria Emma com medo de Regina? Pelo jeito que David se comportava, ele achava sim, mas Snow tinha dúvidas. Emma tinha medo dos sacerdotes do Conselho e chorava sem parar quando um deles se aproximava, mas o bebê no berço não parecia ter vontade de chorar, ela parecia querer se levantar... Era quase como Emma ficava quando Hope se aproximava.

O que se sucedeu deixaria Snow preocupada por toda a noite. Regina sorrira para Emma. Não aquele sorriso debochado, superior ou simplesmente cruel, não, era um sorriso puro, um sorriso que Snow se lembrava de ter visto uma vez, apenas: quando, logo depois de descobrir, Acnologia, Regina e Daniel na floresta, Daniel começara a tocar o violino e Regina a cantar. O pior de tudo era que Emma começara a rir, aquele riso que só bebês sabem, aquela risada de pura felicidade e contentamento.

- O meu presente, princesa, é simples, porém precioso. – disse Regina para o bebê risonho e tirou o colar dourado de seu pescoço. – Essa joia foi forjada por Seles, o melhor ferreiro do mundo Seis na época do Rei Luka, a Luz Negra. O colar foi dado a filha de Luka, Serena e dizem que enquanto a princesa usou o colar, os destinos sorriram para ela. Desde então, esse colar é dado aos protegidos dos reis do mundo Seis. Katarina do Coração de Gelo o deu para seu guarda mais leal e esse colar foi passado a mim pela filha mais velha de Airon, pouco depois da morte do velho e agora, eu o passo a você, princesa do mundo Sete.

- Por que você faria isso? – indagou Snow num quase sussurro e seria inaudível se o salão não estivesse tão silencioso.

Regina a olhou e o sorriso mudou. Agora sim, a Rainha Má estava de volta. Prendeu o colar em volta do pescoço fino e frágil de Emma, que ria, extasiada com a atenção.

- Por que eu decidi quebrar muitas das tradições do mundo Seis. Não que eu espere que vocês entendam, mas tradições muito velhas acabam impedindo novas ideias de surgirem.  

As duas se encararam. O salão estava silencioso e os nobres, apreensivos. Morgana sorria e Rumpel tinha um sorriso malicioso em seu rosto.

- Maleficent! A Rainha do mundo Cinco!

O anúncio fez com que Regina e Snow cedessem e desviaram o olhar. A loira, Maleficent, estava na porta com um sorriso malicioso. A bruxa vestia um longo e apertado vestido preto, seus longos cabelos estavam presos numa trança e seus cinco soldados, com armaduras vermelhas, a rodeava.

- Ora, Regina, eu achei que você se atrasaria.

- Não mais do que você, obviamente.

- Oh! É essa a criança?

Regina deu um último sorriso para Emma, que gargalhou e se afastou. Os cinco soldados do mundo Seis a seguiram. Maleficent se aproximou do trono, fez uma reverência rápida para Snow e David e se virou para a criança.

- Você. – disse, mas Emma só a encarou com as pequenas sobrancelhas franzidas. Completamente diferente de como tinha reagido com Regina e Snow percebeu. – Estávamos ansiosos por sua chegada, criança. Como meus colegas, eu trouxe um presente.

Emma não estava muito ansiosa e sinceramente, nem Snow.

Maleficent abriu um grande sorriso e gesticulou para a porta. Um dos empregados do Castelo entrou puxando um enorme unicórnio branco com crina prateada. O salão explodiu com exclamações animadas e palmas. Regina revirou os olhos, Morgana e Rumpel riram, os olhos de Bae brilhavam e Belle cobriu a boca com as duas mãos para evitar a exclamações.

- Um unicórnio? – indagou David ainda não acreditando. Todos sabiam que Maleficent era muito resguardada com suas criaturas mágicas.

- Sim, exato. Um unicórnio. – disse Maleficent sorrindo e andando até o animal. – Um garanhão. Puro. Um dos meus favoritos. – acariciou a crina prateada.

- Incrível. – disse Snow, estava surpresa. Não, mais do que surpresa. – Obrigada, Maleficent. Emma vai adorá-lo.

- Oh? Mas é claro que vai. – riu e se afastou, voltando para perto do berço de Emma. – Veja, minha criança, há uma antiga lenda do meu povo. Dizem que o mundo Cinco era pacifico e agradável. Sem o calor destrutivo, sem a pobreza e sem a fome. Ah sim, houve um tempo em que éramos felizes. Tínhamos florestas e montanhas cobertas de gelo, tínhamos lagos e rios e mares e muita água. Os unicórnios eram felizes e em grande quantidade. – fez uma pausa dramática e olhou para Snow – Mas, então, algo terrível aconteceu, monstros nos descobriram e tiraram tudo de nós. A exploração foi tanta que o mundo Cinco entrou em colapso. Sugaram as nossas águas, nossos animais, nosso clima, nossa vida e nos escravizaram. Os unicórnios ficaram. Mesmo sem água, mesmo sem as montanhas e os bosques que eles tanto amavam, eles ficaram por que sabiam que nós precisávamos deles. – sorriu – São anjos, se é que isso existe. E como tal, creio que ele irá proteger a nossa querida princesa, tal como tentam proteger o nosso mundo.

O unicórnio relinchou e Snow engoliu seco. Ela tinha entendido o que estava acontecendo. A espada, o livro, o colar e agora, o unicórnio. Todos presentes daqueles que sabiam da maldição, todos aqueles que conspiravam contra o conselho. Eram objetos que de alguma forma ajudaria Emma na quebra da maldição e na queda do Conselho.

Snow olhou fixamente para Maleficent, que tinha aquele sorriso malicioso.

- Cuide bem dele. – disse a bruxa. – Como eu disse, é um dos meus favoritos.


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Notas finais do capítulo

Thank you!



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