Leyna escrita por Helena
Leo estava irritado. Quem Octavian pensava que era para tratar Reyna daquele jeito? A vontade dele era de fazê-lo engolir fogo grego. Ele realmente não sabia porque se preocupava tanto com Reyna. A pretora só o tinha olhado com desprezo, isso quando o olhava, e só dava ordens e criticava o Argo II. Isso o deixava confuso, mas ele até já tinha se acostumado a ter uma queda pelas inalcançáveis e/ou perigosas, que o esmagariam como um inseto na primeira chance.
Ele saiu de seus pensamentos e foi limpar a cabeça de Festus. Isso o ajudava a pensar.
Ele podia ouvir as risadas e conversas de todos, que estavam no jantar de boas vindas.
— … e eu não aguento mais ficar nesse navio! Tudo é amorzinho! Não me entenda mal, eu estou muito feliz por Percy e Annabeth, mas eles têm que ser tão melosos?
Festus grunhia em resposta.
— …e não vou nem falar de Jason e Piper. Pelo amor dos deuses, eles têm que ficar fazendo aquelas demonstrações públicas de afeto? E o Jason é cego? Ele não vê que está machucando a Reyna?
Ele soltou um fiapinho de fumaça.
—… eles mal falam comigo! Acho que eu sou só um pano de fundo aqui pro Argo II. E pra todo mundo.
Uma voz saiu das sombras.
— Acho que nem isso.
Leo se sobressaltou.
— Festus?
A voz, feminina, pareceu divertida.
— Acho que ainda não sou tão fria a ponto de ser comparada a um dragão de metal.
Leo se virou para trás, e estreitou os olhos. Quando viu quem era, quase derrubou o pano que usava pra limpar Festus.
— Sabe, Valdez, acho que não é um sinal muito bom conversar com um dragão que não pode falar sobre seus problemas.
— Sabe, Reyna, acho que não é um bom sinal ter uma pretora que não fica presente nos jantares diplomáticos do acampamento.
Ela se calou. Ele levantou uma sobrancelha e a encarou.
— Acho que eles não precisam de mim.
— Jason e Piper de novo?
Ela revirou os olhos.
— Olha aqui, se você acha que eu sou tonta a ponto de fugir do meu cargo só por causa deles dois, que por sinal tem imãs na língua, você está…
— Completamente certo.
Ela cruzou os braços.
— Você sabe que nós não temos que conversar, né?
Ele deu de ombros, e voltou a esfregar a cabeça do dragão, mesmo que ela já estivesse brilhando. Quando ele terminou, foi até a cabine do capitão. Sem dizer uma palavra, Reyna foi atrás. Ele checou se tudo estava funcionando do jeito certo, e notou que a pretora mexia nas plantas do navio e nas estratégias. Ela franziu as sobrancelhas ao olhar pra um papel específico.
— Valdez, o que um desenho de giz de cera está fazendo no meio dos planos de guerra?
— Eu… Eu gosto de desenhar.
Ela levantou uma sobrancelha.
— Você sabe que não é muito bom nisso, certo?
Ele apertou os olhos.
— Você sabe que nós não temos que conversar, não é mesmo?
Ele arrancou o desenho da mão dela, e voltou a arrumar os papéis. Ela pegou uma estratégia que ele estava montando.
— Leo, você andou bebendo com o Dakota? Você sabe que eles esmagariam o navio enquanto vocês atacam, não é?
Ela pegou uma borracha e começou a arrumar.
— Ei!
— Você quer que seu navio seja destruído? Eu sou filha da deusa da guerra. Não acha que eu sei um pouco mais do que você?
Ele revirou os olhos.
— Faça isso então. Vamos ver se você é tão melhor que eu.
Em menos de dois minutos, ela tinha uma estratégia que corrigia todos os erros do plano dele e ainda envolvia paradas para lanchinhos.
Ele pegou o papel e o observou, procurando por falhas. Quando não achou nenhuma, colocou o papel na pilha, sem olhar pra ela.
— Leo, não seja ridículo. Eu, por exemplo, nunca teria conseguido construir um navio assim.
As pontas das orelhas dele ficaram vermelhas, e as mãos começaram a esquentar. Isso sempre acontecia quando ele falava com meninas bonitas e interessantes. E, bem, Reyna era uma menina bonita e interessante. Ela começou a mexer no controle de Wii.
Leo puxou o braço dela, se esquecendo de que as mãos dele estavam a ponto de pegar fogo. Ela soltou uma exclamação de dor.
— Você está tentando colocar fogo em mim?
— Desculpe. É que um movimento aí e você pode meio que destruir metade do seu acampamento.
Ela balançou a cabeça em aprovação, e começou a olhar tudo na sala. Ele voltou a ficar nervoso. Ela já tinha reclamado de muitas coisas no navio. Para sua surpresa, a única coisa que ela disse foi “Belo trabalho. Eu devia voltar para o jantar. Eles vão começar a sentir minha falta.” Ele a puxou pela mão.
— Ou nós podemos ficar aqui, comer quesadillas direto da cabeça de Festus e jogar alguma coisa no Wii. O que me diz?
Ela deu um sorriso divertido.
— Não tendo graxa no meu jantar, parece promissor.
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