Annabeth escrita por LittleMonster


Capítulo 5
Capítulo 5 Pedacinho por pedacinho de meu coração.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Finalmente, né! kkk
Então, como estão vcs? kk Espero que bem. *-*
Bem, como eu tinha dito no outro cap, nesse capítulo têm o ponto de vista da Annabeth. Espero que gostem e deixem riviews. *-*



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POV Annabeth:

Nada muda. Tudo será eterno Annabeth. Você conseguirá aquela vaga no melhor colégio de Londres. Tudo bem, você terá que deixar Cornwet, deixar seus pais, mas tudo ficará bem no final das contas. Você precisa crescer. Não.

Acho que nada disso acontecerá. Eu não quero mais deixar Cornwet. Não quero crescer. Apenas quero meus pais aqui comigo. Quero está no meu quarto, quero ter que acordar as 06:00 da manã para ir ao colégio, quero o conforto dos braços amorosos do meu pai. Quero minha vida de volta.

E mais do que tudo, quero acordar desse pesadelo em que se tornou minha vida. Por favor, por favor, por favor, quero esquecer aqueles olhos. Seus olhos de sangue. Seu sorriso da morte. E não posso, não posso, não posso e não quero chorar como uma garotinha. Mas estou fazendo, estou me ajoelhando no chão frio de um quarto desconhecido, de um abrigo para orfãs desconhecido, estou me debruçando sobre essa cama de colchão duro desconhecida, estou molhando com minhas lágrimas esse lençol dessa mesma cama.

E estou me torturando, forçando minha mente a produzir as melhores e mais torturantes lembranças de meus pais ainda vivos.

E quero morrer. Quero morrer pois sei que não há mais nada nesse mundo para mim. Por que tenho essa necessidade de acreditar que tudo ficará bem, quando tudo não faz sentido? Porque preciso respirar fundo e olhar para a janela aberta e ver que há flores, e há crianças correndo, brincando, e estão sorrindo como eu sorria, antes... Então mesmo não querendo, mesmo minha mente teimando em me dizer que nada ficará bem novamente, nada dará certo, eu sorrio. Pois sei que é mentira.

Senão eu não estaria aqui, não é? Senão eu teria virado nada além de cinzas junto com meus pais?

Acho que nunca vou esquecer, apagar da minha mente a memória de seus rostos. E o dele.

Do maldito que causou minha desgraça. E de repente algo dentro de mim, quer, nessecita, precisa, se torna vital essa coisa, essa coisa sufocante que exige, me domina a querer vingança. Porque é a única coisa que me restou.

Então eu me levanto, limpo minhas lágrimas, e cato cada pedaço de meu coração e o colo pedacinho por pedacinho de volta ao peito.

E estou caminhando para a frente do espelho pendurado á parede, e estou reprimindo um grito de surpresa e horror ao mesmo tempo. Pois essa pessoa que reflete no espelho não pode ser eu.

Esses olhos sem brilho com manchas escuras em baixo, esses mesmos olhos não podem ser os verdes dourados como mel que foram os meus. Essa pele pálida, sem cor, seca, não pode ser a minha. E esse cabelo desgrenhado, uma cortina encardida do que era antes o ruivo mais luminoso e sedoso que meu pai apreciava tocar.

Então suspiro e me viro para me jogar de volta na cama e me esconder do mundo entre os cobertores, quando me sobressalto com o barulho da porta sendo aberta.

Querida, ainda aqui?- Pergunta a mulher parada á porta. Se não me engano e bem me lembro, seu nome é Otella, a assistente social que me trouxe para esse lugar.

Os vizinhos contaram aos policiais que eu era filha do casal que morava na casa incendiada, então logo os policiais chamaram o conselho tutelar. E qui estou eu. E aqui, parada em minha frente, está Otella. Com seu olhar de pena e compaixão.

Annabeth...- Ela começou, suspirando - As serventes me disseram que você não sai do quarto, não come nada, e nem ao menos toma banho.- Falou Otella, fechando a porta atrás de si e caminhou pelo quarto em minha direção, se aproximando de mim. - Precisa viver, querida. - disse esticando uma mão para tocar meu rosto, mas desviei de seu toque.

Lhe dei as costas. Ficando de frente para a parede onde está a janela. E há pássaros voando, pelo mínimo movimento de seu pequeninho peito, entendo que está tomando ar, ele flexiona suas asas, as levanta sobre sua cabeça e voa...Livre. Para ir aonde quiser. Para voltar a seu ninho e encontrar seus ovos, para voltar a sua família. Queria eu ter asas.

