Amor Do Presente Ou Do Passado? escrita por Mary e Mimym


Capítulo 7
Acordando no século XIX – Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oieee!!! Ér... Demoramos muuuuito, sabemos disso, nem imaginamos como pedir desculpas, achamos que escrevendo simplesmente "ah! Desculpa, vamos tentar não demorar mais...", não resolve, demoramos pra caramba! '-', bem, sem enrolações, tá aí mais um capítulo, tá bem tenso XD, depois voltaremos ao século XXI, onde paramos quando as meninas chegam, aí vai voltar a parte da comédia >.<'. Não sabemos quando vamos postar, talvez não demoremos tanto assim , talvez... De qualquer forma, um Feliz Ano novo a todos!!! (estamos adiantando, porque não sabemos quando vamos postar =P) Beijos!!!



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Sieghart percebeu que se não intervisse, aconteceria uma grande discussão naquela manhã.

— Acho melhor deixarmos a Elesis descansar, ontem foi um dia cheio, a pancada deve ter sido forte e por isso ela esteja agindo assim, talvez tenha alterado suas emoções...

— Não! - Exclamou Elscud - Elesis precisa se desculpar!  

— Eu?! Tá doido, né? Eu preciso de uma roupa, porque essa aqui é quente e horrível, odeio vestido. Eu preciso também que chamem as minhas amigas. E que me levem a um hospital, porque, caso vocês não saibam, eu fui atropelada. Nem sei como estou tão bem disposta. – A ruiva parou um pouco e depois continuou – E eu preciso voltar ao meu apartamento, meu quarto está uma bagunça, preciso arrumar, mesmo tendo preguiça. Eu preciso de muita coisa e nenhuma delas me diz para pedir desculpas.

— Elesis, vós poderíeis colaborar, não acha?

— Sieghart, nem começa que eu estou super estressada pela prova que você passou.

— Prova? - Ele arregalou os olhos.

— Sim, na Faculdade! Mas que coisa! Ninguém estuda aqui não?!

— Os homens... Não as mulheres. E por que eu lhe daria aula numa Faculdade?

— Porque você é um professor, ora!

— Acho que trocaram o cérebro da minha filha... Usaram algum tipo de magia... – A Duquesa pôs a mão na cabeça - Estou ficando tonta...

— Eu sei a explicação de tudo. – Disse Jin – Quando chegamos onde Elesis estava, ela tinha um corte na cabeça, sangrava só um pouco. Talvez ela tenha caído do cavalo de alguma maneira e se machucou, fazendo-a perder a memória, ou parte dela... Eu não sei explicar muito bem essa parte da medicina. Mas é uma hipótese.

— Então chame o Dr. William, ele poderá nos dizer. – A mãe da ruiva olhava para o Duque, apreensiva.

— Bem... Teremos que ir até a cidade e não é muito perto daqui... Mas se for para sabermos o porquê dessa mudança repentina da Elesis, eu vou.

— Eu não mudei nada! Eu continuo a mesma, vocês que estão agindo estranho! Meus dois professores estão aqui não sei o motivo, mesmo um sendo da minha família – A jovem referiu-se a Sieghart – Minhas amigas são chamadas de amas... Minha mãe e meu pai não estão viajando e acham que ainda têm autoridade sobre mim... Aí eu descubro que estou noiva! Que estou noiva do Jin! Tipo, eu nunca me casaria, muito menos aceitaria me casar com ele! Jin é meu amigo, nada mais. Se isso for uma grande pegadinha, eu mato você. – Elesis lançou um olhar fatal para o ruivo, que engoliu seco – Aí quando eu olho minhas roupas, me deparo com esse vestido que me sufoca! Não estou no meu apartamento, nem num hospital. Encontro-me num hospício mesmo... Meus amigos parecem ser desconhecidos por vocês! E, por último, vocês me disseram que eu estou no século XIX... Agora eu pergunto: Onde se encontra o sentido nisso tudo?

— Eu acho melhor irmos para nossos aposentos e deixar a menina descansar. – Disse a Marquesa, tentando manter a postura, mesmo não agradando o rumo da história.

— Nem vem mudar de assunto, meu bem!

— Não me chame de “meu bem”. Falando assim até parece que não gosta da nossa presença. - Falou a Marquesa, ofendida.

— Não foi isso que ela quis dizer, Marquesa, eu... – A mãe da ruiva foi interrompida.

