It Was Just A Dream. - Faberry escrita por aliittlelamb


Capítulo 14
Califórnia.


Notas iniciais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: Seguinte gente, sim, tem sexo Faberry o/ MAAAAAAS, não descrevi explicitamente. Eu juro que tentei, mas minha maneira de escrever é diferente e eu levo as coisas pro lado mais clichê e dramático... Digamos que sou das antigas... Me desculpem, :/ Me sinto péssima por isso, mas só posso recompensá-los com romance. Espero que não tentem me matar :c Bom, está ai mais um capitulo, espero realmente que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301561/chapter/14

"O que é uma alma gêmea?"

"É uh...Bem, é como um melhor amigo, só que mais. Ele é a única pessoa no mundo que te conhece melhor do que ninguém. É alguém que faz você uma pessoa melhor. Na verdade, eles não te tornam uma pessoa melhor, você faz isso, porque eles o inspiram. Uma alma gêmea é alguém que você carrega com você para sempre. Ele é a única pessoa que conheceu você e te aceitou e acreditou em você antes de qualquer outra pessoa ou quando ninguém mais o faria. E não importa o que aconteça, você sempre vai amá-la. Nada pode mudar isso. Faz sentido? " - Dawson's Creek


O céu amanheceu nublado, as últimas gotas de chuva caiam enquanto o sol resolvia aparecer. Duas garotas dormiam com as mãos entrelaçadas e as respirações próximas. Era uma das poucas vezes que Quinn e Rachel conseguiam dormir sentindo-se seguras, pois tinham uma a outra para se estarem seguras, e nada mais importava. Rachel foi a primeira a abrir os olhos, estava suada, apesar da chuva da noite passada, e com fome. A primeira visão que teve foi de uma loira adormecida a centímetros dela, sorriu ao constatar que mais uma vez não estivera sonhando e que, a garota que sempre esperou, finalmente era sua. Tão sua, que estava realizando seus sonhos! Em que mundo Rachel Berry teria alguém que fizesse isso por ela? Um mundo onde Quinn estivesse, é claro.



Acariciou o rosto de sua garota com ternura, queria guardar aquele momento consigo, queria levar a imagem daquele anjo para onde quer que fosse.


– Amor? - chamou com a voz suave. Quinn remexeu-se um pouco. - A chuva já parou e eu realmente estou com fome.

A loira finalmente coçou os olhos e os abriu. Pensou estar diante da imagem mais bela, o quadro mais lindo que alguém já pintara; sua pequena sorrindo para ela, com a cara amassada de sono e descabelada. Ela riu, e beijou a palma da mão de Rachel que permanecia em seu rosto.

– Bom dia. - disse baixo fechando os olhos. - Você poderia me acordar todos os dias assim.

Rachel franziu o cenho.

– Assim como?

– Assim. - e puxou a pequena para cima de si com força. Rachel gritou de susto e em seguida riu beijando Quinn docemente.

Depois disso elas se levantaram, Quinn tomou um banho enquanto Rachel comia seu lanche vegan - por incrível que parecesse, a loira trouxera uma caixa de isopor com vários lanches vegan para a pequena caso não encontrassem um lugar que os vendesse. -, e depois foi a vez de Rachel tomar seu banho enquanto a loira tomava apenas um café forte e torradas. Quinn perguntou-se em que momento seu gosto para roupas começara a mudar, agora que se olhava em frente ao espelho e franzia o nariz observando sua jaqueta preta e a touca na cabeça. Wow. Estava gritando que era lésbica com aquela roupa, e Santana com certeza não deixaria isso passar.

Lésbica?

Esse pensamento causou calafrios em Quinn. Quando Rachel saiu do banheiro, estacou em frente ao banheiro para olhar melhor sua loira, ela estava tão linda e tão perfeita naquelas roupas tanto quanto ficava em vestidos. Só faltava uma coisa...Ah, sim. Caminhou até Quinn, tirou a touca e bagunçou o cabelo da loira. As duas pagaram o hotel e entraram no carro para seguir viagem, faltava pouco agora para chegarem ao chalé dos Fabray que a tanto tempo a loira não visitava.

– Coloque isso para completar seu novo visual. - Rachel ofereceu um óculos escuro para Quinn que gargalhou. - Acha que eu ficaria bem de bigode? - perguntou em seguida abaixando o vidro do carro, se olhando no retrovisor e desenhando um bigode em si mesma com uma canetinha preta. Quinn tirou os olhos da estrada por um momento para ver o que ela estava fazendo, e não pode deixar de gargalhar quando a pequena se virou para ela e fez bico para receber um beijo.

