Fogo Na Água escrita por Laís Oliveira


Capítulo 3
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Quero agradecer à cleinha bieber cullen, Breakingdawnlove e daianebella pela reviews deixadas no capítulo anterior!
Aqui já está marcando dez leitores e quatro favoritos, isso significa que menos da metade está comentando! Então como castigo - sou má - o capítulo vão vai ser tão grande como eu planejei kkkkkk.
Eu sei que é chato, mas a fic é movida a reviews e eu preciso da opinião de vocês para continuar.
Então fantasminhas, por favor, heim!
Nos vemos nas notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/302254/chapter/3

EDWARD POV.


Peguei a folha da mão de Bella e por consequência nossa pele entrou em contato, não sei o porquê, mas senti um choque correr por toda a extensão do meu corpo e claramente não consegui desfaçar, então quebrei nosso contato imediatamente.

Antes de ler a carta olhei no fundo dos olhos chocolates a minha frente, e por ajuda de uma força sobrenatural eu não consegui desviar meus olhos do dela, Bella parecia sentir a mesma coisa. Ela piscou e isso bastou para que nós voltássemos à realidade. E então eu li.

Aquela carta fora à resposta de todas as minhas perguntas que pairavam em minha mente assim que Bella chegou. Tudo o que eu precisava para me tonar um homem poderoso estava logo à minha frente, duas garotas sozinhas e indefesas preparadas para a morte, essa era a oportunidade que eu esperava desde que soube dos negócios de meu pai.

Dobrei a carta calmamente e fechei os olhos. Era tão fácil, estava tudo em minhas mãos bem embaixo do meu nariz e eu não precisaria fazer muito. Eu iria entregar Isabella e sua irmã para Carlisle, eu precisava fazer isso. Era necessário, era o meu maior objetivo que estava em jogo. Abri os olhos e novamente a olhei intensamente, tentando a todo o custo enxergar sua alma.

– Eu preciso da ajuda de seu pai. – Bella avisou-me incerta.

– Ele não pode te ajudar. – Respondi friamente.

– Como ele não pode me ajudar? – Bella perguntou-me se alterando – Não vai me dizer que seu pai é amigo da onça e vai me deixar morrer com Savannah.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a porta da sala foi aberta e para o meu total azar era Carlisle quem acabara de chegar. Ele olhou-me sem entender nada e depois desviou o olhar para Bella e Savannah. Carlisle sorriu tão largo que seu sorriso poderia facilmente chegar até a sua testa. Pude ver seus olhos brilharem intensamente, sua expressão era de puro prazer e de dever cumprido.

– Oi Carlisle! – Bella o cumprimentou sem se levantar do sofá e continuou – Você lembra-se de mim? – Era fácil identificar o nervosismo em sua voz.

– Mas é claro que eu me lembro de você! Como é bom revê-la novamente querida. A que devo a honra? – Meu pai soou tão naturalmente que por um momento me assustou.

Eu já havia decidido o que fazer, mas quando eu percebi que Bella estava prestes a abrir o jogo com Carlisle eu tive que agir rápido. Eu nem sabia o porquê iria fazer o que estava em minha mente, mas iria fazer, e se eu me arrependesse depois, que seja.

– Bella queria nos ver novamente pai, não é Bella? – Perguntei lançando um olhar intimidador para ela.

– Na verdade... – Ela continuou.

– Na verdade nós estávamos de saída, ela quer mostrar à irmã dela, Savannah, a escola onde estudou os primeiros anos. Vamos Bella, Savannah? Antes que fique muito tarde. – Eu disse me levantando e passando a mão pelo bolso traseiro para conferir as chaves do volvo.

Ninguém se moveu. Bella permaneceu na mesma posição olhando-me interrogativamente assim como Savannah.

– Estaremos de volta em breve pai, aí vocês podem conversar a vontade. – Menti descaradamente.

– Eu... – Bella continuou.

Céus, ela não estava ajudando em nada, eu tive que pegar em sua mão e praticamente arrasta-la porta afora enquanto Savannah nos seguia. Senti a sensação estranha de minutos atrás e não pude ignorar, era uma sensação deliciosamente boa.

Chegamos à frente da casa onde tinha uma picape vermelha muito feia e velha. Só poderia ser de Bella.

– Essa lata é sua? – Perguntei incrédulo.