— É claro que eu gosto do Jin, não de vocês, porque não os conheço, mas o Jin, eu adoro ou adorava até saber que estamos noivos!

O Marquês e a Marquesa ficaram surpresos com o que ouviram, os pais da ruiva ficaram pasmos.

— Ela não quis dizer que não gosta de vocês - Elscud tentou consertar o que Elesis dissera - Ela só...

— Não pai, eu não gosto deles. Como já disso, nem os conheço. – Afirmou a ruiva, olhando para o casal de Marqueses.

— São meus pais! – Gritou o ruivo.

— Altere a voz mais uma vez e você não terá mais voz...

— Tu estás me ameaçando, ruivinha rebelde? – Jin usou um tom de sarcasmo.

— Ih! Tá falando assim por quê? Ai, ai... É bom falar direito comigo!

— Tu estás desrespeitando meus pais na minha frente, como quer que eu fale com vossa pessoa? Com a maior delicadeza como se estivéssemos tomando o chá da tarde?!

— Fica revoltado, não! Eu quem deveria estar assim, tá bom?! E para a sua informação eu não tomo chá!

— Foi só uma expressão, sua tonta.

— Jin! – O pai lhe chamou a atenção, o ruivo deu os ombros.

— Me chama de tonta de novo que eu arranco sua cabeça fora.

— Não me submeto as vossas ameaças! Fugistes de mim! Sabia que eu enfrentei um mísero rapaz cuja classe social é do povo? Um reles plebeu! Tive que me rebaixar a isso, eu! - Jin bateu no peito - Um nobre discutindo com alguém miserável... Vossa senhorita e ele são dois rebeldes, mas tudo bem, isso ainda não me fez desistir de casar-me com a vossa pessoa e irei mudar esse seu jeitinho.

— Ui! Jin, desde quando você altera sua voz pra mim?! Tem medo do perigo, não?

— Achas que eu, filho de um Marquês, deixarei uma mera mulher mandar em mim e me ameaçar?! Faça-me o favor!

Tanto os pais do ruivo quanto os pais da jovem gostaram da atitude do rapaz em impor autoridade diante a menina. Elesis sentou-se na cama e cruzou os braços, é claro que ela não deixaria aquilo barato. Todos resolveram sair do quarto, Elscud deu uma bela bronca nela. Jin também estava saindo, mas decidiu ficar para conversar com a jovem, os pais dela foram contra, mas o Marquês achou que talvez o ruivo conseguisse entender mais o que estava acontecendo. Sieghart concordou com o Marquês e os pais dela cederam. Todos saíram e Jin permaneceu. Elesis esperou que todos saíssem e soltou esbravejando.

— "Mera mulher"?! Olha só, filho de um Marquês, para não dizer outra coisa... – Jin arregalou os olhos – Tenha mais respeito comigo, você me conhece muito bem, somos amigos, mas se continuar... Ah! Eu deixo a amizade de lado e te mato!

— Não sou seu amigo! Então... – O ruivo, mesmo um tanto assustado, continuou com o semblante sério – quer dizer que a pancada foi muito grande? - Ele riu - E a senhorita acha que depois da nossa conversa teríamos algum vínculo de amizade?

— Então por que inventou essa parada de noivado?

— Não inventei, sua mão foi prometida a mim. Antes hesitei em aceitar, mas agora vendo que não tem modos, casar-me-ei para ensinar-te a como ser mais educada.

— Você está falando que meus pais não me deram educação?

— Não é isso, seus pais lhe deram educação, mas parece que não conseguistes assimilar como é ser uma pessoa educada.

— Quando o Ronan souber o que está falando de mim, irá ver só!

— Quem é Ronan? - Jin deu um passo para trás.

— Nosso amigo! Fizeram transplante de cérebro em vocês?!

— Não... Ele não é meu... Só um instante. – Jin parecia querer lembrar-se de algo – Ronan! É o nome daquele insolente com qual eu debati ao te encontrar desmaiada. Aquele plebeu, se é que se pode chama-lo assim, pois ofende essa classe, faz parte do povo e não tem respeito nenhum com nobres como eu!

— Você é tão mesquinho! Como trata as pessoas assim?! Não deve se sentir superior a ninguém... Pera... Eu estou falando como se vivesse realmente o século XIX. Mas que droga! - Elesis se autoanalisou.

— Se tu não sabes, a sociedade é dividida.

— É claro que eu sei! Aprendi isso em história.

