Sempre Ao Seu Lado escrita por Mahchan, maiteleme2


Capítulo 4
Capítulo 4 - Eduardo


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem, leiam as notas finais.



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A manhã do último dia de aula antes do feriado passou lentamente. Mas depois de 16 anos na terra, já deveria ter me acostumado com a lei que diz que quando queremos que o tempo passe rápido, ele congela e quando estamos aproveitando, tudo acaba em um segundo.

A Melissa não estava mais chateada comigo, aliás até agora não entendi direito o motivo da irritação dela. Mas enfim, agora que ela está de boa, eu prefiro não aborrecê-la de novo.

– Você vai comigo ou a sua mãe vai te deixar na minha casa depois? – perguntei no final da aula.

– Eu vou com você. – respondeu ela sorrindo.

O sol estava forte hoje, por isso o cabelo loiro dela brilhava. Por causa do calor, suas bochechas estavam levemente coradas, escondendo um pouco as pequenas sardas que ela possuía. Seus olhos verdes contrastavam perfeitamente com a luz do sol que batia em nós naquele momento.

– Então, cadê a sua mala?

Ela deu uma risadinha e disse:

– Você acha que a minha mala ia caber na sua bicicleta?

– É, eu já tinha esquecido que a minha mãe não vem nos buscar hoje.

– E depois as loiras que são burras. – ela disse enquanto ria mais um pouco. – Bom, ainda bem que você me avisou antes de eu vir para a escola, porque se não a gente teria que pegar um táxi para irmos para a sua casa. A minha mala está muito pesada e ela é grande demais. Minha mãe vai levá-la para o seu apartamento depois.

Eu sei que meninas são exageradas, mas exatamente quantos quilos de roupa ela iria levar para apenas três dias na praia? Melhor não perguntar, mulheres sempre ficam sensíveis quando reclamamos das tralhas delas.

Seguimos para o estacionamento da escola e em questão de minutos chegamos ao meu apartamento.

– Dudu, o que vai ter de almoço? – perguntou a Mel enquanto colocava a sua mochila em cima da minha cama.

– Não sei. Tem lasanha congelada no freezer, a gente podia comer isso. – disse indo em direção à cozinha.

Hoje, como era quarta, minha empregada não estava em casa. A Marlene trabalha aqui desde que eu era pequeno. Os dias que ela vem para cá são terça e quinta e sempre que a minha mãe precisa de ajuda para fazer alguma reunião com suas amigas chatas.

– Você me pegou, sabe que lasanha é uma das minhas comidas favoritas. – ela riu. – Tem de queijo e presunto né?

– Tem sim, você pode ficar com ela, eu como a de bolonhesa. – respondi após abrir o freezer e ver o que tinha lá dentro.

Ela sentou-se no balcão, enquanto eu peguei refrigerante e copos para nós. Antes de colocá-las no forno, perguntei à Melissa:

– Tem que tirar esse plástico de cima?

– Eu não sei. – ela disse. – Não diz nada na caixa?

Eu li e reli, mas não tinha nada escrito.

– Não, não tem nada aqui. – peguei meu Galaxy e entrei no Google. – Peraí, vou procurar.

Entrei no Yahoo! Respostas, que foi o primeiro site que apareceu e li. Tinham diversas opiniões, mas então pensei e falei:

– Eu acho que se a gente não tirar, vai queimar.

– É, talvez. – ela disse concordando comigo.

Peguei uma faca e comecei a arrancar aquilo, mas era muito difícil. Coloquei as lasanhas no forno e enquanto esperávamos, cada um entrou no Facebook pelo celular, pois não valia a pena ligar o computador por tão pouco tempo. Depois de 40 minutos, o forno apitou e eu as peguei e as coloquei cada uma em um recipiente.

– Dudu, não aguento mais. – eu olhei para o seu prato e notei que ela não tinha comido quase nada.

– Mas você nem comeu direito.

– Você é homem, e aguenta mais. Desculpa.

– Tudo bem. – entendi seus argumentos e continuei. - Já que você não aguenta mais, guarda o resto num potinho que tem no armário embaixo da pia e coloca na geladeira.

