Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Por favor, leiam os esclarecimentos abaixo, antes de ler o capítulo:

1º Strigois não têm sentimentos bons, isso fica claro no livro. Mas eles também não perdem a memória depois que são transformados. Eu acredito que Dimitri foi movido por várias dessas lembranças de quando amava Rose. Como um vício, ele busca ela tentando sentir aquilo novamente... (viajado não?)

2ºStrigois não acham nada bonito. Mas eu acho que o que eles não enxergam é a essência da beleza e sim o sentido da cobiça. Como por exemplo ter algo para se "gabar" que teve (Caso contrário, a casa de Galina não seria um espetáculo rs)

Bem, eu e minhas teorias...

MAs de qualquer forma, Dimitri não age 100% como um strigoi desnaturado e sem coração, quando se trata de Rose, então, o amor deles prevalece, de alguma forma...



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A primeira coisa que fiz quando retornei foi checar como estava Rose. A estas alturas ela já deveria estar acordada. Sem dar qualquer explicação aos outros que estavam pela casa, passei direto para o último andar onde ficava o quarto em que ela estava e eu quase já podia imaginar o que encontraria. Ela devia estar incontrolável e furiosa. A lembrança desses sentimentos em Rose me excitava.

Quando me aproximei da porta comprovei o que eu já suspeitava. O barulho de coisas quebrando vinha alto de lá de dentro. Nenhum som podia ser mais selvagem do que aquele. Não pude deixar de sorrir abertamente. Como eu esperava, ela não iria ficar quieta, ela ia tentar sair, ia tentar conseguir qualquer arma que pudesse, ia tentar se defender de qualquer maneira. Eu mesmo tinha ensinado isso a ela.

Sem hesitar, abri rapidamente a porta, que necessitava de um código de acesso – afinal toda segurança era pouco para manter Rose trancada – e fechei com a mesma rapidez atrás de mim. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, ela me acertou em cheio com uma cadeira que se partiu fácil em minhas costas. Um fio de dor me atravessou, mas nada que não pudesse ser ignorado. Eu me voltei para ela que pareceu me ignorar por completo. Ela voltou a me atacar com a cadeira, como se eu não representasse nada, como se eu nunca tivesse sido alguém para ela, como faria qualquer guardião diante de um Strigoi. Instintivamente, eu arranquei a cadeira das mãos dela e arremessei para longe. Mesmo sem aquela mísera arma, ela continuou me atacando, em uma luta inútil. Eu conhecia todos os seus movimentos e seus golpes, não era difícil me esquivar de todos eles. Além do mais, mesmo sendo boa na luta, ela não tinha como alcançar a minha força e rapidez. Rose estava claramente em desvantagem. Ela estava presa em um quarto com itens de segurança checados por pessoalmente por mim. Os vidros eram blindados, nada podia ser quebrado facilmente. Evitei tudo que pudesse se transformar em uma arma nas mãos dela.

Eu estava certo de que ela jamais conseguiria sair dali sem a minha ajuda e tão pouco conseguiria me vencer em uma luta inútil daquelas. Mas ela não desistia e por alguma razão que eu desconhecia, aquilo não estava me irritando, como sempre acontecia em relação aos dhampirs. Ao contrário, eu até conseguia sentir uma ponta de diversão.

“Rose,” falei enquanto me defendia dos seus golpes. Chegava a ser engraçado como eles não me afetavam. “Você está perdendo o seu tempo. Pare.”

Não adiantou. Ela continuou incansável na luta contra mim e partiu para um aparelho de DVD que estava em uma prateleira, o arrancou e tentou me acertar com toda força, mas não conseguiu, antes, eu tirei dela e o joguei longe. O DVD player se espedaçou no chão e eu agarrei seu braço, de forma a tentar impedi-la de continuar com aquilo. Aquele mínimo contato físico com ela foi assustador. Uma onda quente passou por mim e era como se nada tivesse acontecido, como se nossas vidas não tivessem sofrido essa mudança de curso tão drástica. Era como se eu estivesse com ela novamente naquela cabana. Algo estranho passou por mim. Algo que eu não conseguia definir o que era. Talvez um afeto, não sei.