- Vou ficar bem - falei, nem sei se pra ela ou para mim mesma tentando me convencer disso. - Todos ficam bem em orfanatos. Não será diferente comigo - meu tom era amargo.

- Annabeth...- Senti suas mãos tocar meus ombros por trás e estremeci. Seu toque era maternal. Como o de minha mãe.- Preciso lhe contar uma coisa, querida. - ela disse e me virei tão rápido que seu suas mãos em meus ombros foram retiradas bruscamente.

- É por isso que está aqui? - Perguntei eufórica - Descobriram algo relacionado ao incêndio dos meus pais? Quem o provocou? Me diga! Por favor, diga logo! - Eu tremia de expectativa.

A única coisa que passava em minha mente era o motivo por trás de sua visita inesperada. Estou aqui a duas semanas e meia e Otella nunca veio me ver nem sequer um dia.

Claro, não que eu sentisse sua falta. Pelo contrário, eu ainda guardava algum tipo de rancor contra ela por ter me trago para esse lugar para orfãs.

Certo, eu não deveria culpa-la, ela não tem culpa, mas é meio dífcil você ser a senhora amor e simpatia quando sua vida vira uma merda de um dia pro outro.

Tudo que sinto no momento é dor, raiva, frustração e amargura. E aquela leve sensação de que tudo pode pegar fogo a qualquer momento. Estou tão desesperada por uma boa notícia.

Qualquer coisa que me faça respirar fundo, prender e soltar o ar sem sentir cada parte interna de mim dolorida com o peso da solidão. Ótimo, agora estou depressiva. As coisas só melhoram pra mim. Maravilha.

- Querida, acalme-se, meu bem.- Otella disse - Tenho uma notícia para dar sim, mas se você continuar nesse estado, acho que talvez seja melhor eu voltar outra hora, outro dia.- ela disse.

- Não! - eu gritei - Você tem que me dizer! Tem que me contar quem fez isso, quem matou os meus pais! Me diga! Me diga, por favor!

- Santo Deus, Annabeth está me machucando, querida.- disse Otella, e só então percebi que minhas mãos seguravam seus braços com muita força.

- Ah. - eu disse - Desculpe. - soltei seus braços. Respirei fundo. Estava perdendo o controle e agindo como uma louca. Precisava fazer Otella acreditar que estou bem, pronta, preparada para receber qualquer notícia ruim.

Tentei sorrir. Uma falha tentativa. Otella percebeu.

- Annabeth...- começou ela - Acho que você precisa...

- Preciso apenas que me conte o que veio me contar. - eu disse - Por favor.

Ela pareceu considerar por um momento, e então sorriu.

- Certo, mas o que vou dizer não tem nada a ver com o incêndio em sua casa, querida. A polícia está cuidando das investigações.

- O quê?- perguntei perplexa. - Não veio aqui para me contar que pegaram o maldito que incendiou minha casa?

-Annabeth, a polícia local está cuidando disso. - disse ela novamente - Eu não sei de nada ainda e acho que é cedo de mais para dizer que foi um incêndio criminoso.

Me afatei dela como se acabasse de receber uma bofetada.

- O que?! - ecoei - O que está dizendo?! Você não sabe de nada! Não sabe de nada mesmo!- eu balançava minha cabeça negativamente - É claro que alguém fez isso! É claro que foi ele! - agora eu estava gritando.

- Acalme-se. O que está tentando dizer, Annabeth? Você sabe de alguma coisa? Quem é ''ele'' a qual se refere? - ela perguntou.

Eu queria contar. Queria dizer a ela que vi aquele monstro, mas me lembrei que ninguém o viu além de mim. Ninguém viu seus olhos demoníacos, niguém o viu sorrir para mim. O sorriso de um assassino. Ninguém acreditaria se eu contasse. Ninguém acreditaria se disse que vi um Dêmonio. E que esse causou a morte dos meus pais, provavelmente me achariam louca.

Ninguém acredita em dêmonios. Só os loucos. Espero que eu não esteja virando uma...

Respirei fundo.

- Ninguém. Esqueça - eu disse finalment - Desculpe gritar com você.

--Tudo bem, querida. Entendo como dever ser difícil pra você. - disse ela.

- Não. - murmurei - Você não entende. - eu não estava mais olhando para ela quando disse isso. Olhava para minhas mãos.

O que disse? - perguntou Otella.