– Primeiro: sim, esse carro – Ela enfatizou o carro – É meu, o respeite, por favor, antes que eu quebre a sua cara. E segundo, o que pensa que está fazendo? Você quer que eu morra com a minha irmã? Por que seu pai não pode nos ajudar? E pra onde estamos indo? Eu preciso voltar e falar...

– Cale a boca, pelo amor de Deus, Isabella! – Ralhei ao lado dela. A essa altura nós chegávamos à picape, não poderíamos ir com o meu volvo e deixar a lata velha aqui. Para minha sorte o carro estava aberto com a chave em cima do banco do motorista.

– Não me chame de Isabella! – Resmungou enquanto eu abria a porta do carona e praticamente a jogava dentro.

– Isabella! – Provoquei.

– Para!

– Isabella! – Provoquei novamente e dessa vez eu ri, mas o nervoso se mostrou presente em minha voz.

– Savannah, entre também. – Eu disse.

Savannah deu a volta no carro e entrou pelo lado do motorista, eu entrei em seguida me sentando no banco do motorista e ela ficou espremida entre mim e Bella. Vi Bella empurrar a garota propositalmente e ela bufou rolando os olhos.

– Por que você deixa Bella fazer isso menininha? Se eu fizesse isso com Alice ela enfiaria minha cabeça no pescoço. – Falei tentando soar divertido.

– Eu não me importo. – Savannah deu de ombros.

Resolvi não insistir, afinal não era hora nem lugar. Dei partida na picape que por sua vez engasgou umas quatro vezes antes de sair do lugar, Bella deveria estar pagando todos os pecados por dirigir aquilo. Pude observar pelo retrovisor Carlisle chegar à porta por onde nós saímos e observar o carro de distanciando cada vez mais de casa.

– Para. Onde. Estamos. Indo? – Bella perguntou impaciente e pausadamente batendo as unhas no vidro da janela. – Você é louco ou o que?

– Você que é louca de aparecer aqui. – Soltei o que veio a mente, me arrependi logo em seguida, ela não iria entender até que eu explicasse a situação desde o início. Dedici que iria explicar.

– Tudo bem, então você vai me levar para Port Angeles para sua família não correr risco de morrer e voltar como se nada tivesse acontecido? Como se eu não fosse nada para você? – Bella se calou rapidamente como se tivesse dito algo proibido. Eu senti que a ultima pergunta continha um significado a mais. Qual seria?

– Eu vou te levar para Port Angeles. – Apenas afirmei.

– Que porra! Não existe mais amigos nesse mundo, ninguém em que se possa confiar ou isso é um carma exclusivamente meu? Meu pai me larga, minha melhor amiga praticamente me expulsa da casa dela e agora você, você está impedindo seu pai de me ajudar. Eu não acredito nisso, Edward! Eu não esperava isso de você! – Bella acusou-me completamente exaltada, como se eu fosse a pior pessoa do mundo.

Meu sangue ferveu. Como ela poderia me acusar dessa maneira sendo que eu estava tentando ajuda-la? Estava levando ela e sua irmã para longe do perigo sendo que eu estava destinado a destruí-las?

– Você nunca deixou de ser irritante, não é? Cala a boca! Merda! – Gritei furioso.

– Não me mande calar a boca! Você é quem não muda, na verdade eu nunca deixei de odiar você, eu te odeio! – Bella gritou de volta e mesmo sabendo que ela não me odiava realmente, as palavras me magoaram de forma que eu não esperava.

Respirei fundo e não disse mais nada. A essa altura já estávamos na saída da cidade de Forks e me dei conta que durante a discussão toda Savannah não se impôs, ela ficou alheia a tudo, como se tivesse medo. Senti-me culpado, ela era uma criança e não merecia ouvir a discussão protagonizada por uma desmiolada como Bella.

Ficamos em silencio por um bom tempo, em alguns momentos eu olhava de soslaio para Bella e percebia a humidade em seus olhos, mas quando ela se dava conta das lágrimas rapidamente as secava com a manga da blusa.

– Realmente, você está me levando de volta a Port Angeles. Obrigada por me dar uma sentença e morte, Edward.

– Cala a boca Bella. – Uau, quem disse isso foi Savannah.

– Pirralha exibida. – Bella resmungou e eu prendi o riso na garganta. Comecei a gostar da mini miniatura de Bella.



