Novo Rumo escrita por Nah


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Então como prometido... Ai esta historia da Lina...
Lembrando tb que eu vou viajar por isso vai demorar um pouco o proximo capitulo...
Desculpe se esse capitul osaiu meio piegas... a maior parte dele foi escrita enquanto eu ouvia as musicas de O Fantasma da Opera... eh mtu bom, bem inspirador...
Queria agradecer a todos que comentam!
Lina bulaxinha! Espero que goste!



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CAPITULO 23

 

 

 

EDWARD

 

            Lina começou a contar sua historia sem muitas preocupações.

             Originalmente eu era filha de um casal de camponeses, ou melhor, acho que seria mais fácil chama-los de índios, tínhamos uma vida simples e gentil, nessa época eu tinha cerca de 5 anos, apesar de minha pouca idade eu consigo me lembrar bem de como tudo aconteceu, apesar de nova eu sempre fora criada de forma livre, minha mãe ia cuidar da colheita todos os dias de manhã cedo enquanto meu pai saia para caçar com outros guerreiros da vila, eu sempre aproveitava essa liberdade para sair e passear pela floresta, adorava ficar observando as cachoeiras e cavernas, minha mãe sempre brigava comigo por isso, dizia que eu devia aprender desde cedo a cuidar da colheita e tudo mais, mas eu jamais aceitara, eu sempre quis mais do que viver naquela vila, sempre quis vagar para terras ainda desconhecidas por meus olhos, conhecer pessoas diferentes, poder vagar pelo mundo sem rumo nem motivo, apenas explorar por ai.
 

Lina viu que sua mente estava vagando um pouco demais então decidiu encurtar essa parte da historia.

 Eu me lembro de que em uma manhã escura, eu sai para caminhar um pouco já que aquela luz não permitiria que eu me aventurasse em meio às cavernas próximas a vila como tinha programado fazer, eu lembro de ter me distraído com algumas flores que desabrochavam naquele lugar, gostei do clima daquele lugar, aproveitei para deixar que minha mente fosse para longe, porém o silencio da floresta foi interrompido por gritos medonhos, meu corpo todo estremeceu com aquilo, eu jamais tinha ouvido tal coisa, foi então que corri de volta para a vila, eu corri o maximo que pude, minhas pernas doíam em protesto, mesmo com meu corpo magro, eu não havia percebido que me afastara tanto conforme andava, mas ainda sim continuava a correr, os gritos continuavam a minha frente, minha autodefesa pedia para que eu voltasse, para que eu me afastasse da vila, mas minha mente estava preocupada com o que estava acontecendo, na época eu achei que o motivo de minha preocupação fosse o bem estar de meus pais, só mais tarde descobri que não era nada disso, hoje acredito que talvez tenha sido meus pedidos sendo atendidos.

 

Lina novamente parou para fazer com que sua mente se voltasse apenas para a historia, ela sorriu um pouco antes de continuar.

 

            Quando cheguei à vila me deparei com uma cena medonha, corpos estirados no chão, retorcidos, todos da vila estavam mortos, com marcas estranhas seus pescoços e braços, mordidas talvez, em minha mente passou a face de vários animais porem nenhum deles poderia ser responsável por tal matança, foi ai que percebi que algo se aproximara silenciosamente de mim, um frio percorreu minha espinha, mas também notei que fora algo a mais que isso, eu realmente senti frio, apesar de naquela hora pequenos raios de sol tocarem meu rosto e iluminarem ainda mais o ambiente, eu me virei e dei de cara com um homem alto de cabelos brancos e olhos vermelhos, ele estava abaixado até a altura de meu rosto, seus olhos frios olhavam para mim com desdém ele sorriu e então os raios solares atingiram seu rosto que se iluminou de forma glamurosa, eu parei de respirar e não conseguia mais me lembrar de como voltar, ele era belo, mais bonito que as flores que eu vira mais cedo, era a coisa mais bonita que meus olhos já haviam cruzado naquele tempo.

 

´´Eu não tinha te visto antes, você cheira bem criança´´ o homem disse, todas as terminações nervosas de meu corpo gritavam para que eu corresse, mas eu não conseguia pensar em como mover minhas pernas, eu apenas ficava ali parada, o homem inclinou a cabeça para perto de mim parecia que ia dizer algo até que ouvi um grito vindo de trás de mim, ´´espere´´ uma outra voz masculina disse, a voz cortou o transe em que eu me encontrava então aproveitei a brecha para correr, corri novamente mas dessa vez para longe da vila, corri para as cavernas, pois ali eu me imaginava segura de tudo e todos.

 

As lembranças na mente da vampira eram meio nebulosas quanto a isso mas eu podia sentir sua excitação enquanto contava a historia, eu conseguia me ver na mesma situação que a dela.

