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Dezembro, 20.

Isso foi tudo que ela conseguiu ouvir em uma fração de segundo, pensamento raro, ao ter uma arma apontada para sua cabeça, essa sequência de perguntas fora a que Giulia ouviu, a que o assassino teimou em seguir, era uma provocação a garota de quinze anos, que só precisava de ajuda, coisa que ela achou que não teria. Só achou, pois após uns segundos sendo "torturada", ou mais simplesmente, sendo despida com uma faca, chegaram os policiais, e a tiraram da loja, ela ainda estava com a calça e com o sutiã, então os policiais a deram uma blusa. Quando pôde finalmente ver seu amigo, pois bem, ela pensou que não o veria mais. E esse pensamento nunca fora tão assustador para ela quanto agora. Ela não o poderia perder, ou deixá-lo só, ou deixar seu pai e seu irmão. Depois de ter perdido a mãe quando pequena.

- Niall? - Gritou ela, atônita, vendo o amigo mais velho, só três meses, já que na próxima semana já era aniversário da garota, ele estava andando de um lado pro outro, com a cabeça abaixada, e parecia estar chorando, de medo, "Ele morre de medo de sangue." Pensou a garota e riu levemente.

- Giu? AH MEU DEUS, OBRIGADO! OBRIGADO, DE VERDADE! - Disse ele, agradecendo por sua amiga estar bem. Ela riu e correu na direção de Niall, que agora estava sorrindo, ela o abraçou, e sussurrou em seu ouvido:

- Calma Nini, eu não vou te deixar, tá? 

- Você tá bem? Me diga que ele não fez nada com você, por favor Giu?

- Bom, eu estou com uns cortes fracos na barriga, com uns arranhões... Ele tentou me estrupar, mas me tiraram a tempo. - Ela disse, e viu que estava chorando. - Mas, eu fiquei com uma arma apontada na cabeça. Foi horrível! - Continuou, disparada. E chorando mais.

- CANALHA! - Ele xingou, e se recompôs. - Calma anjinho da minha vida, tá tudo bem agora. - Ele disse, e limpou uma das lágrimas que estavam na bochecha de sua amiga, a abraçou, e ela chorou mais, então deu um beijo no topo de sua cabeça e disse baixinho. - Calma Giu, tá tudo bem, tá tudo bem. Não sei por que eu não vim com você, de verdade. Que raiva! - Mais um tempo depois, ela o chamou: 

- Niall?

- Oi pequena?

- Calma, tá tudo bem. - Ela disse e sorriu, isso fez Niall sorrir também.

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Dezembro, 27.

Dias depois do acontecimento, os dois estavam na casa de Niall. Era uma quinta-feira. Ele, por si próprio, pensava no que fazer para a amiga, já que o menino a amava, e que o aniversário de dezesseis anos dela era hoje. E já eram sete horas da noite. Então a ideia veio a sua mente, e ele riu.

- Giulia, o que você mais odeia que assassinos?

- Hm... Meu corpo, meu rosto, meu jeito... Odeio a mim mais que a qualquer assassino. Por quê?

- Nada não, e uma coisa que você gosta muito?

- Algo que eu goste mais do quanto gosto de você? C.S.I. Você sabe disso. - Ela disse, e deu uma risada. 

- Mas... Por que você... Assiste? Sendo que só fala de assassinos. Ah... Eu vou sair, quer ir junto? - Ele perguntou senquentemente. 

- Não fala só de assassinos, tem investigação, é por isso que eu gosto, e também por isso gosto de muitas coisas do canal 52, ID. Ah, e eu quero ir sim, não fico em casa sozinha nem um minuto, tá louco?

- É, faz sentido... Mas então isso quer dizer que... Se eu for para um Motel você vai junto? Hm... Interessante. - Ele riu pervertidamente e fez uma cara maliciosa, puxou a amiga pela mão, e a mesma deu um tapa no braço do garoto. Eles foram para um mercado, e compraram umas coisas, doces, pipoca de microondas, e alguns refrigerantes, já que ela não ia fazer festa, e passaria o aniversário na casa do melhor amigo. Voltaram, e Giulia disse que ia se trocar, então, Niall pôs seu plano em ação, colocou as compras na mesa da cozinha, foi ao seu quarto, pegou seu violão, e se sentou no quintal, começou a tocar "Be Alright - Justin Bieber". Giulia saiu correndo do quarto assim que se trocou, estava com um pijama muito fofo, cheio de gatinhos, e chegou maravilhada na sala, quando viu o amigo no quintal da casa. E quando viu o amigo tocando, sorriu e se sentou do lado dele, e ele sorriu, se sentou de frente para a amiga, e cantou a música olhando pra ela, já que ele não tinha coragem nenhuma de falar a ela que a amava, resolveu cantar, essa música também serviria para avisar, que ele não tinha mudado no fato de que não conseguia se irritar com alguém por muito tempo, e em uma parte da música, quando já estava quase acabando, a menina deixou uma lágrima cair, mas ela estava sorrindo.

E Niall se aproximou um pouco, cantando, mas ainda sorrindo, por ter a amiga tão perto dele novamente. Isso era bom, muito bom. Terminou a música, e Giulia o olhou totalmente envergonhada, Niall pensou que ela ia dizer algo, mas, como ele, ela também não falou nada, e como Niall odeia o silêncio dela, só disse:

- Eu te amo. - E se aproximou lentamente, e quando chegou numa distância perigosa, Giulia sussurrou de volta:

- Eu também te amo, muito. - E ele nem precisou fazer nada, ela já tinha acabado com a distância de suas bocas, num beijo calmo e apaixonante, colocou as mãos no pescoço dele, e ele só teve o "sacrifício" de colocar as duas mãos na cintura da garota, e ambos deram um sorrisinho bobo entre o beijo. 

Mas a realidade era que Giulia também amava ele, pelo o que ele era, o que significava para ela, pela forte ligação dos dois, pela amizade incondicional, pelas brigas bobas pelo último pedaço de pizza, pela briga pelo controle da televisão, pelo tempo que conviviam juntos, pelas confusões que já tinham dividido juntos, pelas conversas idiotas, pelas zoações, pelo amor oculto que sentiam um pelo outro, pela consideração que tinham um com o outro, pela lealdade, pelo jeito que se tratavam, e pelo tempo que esperaram para dizer, "Eu te amo".