– Você está linda, Rachel. - brincou voltando a atenção para a estrada. - Devo me preocupar com as outras garotas?

Rachel fingiu pensar.

– Só as loiras de olhos verdes. - as duas riram. Rachel se ajeitou no banco e levou a canetinha ao rosto da loira. - Não se mexa! - ordenou quando Quinn tentou desviar o rosto.

– Se sofrermos um acidente, vou dizer que a culpa foi sua por estar querendo me colocar bigode! - disse Quinn.

Assim que Rachel terminou de desenhar no rosto da loira, riu mais alto. Estava engraçado e Quinn também achou a mesma coisa quando se olhou no retrovisor.

– Sua idade mental é sete. - falou.

Rachel pegou a mochila de Quinn no banco de trás - sim, ela não conseguia, não tinha a capacidade, de parar quieta nem por um segundo -, e pegou a filmadora de la de dentro.

– Sorria, amor. - pediu ligando a câmera e virando para Quinn, que mostrou a língua. Depois virou-a para si mesma: - Hey, estamos aqui em algum lugar entre Los Angeles e Califórnia, eu não sei bem... Enfim, Quinn está me levando para um chalé, espero que ela tenha o bom senso de não ser uma maniaca sexual, caso contrário eu tenho spray de pimenta na bolsa que papai me deu. Alias, pai, papai, eu amo vocês. Santana, Quinn está pegando sua influência e se vestindo como um Charlie.

– Você gostou! - exlamou a loira ofendida.

– Mas é porque eu amo você, é diferente. - replicou a pequena divertida. - Entretanto, quero deixar registrado que não houve um momento sequer desde que Charlie...Digo, Quinn, - as duas riram. -, entrou na minha vida que eu não tenha amado-a. - elas deram as mãos assim que a loira trocou a marcha, e Rachel filmou isso. - Até mais.

E desligou o aparelho, guardando de volta na mochila.

– Chegamos. - anunciou a loira alegre, assim que o carro entrou em uma estrada de terra, muito acidentada por sinal, e passou por uma porteira. Quinn viu os olhos de Rachel brilharem quando viu o campo.

Como imaginara, estava verde, e mesmo molhado pela chuva, não perdia sua beleza. O chalé ficava bem no centro e em volta era rodeado por árvores enormes, e um pouco mais distante, havia um rio. A pequena notou que o chalé era bem ao estilo Fabray, simples, porém não perdia aquele toque perfeccionista em relação a pintura, cuidado com o gramado, limpeza... A loira estacionou o carro ao lado da casa e desceu.

– É aqui. - disse, observando Rachel descer também e olhar maravilhada. - Espero que goste.

Rachel a olhou.

– Gostar? Eu amei esse lugar, Fabray!

Quinn balançou a cabeça satisfeita e abriu o porta malas para começar a tirar as coisas, Rachel a ajudou levando as malas. Quando entraram no chalé, não pode ser diferente, o cheiro de madeira impregnado na casa dava ao lugar uma sensação de natureza. Quinn olhou atenta em cada cômodo certificando-se de cada nada estava fora do lugar, e que a pequena estava mesmo gostando, ela teve certeza disso ao ver Rachel ainda para no meio da sala com as malas em mãos.

– Meu pai gostava dessa poltrona. - indicou o móvel empoeirado. - E eu vivia brincando em frente a lareira.

Rachel olhou admirada para cada canto do chalé, parecia um sonho. As duas terminaram de descarregar as malas depois de alguns minutos, era pouca coisa, apenas para uns quatro dias, mas concluiu que aquele lugar precisava de uma faxina urgente, estava muito empoeirado. Então, depois de almoçarem alguns lanches, iniciaram a limpeza, que também serviu como banho, quando Rachel decidiu que molhar Quinn era sua prioridade. A loira, é claro, aceitou a brincadeira e as duas iniciaram uma guerra pra ver quem molhava quem primeiro.


***




Em Lima, Santana e Brittany almoçavam com Kurt e Mercedes em um restaurante da cidade. As duas não se desgrudavam nem um segundo sequer, matando a saudade de todo o tempo perdido, depois da noite passada foram para a casa dos Pierce, onde Brittany contou a novidade aos pulos para os pais, que amavam Santana como se fosse uma filha. Logo depois elas subiram para o quarto e selaram o amor que sentiam uma pela outra. Acordaram apenas com o telefonema de Kurt pedindo que fossem almoçar com ele e Mercedes, Santana recusou de inicio, mas Brittany pediu para que fossem, ela queria contar a eles também, na verdade, ela queria contar ao mundo que tinham finalmente se reconciliado.