 

Lembro de ter entrado na caverna que havia em baixo de uma cachoeira, pensei que a água me serviria de escudo, com ela a minha frente eles não poderiam me ver, vozes irritadas se aproximavam, eu podia ouvir passos, parei para prestar atenção nas vozes, para poder entender o que diziam, tentei não pensar no som forte da água que caia, prestei atenção apenas nas vozes. ´´Você deveria ter me dito antes isso!´´ uma voz irritada dizia, ´´Tenha calma Caius, assim como qualquer um de nós Eleazar precisa de tempo para executar seu dom, mas por sorte ele parece ter achado algo extremamente interessante hoje´´ essa outra voz era mais calma, porem severa, apesar de nos fim eu ter percebido uma certa excitação nela, senti frio novamente sabia que algum daqueles estranhos estava próximo, eu não sabia o que eles pretendiam, pensei que eles me matariam assim como fizeram com o resto da vila, vi uma sombra na água, inconscientemente comecei a tremer.

 

Uma mão banca e fria ultrapassou a água e segurou meu pulso me puxando para fora, eu gritei e tentei me segurar em algo porem a mão era extremamente forte, quando passei pela água vi que haviam vários deles ali, todos extremamente brancos, olhos vermelhos e incrivelmente bonitos, o primeiro a se aproximar de mim foi um homem moreno que hoje começo como Eleazar, ele me olhou por alguns instantes e então foi para o lado do outro homem de cabelos negros, Aro, ele estendeu a mão e Aro a tocou, os olhos do vampiro se iluminaram então ele veio ate mim com uma voz gentil, ´´ola minha cara, meu nome é Aro, estamos aqui para lhe fazer um convite´´ eu apenas levantei a cabeça para olha-lo , estava confusa, como aquela criatura aparentemente gentil poderia ter participado da matança na vila, ele percebeu minha curiosidade, eu não conseguia tirar os olhos dele, ele era incrivelmente belo, porem parecia ser também frágil, ´´venha conosco e lhe explicaremos tudo e quando estiver pronta será como nós e viverá para sempre´´, não pude conter minha excitação ao ouvir aquelas palavras, eu queria ir com eles, aquilo era tudo que eu pedira em toda minha pequena existência, viajar pelo mundo, conhecer lugares, senti que minhas conexões, já frágeis, com as pessoas mortas na vila se quebrarem em mil pedaços, eu realmente quis ir com eles, eu queria agrada-los, queria que eles me amassem, Eleazar riu naquela hora e olhou para uma vampira parada próxima a Aro, depois a conheci pelo nome de Chelsea.

 

Naquele dia nebuloso eu segurei a mão fria daquela criatura desconhecida com a esperança de ter tudo que sempre sonhei, sem pensar no preço a ser pago por isso.

 

Lina pareceu voltar à realidade, seus olhos que antes estavam desfocados agora se fixaram em Eleazar, ´´realmente devo contar tudo?´´ ela pensou, Eleazar assentiu e suavemente disse as palavras ´´por favor´´ , a vampira concordou e voltou a se focar em seu passado.

 

As estranhas criaturas me levaram para seu esconderijo, me lembro que Eleazar me pediu licença antes de me pegar no colo e correr comigo, senti o vento jogar meus cabelos para trás, escondi meu rosto no manto negro, a corrida foi breve, porém foi tempo o bastante para que eu me sentisse enjoada. Quando todos pararam Eleazar me desceu, eu dei dois passos a frente e tropecei, Aro me segurou e disse ´´bem vinda a seu novo lar´´ quando consegui me focar no que estava a minha frente duas enormes portas brilhantes surgiram eu novamente fiquei sem ar, os outros que eu ainda não conhecia pareciam rir de minhas emoções, me senti um pouco envergonhada por isso, como eu poderia me adequar a aquilo tudo! Como eu poderia fazer parte daquele grupo de tão belas e perfeitas criaturas! Senti-me triste por isso.

 

A enorme porta se abriu e atrás dela três mulheres esperavam, por nós talvez, o homem do cabelo branco Caius foi até uma delas e a segurou nos braços, o outro vampiro que ainda não havia se dirigido a mim foi ate a outra delas, Aro foi o único a se preocupar com as apresentações, ele me estendeu a mão para que eu pudesse chegar mais perto das mulheres, ´´Minha bela Sulpicia e minhas amigas Athenodora e Didyme conheçam nossa nova aquisição do grupo,a pequena...´´, ´´Lina´´ Eleazar completou. Athenodora e Sulpicia não demonstraram muito interesse por mim, Didyme foi à única a vir ate mim para me cumprimentar ela estendeu a mão para mim e eu senti uma incrível felicidade por estar ali, o clima não estava mais tenso, eu havia gostado de Didyme.

 

Não foi difícil para mim aprender a diferenciar todos ali, Aro era companheiro de Sulpicia, Caius era companheiro de Athenodora e Didyme companheira de Marcus, o estranho vampiro que ainda não havia feito questão de falar comigo, esses eram os principais pilares daquela família, alem deles ainda tinham Chelsea e seu companheiro Afton, Demetri, Felix, Eleazar,Renata, Heidi, Santiago e Corin, eles eram um tipo de guardiões dos pilares principais, dificilmente eu via todos juntos no mesmo local, por varias vezes alguns sumiam e eu só os voltava a ver semanas depois, eu sabia que haviam muitas coisas além do que Didyme, minha suposta babá, permitia que eu visse, eu sempre estava curiosa para saber mais sobre eles mas só o que minha nova mãe fazia era me pedir paciência.