Horas mais tarde chegamos ao meu condomínio, entrei na garagem e estacionei a picape ridícula na vaga do meu impecável volvo que ficara na casa de me pai. Notei que Savannah dormia.

– Que lugar é esse? – Bella perguntou-me curiosa.

– Meu apartamento é aqui. – Falei simplesmente.

– E porque eu estou aqui? – Bella me perguntou arqueando a sobrancelha; sinto dizer que sua face estava adorável daquela maneira.

– Vocês – A corrigi, me referindo a ela e Savannah – estão aqui por um motivo que eu não posso explicar agora, mas tenho certeza que você vai me agradecer muito quando souber.

– Eu não posso ficar em Port Angeles. – Bella disse cruzando os braços como uma criança birrenta.

– Você não vai ficar necessariamente em Port Angeles, você vai ficar trancada no meu apartamento. – Falei normalmente saindo da picape.

Assim como eu, Bella repetiu o movimento e saiu da picape caminhando à minha direção, claramente me peitando. Ela era minúscula, eu precisava praticamente olhar para baixo para enxergar seu rosto.

– Como? – Ela perguntou indignada a centímetros de mim. Ri da cena, uma gatinha raivosa.

– Podemos subir Bella? Eu juro que eu conto tudo assim que subirmos.

Bella pareceu pensar, mas logo arriou os ombros empinados e cedeu. Savannah ainda dormia no carro, então num ato impensado a peguei em meus braços caminhando ao elevador.

– Ela pode ir andando. – Bella disse friamente ao meu lado.

– Aposto que você queria estar no lugar dela. – Falei apenas para provocar, mas Bella corou em dez tons de vermelho com o que eu disse. Ri internamente.


Apertei o vigésimo terceiro andar e chegamos ao meu apartamento em menos de um minuto, quando Bella entrou ficou observando cada detalhe, completamente curiosa como ela sempre foi.

– Aqui tem uma sala, banheiro social, três suítes para hospedes exceto a minha. Cozinha, escritório, sacada, biblioteca e acho que só. Não é grande, mas dá para se virar aqui. – Falei dando de ombros.

– Eu quero saber por que estou aqui. – Bella questionou-me novamente, isso estava me irritando.

– Espere um pouco, vou colocar Savannah no quarto. – Falei me retirando.

Coloquei Savannah na cama de um dos quartos de hospedes e sem querer fiz alguns nós em seus cabelos enormes. A olhei dormindo e realmente, ela era uma mini Isabella. Voltei para a sala e Bella estava sentada no sofá cor creme que tinha um formato L, sentei-me também ao seu lado e apoiei os cotovelos no joelho levando as mãos à cabeça, eu precisava pensar.

Eu era acostumado a passar por cima das pessoas para alcançar meus objetivos e Isabella era a minha única saída para conseguir o que eu tanto ansiava; mas seria eu capaz de cumprir o que fora determinado a mim a entregando juntamente com sua irmã para a morte? Fechei os olhos e lembrei-me de palavras velhas ditas por mim num passado distante para Isabella, “Eu não deixaria ninguém machucar você”, e agora estou eu cá, marcado para destruí-la.

Mas eu não contava que quando meus olhos cruzassem com os dela novamente eu estaria disposto a desistir de meu maior objetivo para mantê-la a salva. E consequentemente sua irmã também.

– Por favor. – Bella sussurrou ainda com os olhos nos meus.

– Carlisle não pode ajudar você. – Falei também num sussurro. Como eu diria toda a verdade a ela?

– Por quê? – Bella perguntou-me e eu podia ver a dor em seus olhos.

– Seu pai é viciado em jogos. – Falei friamente.

– Como? – Um mar de confusão atravessou sua face e eu só sei que não gostava de vê-la assim.

– Seu pai é viciado em jogos, Bella. E meu pai é dono de uma casa de jogos clandestino onde o seu pai está devendo muito dinheiro. Ele não tinha como pagar então fugiu as deixando para trás, ele está sendo vigiado.

A expressão de Bella não mudou um segundo sequer, ela tentava absorver as palavras ditas por mim a qualquer custo.

– Isso é mentira. – Ela sussurrou.

