It Was Just A Dream. - Faberry escrita por aliittlelamb


Capítulo 2
Little Rachel?


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou um pouco monótono (?), ele foi mais como uma base para o que vem pela frente. A partir do próximo as coisas começam a acontecer. Ah, e me desculpem pela escrita, como eu disse, sou acostumada com livros e eu estou tentando ao máximo reduzir as descrições e diálogos, por isso ta um pouco desajeitado. Com o tempo vou pegando o jeito de Fanfic, vamos ver no que dá HSAUSHSUA estou pensando em escrever um capitulo focado em Ohio, com o que se passa na cabeça de Brittany sobre tudo o que está acontecendo, o que acham? obrigada gente *-*



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– Se você continuar andando de um lado para o outro assim, vai cavar um buraco no chão da minha sala. E eu juro que te jogo dentro dele! - alfinetou Santana do sofá enquanto observava a amiga caminhar freneticamente com o celular em mãos.

Já era noite, e desde o momento em que entraram em casa, tudo o que Quinn fazia era tentar ligar para Kurt e os Berry em uma tentava falha de conseguir informações. As malas tinham sido levadas para o quarto de hóspedes por Santana, e nem mesmo um banho Quinn tinha tomado. A loira parecia realmente preocupada e atordoada com o estado de Rachel e isso assustava a morena de alguma forma, pois Quinn nunca fora de se preocupar ninguém que fosse além dela e de Brittany.

– Eu ainda não acredito que você não me ligou! Como você pode? - Quinn acusava passando as mãos pelos cabelos curtos e desgrenhados. Desistiu de andar, ou talvez tenha cansado, pois ela estava nesse mesmo movimento há cinquenta minutos segundo a contagem de Santana, e sentou na escada. - Como ela conseguiu cair do palco? Rachel é tão imatura! - a loira parecia mais despejar a raiva sem mesmo senti-la. Não tinha a quem culpar. Quem poderia prever uma queda do palco em meio a um ensaio?

– Ah, claro, como se ela tivesse se jogado de lá. - zombou a latina. Quinn a encarou com frieza e enterrou o rosto nas mãos. Tentara ir ao hospital ver Rachel, mas Santana disse que visitas estavam proibidas até segunda ordem. Mas, a angustia que tomara Quinn no momento não a fazia racionar.

Ela precisava ver a pequena e seu estômago embrulhava só de pensar em uma ultima vez. Seu coração deu um salto e inesperadamente seus olhos encheram de lágrimas mais uma vez, Santana analisava atentamente a reação da loira, e sentiu o coração também se apertar. Afinal, eles eram uma família. Todo o Glee Clube se tornara parte um da vida do outro e saber que Rachel estava por um fio, era como perder um irmão, e Quinn já estava farta de perdas em sua vida.

– O melhor que você tem a fazer é dormir, Quinn. - disse Santana estranhamente doce passando a mão pelas costas da amiga. - Tome um banho, e durma. E não espere palavras de conforto vindo de mim porque esse é o máximo que eu sei fazer.

Quinn sorriu. Lembrou-se de como amava a melhor amiga e lhe deu um forte abraço de supetão, tirando quase todo o fôlego da morena.

– Fabray...Eu ainda amo a Britt. - tentou falar com a cabeça enterrada no ombro de Quinn, que sorriu mais uma vez e secou as lágrimas. As duas soltaram-se e se encararam por um minuto. Aquela era a amizade mais sincera que Quinn já tivera, e talvez agora, sentir que estava quase perdendo Rachel a fazia repensar certos atos...

Estava quase perdendo Rachel?

Esse pensamento a pegou desprevenida. É claro, Rachel e Quinn e tornaram muito próximas no ultimo ano, tanto que a loira tentou impedir o maior erro da vida da pequena, que era se casar com Hudson. Quinn se importava com Rachel, mesmo que ninguém, nem mesmo a própria acreditasse. E foi com esses pensamentos que entrou no banheiro e tomou um banho gelado dessa vez, tirando toda a impureza presente da viagem, seu corpo quase congelou, pensou até que teria hipotermia de tão fria que a água estava.

Saiu rapidamente e se trocou, esperou até que a friagem diminuisse e preparou um chocolate quente sem acordar a morena. Depois de algumas horas mantendo sua cabeça ocupada, deitou-se na cama e deixou que os pensamentos lhe invadissem novamente, não lutaria contra eles, não tinha forças.

"Você não tem que se envergonhar. - disse Rachel assim que Quinn virou as costas. A loira parou um tanto impressionada. - Ninguém no Glee vai julgá-la. Sei que esperam que sejamos inimigas mas...Eu não odeio você.

Quinn manteve a pose, sentindo-se entediada com a conversa da pequena a sua frente.