- Nada. - eu disse - Por favor, apenas me diga o que veio me dizer.

Certo.- disse ela - Venha, sente-se aqui. - Otella se sentou na minha cama e me puxou com ela.

Ela sorriu docemente e segurou minhas mãos em seu colo.

Eu queria tirar minhas mãos debaixo das suas, e me afastar ao máximo, isso me incomodava bastante. Era uma coisa que minha mão fazia quando conversava comigo. Era maternal demais.

Mas o que eu deveria dizer? Afaste-se de mim! Não me toque!? Achei rude de mais. Não faria isso.

Tentei um sorriso.

Bem, eu...- Otella começou a dizer.

Ela me contou que havia tentado encontrar algum parente dos meus pais, alguém que tivesse disposto a ficar com a minha guarda, nem que fosse temporariamente até encontrar uma nova ''família'' pra mim.

Eu não queria uma outra família. Queria apenas a minha família de volta. Mas acho que isso não será levado em conta já que eles estão mortos.

Bem, continuando, ela me falou que não encontrou uma prima do meu pai, chegou até entrar em contato com ela, mas infelizmente a mulher mora no canadá, é casada, tem 3 filhos e não estava muito disposta adotar mais um. E como meus avós estão mortos desde que eu nasci, Otella ficou sem muitas opções para quem apelar por mim.

Eu não posso dizer que não gostei de ouvir tudo isso. Eu não seria adotada por ninguém e não teria que ir embora da cidade.

Não sei, mas de alguma forma eu acreditava que poderia ter informações sobre o as investigações sobre o incêndio que matou meus pais. Descobrir quem os matou se ficasse em Cornwet.

Talvez eu estivesse sendo apenas tola por acreditar que a polícia ou Otella me diriam alguma coisa sobre o assunto, mas o que eu teria se fosse embora de Cornwet?

Talvez eu nunca descubra quem matou meus pais se partir, esse era o meu maior medo no momento, e o que vinha me assombrando em meus sonhos, ultimamente.

Ou quem sabe - apenas quem sabe - eu teria a chance de ter uma família novamente. Decisões, decisões... Balancei minha cabeça.

Tolice, eu nunca substituiria meus pais.

Suspirei. Olhei para Otella. Por alguns segundos seus lábios se mexiam freneticamente sem som algum. Eu não estava prestando atenção no que ela dizia.

Constrangida, me concentrei na última e mais importante parte de seu discurso.

... então ontem a tarde eu recebi uma ligação de dois parentes dos seus pais. - ela disse sorrindo.

O quê? - perguntei. - Que parentes?

Oh, eu também fiquei surpresa. - disse ela - E claro que antes vir até você, eu procurei informações sobre eles, e bem, eles são mesmo seus parentes. Digo, seus tios por parte do seu pai. O senhor Vicent Darmont é casado com a senhora Marion Vilally, eles são donos de uma indústria de artefatos sagrados herdada de, acredite, seus avós. Os pais de seu pai, Annabeth. Seus tios são ricos e querem ficar com você. Não é maravilhoso!? - Otella me abraçou, seu sorriso enorme.

Eu estava sem entender nada. Eu tinha perguntas em mente. Primeiro: Porque meu pai nunca me contou que tinha um irmão? Segundo: E que esse irmão era rico graças a herança dos meus avós? E terceiro: E porque só agora, quando meus pais estão mortos, eu tomo conhecimento de uma outra parte da minha família?

O que esses ''tios'' queriam para me adotar, assim, do nada, sem nunca nem ter me visto uma única vez na vida?

Otella ainda estava me abraçando, resmungando palavras de conforto, que eu tinha muita sorte por ter ''tios'' tão bondosos.

Eu definitivamente não tinha sorte alguma. Meus pais morreram, eu teria que ir morar com estranhos, em outra cidade, correndo o risco de nunca descobrir quem cousou o incêndio que matou meus pais, como isso pode ficar pior e mais desastroso do que já está? A resposta veio em uma imagem em minha cabeça.

O garoto de olhos vermelhos. O maldito bastardo ainda me assombra. Até quando? Algum dia esquecerei seu rosto? Um arrepio percorreu minha coluna, trazendo lágrimas aos meus olhos. Eu estava chorando, mas, não como Otella pensou o porque.

Eu estava com medo e alivida por ter de ir embora e talvez nunca ver aquele rosto novamente. Nunca ver o rosto daquele monstro que matou meus pais...


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Notas finais do capítulo

Riviews? *-*
Até mais...



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