– Pepper eu... O que esse gato imundo esta fazendo em cima da cama? – Disse ao entrar no quarto e se deparar com o pequeno felino sobre a cama do quarto de hospedes.

– Esse gato i-m-u-n-d-o agora tem nome Tony, ele se chama Lionel e está limpinho, ouviu bem?. – Pepper levantou-se irritada e pegou o gato no colo. – E pare de tratar ele dessa forma.

– Lionel? Hunf, nome ridículo para uma criatura ridícula. – Riu. - E eu trato gatos do jeito que eu quiser Pepper. – Cruzou seus braços e saiu da frente da porta para a ruiva sair. – Até porque ele está aqui contra minha vontade.

– Oh coitadinho do Príncipe Tony Stark. – Desdenhou. – Ele não gosta de animais na casinha dele, principalmente um gato feroz que pode dissolver as armaduras deles com sua visão a lazer. – Ela saiu pelos corredores, provocando-o e sendo seguida pelo mesmo.

– Eu não acredito que você prefere paparicar essa, essa... essa coisa nojenta e brigar comigo do que se livrar dele. Mande para a adoção, sei lá...

– Escuta aqui Anthony Stark, eu já ouvi o bastante entendeu? Eu não estou entendendo essa sua implicância com esse pobrezinho. – Chegaram na sala, onde tudo estava em sua perfeita ordem. – Tente pelo menos conhecê-lo melhor...

– Eu não quero um relacionamento com esse animal...

– Se eu tenho um relacionamento com um animal, porque você não pode ter?

– O QUE?

– É isso mesmo que você ouviu...

A discussão tomou um rumo de proporções catastróficas. E pobre Lionel. Ainda estava nos braços da dona, com as orelhinhas para trás e sentindo-se muito assustado.

“Mas afinal, o que esta acontecendo aqui?”

– E mande esse gato parar de miar ou eu sumo com ele agora!

– TONY! Você está irreconhecível. Preste atenção nas coisas horríveis que está dizendo?

– Preste atenção você! – Stark passou a mão sobre o rosto, tentando conter a raiva. – Estamos brigando por culpa de um gato...

Lionel então percebeu que a coisa esta bem feia, pois a discussão estava cada vez mais “quente” e Tony sempre apontava para ele. Pepper olhava para baixo, encarando os pequenos olhos castanhos, ela parecia triste e ao mesmo tempo muito brava.

“E eu não gosto de te ver assim...” – Balançou o rabo e estufou o peito. – “Não tema bela donzela. O gato de ferro ira protege-la” – E saltou do colo dela, caindo sobre as quatro patas, arrepiou todos os pelos e colocou as garras para fora.

Para ele tudo estava sendo como uma brincadeira. O Gato de Ferro contra o terrível vilão que quer machucar sua linda dama. E mesmo sentindo medo do “grande” homem rabugento e barbado, ele iria enfrentá-lo para proteger sua amiga. Então pulou na perna de Tony, agarrando-se na calça jeans com as garrinhas afiadas e fazendo sons estranhos com a boca.

– Está vendo Pepper? – Disse quando se assustou e lançou Lionel longe quando balançou a perna com força, por sorte o gatinho caiu no sofá. – Além de tudo ele é um animal agressivo! – Apontou com ódio para o Lionel. – Você vai sumir com ele o mais rápido possível.

Pepper estava tremula e com os olhos marejados, não sabia mais qual argumento usar para convencer Tony e a atitude do felino não colaborou muito. Ela olhou mais uma vez para Lionel e uma pequena lágrima escorreu por seu rosto. Moveu os lábios, desenhando palavras mudas na esperança de que o gatinho entendesse: “Me desculpe...”

– Ok Tony... – Pepper suspirou vencida. – Estou errada em achar que posso convencê-lo de algo. Só me de uma semana, uma misera semana. Só para que eu possa encontrar um bom lar para ele... por favor?

Tony sentiu um aperto no peito, arrependido ao se deparar com aqueles brilhantes e triste olhos azuis sobre os seus, mas não podia perdoar e nem voltar atrás, já que seu orgulho era grande demais para isso.

– Tudo bem Pepper. – Ele diminui o tom de voz e olhou Lionel sobre o sofá, onde estava encolhido próximo a uma almofada e parecia muito assustado. – Uma semana e não mais do que isso... – Ele então virou as costas para os outros dois e saiu muito abalado da sala, suspirou e deu uma ultima olhada para a ruiva antes de sumir pelos corredores.

– Vem aqui Lionel. – Pepper pegou-o no colo, acariciando da cabeça até a ponta da calda para tentar acalma-lo, pois estava com muito medo. – Vai ficar tudo bem, ok? – Depositou um leve beijo na testa dele. Ela caminhou com ele até a varanda próxima, onde foram banhados por uma linda noite de lua, quente e com uma brisa deliciosa acariciando os dois. Sentou em uma cadeira Ostra*, cheia de almofadas em cima e se encolheu entre elas. Abraçou o gatinho com um pouquinho mais de força, sentindo o cheirinho de talco do seu pelo e ganhando uma lambida na ponta do nariz como resposta.

Ela suspirou. – Ah Lionel, “mamãe” precisa conversar sério com você e espero que você entenda...