“Não vou machucar você, Roza. Por favor, pare.” Falei razoavelmente, ainda afetado com o que se passava comigo. Apesar de estar com as mãos presas, ela continuou me atacando com chutes. Nossa, ela era mesmo insistente. Não iria desistir. Rapidamente, eu virei contra a parede e a imobilizei usando a força do meu corpo. O contato físico foi inevitável e tudo aquilo que se passava dentro de mim só fez aumentar. Meu rosto ficou bem perto de seus cabelos e aquele cheiro tão familiar vindo dela quase me inebriou. Eu realmente a queria e precisava tê-la. Eu fiz o máximo para ignorar aquilo.

“Pare de lutar contra mim.” Sussurrei perto de seu ouvido. “Não vou machucar você.”

A respiração dela era ofegante e ela ainda se debatia contra meu corpo. Ela me deu um forte empurrão. “Você tem que entender que eu tenho uma certa dificuldade em acreditar nisso.” Ela falou ainda me atacando. Céus, como Rose era persistente.

“Se eu quisesse você morta, você já estaria morta. Agora, se você continuar lutando, eu vou ter que lhe amarrar. Se você parar, eu lhe deixarei solta.”

“Não tem medo que eu fuja?”

Eu sabia bem o que era aquilo. Era mais uma das ironias típicas de Rose. Como eu sempre fazia, apenas respondi racionalmente. “Não. Não tenho.”

Ainda ficamos naquilo por um tempo. Era um impasse. Era como se eu pudesse ver a mente de Rose trabalhando e ponderando aquelas minhas colocações. Aos poucos, senti o corpo dela relaxar contra o meu e até que finalmente deixou de oferecer resistência. “Ok.” Ela respondeu.

Eu ainda hesitei. Era estranho como eu ainda confiava nela, mas ao mesmo tempo conhecia bem sua esperteza. Ela podia estar realmente cedendo a mim ou armando uma armadilha contra mim. Era minha vez de ponderar e a confiança venceu. De qualquer forma, ela não podia contra mim, então a soltei lentamente. Mesmo assim não me afastei dela, e redobrei minha atenção. Qualquer vacilo com ela podia ser sem volta. Ela se virou para me encarar e novamente sua imagem me golpeou. Ela tinha traços imponentes e um olhar que parecia me varrer por dentro. Eu sempre a achei bonita, mas era diferente agora. Era mais como uma lembrança do que como uma constatação real do que eu via.

Rapidamente todas as memórias sobre ela me vieram. Todas as poucas vezes que estivemos juntos, toda aquela sensação intensa de ter Rose. Era como me ver em outra vida. Alguns sentimentos não vinham novamente, outros eram claramente modificados. Definitivamente eu não podia acreditar que tinha ela novamente diante de mim. Parecia uma visão. Era algo estranho de se sentir. Eu a desejava. Queria muito. Talvez até mais intensamente do que antes. E isso ia ser minha maior fraqueza. Eu sempre soube que seria.

“Por que você está aqui?” Perguntei a relembrar o que tinha me afastado de Montana logo depois que despertei. Uma força dentro de mim dizia que eu tinha que ficar longe de Rose. Que era muito, muito perigoso estar perto dela.

“Por que você bateu em minha cabeça e me arrastou para cá.” Ela respondeu tipicamente no estilo Rose. Em outra ocasião eu teria sorrido internamente porém mantido meu rosto neutro. Agora eu não conseguia mais fazer isso. Encanto por Rose era uma das coisas estúpidas que eu não conseguia sentir mais. Isso era do velho Dimitri.

“Você sabe que não foi isso que eu quis dizer. Porque você está aqui?” Perguntei com um tom perigoso na voz, de forma a evitar outra ironia dela.

“Na Sibéria? Vim encontrar você.” Ela foi direta desta vez.

“Eu vim até aqui para ficar longe de você.”

Eu pude perceber o choque no rosto dela. Eu não sabia se era somente reflexo da minha aparência ameaçadora ou se foi consequência das minhas palavras.

“Por que? Por que eu posso lhe matar?”

Definitivamente eu não podia acreditar que Rose tinha dito uma estupidez daquelas. Nunca ela conseguiria me matar. O que eu temia era justamente o oposto. Eu sabia que quando a visse a ideia de viver eternamente sem ela era insuportável. Com ela viva ou com ela morta.

“Não. Para que não ficássemos nesta situação. Mas agora, a escolha é inevitável.”

“Bem, você pode me soltar, se quiser evitar.”


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Notas finais do capítulo

P.S. Adorei todos os comentários, vou responder tudinho, juro!

Também adorei a indicação feita por Anita Hathaway! Mil obrigadas! Amei demais!