– Brittany nunca pertenceu ao Sam. - dizia Mercedes com a voz baixa e olheiras. A ressaca parecia fazer efeito agora. - Eu sabia que no final vocês voltariam, como tem que ser, certo?


Santana beijou o pescoço de sua namorada.

– O fato é que Deus colocou a mão, e nos tornou melhores amigas.

– E almas gêmeas. - completou a loira acariciando o braço da latina. Kurt estava feliz pelas amigas, mesmo sentindo um pouco de inveja da felicidade das duas, não podia negar que ver Santana bem, o fazia bem também.

Mercedes terminou seus tots e pediu ao garçom que trouxesse mais.

– Muito bem, - começou ela se endireitando na mesa e apontando para Kurt e Santana. - Agora vocês podem me contar o que está havendo entre Rachel e Quinn.

Houve uma troca de olhares entre os dois amigos, Brittany olhou curiosa para a namorada que deu de ombros.

– Conta você. - mandou a latina.

Kurt cerrou os olhos para ela e em seguida virou-se para Mercedes.

– Precisa prometer que não vai sair daqui. - disse o rapaz. - Rachel me mataria, você precisa prometer...

– Promete logo, Cedão! - exclamou Santana impaciente, recebendo um olhar de desaprovação de Brittany.

Sua face relaxou no mesmo instante, e Mercedes levantou a mão em sinal de promessa. Kurt continuou:

– Quinn está realizando todos os sonhos de Rachel. - explicou com uma leve excitação na voz. - Elas foram patinar, Rachel cantou na Broadway, - nessa parte Mercedes arregalou os olhos. -, ano novo na praia...

O garçom chegou encerrando a conversa momentaneamente, Mercedes aceitou seus tots de bom grado e começou a comer um por um enquanto pensava no que Kurt havia lhe dito.

Alguma coisa não fazia sentido...

– Por que ela está fazendo isso? - sua pergunta saiu desconfiada, Santana revirou os olhos. - Que eu saiba, Quinn odiava Rachel e...

– Quinn é gay, Berry é gay, as duas estão se pegando, e provavelmente agora fazendo sexo selvagem! - disparou a latina com tanta rapidez, que Mercedes engasgou com o tots, Kurt pulou da cadeira para ajudá-la, algumas pessoas da mesa ao lado pararam de conversar para olhar e um garçom que passava tropeçou.

Brittany era a unica que parecia bem, ela sorria feliz.

– Eu sempre soube que a Q falava demais da Rachel pra alguém que odeia. - disse abraçando o ombro da namorada. Mercedes pareceu voltar a si e tomou um gole de água. - Mas agora parece um pouco tarde...

Os três pares de olhos caíram sobre ela.

– Por que diz isso, Britt? - perguntou a latina gentilmente.

Brittany deu de ombros.

– Rachel não parece bem para uma pessoa que está amando.

– Ei, ei, ei! - Mercedes interrompeu o casal. - Eu parei na parte do: Quinn e Rachel são gays.

Kurt riu.

– Não me pergunte, eu nunca soube desse lado da Rachel.

– E eu muito menos sobre a Fabray, apesar de já ter flagrado ela secando as pernas da Berry no colégio.

Mercedes levou a mão ao rosto e tudo pareceu se encaixar a medida que sua memória voltava aos tempos de colégio.

– E o que quer dizer com: Rachel não está bem?

Kurt pareceu entrar em choque, Santana olhou preocupada para sua namorada que também esperava uma resposta. Estava com receio de contar uma coisa tão particular, mesmo confiando plenamente em Brittany e Mercedes, revelar aquele segredo seria como machucar Rachel.

– Rachel...Está com cancer. - foi Kurt quem disse depois de um tempo. Mercedes pareceu congelar na mesa e Brittany ficou pálida.

Santana segurou as lágrimas, não queria chorar justo agora, ela odiava admitir que a situação de Rachel estava mexendo com ela, ainda mais com Quinn tão envolvida emocionalmente. Ela sabia que no fim, tudo terminaria daquela maneira, em lágrimas.

– O...O que? - perguntou Brittany soltando-se de Santana. - Rachel está morrendo?

– No máximo dois meses... - respondeu o rapaz abaixando a cabeça e chorando silenciosamente.

Mercedes largou o copo na mesa, suas mãos tremiam.

– Não tem outro jeito?

Santana balançou a cabeça.

– Ela se recusa a fazer os tratamentos. - explicou, parecendo ser a unica capaz de falar ali. Kurt se levantou e correu para fora do estabelecimento aos prantos, seguido por Brittany. Santana se curvou um pouco na mesa para Mercedes. - Por isso Quinn está realizando os sonhos de Rachel, e por mais que eu não concorde com isso, é o que a está fazendo feliz também.

