Ichigo nem chega a lembrar do desafio que o Ishida o fez, nem sobre o fato de ter que dizer o que sente pela Rukia até o final do dia. O máximo que vem a cabeça dele é o fato de estar tendo um encontro com ela.

–       Sabe Rukia, eu estava pensando, esses últimos dias apesar de todos esses ataques e tudo mais, eu acho que foram os melhores da minha vida.

–       Você acha? Tudo que você teve que passar desde que nos encontramos não acabou com há sua semana?

–       Que isso... Antes de ir para a escola no primeiro dia eu estava sem a menor vontade de ir, afinal, ter que aturar a mesma coisa mais um ano inteiro, eu não agüentava imaginar isso.

–       (Eu não esperava que ele tivesse tantos problemas assim).

–       Ao ver você entrando pela sala eu não tinha certeza, mas esperava que você pelo menos me desse uma chance de ser amigos.

–       Por que não seria sua amiga?

–       Muitas pessoas olham para mim e tem medo, outros sentem raiva por eu ser diferente.

–       Pelo menos você é uma boa pessoa. Eu sei que todos ainda iram vê-lo como alguém bom, mas se não pelo menos você pessoas em quem pode confiar.

 Ichigo nota que é verdade, apesar de ser temido por muitos, ainda tem pessoas que confiam nele. Ichigo e Rukia se levantam e vão indo embora, quando um sujeito dentro do restaurante sai correndo para cima deles, Ishida nota e tenta avisar o Ichigo.

–       Cuidado, Kurosaki.

 No que eles se viram a Rukia é carregada pelo sujeito e é puxada para fora do restaurante.

–       Desgraçado. – Ichigo se vira e vê ele levando a Rukia que começa a pedir socorro.

–       Vamos lá. – Ishida e os outros saem do esconderijo.

 Eles tentam segurar o sujeito, mas ele esquiva de todos e quando ele esta para fugir Ichigo quebra o vidro da janela do restaurante e acerta uma voadora no sujeito que cai e deixa a Rukia escapar.

–       Maldito, vai me pagar por isso. – O sujeito diz enquanto se levanta com muita dificuldade.

 Ele tenta acertar o Ichigo com uma faca, mas a Rukia acerta o queixo dele e o faz cair no meio da rua.

–       Vadia. Eu vou te matar ao invés de levá-la para o chefe.

–       Espera. – Ichigo diz e todos param onde estão. – Quem é o seu chefe?

–       Por que acha que eu te contaria?

–       Apenas diga.

–       Eu só posso te dizer que ele é alguém que conhece o grande lutador que Byakuya é, afinal, os dois se conhecem.

–       Como ousa dizer que o nii-sama conhece um seqüestrador. - Diz Rukia quase indo acertar o sujeito de novo, mas Ichigo a impede.

–       Muito obrigado pela informação. Eu ia te pedir para entregar a ele um aviso, mas eu vi que... Seria impossível...

 Ichigo olha para ele que finalmente nota que ele parou na estrada e um carro em disparada passa e o atropela.

–       ...Afinal, mesmo que sobreviva nem ira se lembrar sobre o que teria ouvido.

 Após o susto, o pessoal tem que descobrir o que dizer para eles.

–       Estávamos muito curiosos sobre esse encontro de vocês. – Diz Orihime.

–       Eu soube que o Abarai teve um imprevisto e não pode vir. – Diz Ishida tentando ver a reação do Ichigo sobre o encontro. Ichigo nota que o Ishida sabe de algo.

–       Bom, fora esse sujeito ter aparecido, foi legal. – Diz Rukia.

–       É, eu vou com você até a sua casa. – Diz Ichigo.

–       Ela não vai morar com você, Kurosaki?

–       Sim, mas decidimos passar um tempo na mansão Kuchiki.

 Todos se despedem, e Ichigo e Rukia vão indo para a mansão Kuchiki, afinal, depois de um encontro com um final assim eles merecem um descanso. Após terem passado alguns minutos contando o que houve para o Byakuya eles vão dormir.

–       Foi muito bom esse dia, Ichigo.

–       Eu também gostei muito.

–       Principalmente, quando você deu aquela voadora, eu queria ter visto a cena daquele idiota levando uma voadora nas costelas.

–       Eu imagino. (Quem diria que ela tivesse gostado tanto de como eu acertei aquele idiota). Pelo menos ele não vai vir atrás de você de novo.

–       Isso é verdade... Você acha que é verdade também o que ele disse... Sobre o meu irmão conhecer o chefe dele? – Rukia pergunta preocupada com a resposta.

–       Eu não conheço seu irmão direito, mas se ele o conhece é porque esse tal chefe sabe manter segredo disso.

 Ichigo nota que ela ainda se preocupa com isso e a segura pelos ombros.

–       Não se preocupe, seu irmão não se uniria a alguém que quer levá-la daqui.

–       Como você tem tanta certeza, você mesmo disse que não conhece o nii-sama direito.

–       Eu sei que seu irmão não seria um cara tão cruel e frio a ponto de acabar ferindo a própria irmã.

 Rukia nota que ele, apesar de não conhecer o Byakuya direito, entende disso por ter irmãs mais novas também. Em meio ao caminho para o quarto dela, Rukia se lembra de algo.

–       Ah é mesmo. Você queria me dizer algo lá no restaurante antes do garçom aparecer.

–       É mesmo. (Quer dizer que ela se lembra, mas e agora)...

–       O que você queria dizer naquela hora?

–       Bom... Eu queria dizer que... Rukia, eu... (Não consigo dizer, não consigo pensar no que dizer)...

 Ichigo desiste de tentar dizer algo e segura a Rukia e a beija. Depois ele não sabe o que ela iria fazer com ele, se bateria nele ou retribuiria o beijo. Mas ela faz algo que o preocupa mais do que ele poderia pensar ela apenas vai para o quarto dela.

–       Boa noite, Ichigo.

–       Boa noite para você também. (Droga, será que ela ficou irritada com isso).

 Rukia fica parada em frente a porta do seu quarto como se ainda estivesse tentando entender o que houve, o porque ele fez isso, e porque ela não sabe o que fazer.