O almoço continuou de uma forma tranquila. Sue olhava de um para o outro tentando acompanhar as conversas e lançava olhares nada amistosos para Renée que deveria de estar a ajudando no seu plano, de fazer com que os filhos se reconciliassem. Paul e Bella mantinham uma conversa normal, sobre os filhos e coisas do dia a dia, nada que mostrasse uma evolução na relação dos dois.

—Então Isabella quando pensa em voltar para casa? Vai esperar até o Anthony se machucar também?  - antes que Bella pudesse responder, Paul resolveu intervir.

—Mãe. Ela volta quando quiser. Não se intrometa, por favor. Eu resolvo os assuntos da minha família. 

Rachel resolveu mudar de assunto para amenizar o clima, mas acabou indo para o assunto proibido na casa. O assunto Edward.

—Bella como que vai o Edward? Estou com saudades dele. Acho que poderíamos ir ao restaurante dele um dia desses. O que acham? – Seth chutou a perna da irmã por debaixo da mesa.

—É sério Rachel? Será que não percebeu que não é para tocar no nome dele? Você é muito sem noção garota. – os dois começaram uma pequena discursão.

—Eu só fiz uma pergunta. Até parece que ninguém sabe o que está acontecendo. Todo mundo sabe que a Bella não vai voltar para o Paul, e esse almoço é só um ato de desespero para tentar mudar o inevitável.

—Rachel já chega. – foi a vez de Sue brigar com a filha. Paul levantou da mesa de forma brusca e foi até o terraço.  – Viu o que você fez?

—Desculpa. Vou falar com ele.

—Pode deixar Rachel. Eu vou falar com ele. Papai, Emm será que vocês podem levar as crianças embora?

—Mas o almoço já acabou? – Emmett reclamou já se levantando. – Pode deixar que levou os anjinhos. – pegou Sophie no colo. – Tem certeza que vai ficar bem?

—Sim, preciso resolver isso de uma vez, só nós dois.

—Acho melhor todos irmos embora. – Jacob anunciou e Bella sorriu agradecendo – o. Sue não queria ir, mas foi arrastada pelo marido.

Depois de lavar todas as vasilhas e colocar tudo no lugar, Bella foi até o marido. Resolveu arrumar a cozinha antes para poder pensar no que falaria e também para dar um tempo de Paul refletir. O encontrou olhando para a cidade, estava chorando e parecia tão indefeso, um garotinho, se lembrou de Anthony, de quando ele sofria pela ausência do pai. Recordou também dos momentos entre pai e filho, apesar de nunca terem praticado nenhum esportes juntos, Paul tinha ensinado o filho tantas coisas, como cuidar da família, ser dedicado nos estudos, ajudar nas tarefas em casa. Ela tinha que reconhecer, ele era um bom pai e por um tempo, foi também um bom marido. Carinhoso e protetor. Será que ela estava fazendo o certo em termina o seu casamento? Paul sorriu para ela e a chamou.

—Acho que você deveria voltar para casa.

—Paul... – ele colocou o dedo sobre os lábios dela a silenciando.

—Deixe - me te explicar. Acho melhor sentarmos porque vai demorar.

Já estava de noite quando Bella chegou à casa do pai. Estava sorrindo e Rose estranhou a atitude da cunhada.

—Esse sorriso significa o que?

—Deixa de ser curiosa mulher. Onde estão meus anjinhos? Tenho novidades.

—Estão no quarto brincando com o tio. Emmett às vezes é mais criança do que eles. Não sei se vou dar conta. Por isso espero sua ajuda com o bebê.

—Pode deixar Rose, vou te ajudar sempre que precisar, posso ficar uns dias na sua casa quando o beber nascer, os primeiros dias são os mais difíceis. Depois você se acostuma com a rotina e perde o medo.

—Achei que fosse ir morar conosco. Vai continuar aqui?

—Não, vou voltar para casa. – Rose a olhou assustada.

—Você disse que não íamos voltar. – Anthony acusou a mãe, elas não o tinham visto ali.