 

Em uma manhã quando acordei vi que Didyme não estava a meu lado segurando algo delicioso para mim comer como sempre fazia, nessa época eu já deveria ter 6 anos, eu percebi que a ´´casa´´ estava um pouco vazia, eu não conseguia ver minha mãe, então aproveitei para explorar os túneis sozinha, andei bastante por largos lugares escuros até ver uma luz no fim de um dos túneis, eu tentei ser o mais silenciosa possível enquanto andava, vi que havia alguém conversando lá, eu me abaixei próxima à fresta da porta para ouvir o que diziam, não precisei de muito para perceber que eram Caius, Aro e Felix conversando.

 

´´Não é seguro para nós que ela continue aqui, nem todos tem a mesma resistência, se pudéssemos tranforma-lá logo seria mais fácil, poderíamos explicar as regras a ela´´ Felix falava, ´´Não isso esta fora de cogitação, ela ainda é uma criança, precisamos esperar até que ela alcance a fase adulta para transforma-lá´´ respondeu Aro, eu não entendia do que eles falavam, eles falavam de mim? Me transformar? Como assim? ´´Talvez devêssemos mata-lá de uma vez,já temos o suficiente aqui´´ esse eu tinha certeza de que era Caius, ´´Não, isso seria um desperdício, ela tem potencial para ser extremamente poderosa, não podemos deixar algo se perder´´ ponderava Aro, eu não conseguia acreditar que eles pudessem estar falando de mim, mas quem mais poderia ser? Meu corpo se retraiu quando uma mão fria tapou minha boca e me carregou para longe dali, era Didyme.

 

Ela me soltou quando chegamos a meu quarto, ela parou de frente para mim com os olhos vermelhos vivos raivosos, eu estremeci, ela percebeu meu medo então seus olhos mudaram para um tom mais maternal, ela passou a mão fria em meu rosto, eu sabia que ela iria brigar comigo por ouvir conversas que não me diziam respeito e também por andar pelos túneis sozinha, coisa que ela sempre me alertava para não fazer, ela sempre me dizia para andar apenas acompanhada por ela, por Marcus, apesar de isso me dar arrepios, ou por Eleazar, os únicos a quem ela confiava minha segurança, porem para minha surpresa ela me abraçou, ela soluçava, parecia estar chorando eu me virei para ver seus olhos e dali não saia uma única lagrima, mas seus olhos demonstravam dor, uma dor que jamais vi em local algum, mesmo em minha antiga moradia, não consegui conter meu instinto de chorar junto dela, eu não sabia o motivo daquilo tudo mas sabia que agora era capaz de sentir algo que jamais sentira por ninguém, eu amava aquela mulher, ela era minha mãe, eu sabia disso pois era capaz de dividir sua dor em apenas um olhar, eu não pude me conter e comecei a soluçar a palavra mamãe sem parar, ela pareceu ficar feliz com aquilo mas ao mesmo tempo ficou ainda mais preocupada, eu não conseguia parar, pedia varias vezes a ela ´´não chore mamãe, por favor, não chore´´ depois de alguns minutos ela parou, porem eu ainda não conseguia, ela pareceu se concentrar um pouco então minha reação mudou, nenhuma lagrima mais saiu de meus olhos, eu sorri para ela, eu novamente estava feliz, ´´porque você chorou? ´´ perguntei, ela apenas segurou meu rosto a alguns centímetros do dela, ´´porque amo você, minha filha, eu não deveria te amar, mas amo´´, eu não sabia o que responder sobre aquilo então decidi deixar meus instintos me guiarem e apenas uma resposta surgiu, ´´eu também te amo mamãe´´

 

             Nós ficamos ali agarradas uma a outra, Didyme pareceu não se importar de minhas lagrimas estarem sujando sua linda blusa branca.

 

Lina pareceu ter de editar a historia de novo, sua mente me trazia imagens que eu jamais pensei que seria capaz de testemunhar, a vampira trazia a tona todas as suas lembranças dos tempos em que ela viveu com os Volturi, algumas boas e algumas ruins porem eu sabia que todas elas seriam divididas ali.

 

Com o tempo meu relacionamento com Didyme passou a ser ainda mais amoroso, éramos uma família, Marcus seu companheiro nunca fez questão de participar disso mas eu via nos olhos dele que ambas estávamos erradas em continuar com aquilo, mas para mim viver naquele lugar frio e escuro, só se tornava suportável pela presença de Didyme, de minha mãe Didyme, claro de certa forma isso também me agradava pois eu podia perceber que Aro também me protegia, interessado em algum potencial que ele dizia que eu tinha, então desse jeito todos eram obrigados a me respeitar, se Aro, Marcus, Caius e sua esposas eram as realezas eu era um tipo de princesa.