– Por que não? - perguntou erguendo a sobrancelha. - Eu tenho sido horrível com você.

Rachel abaixou os olhos e balançou a cabeça.

– Isso foi antes de saber como era estar na minha pele...Um peixe fora da água. - Quinn sentiu uma facada no peito ao ouvir isso e foi obrigada a desviar os olhos para não mostrar o quão afetada estava. Porém Rachel continuava encarando-a com firmeza. - Mais pessoas vão descobrir e precisará de amigos que entendam.

– Como você pode entender o que estou passando?

[...]

– Eu teria torturado você se os papéis fossem invertidos. - retrucou Quinn esforçando-se ao maximo para manter a pose frente a pequena, e aos que passavam no corredor. Rachel deu um pequeno sorriso e seus olhos brilharam.

– Eu sei... - respondeu calma, passando pela cheerio com um brilho significativo nos olhos. Quinn foi obrigada a se virar e encarar as costas da pequena, como ela conseguia fazer a loira se sentir tão afetada?"

Quinn abriu os olhos. O dia parecia claro lá fora, o reflexo da janela invadia todo o quarto. Seu coração palpitava compulsivamente e seu corpo todo estava encharcado de suor. Um sonho. Não, uma memória. Umas das poucas das quais se lembrava, pois preferia manter certas lembranças longe de sua realidade, principalmente a época em que torturava Rachel e o pessoal do Glee.

Rachel.

Esse pensamento a pegou desprevenida outra vez e ela se jogou novamente na cama desejando que fosse apenas um pesadelo, e que despertasse logo com Santana gritando na porta que eles se reuniriam em poucas horas. Mas, nada aconteceu. O quarto continuava silencioso e vazio, vazio como a alma de Quinn.

Após toda a higiene matinal, a loira desceu para o café e se deparou com Santana já acordada, sentada em frente a TV, comendo rosquinhas. Quinn ergueu as sobrancelhas perguntando-se quando a morena adquirira o habito de levantar cedo.

– Bom dia! - pronunciou a loira mexendo nos cabelos bagunçados e sentando ao lado da amiga para comer as rosquinhas. Santana a olhou com cara de poucos amigos. - Seria mesmo um milagre além de você acordar cedo, estar de bom humor.

– Eu deveria mesmo rir nesse momento? - a morena comentou enfiando mais uma rosquinha na boca.

– Santana, não desconte em mim sua falta de sexo! - exclamou Quinn levantando e pegando mais duas rosquinhas. Santana reparou que a loira estava vestida e ficou curiosa, quando ameaçou abrir a boca, Quinn continuou: - E sim, eu vou sair.

Bateu a porta da casa da morena sentindo o estresse que Santana estava passando para ela. A verdade é que desde que a latina deixou Brittany, seu humor variava e Quinn arriscava a dizer que estava pior a cada dia. Fez sinal para um táxi no lado de fora do condomínio e lhe entregou o endereço do apartamento que ficava no centro. Estava realmente frio naquela manhã, mas nada que a impedisse de ir atrás de informações necessárias sobre a pequena Rachel. Quinn sorriu. Pequena Rachel? Era assim que seu cérebro a traia? Dando apelidos carinhosos a uma velha amiga em coma?

Por todo o caminho a loira sequer observava a paisagem, sua cabeça mantinha-se preocupada e o coração apertado, desde que recebera a noticia, nada a fazia se acalmar e tudo o que precisava agora era de um pouco mais de informações, e Kurt era a pessoa certa.

Pagou o motorista e desceu em frente há um grande apartamento. Analisou o local e percebeu que não era uma das melhores localizações da cidade, mas que isso não importava muito para uma diva como Rachel. Entrou no prédio com as mãos dentro do sobretudo e subiu as escadas procurando pelo apartamento duzentos e trinta e dois, segundo o endereço que Santana lhe dera, era onde viviam.

Duzentos e trinta, duzentos e trinta e um, duzentos e trinta e dois!

Tocou a campainha e sentiu seus dedos doloridos pelo frio. Alguns segundos se passaram até a porta ser aberta revelando um jovem rapaz com expressão de quem não dormia a dias.

– Quinn! - exclamou Kurt pulando nos braços da outra. Quinn não fez nada a não ser retribuir, eles não se viam há dois anos. Como podia isso? As feições de Kurt amadureceram, e os cabelos estavam mais arrepiados do que de costume. Ele estaria com uma aparência totalmente madura se não fossem as olheiras e o pijama que vestia. - Meu Deus, como você está? Já faz tanto tempo!

