Capítulo 2

Parte 1 – Hayley Tonkin

Ah, como era bom estar de volta às aulas! Desculpem, não era bom, mas a minha primeira aula seria Inglês Avançado, e o que isso significava: a Miss Pearl era quem dava a aula, e só por acaso eu tinha uma desavença com ela desde o meu primeiro ano, por isso, na noite das partidas, eu coloquei pastilha elástica na cadeira dela e cola invisível no apagador, que devia de estar ainda um pouco líquida porque ainda nem tinham passado 48 horas.

Sentei-me logo na última fila e cruzei as pernas. Um marado qualquer olhou para mim e eu revirei-lhe os olhos.

-Não sou um poster para ser observada dessa maneira. Vira esse olhar estrábico para outro lado.

Ele olhou-me com cara feia, mas resultou. Virou-se para o lado e cumprimentou um amigo dele. Elena entrou na sala, e Stefan seguiu-a. Voltei a revirar os olhos. Estes dois tinham uma química estranha, mas jamais iriam admitir isso. Pior de tudo, era que ao longo destes dois anos mal tinham trocado meia dúzia de palavras!

Miss Pearl entrou, e colocou a sua pasta em cima da mesa. Oh, eu ia divertir-me imenso com isto!

Parte 2 – Kol Mikaelson

Pisquei o olho a Amber, e ela corou. Ah, como eu ia ter saudades disto! Mas vamos admitir, as universitárias eram muito mais atraentes. E tinham experiência. E as festas.

-Mr. Mikaelson, tem a resposta? – perguntou o professor, e eu olhei para ele.

-Não, professor, mas tenho a certeza que ma vai dar – respondi, sorrindo debochado.

Ele sorriu. Sabem aquele sorriu de professor que vos mete medo porque nunca sabemos no que eles estão a pensar, mas que coisa boa não vai sair daquelas bocas? Pronto, era esse sorriso.

-Mr. Mikaelson, não irá passar a Física se não se esforçar. Não vou ser tolerante este ano.

-E quando o foi? – pronto saiu-me. Mas não me arrependi.

Ele sorriu. Outra vez aquele sorriso, mas mil vezes mais arrepiante.

-Parece que vamos começar bem, Mr. Mikaelson. Detenção depois das suas aulas.

-Com todo o prazer, senhor professor.

A turma riu e eu também, mas no fundo, estava furioso com aquele velho chato.

Parte 3 – Caroline Forbes

A campainha tocou e eu saí da aula com os verbos e advérbios de Espanhol a pairar ainda na minha mente.

-Caroline!

-Hola – disse e ri para Elena, a minha amiga. – Desculpa. Tive…

-Espanhol – completou ela. – Tens algum tempo livre agora?

Olhei para o meu horário.

-Sim, tenho. E depois Inglês.

-Argh, eu acabei de ter. Nem imaginas o que a Hayley fez à Miss Harper.

-Isso cheira-me a fofoca – afirmei, sorrindo. – Vamos encontrar Bonnie e ver se ela tem este tempo livre como nós?

-Ali! – Elena apontou para o fundo do corredor. – Bonnie!

A nossa amiga olhou para nós e acenou antes de entrar para uma sala.

-Parece que não. Onde vamos? Para o sítio do costume? – perguntei.

-Vamos – disse ela, e saímos do edifício. Tínhamos cinquenta minutos para nos divertir-nos.

O meu telemóvel deu sinal, assim como o de Elena e de alguns alunos que estavam a correr para a próxima aula. Olhei para ela e suspirei. Tirei o telemóvel da mala e li a mensagem:

Parece que Hayley voltou a fazer das suas. Querida, devias deixar Miss Pearl em paz, afinal, ela é apenas uma velha senil. E Kol, ainda não percebeste que a detenção é uma ótima maneira de perder tempo enquanto se fazem amigos delinquentes?

Vocês sabem que eu descubro sempre tudo. XOXO

Virei-me para Elena. Ela tinha os olhos arregalados e suspirou.

-Parece que temos a fofoqueira de novo na escola – comentou ela.

-E que pelos vistos tem muitos corpos, para estar em duas turmas ao mesmo tempo.

Acenei com a cabeça, concordando com a linha de pensamento dela. Saímos da escola e sentámo-nos nos dois baloiços que havia num parque infantil a dez minutos de caminhada da escola.

-Então, conta: o que fez Hayley?

-O costume: colocou pastilha elástica nas pernas da cadeira de Miss Pearl, por isso, quando ela arrastou a cadeira, a pastilha esticou toda e sujou o chão. Uma nojeira. E depois, colocou cola no apagador, e como ainda não tinha secado completamente, a mão da Miss Pearl ficou toda pegajosa. Acho que nem daqui a uma semana ela conseguirá ver-se livre daquela cola.

Gargalhei.

-Tenho pena da Miss Pearl.

-Eu também – concordou Elena. – Conta-me: como foram as férias em Hampton?

-Horríveis – murmurei. – Quero dizer, Steven é muito simpático e acredita, é muito educado comigo e tratou-me como se fosse filha dele. Acho que é isso que me assusta: ele ser tão perfeito. Não consigo odiá-lo, e por isso, não consigo odiar o meu pai pelo que fez.

Elena acenou.

-Lamento, amiga.

-Mas ao menos tive tempo para apanhar um pouco de sol!

Ela arregalou os olhos.

-Já sei! Assim que acabarmos as aulas, vamos à cascata!

-Elena, temos a Noite da Fogueira hoje. E não te esqueças que hoje são as audições para as chearleaders e como finalistas somos nós as avaliadoras.

O seu sorriso desanimou.

-Pois é. Queres vir vestir-te a minha casa para logo à noite?

-Claro.

Passava-se algo com Elena, uma tristeza estranha que nunca tinha visto nela.

-O que se passa, Elena?

Ela olhou para o nada.

-Viste a Rebekah?

Oh, era isso.

-Sim, vi.

-Ela está tão diferente. Parece mais má.

-Elena…

-Eu sei, eu sei! Nós não devíamos de lhe ter feito aquilo, mas… o que se passou nas nossas cabeças naquele dia? Jogo da garrafa com uma miúda que é dois anos mais nova do que nós?

-Se te faz sentir melhor, não fomos nós que corremos para o Stefan a dizer-lhe – toquei-lhe no ombro, e ela sorriu um pouco.

-Eu sei. Só que… Eu bem que podia ter sido um pouco mais compreensiva.

-Elena, pensa desta forma: é só mais este ano e depois deixas de a aturar por mais dois anos.

-Devíamos voltar.

-É – concordei e levantámo-nos.

-É verdade, o que era aquilo da detenção do Kol?

-Não sei, mas vou descobrir agora a Inglês.

©AnaTheresaC