– Então nós vamos estar ao lado delas, não vamos? - perguntou Mercedes com a voz embargada. Santana confirmou com a cabeça.

– Eu apenas sei que, quando Rachel morrer, também vai ser a morte de Quinn.


***




– Você deveria me agradecer por trazer um livro de receitas. - disse Rachel da cozinha. Quinn desceu as escadas. - Porque nós duas na cozinha, não seria nada prazeroso.




A loira abraçou a pequena por trás e lhe deu beijinhos carinhosos em sua nuca. Rachel preparava bolinhos de chuva, sua receita favorita, e de seus pais. Elas concordaram em deixar que a pequena cuidasse da cozinha, e Quinn dos detalhes, como lenha, preparar a cama, arrumar a mesa... Seria menos desastroso para duas e para o chalé. Quinn saiu para o campo e recebeu a brisa fria, fechou os olhos para sentir melhor, aquilo era delicioso. Caminhou até o estábulo para observar o rio parado, e calmo. Ela sempre fora apaixonada por natureza, sempre amou viajar para o chalé com a família e correr pelo campo com seus primos, e agora, amava mais ainda estar em um de seus lugares favoritos com sua pessoa favorita. Sentiu braços entrelaçassem sua cintura e uma respiração quente em seu pescoço.


– Quinn? - chamou a pequena com uma voz doce. A loira virou um pouco a cabeça.

– Sim?

– Em que está pensando?

Quinn segurou as mãos da pequena e a fez ficar de frente para ela, e modo que pudesse olhar em seus olhos quando dissesse:

– No dia em que te conheci. - respondeu. - Foi o inicio da nossa história.

Rachel suspirou.

– Sabe no que estou pensando? - a loira balançou a cabeça negativamente. - Se você consegue ser rápida!

E com um súbito empurrão, Quinn perdeu o equilíbrio e agarrou Rachel contra seu corpo. As duas gritaram antes de cair na água gelada do rio. Rachel agora ria descontroladamente enquanto Quinn ajeitava seu cabelo no rosto.

– O...Que...Você...Tem...Na...Cabeça? - perguntou jogando água na pequena em cada palavra. Rachel mergulhou e desapareceu na superfície. Quinn revirou os olhos e ficou atenta a qualquer movimento, só não estava preparada para um puxão em seu pé.

Ela prendeu a respiração e foi arrastada para baixo, deixou seus olhos se acostumarem com a água e viu Rachel rindo e em seguida lhe beijando. As duas deram as mãos e voltaram para a superfície.

– Você ainda vai acabar me matando. - falou.

A pequena achou graça e se aproximou dela, as duas ficaram muito próximas. Rachel passou a mão no rosto de Quinn, e a loira riu olhando para o bigode que ainda estava no rosto da pequena. Ela o limpou do rosto de Rachel, depois suas mãos subiram para o cabelo para então elas se beijarem outra vez, um beijo calmo, mas com desejo. Quinn mordeu seu lábio inferir, Rachel soltou um gemido que fez o coração da loira pulsar mais rápido. Elas voltaram correndo para o chalé tremendo de frio, quando chegaram no quarto, Quinn abraçou Rachel sentindo o corpo molhado ao seu. Era tudo o que ela queria, um desejo incontido cresceu dentro da loira, ela se deu conta que era hora de se trocar no banheiro, longe de qualquer visão que a fizesse perder o controle.

– Eu quero fazer um pedido. - disse Rachel após o jantar que ela fez, e que Quinn foi obrigada a admitir que estava bom. - Quero dormir lá fora, gosto de olhar as estrelas.

Quinn a olhou intrigada.

– Não tem estrelas essa noite

– É, eu sei, mesmo assim é diferente agora, estamos em outro lugar, estamos junto... - fez bico e sentou no colo da loira que estava sentada na poltrona respondendo mensagens de Santana e um sorriso enorme no rosto. - O que foi?

A loira mostrou a mensagem para Rachel que abriu um enorme sorriso satisfeito e em seguida deu um abraço em sua garota.

– Finalmente elas estão junto, ver Brittany e Santana separadas é o mesmo que ver a metade de qualquer coisa. - deu um selinho em Quinn. - Elas se completam.

– E nós também. - replicou a loira levantando com Rachel no colo, a pequena agarrou seu pescoço enquanto saiam outra vez para o campo. - Vou buscar dois travesseiros e edredom, ok?

Rachel concordou e correu para debaixo de uma árvore, o céu ainda estava nublado e ela rezou para que não chovesse naquela noite. Enquanto esperava Quinn, um pensamento incômodo lhe ocorreu: O que elas eram, afinal? Não estavam namorando...