Ela fez isso e saiu da cozinha. Depois que terminei de comer a minha, coloquei a louça na lava-louças e fui para a sala onde Melissa já me esperava.

– O que você tá fazendo? – eu disse quando a vi com meu controle do Xbox na mão concentrada na tela.

– Jogando. – ela disse rápido.

– Qual jogo? – perguntei me sentando ao seu lado.

– Tomb Raider.

Desesperei-me: - Você não recomeçou né?

– Relaxa, eu fiz uma conta pra mim.

Suspirei aliviado e fiquei a olhando jogar por um tempo. Quando ela morreu no jogo, perguntei:

– Porque nós não jogamos algo juntos? – ela me olhou e me passou o controle.

Coloquei Mortal Kombat e esperei iniciar. Como sei que o Sub Zero é um dos melhores, escolhi logo de cara. A Melissa ficou alternando o quadradinho entre todos e vendo a aparência. No fim, decidiu ficar com uma mulher e escolheu a Kitana. Venci a primeira e a segunda rodada.

– Ah, agora vou escolher um homem pra ganhar de você. – ela disse indignada. Então moveu seu quadrado até o Baraka.

Paramos o jogo quando minha mãe entrou em casa seguida pela dona Silvia que estava com a mala da Mel nas mãos. Ela realmente não exagerou quando disse que era enorme. Acho que cabia um corpo lá dentro. E, além disso, ainda trazia uma nécessaire pequena da mesma cor da bolsa.

– Boa tarde mocinhos. – minha mãe disse e nos deu um beijo no rosto. – Ficaram jogando a tarde toda?

– É, quase isso. – a Mel respondeu.

– Aqui está sua mala Mel, o dinheiro está na nécessaire. – a mãe da Melissa disse.

– Obrigada. – falou ela pegando a mala.

– Silvia, aceita um cafezinho? – minha mãe perguntou, arrastando a mulher para a cozinha.

– Claro. – a ouvi responder.

Ajudei a Mel a levar a mala para o meu quarto. O que ela colocou lá dentro? Chumbo? Ou será que tinha mesmo um corpo? Joguei-me na cama e perguntei:

– Quer fazer o que agora Mel? – dei um sorriso malicioso para brincar com a cara dela.

– Nada que você está pensando Eduardo. – respondeu ela corada.

– Que tal a gente jogar Canastra? - eu perguntei pegando o baralho na gaveta da cômoda que tinha ao meu lado.

Ela deu um sorrisinho como quem aprovou a ideia. A Mel se sentou na minha frente e cortou o baralho. Depois, distribuiu as cartas, enquanto eu separava o morto. Quando a pontuação chegou a 2000, resolvemos parar de jogar. Logo em seguida, a mãe da Melissa entrou no quarto para se despedir.

– Eu estou indo pra casa filha. Boa viagem e se cuida. – ela disse e em seguida abraçou a Mel. – Eu te amo. Ligue-me quando chegar e juízo vocês dois. Eu e o seu pai chegamos sábado no fim da tarde.

– Pode deixar dona Silvia. – eu disse e dei uma piscadinha.

– Tchau mãe, te amo. – a Mel respondeu.

Minha mãe levou a mãe da Melissa até a porta de casa e depois entrou no meu quarto de novo.

– Eu estou indo dormir crianças, vocês deviam fazer o mesmo. Amanhã nós vamos sair às 6 da manhã.

E então, ela saiu do quarto, nos deixando ali sozinhos. Puxei a cama debaixo da minha para a Melissa. Peguei um lençol e um sobrelençol no meu armário e arrumei a cama dela enquanto ela foi ao banheiro colocar o pijama e escovar os dentes. Coloquei o travesseiro reserva em cima da cama e vesti a bermuda do pijama.

Quando a Mel saiu do banheiro, a fitei por um tempo. Ela estava com um shorts curto e uma regata, com um ursinho estampado. A parte debaixo tinha um monte de mini bichinhos igual o da blusa. Ela estava muito sexy, mesmo desse jeito. Seu cabelo estava preso num coque e ela estava tão cheirosa. Mas por que eu to pensando isso? Ela é minha melhor amiga pô.