— A senhorita é louca, como estudou? Deves aprender o básico de uma dona de casa.

— Nunca na sua vida! No meu tempo as mulheres são independentes! – Elesis parou um pouco e depois voltou ao assunto anterior – E não fale do Ronan assim!

— Só estou tratando como aquele insolente deve ser tratado.

— Quando o professor explicava sobre isso, poucos acreditavam que nesse tempo os nobres eram tão mesquinhos e arrogantes. Hoje eu vejo que é tudo verdade! Você não é assim, Jin. Você não é assim...

— E como eu sou? Não me conheces!

— Claro que sim! E eu não vou repetir mais isso!

— A senhorita bateu com a cabeça quando fugiu, deve ter caído do Alado, então...

— Alado?! Onde está o cachorro do Ronan? E como eu caí de cima dele?! Ele é só um cachorro bem pequeno.

— Cachorro?! Onde? – Jin olhou para trás de relance.

— O Alado! Ele era meu Poodle, mas eu dei ao Ronan.

— Alado é o seu cavalo. E para de falar daquele insolente como se fossem amigos!

— E somos! Estudamos desde pequenos juntos!

— Não! Os dois não estudaram! A senhorita não estudou! Meninas não estudam!

— Não vou discutir isso com você, tá bom? E que parada é essa de cavalo?

— É o seu cavalo, como eu já disse, sua tonta.

— Não me chame de tonta!

— Mas é o que a senhorita está parecendo, nem conheces mais o cavalo que lhe ajudou a fugir, ora!

— Eu não fugi! E não tenho cavalo nenhum. Tinha um Poodle, muito fofo e preto, mas dei ao Ronan.

— Para de falar nele!

— Não!

— A senhorita é muito abusada! Como ousa negar o que ordenei?

— E desde quando manda em mim!?

— Quando nos casarmos, mandarei!

— Nos seus sonhos! - Elesis gargalhou e depois voltou a olhar para Jin - Só uma pergunta... Eu fugi por quê?

— Fugiu de abusada que és, depois que conversamos.

— Então eu fiz bem, nunca me casaria com alguém como você!

— Foi exatamente o que dissestes antes de fugir... – Lembrou-se Jin.

— Bem... Eu não me lembro de ter falado com você, antes de tudo isso mudar, eu estava indo me encontrar com o Ronan, precisava falar muito com ele, mas acabei me acidentando.

— Então a senhorita deixar-me-ia para ficar com aquele insolente?! – O ruivo perguntou um tanto indignado.

— Não! Eu não te deixaria, até porque nunca ficamos juntos.

— Por isso aquele garoto estava lá com a vossa pessoa, ele e mais um menino de cabelo laranja.

— O Ryan!? Você esteve com eles? Onde eles estão?! – Elesis parecia estar aliviada ao saber que seus amigos estavam em algum lugar.

— Então a senhorita realmente os conhece... Isso só piora a vossa situação! - Comentou Jin, descontente.

— Que situação?

— A senhorita ficará falada e uma menina que é motivo de cochicho não é uma pessoa digna!

— Mas eu sou digna! - Elesis não se agradou do tom de Jin.

— Casar-se-á comigo, mas tens encontros com outros meninos! Isso é digno, por acaso?!

— Opa! Outros não! São meus amigos e seus também!

— Nunca teria amigos como eles! – O rapaz falou com desdém.

— Jin, você está estranho.

— Eu não estou estranho, depois da pancada que teve, a senhorita ficou assim. Nem se lembra mais do Alado, nem de nada.

— É claro que me lembro do Alado!

— O chamou de cachorro, onde se viu isso?!

— Mas é o que ele é!

— Não! Ele é um cavalo Puro-sangue.

— Eu nem sei montar, como teria um cavalo?

— Sabe sim, não é a toa que fugistes!

— O pior é que nem posso falar que me confundiram com outra pessoa para falar tanta coisa que eu não entendo, porque conheço todos vocês. E estão todos agindo estranhamente, mas tirarei isso a limpo assim que falar com todos meus amigos. Lire, Arme, Ryan e Ronan, você também, mesmo merecendo uns belos socos.

— E desde quando Lire e Arme são suas amigas? Já falei que não se deve tratar criadinhas assim.

— Não são criadas! São minhas amigas!

— Estou vendo que terei de ser um marido bem autoritário. – Soltou Jin como se não se importasse muito com aquilo.