Espera!

Quinn tinha namorado!

Rachel sentiu uma pontada forte na cabeça e se curvou de dor, apoiando na árvore. Respirou fundo algumas vezes, aliviando a dor. Decidiu que não questionaria a loira por enquanto, guardaria essa mágoa para si até o momento certo, pois só o que ela precisava fazer no momento era apreciar tudo o que Quinn estava fazendo por ela. Era sua única alternativa.

– Juro que se chover eu te jogo no lago. - Quinn reapareceu trazendo consigo um colchonete, cobertores e travesseiros. - Você é maluca.

As duas arrumaram o colchonete debaixo da árvore e se deitaram, com Rachel aninhada nos braços da loira, seu encaixe perfeito. O unico som audivel era o do rio e o do canto das corujas e grilos, a pequena mantinha seus olhos focados na lua grande e bela, rodeada por nuvens.

– Sabe, posso parecer tranquila com o passar dos dias... - começou passando a mão pela cintura da loira. - Mas eu tenho medo da morte. Será que dói?

Quinn engoliu em seco, não queria falar sobre aquilo, e Rachel não tinha o direito de tocar naquele assunto justo no momento que deveria servir para se amarem e pensarem em coisas boas.

– Não sei.

– Talvez seja como dormir...

A loira não respondeu, o que deu a certeza para Rachel de que ela não daria continuidade ao assunto. Quinn acariciou o braço da pequena levemente, deixando sua mente gravar a sensação de tê-la próxima do seu corpo.

– O que viu em mim? - perguntou melancólica. Rachel subiu a mão para o pescoço de sua loira e suspirou.

– Não é obvio? - silencio. - O que faltava em mim.

E assim o silencio recaiu sobre as duas. Quinn não duvidava mais dos sentimentos de Rachel, e Rachel não duvidava dos de Quinn, apenas sentia-se insegura quanto ao relacionamento que a loira mantinha em Yale. Mas isso ficaria para depois. E mais uma noite se passou para as duas garotas que dormiram juntas, sem soltar as mãos uma unica vez. O vento assoprou forte e um trovão ecoou, mas nem sinal de chuva, talvez fossem os anjos comemorando a volta de Brittany e Santana, ou apenas felizes por poderem assistir a Rachel e Quinn mais uma vez, dormirem sob o seu céu.

No outro dia as coisas foram um pouco mais animadas para elas, não sabiam se eram seu ânimo, ou a necessidade de aproveitar cada segundo daquele lugar, mas ao preparar o almoço, Rachel foi obrigada a suportar Quinn querendo ajudar e no fim quebrando os ovos de forma errada. A loira foi praticamente expulsa da cozinha após jogar farinha na pequena, ela saiu correndo para fora, o dia permanecia nublado, e apesar do sol, viria chuva em breve.

– Por que é tão difícil para você manter-se longe da cozinha? - Rachel vinha com alguns potes nas mãos e uma toalha na outra.

Elas sorriram

– Se você tivesse paciência para me ensinar. - insistiu carrancuda. - O que é isso na sua cabeça?

Rachel estendeu a toalha na grama verde e deixou os potes. Depois aproximou-se de Quinn levando a mão até uma fita fina e vermelha em seu cabelo.

– Eu fiz de faixa, ficou bom?

Quinn reprimiu um riso.

– Está linda.

A pequena cerrou os olhos para ela e as duas sentaram-se para comer os bolinhos de chuva. Estavam deliciosos, Deus, como aquilo era bom. Elas fizeram seu piquenique particular durante o almoço, até estarem satisfeitas e Rachel pedir para caminhar pelo terreno.

– Precisamos trazer meus pais aqui, eles iriam amar esse lugar. - disse a pequena segurando a mão de Quinn. - Kurt também, e Brittany e Santana...

Quinn ergueu uma sobrancelha.

– Vamos trazer o Glee Clube. - concluiu recebendo um olhar dramático de Rachel. - Sabe de uma coisa? Não vou deixar nossos filhos em suas mãos, vão ser loucos como a mãe.

Rachel parou de andar e Quinn sentiu um aperto mais forte na mão. Olhou-a preocupada se perguntando se dissera merda outra vez.

– O que foi? - perguntou cismada.

– Nada. - ela respondeu com um brilho nos olhos. - É só que...Você disse filhos.

Quinn respirou fundo.

– Oras, e nós não vamos ter? - apertou o nariz da pequena carinhosamente e beijou sua testa - Eu sei que um milagre vai acontecer, e você não vai me deixar. Eu quero me casar com você, ter filhos, ficar velhinha, poder te olhar todos os dias com rugas no rosto e cabelos branquinhos, e me lembrar o porque de ter me apaixonado por você.