– E meu pai quer você e Savannah, ele quer matar vocês e depois Charlie em forma de vingança, ele sempre faz isso com quem ‘deve’ para ele. É uma forma de dizer que ninguém pode mexer com um Cullen. Por isso que eu te trouxe para cá, ele iria fazer o que está em mente.

– Mas... Ele é amigo do meu pai, Charlie me mandou vir procura-lo... – Bella balbuciava completamente desconcertada.

– Foi Carlisle quem apresentou os jogos para Charlie, e meu pai não é amigo de ninguém.

– Você não está metido nessa sujeira, não é, Edward? – Bella me perguntou com a voz falha. Sua voz demonstrava medo, tensão, e eu tive vergonha de dizer a ela que tudo o que eu mais queria era fazer parte daquilo tudo.

– Me diz, Edward! – Bella gritou levantando-se do sofá e ficando de frente para mim. Ela passava a manga da blusa inutilmente nos olhos para impedir que as lágrimas caíssem por seu rosto.

– Eu... Eu não sei Bella. – Falei incerto.

– Quem ia atrás de mim? Me diz, por favor. – Bella questionou-me em um tom mais baixo.

– Eu é quem iria atrás de você.

Bella deu dois passos para trás instintivamente e arregalou seus grandes olhos chocolates na minha direção. Eu queria dizer que eu não iria fazer nada para machucar ela e Savannah, mas nenhuma palavra veio à minha mente.

– E então eu estou aqui para você colocar o ponto final nisso tudo, não é? – Bella perguntou-me sorrindo ironicamente.

– Não seja idiota, Bella! – Levantei-me indo a sua direção e ela novamente caminhou para trás se chocando com a parede. – Se eu quisesse colocar o ponto final nisso tudo eu não teria ao menos trazido vocês para cá, não vê isso? – Indaguei furioso. – Eu estou encrencado, muito encrencado agora, porque eu não sei a merda de história que eu vou inventar ao meu pai para nunca mais encontrar você e sua irmã, afinal ele já viu vocês e obviamente vai desconfiar que eu esteja traindo a confiança dele!

– Então acaba com isso de uma vez, só deixe Savannah ir embora, por favor!

Surpreendi-me. Mesmo estando com Bella há apenas algumas horas era perceptível saber que ela odiava a irmã mais nova com todas as forças, e pedir para que eu salvasse a vida da garota era no mínimo estranho.

– Eu não vou acabar com isso. – Falei convicto.

– E por que não? – Os olhos de Bella já estavam vermelhos.

Surpreendi-me pela segunda vez. Eu não sabia ao certo porque estava quebrando todas as regras somente para não deixar matarem a garota que eu odiava e amava na infância. A essa altura eu estava a centímetros de Bella, não percebi que enquanto nós discutíamos eu me aproximava cada vez mais dela por puro instinto. Em um ato impensado tomei Bella em meus braços e a abracei fortemente. Embalei seu corpo pequeno contra o meu e apoiei meu queixo em sua cabeça enquanto ela passava os braços por minha volta e chorava tudo o que estava dentro dela.

– Isso é tão sujo. – Bella disse em meio aos soluços que cortavam sua garganta.

Eu nada disse, e pela primeira vez olhando de fora eu perguntei-me se aquela vida realmente valia a pena. Coloquei-me no lugar de um amigo, familiar ou irmão que teve a vida de alguém que ama tirada por outra pessoa por dever dinheiro. E novamente pela primeira vez eu me senti péssimo ao querer fazer parte do negócio de meu pai. Era sujo.

A realidade me caiu como um soco no estomago. O meu maior problema seria meu pai, eu sabia que quando ele tomasse conhecimento de minha decisão eu poderia me considerar um homem morto. Eu não duvidava que ele tivesse a capacidade de matar seu próprio filho. Eu teria que omitir esse fato.

Eu queria entender o que me fez decidir largar tudo o que eu queria para proteger Bella e Savannah, mas eu não conseguia encontrar um concreto. Era tudo muito novo para mim, pensei que talvez eu nunca entendesse o motivo da montanha russa repentina na minha vida.

E por ultimo pensei em minha mãe, onde quer que ela estivesse talvez teria orgulho de minha escolha, de proteger a garotinha que ela tanto gostava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então pessoal? Vamos aparecer e comentar bastante, sim? Se me deixarem bem feliz, o próximo capítulo sai muito em breve!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fogo Na Água" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.