 

Minha vida continuava calma, todos os meus dias eram preenchidos por brincadeiras preparadas por minha mãe e as noites eu dormia profundamente, mas às vezes Didyme sumia e voltava sem nada dizer de seu paradeiro, isso me deixava curiosa e ao mesmo tempo preocupada, em uma noite eu fingi dormir, convivi os bastante com eles para saber como simular isso, aprendi que Didyme se baseava muito nas batidas de meu coração e minha respiração, tudo que fiz foi relaxar e esperar até que ela sumisse, e foi o que aconteceu,depois de um tempo ela beijou meu rosto e com uma suave ventania senti que ela se fora, esperei um pouco ate que tivesse certeza que ela havia ido, me levantei e sai do quarto, dando passos longos porem silenciosos, devo ter andando por algumas horas ate conseguir encontrar de novo aquela sala onde eu vira Aro, Caius e Felix antes, quando me aproximei percebi que a gigante porta estava fechada, tentei puxa-lá um pouco mas de nada adiantou então encostei o ouvido na porta tentando captar algo, foi então que ouvi um grito horrendo e assustador, ele foi seguido por milhares de pedidos de socorro, gritos histéricos e risos seguidos, o que estava acontecendo ali? Tentei novamente puxar a porta que não se moveu, depois de alguns minutos eu já chorava e soluçava sem parar, a face de Didyme era a única coisa que se passava em minha mente, eu comecei a bater na porta sem me importar com o barulho que fazia, e para minha surpresa ela estava se abrindo pelo lado de dentro, logo reconheci as mãos que a empurravam, era Caius, ele sorriu para mim e deu espaço para que eu entrasse, dei dois passos para dentro da enorme sala, todos estavam lá, todos pareciam estar um pouco tensos por me verem, mas uma imagem em meio a eles chamou minha atenção, Marcus estava parado protetoramente na frente de uma silhueta que eu conhecia muito bem, Didyme deu um passo à frente do companheiro, seus olhos vermelhos cintilavam, mas o que fez minha respiração parar foi à mancha vermelha em sua blusa clara e o corpo que ela segurava em umas das mãos, um corpo humano, já sem vida. Didyme percebeu meu olhar e soltou o corpo que se espatifou no chão fazendo um som desnecessariamente atormentador, minha consciência se esvaiu, senti apenas duas mãos me pegarem antes que eu também espatifasse no chão.

 

     Minhas memórias voltavam aos poucos conforme acordei, ouvi Didyme e Marcus conversando em meu quarto, ´´talvez você deva deixa-lá mais com Eleazar, isso esta prejudicando você´´ Marcus dizia, ´´eu não posso eu a amo, ela é minha, é minha filha, meu bebê, não posso deixa-lá´´ Didyme soluçava, ´´Aro percebeu a força que esta criança esta exercendo sobre você, isso pode arriscar os planos dele para ela, ele não quer ter de matar a criança´´ ouvi um rosnado ´´Ele que nem pense em fazer algum mal a essa criança, ele que não pense nisso! Eu irei protege-lá, mesmo que isso custe minha existência´´, Eu podia sentir o tom ameaçador na voz de minha mãe, eu não conseguia crer como eu poderia trazer tantos problemas. Se aquilo tudo era minha culpa então talvez eu devesse tentar consertar as coisas, abri meus olhos e olhei para o lado, minha mãe estava parada a alguns passos da cama, Marcus se concentrava apenas na companheira, avaliando suas ações talvez, eu estendi a mãos em direção a ela que a pegou sem se importar com o que seu marido poderia pensar, passamos o resto do dia assim e a noite também, todas as vezes que eu abria meus olhos ela estava lá olhando para mim e acariciando meu cabelo, apenas depois do 3 dia foi que ela falou, ´´vamos embora daqui´´ eu não entendi o que ela queria dizer com aquilo, ´´vamos embora para longe desse lugar, vamos criar nossa própria família´´ ela pareceu incrivelmente feliz enquanto me dizia isso, eu não tive como não ficar também, aquilo poderia ser perfeito, ´´vamos fazer nossas malas meu amor, vamos! Quero deixar esse lugar o mais rápido possível´´ novamente eu podia ver em seus olhos um brilho que eu tanto amava.

 

Lina pareceu não gostar da parte que estava por vir, não demorou muito para que eu entendesse o motivo.

 

Claro que minha doce mente inocente na época realmente acreditava que poderíamos ser felizes juntas, fiz questão de esquecer aquilo que eu vira na outra noite, queria apenas ter uma família formada por mim, minha mãe Didyme e Marcus, ela também parei querer o mesmo, estava mais radiante do que de costume, arrumou nossas malas em um instante, eu tinha varias roupas pois ela sempre fizera questão de me vestir bem, porem ela disse que eu não precisaria levar tudo aquilo, ela pediu que eu ficasse no quarto enquanto ela ia conversar com Marcus, eu protestei, disse que não queria me separar dela, ela aceitou relutante e juntas fomos andando para o grande salão.