Os olhos de Rachel brilharam mais ainda e uma lágrima caiu, Quinn a limpou com a ponta do dedo e a abraçou rapidamente.

Tudo estava dando certo. Seus corações saltitavam em alegria, seus arrepios trabalhavam continuamente com os toques gentis e delicados. Suas almas? Essas sim sentiam-se alegres depois de muito tempo.

– Ok, Rachel, eu quero que você pise na embreagem e gire a chave. - ordenou Quinn séria no banco do passageiro.

Ela estava ensinando Rachel a dirigir em seu carro.

Rachel fez o que a loira pediu, e o carro ligou.

– Ótimo, agora você puxa o freio de mão, - Rachel puxou. - muda a marcha para a primeira e acelera um pouco, então vai soltando a embreagem e acelerando mais.

– Merda! - xingou batendo no volante quando o carro morreu.

– Calma, tente outra vez, é só soltar a embreagem ao mesmo tempo em que acelera.

Rachel tentou mais uma vez, morreu. Mais uma, morreu. Quinn diria que depois de oito tentativas, ela finalmente conseguiu sair com o carro pelo campo.

– Isso, amor! - exclamou Quinn feliz. - Depois você muda para a segunda e para o carro finalmente ganhar velocidade você continua...Rachel!

A pequena estava tão feliz com a ideia de estar dirigindo que mal ouviu os outros conselhos de Quinn, continuou acelerando e rodando com o carro na grama. Quinn gritou desesperadamente, ela não queria morrer. Não dessa forma.

– Rachel, para o carro, para! - pedia espremida contra a porta. A pequena até tentou, mas ela já tinha esquecido como ligava e desligava um carro.

– Eu esqueci! - gritou soltando o volante automaticamente. Quinn pulou no colo de Rachel e tirou a chave do contato, o carro deu um solavanco e parou. As duas arfavam, a pequena abriu a porta do carro e se jogou na grama tendo um acesso de riso.

– Você quase matou o meu carro. - anunciou uma Quinn carrancuda descendo do automóvel e fechando a porta.

Rachel parou no mesmo instante de rir

– Você tem que escolher o que é prioridade.

As duas trocaram faíscas com os olhos até a expressão de Quinn se suavizar e ela pegar Rachel no colo, em fração de segundos estava sendo carregada nos ombros de Quinn que a levou até uma árvore. A maior árvore, na verdade, daquele lugar. Era linda, e muito antiga. O tronco era enorme, Rachel e Quinn poderiam abrir os braços lado a lado que não alcançariam as extremidades. A pequena pegou as chaves do carro de Quinn e começou a escrever algo no tronco.

Faberry is Forever.

A chuva forte começou a cair e elas voltaram correndo para o chalé. Quinn acendeu a lareira enquanto Rachel procurava alguma coisa dentro da mochila. Pen drive. Quinn não achou que sairia boa coisa daquilo quando viu a pequena atravessar a sala e conectar o pen drive no rádio. Ela se virou com um ar misterioso para Quinn.

– Você me ensinou a dirigir, ou a menos tentou... - riu. - Agora eu vou te ensinar a dançar.

Uma melodia romântica começou a tocar. Quinn abaixou a cabeça vencida, se arrependera de ter dito a Rachel que não sabia dançar, pois agora passaria a maior vergonha de sua vida na frente da pequena.

– Eu acho melhor não... - interpôs afastando Rachel com as mãos. A pequena segurou as mãos de Quinn e as entrelaçou trazendo a loira para mais perto de si até seus corpos estarem totalmente colados.

You've got magic inside your finger tips

Its leaking out all over my skin

Everytime that

I get close to you

Your makin me weak with the way you

Look through those eyes

– É só relaxar, e me acompanhar.

Quinn fechou os olhos e deixou-se ser guiada por Rachel, lentamente, pela sala. Encostou seu rosto na cabeça da pequena e passou as mãos pelas costas dela, sentindo-a arrepiar. Rachel entrelaçou as mãos no pescoço de Quinn, e sorriu timidamente. Seus olhos brilhavam intensamente, como a chuva que caia lá fora. Pensou como seria dificil ficar sem Quinn em um lugar desconhecido, como talvez, o céu ou o inferno, e era com a loira em seus braços, que ela sabia que não tinha medo de nenhum dos dois, se soubesse que seu amor era correspondido.