— Por que, mesmo eu te tratando assim, você ainda insiste nesse noivado idiota?!

— Porque, ao contrário da família Sieghart, eu cumpro com o que me foi prometido.

— Está falando mal da minha família?! – Elesis cerrou os punhos.

— Vendo o palavreado da senhorita e vossas ações, não tem como falar bem. – O ruivo sorriu ao terminar de falar.

— Jin, você está me estressando e você sabe como eu fico, então é melhor você calar essa sua boca inútil que só sai besteira!

— Quem deve calar a boca aqui é a senhorita! Não está em vosso perfeito estado, fala de tudo como se não fosse daqui, como se tudo fosse estranho e ao mesmo tempo tão familiar.

— Mas é isso! Sendo que eu não me lembro de estar vestida assim, de estar num quarto horroroso e tão fofinho como esse, de estar noiva de você, de ter amigas que são chamadas de criadas e você não me conhecer como amiga, não conhecer nem o Ronan e nem o Ryan! E ainda tem os meus professores aqui e meus pais, que deviriam estar viajando.

— Viu? Estás tudo errado! A senhorita não conhece esse tal de Ronan nem de Ryan, pelo menos até onde eu sei e seus pais sabem. A senhorita não tem professores, porque não estuda, aliás, mulheres não precisam de estudos.

— Aí que você se engana, meu bem! As mulheres são tão eficientes quanto os homens e estudam sim!

— Não nesse tempo. Se a senhorita realmente não é daqui é bom se acostumar. - Jin deu um sorriso breve.

— Você não se preocupa pelo fato de eu ser de outra época?

— A senhorita não sabe nem da metade do que está acontecendo.

Elesis avançou no rapaz e começou a socar seu peito.

— O que você está dizendo, seu idiota?! Por que eu não sei metade do que está acontecendo?! O que você fez comigo!?

— Pare! – Jin segurou os pulsos da ruiva.

— O que está acontecendo, afinal?! – Elesis o encarou.

— É muito mais complexo de explicar do que acha.

— Se você sabe o que está acontecendo, me fala!

— Não posso. Não agora.

— Então eu estou aqui, no século XIX, por algum motivo?!

— Sim. – Jin respondeu tranquilamente.

— Então é bom você me dizer o que está acontecendo e o porquê de eu estar aqui! – Elesis o fitou como se fosse mata-lo, os dois estavam próximos um do outro.

— Já falei que não posso. – Jin se afastou um pouco, soltando-a.

— Por que está fazendo isso? Eu não sou daqui e você sabe!

— Eu sei? – O ruivo se fez de desentendido.

— Eu estou sonhando, só pode!

— Talvez... A senhorita entenderá, algum dia... Quem sabe? - O ruivo estava ciente que controlava aquela conversa.

— Espero que não demore.

— Eu também não.

— Você está muito misterioso, sabia? E eu não estou gostando disso! Você sabe o que eu devo fazer para voltar, então me diz! – Suplicou Elesis.

— Já disse que não posso! – Jin se enfureceu – Depois explicarei, eu só estou te ajudando, sua tonta. - Disse o ruivo.

— Então por que me trata tão mal e impõe autoridade?

— Porque é para ser assim, gritastes muito e fazes muito escândalo. Não tinha como te ajudar agindo desta forma. 

— O Ronan fala a mesma coisa... – Sussurrou a ruiva.

— Oi?

— Nada! Mas é bom você parar de falar num tom alterado comigo, senão não ameaçarei, te matarei direto.

O ruivo deu os ombros.

— Agora sim tá parecendo o Jin que eu conheço.

— Bem, eu não posso ficar muito tempo em seu quarto, não é muito propício.

— Aqui vocês são tão idiotas em pensar assim, menina pode ter amigo, sabia? Não tem nada a ver.

— Mas não nesse momento, aliás... Bem-vinda ao século XIX. É bom se acostumar se quiser voltar ao seu tempo. – O ruivo saiu sem esperar que Elesis dissesse ou questionasse algo.

— O quê?! Jin! Volta aqui, seu infeliz! – A ruiva sentou-se na cama – E agora?! Eu preciso descobrir o que de fato aconteceu. Mas pelo que estou vendo... Precisarei me acostumar com isso aqui... DROGA!

 


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Notas finais do capítulo

Jin está muito misterioso... Estou meio que sem criatividade para escrever, então... qualquer erro é só avisar XD e comentem :3