 

Quando chegamos lá apenas alguns estavam presentes, Aro e Caius estavam sentados em seus ´´tronos´´, as outras esposas que nunca fizeram questão de me cumprimentar estavam um pouco atrás deles imersas em algo, na sala ainda estavam Chelsea, Renata e Eleazar, Marcus se levantou e veio ate nós quando entramos dando um rápido beijo nos lábios de minha mãe, Eleazar que sorria para mim se levantou percebendo a tensão que estaria por vir, ele pediu a Didyme que deixasse eu ir me sentar ao lado dele ela não quis soltar minha mão nem por um segundo, ele insistiu mas um olhar furioso de Marcus fez ele voltar ao ponto de partida, ´´O que esta acontecendo minha irmã? Porque essa cara?´´ Aro perguntou, Marcus olhou para mim e para Didyme, eu ouvi ele dizer ´´Não, por favor´´ em um tom baixo, quase como um sussurro, Aro agora também estava de pé, Renata e Chelsea ficaram alertas, eu apesar de ser a única humana ali, podia sentir a tensão que emanava de Marcus. ´´Diga, qual o problema Didyme? Marcus?´´ O vampiro olhou para Marcus esperando dele a resposta mas foi minha mãe que a deu, me colocou atrás de Marcus e mandou que eu segurasse a mão dele, ela deu dois passos na direção de seu irmão com um sorriso preocupado.

 

´´Aro, meu irmão, meu tempo com vocês chegou ao fim, quero viver minha existência ao lado de meu esposo e minha filha, espero que não se oponha, nós ficaremos o mais próximo possível daqui, só quero ter a chance de dar a minha Lina uma visão do mundo alem dessas paredes´´ falou minha mãe.

 

Aro pareceu pensar um pouco, Caius riu, eu achei que tudo iria ficar bem mas infelizmente não foi bem assim, ´´Minha querida irmã não posso deixar que criaturas tão preciosas para mim irem embora dessa forma, nossa menina esta ficando mais velha a cada dia, logo poderá ser inteiramente uma de nos, ai depois disso poderá andar pelo mundo cumprindo nossos objetivos de paz, peço que você fique minha irmã, minha amada, mas se é sua decisão partir então peço que vá só e deixe Lina aqui, onde estará segura e será preparada para assumir sua parte nessa família, Renata´´.

 

A vampira Renata andou em minha direção mas foi impedida por Didyme que a agarrou pelo pescoço e a jogou contra a parede, a vampira rosnou mas minha mãe parecia não deixar se intimidar, Marcus deu um passo a frente em uma posição que eu jamais virá antes, suas costas estavam arqueadas para frente, seus dentes amostra e as mãos repuxadas em garras, parecia um animal prestes a atacar, todos se moveram perante a isso, eu fui empurrada para trás por Didyme que já largara Renata, eu podia ver que todos estavam prestes a lutar, mas eu não conseguia entender, lutar porque? Por mim? Eu não conseguia entender a forma como a mente daquelas criaturas funcionavam, tudo que pude fazer foi ficar ali, isolada, inútil.

 

´´Didyme não precisa ser assim, quer partir vá, mas deixe a menina, nós a encontramos, vá em paz, não vai querer criar problemas para você nem para Marcus´´ Aro agora também estava em posição de ataque, Renata e Chelsea estavam a seu lado, Caius andou um pouco para o lado com os olhos absortos em mim, esperando apenas uma chance para me atacar, Didyme tomou a frente e pediu a Marcus que ele me protegesse, ´´você não vai tirar minha filha de mim! Ela é minha!´´, Didyme rosnou ferozmente, todos estavam prontos para atacar mas Aro apenas levantou a mão limitando-os, ´´Pense bem Didyme, vá antes que seja tarde, mas apenas você irá, ninguém mais sairá daqui.´´, aquela foram as ultimas palavras antes que minha mãe saltasse para cima de Aro, todos se moveram mais rápidos do que meus olhos poderiam acompanhar, quando percebi Marcus me jogara para trás me salvando do ataque direto de Caius, minha mãe estava imobilizada nos braços de Aro enquanto Marcus lutava com Eleazar, minha primeira reação foi o medo, mesmo Marcus tendo me empurrado dois olhos vermelhos ainda me fitavam, Caius ria enquanto eu não sabia em que pensar, minha mãe parecia agora estar derrotada, Marcus se movimentava em sincronia com Eleazar enquanto Caius me olhava, faminto.

 

´´Salve- a Marcus, proteja nossa filha, salve-a!´´ O pedido de minha mãe foi interrompida por um tipo de chama que pareceu brotar do nada, agora Aro não a segurava mais, consegui ver apenas seus cabelos loiros queimarem enquanto seu grito assustador ecoava pela sala, não resisti e tapei meus ouvidos, agora eu realmente estava apavorada, mas a raiva tomara meu corpo me impossibilitando de continuar a tremer, Didyme estava morta, o fogo cessou em pouco tempo e suas cinzas meio azuladas pintavam o chão amarelado, fiquei de pé sem me importar com Caius que se preparava para me matar, eu sabia que provavelmente iria morrer ali, mas aquela raiva se transformara em fogo dentro de mim, esse fogo queria sair, agora eu estava dominada por meus instintos, me curvei para frente em protesto aos rosnados de Caius ele riu de mim, mas eu sabia que havia algo em mim que iria acerta-lo, talvez aquele fosse o talento que Aro falara sobre mim, eu não sabia como ele iria se mostrar ou se iria surtir algum efeito em Caius, mas eu queria muito poder machuca-lo.