And all

I see is your face

All I need is your touch

Wake me up with your lips

Come at me from up above

Yeaaaa, oh I need you

Depois de anos, algo dormecido dentro do peito de Quinn despertou, preparado para algo novo, algo extraordinário como Rachel. Rezou tanto para encontrar estabilidade em sua vida, e tudo o que Deus lhe deu foi uma pequena garota frágil para ela cuidar. Ironia ou não, essa garota a salvou de uma vida vazia.

I remember the way that you move

Your dancin easily through my dreams

Its hittin me harder and harder with all your smiles

You are crazy gentle in the way you kiss

Quinn passou a mão pelos braço de Rachel, sentindo que o fluxo de sangue dela bombeava mais rápido. Queria apenas tocá-la, traçar os contornos de seu rosto, passando pela bochecha, pelas pálpebras - fazendo-as se fecharem - roçando no queixo, até que o dedo médio e o indicador pousassem na boca de Rachel. Sentiu um arrepio serpenteando pela espinha. Elas aproximaram as cabeças até os narizes quase se tocarem, a loira percorreu toda a lateral do corpo da pequena por debaixo da blusa, sentiu medo de ser rejeitada, mas Rachel permaneceu imóvel, apreciando o toque, e arfar ao sentir os lábios da loira em seu pescoço.

All I see is your face

All I need is your touch

Wake me up with your lips

Come at me from up above

Rachel abriu os olhos e puxou Quinn pela camisa, para que se deitassem em frente a lareira, a loira ficou em cima da pequena, com uma perna em cada lado de seu corpo.

– Você tem certeza? - perguntou a loira num sussurro sentindo seu ventre pulsar. - É isso mesmo que você quer? Eu não poderia suportar...

Então Rachel meramente a puxou ainda mais para perto e beijou seus lábios, lhe impedindo de terminar a frase, e fazendo pressão com seu corpo contra o da loira que soltou um gemido fraco, que se perdeu entre os trovões lá fora.

Oh baby

I need you

To see me, the way

I see you

Lovely, wide awake in

The mirror of my dreams

Quinn desabotoou os botões da blusa de Rachel, e continuou beijando-a muito suavemente, com paixão, com desejo, mas com muito amor e carinho também. A blusa da pequena foi parar longe, Quinn sentiu a excitação consumindo-a a medida que tirava os shorts. Rachel cessou os beijos para encarar Quinn, a loira parecia temerosa em continuar o trabalho, então ela mesma desabotoou o feixe do sutiã e viu os olhos da loira hipnotizarem.

And all

I see is your face

All I need is your touch

Wake me up with your lips

Come at me from up above

Deixando seu autocontrole para depois, a loira avançou contra o corpo de Rachel retirando sua própria blusa com ferocidade. Elas se beijaram com desejo, e a pequena prendeu seus dedos nos cabelos de Quinn quando ela começou a descer beijando delicadamente cada parte de seu corpo.

And all I see is your face

All I need is your touch

Wake me up with your lips

Come at me from up above

Rachel soltou um gemido alto quando a loira alcançou seus seios com a boca. Seu prazer a estava consumindo, estava entrando em um estado de êxtase sentindo os lábios macios da loira percorrer seu corpo.

All I see is your face

all I need is your touch

Wake me up with your lips

Come at me from up above

Yeaaaa, oh oh da da da do do do do do

Ahhhhhh, I ..... I need you

A calcinha de Rachel finalmente tinha sido arrancada e agora Quinn explorava faminta a coxa da pequena, com um único objetivo. Seu corpo todo implorava por contato, seu sexo parecia que iria explodir a qualquer momento, e quando alcançou o de Rachel, conseguiu identificar o gosto do paraíso. Não soube se era realidade ou fantasia, mas soube que estava com a pessoa certa, no momento certo, e a queria por toda a sua vida.


***



Já era de madrugada, a chuva caia um pouco mais fraca lá fora e Rachel dormia nua agarrada ao cobertor em frente a lareira, enquanto Quinn estava vestida, sentada no chão com as costas encostada no sofá, não tirava os olhos de Rachel nem por um segundo, e nas mãos, dedilhava o violão em uma melodia qualquer. Elas fizeram amor, e se o destino a permitisse dizer, Rachel havia trazido-a de volta a vida. Poderia ela estar mais apaixonada por sua pequena? Poderia ela sentir-se salva da forma que sentia-se nesse momento? Salva do nada que se tornara durante os anos de escola e em Yale.


Olhava o corpo perfeitamente moldado de sua garota e se perguntava como pudera viver tanto tempo sem tê-la.

Dedilhou uma melodia conhecida no violão, como brincadeira, adorava a música Patience, e sentia-se inclinada a cantar um trecho para si mesma, ainda sem tirar os olhos de Rachel.