Eles se separaram do abraço e Kurt fez sinal para que a loira entrasse. Obedecendo ao amigo, entrou no apartamento admirando o local. Era maior do que pensava ou aparentava, mas aconchegante; Quinn sorriu ao notar que aquele lugar tinha a cara de Rachel Berry com a costumização de Kurt Hummel.

– Eu estou de férias e vim para a casa de Santana. - explicou voltando-se para o amigo que fez uma expressão de pena á menção daquele nome. - É, eu sei. Já estou sofrendo na mão dela e não faz nem dois dias que cheguei.

– Pobre Quinn. Eu lhe ofereceria um lugar aqui se não fosse... - a voz morreu no meio do caminho e Kurt engoliu em seco. De repente seus olhos perderam o foco e seus olhos encheram de lágrimas.

– Kurt... - Quinn não sabia o que dizer. Ela fora até ele para saber mais sobre o ocorrido, não para consolar, ela nem sabia como fazer isso. Então ela puxou o amigo para mais perto e afagou-lhe os cabelos. - Eu soube. O que...O que aconteceu?

Kurt soluçou nos braços da loira e ela pode entender o porque das noites mal dormidas, afinal, se não estava sendo fácil para ela que não via a pequena há mais de dois anos, imagina para ele que morava sob o mesmo teto. O rapaz levantou de supetão e enxugou as lágrimas, pegou a mão de Quinn e a puxou por um corredor cheio de portas e quadros com fotos dos dois. Quinn sentiu um aperto mais forte no peito ao ver tantas fotos de Rachel sorrindo. Kurt abriu a porta de um quarto e deu passagem para que a loira entrasse, e logo de cara, ela soube que era o quarto de Rachel. O teto estava enfeitado com estrelas reluzente, - Quinn também não pode deixar de sorrir ao constar que Rachel ainda continuava a mesma -, e na parede oposta um grande quadro com a foto de Barbra Streisand. Quinn caminhou pelo quarto observando tudo, o quarto da pequena mostrava suas novas características também, mobília em mogno, paredes pintadas em bege e uma cama de casal. Sob uma escrivaninha, além do notebook e alguns livros de NYADA, haviam dois porta retratos. Um com a foto do Glee Clube, e outro com a foto de Finn, o que fez a loira sentir repulsa.

– Ela é uma estrela, Quinn. - Kurt tirou a loira de seu devaneio sentando-se na cama. - Ela nunca deixou de ser. - novamente os olhos do rapaz estavam cheios de lágrimas, Quinn manteve-se parada, ainda segurando o porta retratos do Glee Clube nas mãos olhando para sua própria imagem. - Há duas semanas, quando ensaiávamos para a peça de Natal, ela... Ela fraquejou em cima do palco, eu não sei exatamente o que houve com ela, mas quando vi...Meu deus, quando eu consegui me mover, ela estava desmaiada, com a cabeça encharcada de sangue. Foi horrível!

Já era o suficiente para Quinn sentir-se enjoada e abaixar a cabeça segurando as próprias lágrimas. Imaginar Rachel ensanguentada não estava sendo nada fácil e ela estava se torturando por pensar naquilo. A campainha soou e Kurt deu um sobressalto, com um olhar significativo para Quinn, saiu do quarto para atender a porta, deixando a loira sozinha naquele quarto.

Era engraçado, pensou Quinn, de alguma forma ela conseguia sentir a presença de Rachel ali. Conseguia visualizar a pequena ensaiando todos os dias ali, ou estudando deitada na cama, praticando monólogos com Kurt foi o mais divertido para Quinn, pois ela tinha certeza de que isso acontecia muitas vezes. Algo brilhou, os olhos da loira rapidamente captaram algo esquecido entre os livros espalhados na mesa, algo que chamou sua atenção. Curiosa, Quinn afastou alguns dos livros e pegou um pequeno caderno nas mãos, de capa rosa, um cadeado prata e várias estrelas bordadas, havia uma inscrição:

Diário de Rachel Berry. - NY.

Os dedos da loira formigaram no mesmo momento e uma curiosidade imensa lhe atingiu. Havia uma parte de Rachel naquele diário... E inesperadamente, Quinn o queria.

– Quinn? - Kurt chamou da sala, a loira assustou e num rápido movimento guardou o diário dentro do sobretudo.

Ótimo Quinn, além de vadia e prostituta, você também é uma ladra.

– Sim? - respondeu fingindo interesse ao se encontrar com Kurt na sala, ele não estava sozinho, um rapaz alto e forte, com feições definidas e olhos verdes, estava parado ao lado dele.

– Esse é Brody, é veterano em NYADA e nosso...Amigo. - concluiu Kurt, sem saber se era o certo a fazer. Quinn rapidamente estendeu a mão para o rapaz que a aceitou com um pequeno sorriso. - Está é Quinn Fabray, uma velha amiga.