Entrei rapidamente no banheiro para tentar afastar meus pensamentos e escovei os dentes. Assim que terminei, voltei para o meu quarto e encontrei a Melissa dormindo. Ela é tão bonita, não sei como os meninos da escola não caem em cima dela. Mas como ela é minha melhor amiga, é óbvio que eu nunca tentaria nada com ela. Não quero estragar a amizade. Decidi me deitar também.

[...]

– Acorda Eduardo! – minha mãe entrou gritando no quarto no dia seguinte. – Estamos atrasados, meu despertador não tocou.

– Por que você continua gritando? – eu disse sonolento.

– Não tem nada pronto, eu ainda tenho que passar no mercado e a gente vai acabar pegando trânsito. – ela era minha mãe, mas parecia uma louca naquele momento. – Levanta essa bunda daí Eduardo, vamos.

– Onde estão as malas de viagem mãe?

– Pra que você quer mala de viagem? Já não arrumou a tua?

– É... Na verdade não. – eu respondi meio baixo.

– Eduardo! – ela deu um grito estridente. – O que você ainda tá fazendo debaixo dessas cobertas então? Vai logo menino, você tem 15 minutos. Elas estão no armário do corredor.

Minha mãe saiu do quarto fechando a porta. Quando olhei para o lado, percebi que a Mel estava com o travesseiro na cabeça. Levantei logo, não queria mais gritos. Depois de pegar as malas, enfiei qualquer roupa lá dentro, junto com meu perfume, um desodorante e o livro que eu estava lendo no momento. Após escovar meus dentes, coloquei a escova lá também.

Assim que me vesti, depois que saí do banheiro, acrescentei meu pijama, um tênis e um chinelo e fui até a cozinha. A Melissa terminava o café da manhã enquanto minha mãe levava as bagagens para o elevador. Para evitar mais confusão, peguei apenas um cookie.

– Bom dia bela adormecida. – eu disse para a Mel e sorri.

– Bom dia. – ela me respondeu.

Ajudei a minha mãe e depois de trancar a casa, fomos para o carro. Liguei o rádio onde estava o meu pendrive, então só tinha músicas boas. Márcia parou no supermercado e eu e a Melissa decidimos não descer com ela.

– Aumenta o volume Dudu. – a Mel disse depois de um tempo em silêncio.

Estava tocando Summer Paradise do Simple Plan, uma das nossas músicas favoritas, então começamos a cantar e fazer coreografias loucamente. Depois de pirarmos mais um pouco, minha mãe entrou no carro. Em quatro horas, chegamos à praia. Dormi a maior parte do tempo, então nem vi nada.

– Ajude-me a colocar as coisas no carrinho Dudu. – a Mel falou e foi pegar um logo em seguida.

Depois de arrumarmos tudo, chamamos o elevador e subimos para o meu andar. O apartamento não estava bagunçado, pois a Maria - a mulher que cuida do lugar quando estamos fora – havia arrumado tudo no dia anterior.

Coloquei minhas roupas nos armários do meu quarto enquanto as mulheres arrumavam as suas coisas também. Como não tinha nada para fazer depois disso, convidei a Melissa para dar uma caminhada na praia. Quando estávamos saindo do prédio, encontrei um amigo meu, o Thiago.

– Daê piá, nem sabia que tava vindo pra cá. – ele disse depois de me cumprimentar. – E quem é essa gatinha? Outra namorada?

– Dale meu guri. Essa é a minha melhor amiga, nós estudamos juntos desde o jardim de infância. Eu trouxe ela pra me fazer companhia.

O Thiago deu uma olhada pra Mel de cima a baixo e depois lascou um beijo em sua bochecha a cumprimentando.

– Vocês se conhecem há tanto tempo, como tu nunca me apresentou ela?

– É que ela só veio uma vez pra praia comigo e você não estava aqui.

– Ah tá. Mas então, vai ter um churras lá na casa do Paulo hoje à noite, umas sete horas, cola lá.

– Tá, vou ver. Você quer ir Mel?

– Vai sim Melzinha. – ele piscou para ela. – Me passe teu celular e eu te mando uma mensagem explicando tudinho.

Ela ditou o número para ele e depois desviou o olhar para o chão.

– A Gabi gostosa vai estar lá. – ele deu uma piscada pra mim e foi embora.

