Último dia como humanos, como, quem? Quem os transformou? Alexander estava morto... Ou não...Fiquei a noite toda imaginando aquela cena, imaginando Rose de vestidos longos, Nicholas e Andrew usando uma linguagem formal... "Risos" Não dá para imaginar!

Depois da noite inteira de pensamentos, naquela casa, imunda, da até nojo, acordei umas 11h00min da manhã com Rose me acordando!

–Acorde! Acorde! Gritava Rose.
–O que foi? Como você pode me acordar a uma hora dessas? Disse.
–Não resisti! Me desculpe, mas o Andrew disse que você está de "folga" hoje! Disse Rose com um tom animado.
–Que ótimo, porque vou poder dormir a tarde toda! Disse, voltando a me deitar.
–Nada disso mocinha. Você vai sair comigo, vamos fazer compras.

Eu realmente odiava compras! Toda semana mamãe e minha irmã saiam para supermercado, e como sempre eu não gostava, preferia ficar em cada mexendo no computador, me atualizando no Tumblr e Twitter, eram as únicas redes sociais que eu gostava as únicas em que eu me identificava!

Pensei em dizer a Rose que eu não gostava de fazer compras, mas fiquei com medo de que ela ficasse magoada, então eu pensei melhor e decidi ir, afinal é muito bom ter uma vida normal por pelo menos um dia, quer dizer... Pelo menos fingir ter.

–Tá, eu vou me arrumar e já vou descer!
–Fantástico! Vou preparar o seu café da manhã. Gosta de panquecas? Perguntou Rose.

Fiz um gesto com a cabeça indicando um sim. Ao descer as escadas Nicholas estava sentado no sofá, não era mais aquele sofá antigo e empoeirado. Muito pelo contrario... Era nova, a casa toda estava limpa!

– Nossa... Vocês fizeram um ótimo trabalho aqui! Disse.
–Obrigado, disse Nicholas.
–Pensei que não vinha mais Ester. Disse Rose, entrando na frente de Nicholas, segurando um prato de panquecas na mão direita e um copo de suco de laranja na esquerda.

Sentei-me, e na mesa, coloquei o caldo cremoso por cima das panquecas, o gosto era diferente... Era... Delicioso!

–Isso daqui está uma delicia Rose! Disse, saboreando as panquecas.
–Hahaha, que bom que gostou querida!

Não foi tão ruim, o passeio foi bem rápido, vimos um filme romântico, compramos roupas, brincos, anéis. Compramos até bolsas... Quer dizer... Rose pagou tudo, tentei insistir, mas ela não aceitou, pode ser estranho, mas eu achei bom, quem não acharia?

–Oi. Disse Andrew, quando entrei na porta principal da sala.

–Oi... Ficamos encarando um ao outro por um bom tempo, até que decidi acabar com aquilo.

–Onde está Nicholas? Perguntei.

Andrew fez uma careta difícil de decifrar.

–Ele... Andrew disse olhando para Rose...

–Não vou contar a ela, se vire. Rose subiu as escadas, levando todas as sacolas de compras com ela, facilmente.

–Sua mãe... Foi encontrada morta!

Não parecia verdade, ele só poderia estar brincando, era apenas mais uma brincadeira sarcástica dele, nada aconteceu; isso.

–Minha mãe está segura, você mesmo me garantiu isso quando nós vinhemos para Lakewood. Ela está segura não esta? Responda-me. Disse quase gritando para Andrew.

Ele balançou a cabeça negativamente, olhando para o chão.

–Ela se foi Ester, eu lamento.

Um grito sufocado soou em minha boca, eu estava em desespero, cai de joelhos, a única coisa que eu ouvi depois em diante, foram soluços.
Um, dois e três, sou forte... Em alguns segundos estarei em pé de novo, três, dois, um. Levantei-me, enxugando as lágrimas, preciso sair daqui... Pensei.
Sai em direção as escadas, pensando em alguma forma de sair daqui, e a única forma que consegui imaginar, foi pela porta da frente, de cabeça erguida, sim.

–Aonde vai Ester? Perguntou Andrew

–Não tenho que te dar informações.

–Você fala como se a culpa fosse minha, sabe que não é! Disse Andrew.

–A culpa é toda sua, de todos vocês, se eu não tivesse vindo para cá nada disso teria acontecido, nada.

–Muito pelo contrario, Alexander iria atrás de você de qualquer jeito, e você estaria com sua família ameaçada,  e fazendo tudo o que ele mandaria, ele é assim!  

–O que? Alexander? O namorado de Rose? Ele está... Vivo?

–Seria melhor se você não soubesse disso... Mas afinal... Já que eu abri minha boca... Sim ele está!

–Foi ele que matou minha mãe não é? Mas por quê?

–Ele foi atrás de você na noite de ontem, afinal ele precisa de você... E nós também, mas não sabemos por que ele matou sua mãe.

–Eu? Porque eu?

–Você vem de uma linhagem de bruxas muito poderosas, só você pode libertar o que ele quer.

–Vocês são loucos, vou embora daqui!

Subi rapidamente para o quarto, peguei as sacolas que eram minhas e coloquei dentro da mala, que Nicholas tinha feito antes deu chegar até aqui.
Desci correndo... Parecendo uma maluca.
Abri a porta da frente e me deparo com um homem desconhecido. Ele era muito bonito, seus cabelos eram castanhos claro e os olhos eram azuis, tinha uma postura bem elegante também.

–Licença moço. Pedi.

–Espera. Ele me empurrou para trás. -Você não pode ir.
Fiquei meio assustada, desviei de seu ombro, mas ele me puxou novamente para dentro da casa.

–Quem é você? Perguntei

–Eu sou a pessoa de quem você mais deveria temer. Respondeu ele, firme.

–Por favor, me deixe passar.

–Você não vai sair na melhor parte do jogo, já te avisei.

–Saia dai Ester, volte para cá! Gritou Nicholas.

Voltei no mesmo instante, larguei as malas no chão e fiquei a uns 2 metros da porta.

–Olá Nicholas, quanto tempo? Não vai me dar as boas vindas? Perguntou o homem com um risinho sarcástico.

–Você não merece boas vindas Alexander. Disse Rose aparecendo ao meu lado.

–Amor, que bom revê-la...
–De quem é a casa? Ou será que não tem dono? Hãm? Perguntou Alexander

–É da Ester. Falou Nicholas com um tom inseguro e apressado.

–Então você é a Ester, eu estava ansioso para te conhecer, isso foi mais fácil do que imaginei.
–Me convide para entrar então querida.

–Não o convide. Disse Rose.

Mas eu não estava entendendo... A casa não era minha...

–A casa não é minha. Disse 

–Ora, ora, ora... "Risos" Então vocês mentiram? Rum... Que crianças malvadas vocês, se a casa não tem dono...

Ele colocou o pé para frente, e logo depois sorriu.