– Prazer.

– O prazer é meu.

Silencio. Os três se encararam incomodados, e Quinn sentia-se culpada por estar com algo que não lhe pertencia dentro do sobretudo. Kurt sorria sem animação e Brody sequer parecia estar naquele mundo.

– Bom, eu já vou indo. - Quinn tomou a iniciativa, dando um abraço em Kurt. - Me avise qualquer coisa, ok? - o amigo concordou com a cabeça.

– Obrigado por vir, Quinn. Rachel ficaria muito feliz em te ver. - algo no peito da loira inflou e ela se viu sem ar.

– Foi um prazer, Brody.

E dizendo isso, saiu do apartamento procurando ar. Respirou fundo e desceu as escadas sentindo-se uma fugitiva. Aquilo era só um diário, o que ela estava pensando? Um dia na casa de Santana e já está com as manias dela. Porém, o que mais incomodava Quinn não era o fato de ter furtado algo, e sim o que sentiu quando entrou no apartamento de Rachel. Algo novo. Algo tão...Bom.

No instante em que esteve no mundo de Berry, sentiu como se não estudasse em Yale, não namorasse um professor, e muito menos fosse uma vadia sem alma. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu algo dentro do lado esquerdo do peito vibrar, como uma nova vida. Seu coração. E então Quinn fez uma observação:

Estava começando a ficar preocupada em relação há tantas sensações desconhecidas.

***

– Por que nós estamos há quase meia hora encarando esse diário mesmo? - perguntou Santana enquanto desviava o olhar do diário em cima da mesa para Quinn, que também encarava o objeto.

Quinn ligou para que Santana a buscasse em frente ao apartamento de Kurt mesmo sob xingamentos e ameaças, não queria voltar para casa e sentir-se impotente, sem poder fazer nada. Ela precisava passar o tempo e nada melhor que aproveitar o dia com sua amiga no Starbucks para amenizar o frio.

– Eu não sei se devo abri-lo. - comentou a loira um pouco assustada. Ainda não se convencera de que roubara algo que parecia ser tão importante para Rachel.

Santana revirou os olhos e deu uma golada no café.

– Sério, Quinn? Você furtou o diário da Berry, e apesar disso me assustar muito, seria muita infantilidade sua não abri-lo.

A loira pensou por um instante ainda hesitante.

– De qualquer forma, ele está trancado e...

– Fabray! - reprovou Santana.

Quinn sorriu.

– Já sei, você foi criada em Lima Heights Adjacent.

A latina confirmou com a cabeça satisfeita e pediu a conta. Quinn guardou o diário novamente no sobretudo e elas voltaram para casa depois de um breve passeio pelo Central Park, nada que fizesse os pensamentos de Quinn mudarem de foco, e o humor de Santana melhorar. Elas pareciam passear por uma obrigação, porque sabiam que mofariam em casa se fosse possível.

Ao chegar em casa, Quinn se jogou no sofá e deixou o diário em cima da mesa de centro, pois ela queria continuar encarando-o por um longo tempo antes de...

POW!

Quinn praticamente caiu do sofá e ela podia jurar que seu coração pularia para fora a qualquer minuto. Quando deu por si, Santana estava com o diário, sem cadeado, em uma das mãos, e um martelo no outro com um sorriso de desdém. Sua vontade foi de pegar o martelo e dar na cabeça da morena por quebrar o cadeado. E se ela fosse devolver quando a pequena acordasse? O que diria? "Oh, sim Rachel, eu entrei no seu apartamento e senti uma imensa curiosidade de ler o seu diário, aqui está ele, e espero que não se importe!"

– Santana! - berrou Quinn tomando o diário das mãos da latina.

– De nada. - ela respondeu voltando para a cozinha. Quinn já estava preparando uma lista de xingamentos se não fosse por um som histérico do celular de Santana. - É o Finn... - ela disse olhando para o visor do aparelho, estranhava uma ligação logo dele.

A morena levantou o dedo para Quinn se calar e atendeu. A loira se encaminhou até a cozinha, não sem antes agarrar o diário e anotar mentalmente de deixá-lo longe de Santana. Encostou no balcão esperando curiosa para saber sobre a ligação. O que Quinn não esperava, era a mudança repentina da expressão da morena. Os olhos de Santana de repente ficaram vagos e uma veia no pescoço começou a pulsar. Aquilo não era bom sinal, pensou Quinn. Assim que desligou o celular, a morena continuou na mesma posição encarando um ponto qualquer no chão.

– San? - chamou Quinn assustada procurando se aproximar dela. Santana se apoiou no balcão e fechou os olhos. - O que ele queria?

Poucos segundos se passaram até a resposta soar curta e grossa.

– Brittany está namorando com Sam.


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