Shed a tear because I'm missing you

(Derramei uma lágrima, porque eu sinto sua falta)

I'm still alright to smile

(Eu continuo bem para sorrir)

Girl, I think about you every day now

(Garota, eu penso em você todo dia agora)

Was a time when I wasn't sure

(Houve um tempo em que eu não tinha certeza)

But you set my mind at easy

(Mas você acalmou minha mente)

There is no doubt you're in my heart now(

(Não há dúvida, você está no meu coração agora)

Rachel acordou e espreguiçou-se gostosamente. Sentia-se tão bem consigo mesma, e com seu corpo. Sentia liberta, nova, e seu corpo todo arrepiou-se ao ouvir a voz doce de Quinn cantando baixinho, apenas para ela:

Said, woman, take it slow

(Eu disse: mulher, vá devagar)

And it'll work itself out fine

(E tudo vai ficar certo)

All we need is just a little patience

(Tudo que precisamos é de um pouco de paciência)

As duas sorriram uma para a outra e Rachel gatinhou com as cobertas enroladas em seu corpo até o lado de Quinn.

Said, sugar, make it slow

(Eu disse: docinho, pegue leve)

And we'll come together fine

(E vamos ficar bem juntos)

All we need is just a little patience

(Tudo que precisamos é de um pouco de paciência)

Patience

(Paciência)

As duas encostaram as cabeças no sofá e se contemplaram com desejo e amor. Quinn encostou seus lábios nos de Rachel sem aprofundar o beijo.

– Eu te amo. - sussurrou a loira.

– Eu te amo.

Rachel levantou e puxou Quinn, em questão de segundos ela estava trocada e com um sorriso travesso. A loira não entendeu muito bem o que ela estava tramando, então a pequena a conduziu até a varanda onde receberam uma rajada de vento e respingos de chuva.

– Preciso realizar esse sonho também. - Rachel concluiu para si mesma puxando Quinn pela mão para debaixo da chuva, a loira sentiu o choque elétrico em seu corpo, e mal pode reclamar, pois Rachel já estava agarrada nela e beijando-a.

– É meu aniversário. - disse a loira se separando do beijo e soltando aquilo que manteve preso durante todo o dia.

Rachel arregalou os olhos e se afastou.

– Por que não me contou? - parecia nervosa com a atitude da outra, pois agora seus olhos estavam cerrados, como sempre fazia quando estava com raiva. - Eu poderia ter comprado algo ou...

– Ei! - exclamou Quinn segurando uma de suas mãos. Ela calou-se assustada com o grito exagerado e parou de falar. - Tenho vinte e um anos anos agora, e de todas as datas, esse dia foi de longe, o melhor presente que já ganhei.

Rachel empurrou Quinn nervosa e começou a andar de um lado para o outro, a loira tentou puxar a pequena de volta para a casa, assim poderiam conversar melhor sem estarem se molhando naquela chuva.

– Lucy Quinn Fabray! Como você pôde?! - dizia apontando o dedo para Quinn. - Eu não escondo nada de você, poderia muito bem ter ficado brava por você ter roubado meu diário, mas não...

Quinn pôs a mão na cabeça vendo um pouco de graça em toda a atitude raivosa de Rachel; o velho humor Berry.

– Você sabe que não sou muito dessas coisas, não é? Pouco me importa se é ou não meu aniversário, amor. - se defendeu. - Você fica linda nervosa.

– Não me venha com palavras bonitinhas, estou revoltada com você. - continuou sem parar enquanto gesticulava. - Como posso esquecer o aniversário da mulher que amo?

A loira surpreendeu-se com a energia de Rachel em debater sobre algo tão sem importância para ela. Quinn fechou os olhos e levantou a cabeça para o céu, recebendo os pingos diretamente no rosto.

– ...Não quero mais falar com você, eu realmente não vou mais dar um pio...

– Quer casar comigo? - Quinn disse instintivamente voltando a encará-la.

– Porque você não tem a capacidade mental de um adulto e pa... Pa... - ela parou depois de alguns parecendo digerir o que ouvira.

– Pa, pa, pa...? - a loira a imitou divertida. Rachel ainda a encarava atônita, parecia ter levado um soco. - E aí? Se quer tanto me dar um presente, case-se comigo. Aceita?

Silencio. O único som era o da chuva caindo no gramado, e a respiração alterada dela. Rachel balançou a cabeça e abriu e fechou a boca algumas vezes.

– Eu...

Quinn se aproximou, o que pareceu fazer efeito na pequena que mudou totalmente seu humor e a voz.

– Eu aceito, Quinn.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeira musica: Magic- Colbie Caillat
Segunda: Patience - Guns and Roses