Capítulo 17

Parte 1 – Bonnie Bennett

-Caroline, olha para isto – disse quando cheguei perto da minha amiga, que estava com o irmão mais novo de Kol, Klaus.

Kol era um chato, não me deixava sozinha nem um segundo, tentando sempre colocar as suas mãos no meu corpo. Eu nem sabia como é que não fui capaz de o reconhecer na discoteca, mas o mal estava feito e não podia fazer nada.

-Bonnie, tudo o que vejo são números e nomes estranhos – afirmou Caroline, olhando-me como se fosse louca.

-Não é isso – contrapôs Kol. – Aqui diz que o endereço de IP é da escola.

-E?

-A mensagem foi mandada dos computadores da escola – completou Klaus.

-Exatamente – confirmei. – Existem duas salas de informática que permitem aos alunos o acesso á internet.

-Vamos verificar – sugeriu Klaus, sério e eu acenei com a cabeça. – E depressa.

Pegou na mão de Caroline e saíram os dois do ginásio pela porta situada a Este. O telemóvel tocou e recebi outra mensagem anónima.

Aqueles era o casal Klaroline de mãos dadas? Oh My, este Baile tem muitas informações que eu perdi!

Olhei em redor, assim como Kol. Estava a sentir-me sufocada. Estavam todos com os telemóveis, nem uma exceção. Conhecia todos dali, pessoas que supostamente confiava.

-Também há alguém aqui na festa – sussurrou Kol ao meu ouvido, fazendo-me arrepiar. Ele não tinha noção das coisas que aconteciam comigo quando falava com aquele tom mandão. – A perspetiva da foto diz que foi tirada… ali.

Apontou para o lugar da mesa do ponche, onde estava um rapaz com um casaco com capuz preto.

-Kol – apertei o seu braço com força.

Ele olhou-nos de lado e desatou a correr!

-Parem-no! – gritou Kol com a sua voz grave, correndo destemido atrás do encapuzado.

-Eu sabia que devia de ter trazido os meus sapatos de salto alto especiais para perseguições – resmunguei e comecei a correr atrás deles.

Parte 2 – Caroline Forbes

-Klaus – chamei-o baixinho, olhando pela pequena janela da porta que dava acesso á sala de informática.

Ele espreitou lá para dentro e abriu-a de rompante e com violência.

-Ei, tu! – estava encapuzado, mas as suas pernas estavam à mostra, o que denunciava que era uma rapariga.

Não se virou, apenas parou de teclar e depois discou o enter. O meu telemóvel deu sinal e eu abri a mensagem.

Casal Kennett a sair do ginásio em busca de alguém. Quem quer apostar que ainda não é hoje que eles me encontram?

Ela afastou a cadeira rudemente, deixando-a cair no chão com um estrondo. Klaus tentou apanhá-la e ficou apenas entre eles uma mesa. Ela desviou-se e impeliu o computador para a frente e este caiu no chão junto com Klaus. Ele levantou-se com agilidade e correu atrás dela, que estava cada vez mais perto da porta de saída.

-Nem penses! – gritei, colocando-me entre ela e a porta, mas empurrou-me com força e eu bati no vértice da mesa, caindo de seguida no chão. Malditos saltos que não equilibravam nada!

-Caroline! – exclamou Klaus, dobrando-se sobre mim e ajudando-me a levantar.

-Maldita vadia – afirmei, olhando para a porta aberta, furiosa.

Parte 3 – Kol Mikaelson

Entrámos no balneário masculino. Sabia que já não havia forma de o tentar deter porque ele podia fugir pela saída de emergência, mas ninguém conhecia aquele lugar como eu. Corri pelo corredor principal e como previa, a porta da saída de emergência tinha sido aberta.

-Raios! – gritei, batendo com tudo nos cacifos.

-Kol! – exclamou Bonnie, chocada por ter visto o meu lado mais violento.

Olhei para ela, desesperado.

-Isto podia estar tudo acabado! – gritei para ela, que se encolheu. – Raios! – voltei a dar murros nos cacifos.

-Ei, Kol! – gritou ela, pegando num dos meus braços e depois conseguindo apanhar o outro. Colocou as suas mãos no meu rosto e eu tive que me curvar para a encarar.

-Nós vamos sobreviver a isto. Nós sempre sobrevivemos aos boatos, desta vez não será exceção.

-Sabes que os rumores vão continuar, não sabes? E agora seremos nós o alvo.

-Então vamos deixá-lo fazer isto. Prefiro ser eu o bode expiatório que as minhas amigas.

Acenei com a cabeça. Sim, eu também preferia ser o centro das atenções se isso significava que Rebekah podia ter um pouco de paz.

-O que sugeres?

-Vamos tornar isto oficial – afirmou e colou os seus lábios aos meus.

Parte 4 – Rebekah Mikaelson

-E o rei deste Baile de Início do Ano é… Stefan Salvatore!

A multidão aplaudiu e Stef deu-me um beijo no rosto, fazendo-me corar um pouco. Subiu ao palco e recebeu a coroa e o cetro do diretor da escola. Acenou à multidão que entrou em euforia.

-E a rainha deste Baile de Início do Ano é… Rebekah Mikaelson!

Sorri e caminhei até ao palco. Stefan ajudou-me a subir as escadas e sorriu triunfante para mim. E haveria muitos motivos para festejar esse triunfo, porque eu tinha ganho uma coroa que Elena nunca mais irá ganhar. Este podia ser o último ano para ela nesta escola, mas nem por isso eu iria deixá-la ganhar. Não, o meu reinado teria que vir com uma derrota história na sociedade da escola, seguida de um rei perfeito: Stefan.

O diretor colocou-me a coroa na cabeça e disse:

-Parabéns, Ms. Rebekah.

-Obrigada, senhor diretor – agradeci e sorri á multidão.

-E agora, a dança do par Real – anunciou ele e eu e Stefan descemos do palco. Alguns alunos afastaram-se de nós, deixando-nos no centro de uma roda média.

A música Enchanted de Taylor Swift começou a tocar e Stefan enlaçou a minha cintura, juntando os nossos corpos.

-Estás muito bonita hoje, Rebekah – murmurou ele ao meu ouvido.

Não duvidava que estivesse. O meu vestido era azul claro e eu sentia-me uma verdadeira princesa nele.

-Obrigada – senti o sangue subir-me às faces. – Pelo elogio e por me teres convidado. Sem ti, nunca teria ganho a coroa.

Ele sorriu para mim, o que iluminou a minha noite.

-Gosto muito de ser o teu par esta noite – disse ele numa voz baixa.

©AnaTheresaC