 

Eleazar parou sua luta imobilizando Marcus que pareceu se concentrar em mim também, ´´Cuidado Caius´´ alertou Eleazar, Caius não se importou e saltou para cima de mim, eu coloquei minhas mãos para frente e as movi como se estivesse empurrando algo, eu não sabia o porque daquilo, apenas deixava que minha raiva me guiasse, um impulso saiu de minhas mãos, eu realmente estava empurrando algo, algo que eu não conseguia ver e aparentemente ninguém mais podia, mas eu sentia aquilo dentro de mim, sentia uma leve película em minha mãos impedindo o ataque de Caius, ele parou quando tocou a película, quando a empurrei ele foi para trás também, como se eu o tivesse jogado para longe, sua cabeça bateu no chão com força eu ouvi algo trincar mas depois percebi que havia sido o chão, Caius já estava de pé, seu rosto que antes era divertido agora era raivoso, seus lábios brancos estavam puxados sobre os dentes, suas garras estavam à mostra, ele rugia, mas eu não sentia mais medo, queria que ele viesse, seja qual fosse o poder que eu tinha eu iria utiliza-lo denovo ate que alguém desistisse, Didyme estava morta agora, minha mãe estava morta, eu não tinha mais porque permanecer ali, eles não me deixariam sair, então eu iria enfrenta-los, iria mostrar a eles o que dava criar uma cobra dentro de sua própria casa.

 

Caius partiu para cima de mim de novo, dessa vez eu estava mais concentrada eu sentia muito bem a força a minha frente, era como um escudo que me defendia novamente joguei esse escudo contra ele antes que ele se aproximasse de mim, ele rebateu no escudo e caiu em pé , seus olhos estavam negros de fúria, como um animal que tanto ansiava por sua presa, ele estava prestes a vir para cima de mim porem dessa vez Marcus o agarrou por trás e o jogou para cima de Aro que apenas se moveu para não ser atingido, o vampiro moreno agora estava em uma posse defensiva, estava se colocando entre todos aqueles vampiros e eu, jamais esperei essa atitude dele pois ate onde havia percebido nosso único elo em comum era o amor que ambos tínhamos por Didyme.

 

´´Já chega, Caius controle-se!´´ Exigiu Aro, agora com os olhos brilhando para mim, estranhamente eu via admiração em sua face. Eleazar foi ate Aro e estendeu a mão para ele, ele apenas tocou a palma com um dos dedos ´´Fascinante, incrível´´ ele repetia.

 

Marcus se moveu cautelosamente para mais perto de mim, eu relaxei quando suas mãos frias tocaram as minhas ele pareceu não se preocupar com o que eu acabara de fazer, ele ficou entre mim e todos os outros, mas o clima da sala pareceu se amenizar, Aro continuava a me fitar, feliz, Marcus estava irritado, eu via suas mãos tremerem de ansiedade enquanto Aro se aproximava de nós, talvez ainda me restassem forças o bastante para ferir Aro, mas eu não sabia de isso também não poderia acertar Marcus, meu ódio recuou, a estranha força que me dominara agora estava recuando, meu escudo estava se quebrando e junto com ele minha consciência, eu me lembro de me sentir tonta e de duas mãos frias me agarrarem antes que eu atingisse o chão.

 

Eu conseguia notar que essa era uma parte difícil para Lina explicar porem um lampejo de esperança inundou seus olhos quando ela repassa os acontecimentos seguintes.

 

Quando acordei descobri que se passara 4 dias desde a briga, Marcus estava sentado ao lado de minha cama, ele tentou demonstrar indiferença quando encontrei seus olhos, minha memória não demorou muito para voltar, lembrei de minha mãe sendo queimada, as lagrimas começaram a transbordar de meus olhos,um vazio em meu peito doeu, Marcus recuou com minha reação de agarrar minhas próprias pernas tentando fazer o buraco parar de doer, vi que aquilo não iria funcionar, uma nuvem negra de solidão estava tentando me dominar, minha Didyme agora não estava mais comigo, essa nuvem iria me vencer e tomar meu coração, iria cobri-lo com dor e sofrimento, eu procurei alguém em quem pudesse me apoiar, olhei para Marcus e estendi minha mão, ele não respondeu, quando me levantei ele recuou para longe, mas eu fui decidida ate ele eu não me importava com o que ele poderia pensar, me joguei em seus braços e deixei a nuvem negra me dominar, chorei alto e sem vergonha, eu sabia que ele provavelmente não me queria ali mas eu não pretendia sair tão cedo, eu queria alguém ao meu lado, senti o buraco em meu peito ficar frio, esse frio estava tentando tomar o resto de meu corpo, a dor da perda estava tentando me matar.