—Thony, vem cá. – ele se recusou. – Conversei muito com o seu pai e decidimos que é melhor voltarmos.

—Eu não quero. – gritou e correu para o quarto.

—O que eu faço? – perguntou a cunhada em desespero.

—E você e o Edward? – Rose estava muito confusa para poder ajudá-la.

—Como assim e nós?

—Bella, você vai mesmo fazer isso com ele? Depois de tudo pelo que passaram?

—É por isso mesmo que estou fazendo isso Rose. São tantos anos e... Vou me deitar, estou muito cansada, amanhã ligo para o Edward e converso com ele.

— Ela disse que vamos voltar para casa, eu não quero. – Anthony choramingava no telefone com Edward.

—Calma garoto, se ela decidiu assim é porque é o melhor a se fazer.

Ele estava tentando se fazer de forte, mas tudo o que queria era correr para os braços da mãe. Bella tinha tomado a sua decisão e não era com ele que ela iria ficar. A dor da perda era ainda mais forte dessa vez. Perde-la há 20 anos atrás, não se comparava com perde-la agora. Não agora que ele tinha a sentindo em seus braços, que tinha provado de seus lábios, que tinha sentido como era ter uma família. A dor era grande, mas ele precisava superar e seguir em frente. Ela tinha feito a sua escolha e ele tinha que respeitar.

Depois de tentar acalmar o garoto, se despediu e ligou para mãe. Esme tinha pedido a ajuda do filho para um último evento que iriam realizar em Forks. Eles tinham decidido que iriam se mudar para Flórida, para ficar perto dos filhos. Edward ainda não sabia o que iria fazer, será que conseguiria ficar na mesma cidade em que Bella e não vê-la? Pois ele não suportaria ver que ela estava com feliz com outro. Mas também não suportaria ficar longe e não saber dela.

Esme estranhou quando o filho disse que iria para Forks ajuda-los, mas resolveu não falar nada, esperaria que ele contasse o que estava acontecendo. Embora um aperto no coração dissesse que o filho não estava bem e que precisaria muito dela. O que a confortava, era que ele viria ainda àquela noite, então resolveu esperar para conversar com ele pessoalmente.

Bella acordou sorridente e recebeu olhares tortos de todos.

—Thony arrume as suas coisas, vamos embora hoje à tarde.

—Eu não vou ir a lugar algum, vou morar com o vovô.

—Pode ficar o tempo que quiser querido. – Charlie ignorou a presença da filha e Bella ficou sem entender a atitude estranha da família.

Emmett chegou na cozinha com o telefone em mãos e entregou a irmã sem dizer uma palavra a ela.

—Alô.

—ISABELLA SWAN, como pode fazer isso com o meu irmão? – Alice gritou do outro lado.

—Fiz o que deveria ter feito há muito tempo.

—Então você o enganou esse tempo todo?

—Alice acalme-se. Eu não estou entendendo nada. Posso saber o motivo de tanta gritaria?

—Ah pode deixar que vou te explicar o que está acontecendo. Você voltou para o Paul e nem teve a decência de comunicar ao meu irmão, agora ele está em Forks sofrendo por você.

—Espera. O Edward foi embora? Não pode, eu tenho que falar com ele.

—Nem tente. Se magoa-lo ainda mais, eu acabo por você, e só não vou aí agora mesmo, porque Jasper está me segurando.

—Pode deixar que eu faço isso. – Bella escutou Jacob gritando e teve vontade de rir.

—Você está rindo? Jasper me solta que vou dar uma voadora nela.

Bella desligou o telefone, precisava conversar com Edward antes que as coisas piorassem.

—Rose pode cuidar das crianças para mim? Preciso ir atrás do amor da minha vida e explicar toda essa confusão que vocês fizeram.

—Não estou entendo nada. – bufou irritada.

—E vai ficar sem entender, só cuide das crianças.

Pegou uma torrada e correu até a lanchonete, sorriu ao ver Paul, há quanto tempo não sentia a felicidade em vê-lo, agora ela estava livre para ama-lo como deveria.