Caminhamos em silêncio, pois toda vez que eu tentava puxar assunto, ela não me respondia ou ficava monossilábica. Será que estava de TPM? É a segunda vez que ela fica estranha comigo sem motivo.

– Você quer um sorvete? – eu perguntei.

– Não. – disse ela olhando para o celular. Devia ser outra mensagem, ela estava conversando com alguém desde que vimos o Thiago.

Recebi uma ligação logo em seguida.

– Oi filho.

– Oi mãe, que foi?

– Vamos almoçar no restaurante ali do lado do prédio?

– Tá, pode ser.

– Você já tá voltando, né?

– Sim, to perto. Você quer que eu vá aí agora?

– Sim, te espero ali na portaria.

– Tá, tchau.

– Tchau.

E desliguei.

– Minha mãe quer que a gente almoce na Casa da Lagosta. – avisei a Mel.

– Tá.

Apressamos o passo e encontramos a minha mãe na portaria. Depois, fomos para o almoço, onde perdemos duas horas. Tinha muita gente e a comida demorou pra ficar pronta.

Quando voltamos para o apartamento, minha mãe foi tirar um cochilo e a Mel falou que iria dar uma passeada na cidade para ver as lojas em promoção. Como não estava com saco pra acompanhá-la nas compras, entrei um pouco na internet.

Abri os olhos e me assustei ao ver que já eram 6 da tarde. Eu acho que adormeci, mas foi tão rápido, nem vi nada. Fui dar uma checada para ver quem estava em casa. Minha mãe estava se arrumando para sair e a Melissa estava no banho, ouvi o chuveiro do banheiro do corredor.

Aproveitei para me banhar também. Coloquei uma blusa quadriculada preta e azul de manga curta, uma branca básica por baixo, uma bermuda branca também e minha Havaianas preta. Passei desodorante, arrumei meu cabelo, escovei os dentes e passei meu perfume favorito, Animale Black.

Fui para a sala esperar a Mel ficar pronta e fiquei lendo Percy Jackson nesse meio tempo. Minha mãe me disse que ia num barzinho com umas amigas. Desde que os meus pais se divorciaram, há cinco anos, ela começou a sair mais.

– Vamos? – disse a Melissa quando já estava na porta.

Ela estava com o cabelo preso em um coque e tinha colocado uma tiara de bolinhas na cabeça. Mel usava um shorts curto jeans, uma camiseta amarela clara com uma câmera preta na frente e um all star preto de couro. Também estava com brincos pequenos de coração cor de rosa e um colar que combinava com o brinco.

– Vamos. – eu disse e nós saímos em direção à casa do Paulo.

Após uns 8 minutos de caminhada, chegamos ao lugar. Fui logo entrando e cumprimentando uns amigos meus, enquanto apresentava a Mel a eles também. Quando cheguei mais perto da churrasqueira para cumprimentar o Bruno, - irmão do Paulo, que estava cozinhando – avistei a Gabriele conversando com umas amigas dela, a Natalia, a Vivian, a Nicole, a Luísa e a Sofie.

Seu cabelo estava mais escuro, quase castanho e seus olhos azuis estavam bem destacados com aquela maquiagem preta. Ela também estava com um tubinho rosa e uma sapatilha. Aproximei-me do grupinho e cumprimentei a todas. Depois disso, a Gabi me puxou para a sala da casa. Ali estava cheio de casaisinhos nas namoradeiras, e avistei também a Melissa e o Thiago de mãos dadas.

– Ai Duduzinho, senti tanto sua falta. – a Gabriele interrompeu meus pensamentos e disse com uma voz melosa. – Achei que não ia voltar pra cá esse ano.

– Eu sempre venho essa época Gabi. – eu sorri, mas não conseguia tirar meus olhos da Melissa, ela estava tão próxima do meu amigo. Já basta ela ter dado uns pegas no Lucas. Será que ela quer ficar com todos os amigos que eu tenho?

– Que bom que você está aqui hoje.

– É, gostei de te ver também. – eu sorri e desviei o olhar.

Espera aí, o Thiago ia beijar a Melissa? Não pensei direito no que fazer e então lasquei um beijo na Gabriele e logo fui correspondido.


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Notas finais do capítulo

gostaram?

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