 

Marcus permaneceu parado feito pedra enquanto eu continuava sofrer, sua expressão era de dor, porem eu tinha certeza que ele não deixaria isso transbordar como eu, mas eu não conseguia agüentar, Didyme era tudo que eu tinha, ela era minha família, morreu para me proteger, morreu tentando me proporcionar uma vida calma, ela não me queria em meio a todas aquelas criaturas majestosas, um toque frio afanou meus cabelos, parei de chorar naquele instante, o choque daquela ação fora tão forte que não consegui impedir que meu queixo caísse, ele olhou para mim e num estalo se foi, eu abraça o vento, estava sozinha em meu quarto, deixei que a nuvem me arrastasse de volta para a cama, onde permaneci pelas próximas horas.

 

Quando finalmente consegui parar de chorar pensei em qual deveria ser meu próximo passo,eu com certeza tinha um dom acima do normal, mas será que apenas esse dom seria o suficiente para vingar minha Didyme? Eu deveria tentar, aquilo não poderia ficar impune, juntei todas as forças que tinha e caminhei para o grande salão, sabia que meu estava desgrenhado e meu estomago protestava de fome,mas não me importei, a única coisa que eu pensava era em minha Didyme, em seu grito sufocado antes de ser destruída por Aro, ele há de me pagar por isso, comecei a andar mais depressa, logo eu podia visualizar entre os túneis a silhueta da enorme porta de metal, meu coração começou a bater acelerado, eu sabia que não tinha a mínima idéia do que fazer, eu deveria apenas esperar que meu dom me ajudasse, mas eu não sabia como usa-lo, a porta estava fechada, nesse tempo que vivi com aquelas criaturas eu aprendi a ser forte o bastante para conseguir abri-lá ma ainda pensava no que faria depois de abri-lá, respirei fundo e toquei a borda do metal, mas antes que pudesse puxar senti o vento passar por mim como um tufão, quando parei vi que estava de volta a meu quarto, perto da porta Marcus me olhava, seus olhos normalmente vermelhos estavam negros, ele me olhava sem expressão alguma, sua mandíbula estava trincada.

 

-Porque fez isso? Eu vou vingar Didyme! Falei.

 

Ele ainda não se mexeu, apesar de ter percebido que falar em voz alta o nome de dela o fez estremecer. Ele foi ate a cama, dessa vez em uma velocidade comum e estendeu a mão para mim.

 

-Vamos dar uma volta. Isso não era uma pergunta.

 

Segurei sua mão e ele me levou ate uma parte dos túneis que eu nunca havia visto, era escuro ali, mas um luz no fim me chamou a atenção. Aquela era a saída.

 

-Por aqui eles não nos viram sair, mas não podemos deixar que eles sintam nossa falta.

 

Subimos pela abertura que ficava no teto, ela dava para um campo aberto, era noite, o ar estava frio, mas doce, Marcus me soltou sobre a grama e eu demorei algum tempo para conseguir me focar diante daquela bela noite, olhei para ele, ele parecia fitar o vazio, corri para uma parte da grama onde se concentravam flores amarelas e belas e me joguei sobre elas, eu senti o cheiro doce das flores, gargalhei com aquilo, eu não sabia porque mas gargalhei, me esqueci de todo o meu ódio e dor, brinquei sozinha durante horas na campina, Marcus apenas me observava sentado sobre uma arvore caída, eu não me importei com seus olhos sobre mim, há muito tempo eu não sairá da escuridão dos túneis e só agora que senti como era estar do lado de fora me dei conta de como isso me fez falta. Depois de algumas horas eu me sentei ao lado de Marcus, minha roupa estava suja e meu rosto suado, Marcus passou a mão sobre meu rosto, à sensação de seu toque frio sobre minha pele quente foi boa, porem quando uma brisa gelada soprou todo meu corpo estremeceu.

 

-Melhor descermos, você ira ficar doente.

 

A voz dele soava indiferente, depois me lembrei de uma duvida que me assombrava.

 

-Por que você esta fazendo isso? Perguntei, apesar de temer a resposta.

 

Ele olhou em volta, pareceu estar se certificando que ninguém nos ouvira, ele olhou para todos os lados, menos para mim.

 

-A ultima coisa que ela... que Didyme me pediu, foi que eu protegesse você, ela era... é, minha esposa, meu dever era protege-lâ, ela sabia disso, mas naquele dia... ela sabia o que iria acontecer, mas ainda sim, ela escolheu você, ela escolheu ser destruída do que permitir que alguém fizesse algum mal a você, eu não entendo o porque ela te amava tanto, isso é indiferente para mim, mas se ela escolheu você, se ela optou pela sua vida, tudo o que posso fazer agora é atender seu pedido, eu falhei em protege-lâ, por isso não vou falhar em proteger você, para mim você será a parte dela que ainda vive.

 

Um nó se formou em minha garganta, eu não sabia o que responder, fiquei apenas fitando o céu que ficava cada vez mais claro pelo sol que estava prestes a nascer, Marcus acompanhara meu olhar e nos dois ficamos ali parados.

