Entrei em casa sem conseguir acreditar no que acabara de acontecer. Era engraçado porque eu nunca iria imaginar que um dia Ed me convidaria para sair com ele e menos ainda que ele roubasse um beijo meu na frente da minha casa. Entrei em casa lentamente e minha mãe devia estar no escritório trabalhando em outro projeto para sua loja de roupas.

Ainda trazia a mão na minha boca incrédula no que acontecia. Fui até o meu quarto, joguei a mochila em algum lugar e verifiquei o meu celular. Duas mensagens. Fiquei parada por um momento apenas observando o aviso que tinha duas mensagens não lidas. Abri à primeira, de Bianca.

“Não pude ir à aula hoje, tive que ir a um lugar com o meu pai. Temos que conversar.”

Achei estranha aquela mensagem, afinal, ela raramente faltava à aula e aquele “temos que conversar” era estranho. Depois eu vejo isso, pensei comigo mesma.

Passei para a segunda mensagem que havia chegado. Como eu imaginava, era um numero desconhecido. Meu coração bateu mais rápido, pois eu tinha certeza de quem era.

“Te vejo lá”

Era apenas o que estava escrito. Não entendia muito bem, mas mesmo assim fiquei feliz. Sorria para aquelas três palavras como uma idiota, mas não conseguia tirar o sorriso do meu rosto. Joguei-me na cama olhando para o celular. Não sabia o que responder então apenas o joguei do meu lado e me virei. Estava cansada e queria dormir e sem nem perceber acabei pegando no sono.

Acordei e já era 16h40 me assustei e pulei da cama correndo tomar um banho rápido, me arrumei mais rápido ainda e sai de casa já atrasada, afinal, eu tinha marcado com o Ed as 17h00 e eu tinha saído de casa as 17h10 e ainda tinha o caminho todo pela frente.

Chegando ao The McCarthy Center vi Ed sentado à mesa em um canto lendo algo que parecia ser uma revista. Andei firmemente com o meu coração disparando que eu mal ouvia as pessoas a minha volta. Parei na sua frente e ele me levantou o rosto na minha direção e seus olhos se iluminaram na hora e sorriu.

Sentei-me ao seu lado um pouco sem graça e mexia no meu cabelo negro.

- Desculpa a demora. – disse assim que me sentei. - Acabei pegando no sono e perdi a hora. – completei rindo.

- O importante é que você está aqui comigo. – Ele disse pegando na minha mão. Sorri e olhei para baixo automaticamente, como eu sempre fazia quando estava com vergonha. Nossos rostos foram se aproximando novamente e fechei meus olhos. Seu rosto estava próximo ao meu, eu conseguia sentir.

- Ed! – Ouvi alguém gritar do outro lado do The McCarthy Center. Abri meus olhos e ele se ajeitou na cadeira com uma cara não muito boa olhando para a loira que vinha em nossa direção sorrindo. Ela era pequena e magra com pequenos olhos verdes, longo cabelo loiro e sorriso largo. – Ed quanto tempo! – Disse ela o abraçando.

- Oi Maggie. – Disse Ed desinteressado. Cruzei os braços sobre a mesa e olhei para Ed e depois para Maggie.

- Oi, sou Maggie. – Ela estendeu sua mão em minha direção e eu a cumprimentei um pouco automática. Ed nos observava como se tivesse medo de que algo fosse acontecer.

- E eu sou Luci. – Disse soltando a mão dela olhando para o chão.

- Eu e Ed somos amigos de infância. – Ela nos olhava e sorria feliz em vejo, presumia. – Nós éramos namorados no primário. – Ela ria como se fosse uma piada engraçada, mas eu, não achava graça nenhuma. E Ed sorria para não a deixar sem graça. Ele levantou a sobrancelha ao me olhar e senti-o pegar na minha mão, por baixo da mesa. Meu coração gelou e sorri, corando, para ele.

Ouvi o barulho da porta se abrindo, já que a lanchonete estava vazia e silenciosa. Olhei tentando ver quem acabava de entrar. Não conseguia ver seu rosto, apenas que era um rapaz. Não dei muita atenção e voltei a olhar para Maggie que tinha uma expressão alegre, mesmo que ainda não sorria.

- Então, Maggie, por onde você andou? – Perguntou Ed deixando o silencio de lado e apertando minha mão.

- Estive em Londres. – Disse avoada. – Meus pais foram trabalhar lá. Voltamos ontem, vamos ficar por um mês, eu acho.

Ainda bem que é só por um mês, pensei. Não gostava do fato de ter uma ex-namorada do Ed na minha frente querendo fazer amizade. Na verdade, eu acho que estava me sentindo ameaçada. Ela era mais bonita que eu e parecia ser mais segura de si do que eu sou e ela era uma velha amiga de Ed, ou melhor, um velho amor.

Olhei para frente e vi que Corey estava em minha direção. Arregalei meus olhos, incrédula do que estava acontecendo. Eu estou aqui para ficar com Ed, não para encontrar com Maggie ou Corey.

- Oi, Luci. – Corey sorria e sentou-se junto a nós. Ed parecia desconfortável e fez uma cara feia, como que se não quisesse que ninguém estivesse lá, só nós, mas eu também queria isso e parecia que as pessoas resolveram nos interromper hoje.

- O que você faz aqui?- Soltei sem querer e depois senti que estava sendo um pouco rude.

- Vim comer algo e encontrei vocês aqui. – informou-me um pouco sem graça. – E você, quem é? – Disse dirigindo-se a Maggie

- Maggie. – Disse ela corando.

- Sou Corey. – Ele apertou a sua mão esquecendo que eu e Ed estávamos lá. Senti Ed chegando mais perto de mim e se aproximando do meu ouvido.

- Quer ir embora? – Sussurrou no meu ouvido.

- Adoraria. – silibei olhando em sues olhos. – Gente, temos que ir. – Disse aos dois. – Até mais. – Eu e Ed nos levantamos, e para a minha surpresa, Ed continuou com a sua mão na minha. Percebi que Maggie e Corey, principalmente Corey, olhava fixamente para nossas mãos.