 

Quando os primeiros raios atingiram meu rosto pareceram arder sobre minha pele morena que já não estará mais acostumada a ele, eu pretendia permanecer parada esperando ate que ele me esquentasse mas um brilho vindo de meu lado chamou minha atenção, olhei para Marcus e ele estava de olhos fechados, parecia estar desfrutando dos raios que atingiam sua pele e a faziam reluzir, pareciam diamantes, era belo, glorioso, me esqueci de como respirar e quando tornei a me lembra fiquei ofegante, ele notou a mudança e olhou para mim, sua mão seguiu ate meu rosto e seu toque frio pousou na parte abaixo de meus olhos descendo ate minha bochecha.

 

-Melhor voltarmos antes que mandem à guarda atrás de nós. Ele disse.

 

Eu não queria ir, queria protestar mas seu olhar cauteloso me fez ficar calada, apenas deixei que ele me levasse de volta para meu quarto.

 

-Nós voltaremos lá? Perguntei.

 

-Talvez, quem sabe, tudo depende de você.

 

Eu não entendi, e ele percebeu.

 

-Me prometa que não tentara nada contra Aro e nenhum membro da guarda. 

 

Dei dois passos para trás, incrédula, como ele poderia me pedir aquilo, eu jamais poderia perdoar Aro, eu estava decidida em mata-lo, isso poderia demorar mas um dia, no dia que eu fosse forte o bastante para tal, eu o destruiria.

 

-Como pode me pedir isso! Ele matou Didyme! É culpa dele! Jamais irei perdoa-lo!

 

Minha voz começou a sair mais forte e raivosa, ele a cessou levantando a mão para mim, pedindo que eu me cala-se.

 

-Não estou pedindo que você o perdoe, só não quero que você se arrisque, minha missão agora é protege-la, e para que eu possa fazer isso preciso que você me prometa que não fará nada impensado, você não deve enfrenta-lo, não enquanto for tão vulnerável, ele poderia destruí-la nesse instante se quisesse.

 

-Pensei que você fosse me defender, mas pelo que parece defende ele! Protestei.

 

-Estou defendo você de si mesma Lina, você vive em meio a criaturas frias, para que possa sobreviver deve aprender a se controlar, controlar seu humor.

 

-Como posso ficar menos vulnerável?

 

Marcus hesitou por um instante, agora seus olhos negros olhavam para mim, ele parecia pensar no que iria me dizer.

 

-Com o tempo certo você saberá como.

 

Eu sabia que ele não me contaria nada, mas para atrapalhar nossa conversa minha barriga roncou em protesto, me lembrei de que estava com fome, Marcus riu e se levantou.

 

-Sempre me esqueço que você precisa comer com freqüência.

 

O clima a nossa volta pareceu ficar estável, feliz de certa forma, para mim aquilo era estranho, mas ao mesmo tempo reconfortante, eu não estava tão sozinha quanto pensei que estaria sem Didyme.

 

Lina voltou à realidade da sala em que estávamos, ela olhou para Alex que se aproximou e a abraçou por tras de forma que sua cabeça ficou entre seus cabelos, ela sorriu e voltou a contar.

 

Depois de algum tempo consegui convencer Marcus a me ensinar como me defender, apesar de segundo ele, isso ser inútil contra a guarda, mas também com o tempo comecei a aprender mais sobre meu dom, eu tentava controla-lo apesar de ser difícil, aquilo exigia muito de mim, e eu podia ver que também exigia muito dele, a cada nós dois nos apegávamos mais um ao outro mas também a cada dia eu o via olhar para mim com olhos ferozes mas cautelosos, varias vezes eu percebia que ele se afastava como se algo em mim causasse repulsa nele.

 

Lembro de uma noite quando eu e Marcus voltamos à clareira para que eu pudesse ´´aproveitar minha infância´´, eu estava me sentindo cansada naquela noite então decidi me deitar para observar as estrelas, Marcus percebeu minha ação então colocou seu manto negro sob a grama fria, eu me deitei sobre ela e ele continuou sentado apenas observando meus movimentos.

 

-Eu gosto de vir aqui. Comentei, tentando puxar conversa.

 

-Por que? Ele perguntou.

 

-Aqui é fresco, calmo, um pequeno pedaço de paraíso.

 

Ele riu, levantei a cabeça para observa-lo.

 

-Qual a graça? Perguntei.

 

Ele tentou parar de rir, pareceu que eu havia contado alguma piada.

 

-Não é nada, é a forma como é fácil deixar humanos felizes, vocês se contentam com tanta facilidade.

 

            Eu deveria ter me ofendido com aquele comentário mas não me importei.

 

            -Em que lugar mais eu poderia estar feliz? Apesar de não ter minha mãe aqui a meu lado tenho você, a quem considero um pai, sei que fosse fará todo o possível para me fazer feliz, o que mais posso desejar?

 

            Ele parou de rir e assumiu um ar pensativo, ainda me encarava. Mas antes que eu pudesse perguntar algo uma sombra se aproximou de onde estávamos. Marcus ficou em uma posse protetora perto de mim.

 

            -Tenha calma! Sou eu.


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Notas finais do capítulo

Calma ao me matem... a historia ficou muito grande entao tive de corta-la... por isso tera o restante dela nos proximos capitulos...



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