O Improvável Não É Impossível escrita por Mrs Lelê


Capítulo 22
Os perigos de assobiar


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! Desculpa mesmo pela demora, eu sei que eu demorai mais de uma semana, e isto não costuma acontecer, mas é que eu reescrevi este capítulo três vezes. Não ficava do jeito que eu queria, mas acho que assim ficou bom.
Então, lá vai:



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Horace assobiava alegre uma canção enquanto descia as escadas. Will estava com Bob cuidando dos exercícios dos Yellenses. Não tinham certeza que os habitantes de lá eram chamados assim, mas decidiram que essa seria uma forma melhor do que criminosos. Kyle acompanhou Will. Já Halt cuidava dos armamentos com o Rei Sean e Horace sobrou. Não tinha nada para fazer então decidiu encontrar-se com Halt, talvez pudesse oferecer alguma ajuda.

Estava tão distraído cantarolando que não ouviu um barulho nos arbustos que estavam no caminho ao lado dele.

Só se deu conta de que havia alguém ali tarde demais, quando uma mão o agarrou por trás e envolveu seu pescoço com um braço. O oponente ficou andando para trás, fazendo assim, com que Horace perdesse o equilíbrio e cambaleasse. Mas ele não era um oponente tão fácil de vencer assim. Deu uma forte cotovelada na barriga do agressor, que perdeu o ar, parou de caminhar e afrouxou um pouco o braço. Com menos pressão sobre a garganta, ele recuperou o equilíbrio e conseguiu se soltar. Deu alguns passos para a frente ao mesmo tempo em que desembainhava a espada. Logo em seguida deu meio volta e encarou seu oponente.

Quem quer que ele estivesse esperando encontrar, definitivamente não era parecido a ele, ou melhor, ela. Uma garota, pouco mais jovem que ele, uns dezesseis anos talvez, estava em sua frente. Ficou um pouco confuso com o choque repentino de encontrar uma menina atacando-o. Sua oponente aproveitou esse momento de confusão para desembainhar a espada e deu uma cortada por cima. Horace bloqueou o golpe, mas logo depois se deparou com um lateral, frontal, cortada a esquerda, direita. Ela era muito rápida. Mas Horace também. A garota parou, respirando.

Estava surpreendida, mas mais do que isso, admirada. Ela sabia reconhecer um bom espadachim quando via um. Estava quase se divertindo. Como era muito habilidosa a maioria das pessoas perdiam, ou muitas vezes enquanto praticava muitos homens a deixavam ganhar. Subestimavam-na por ser mulher. E agora que tinha encontrado um oponente ao seu nível, estava feliz, pois ele não parecia querer deixá-la ganhar.

Ela realizou outra série de golpes, desta vez, conseguiu um corte no braço do oponente.

 Nesse momento o guerreiro começou a avançar, chega de defender.

A garota se defendia, recuando para não ser cortada ao meio. Bloqueava os fortes golpes com sua espada, até que recuou tanto que encostou as costas no muro de pedra do castelo. Estava encurralada.

Horace colocou sua espada no pescoço na moça

–Quem é você? –perguntou o cavaleiro. Mas ela não respondeu. Deu um forte chute na canela que a fez recuar.

–Quem é VOCÊ? –perguntou decidida.

A perna do cavaleiro agora escorria uma fina línea de sangue.

–Quem quer... –começou Horace mas antes de terminar deu lhe uma rasteira que a deixou no chão. Rapidamente chutou a espada da garota mantendo-a fora de alcance. –...saber.

O velho truque que Will lhe havia ensinado nunca falhava. Pelo menos por enquanto, até que se torne muito conhecido e as pessoas não caiam mais.

–Quem é nossa prisioneira hoje? –perguntou Halt que estava encostado numa árvore.

Horace o fitou com um olhar de “Por quê você não me ajudou?”

–Você não precisava de ajuda. –respondeu entendo a expressão dele.

O arqueiro e o cavaleiro a amarraram numa cadeira e com as algemas de polegares.

–O que uma garota tão frágil estaria fazendo aqui no castelo? –perguntou Halt com o intuito de provocá-la, estava obvio, pela forma com ela usou a espada que não era frágil. Na verdade Horace sentia admiração e até respeito pela garota. Onde será que tinha aprendido a lutar assim?

–Eu precisava achar alguém. –respondeu desviando o olhar.

Halt a olhou fixamente olhos a olhos, mas ela não parecia ter ficado intimidada.

–Vim buscar o meu pai. –disse secamente.

–e quem é o seu pai? –perguntou Horace.

–Salter tem se comunicado com vocês ultimamente? –perguntou com um sorriso irônico, mas sem o menor tom de diversão.

Os dois homens permaneceram em silêncio.

–Ele merece ser enterrado com honra. –disse a garota. Ela não chorava, estava decidida a não mostrar suas fraquezas, como lhe haviam ensinado...como seu pai lhe havia ensinado.

Halt fez um moimento afirmativo com a cabeça.

–Ele já foi enterrado. –começou Halt, se quiser podemos lhe mostrar o caminho.

A garota permaneceu em silêncio, e Halt tomou o gesto como um sim. Com um movimento mandou Horace desamarrar a garota, por enquanto ela não parecia ser uma ameaça, mas isso não significava que não iriam vigiá-la.

Os dois homens a acompanharam até o local e acharam que ela queria ter alguns minutos a sós com o falecido pai.

A garota caiu com derrota de joelhos em frente ao bolinho de terra um pouco mais alto do que o chão. Olhou agradecida e deu até um pequeno sorriso de canto a cruz de madeira que havia sido feita. Como antes, estava decidida a não chorar, talvez tivesse sido mais difícil se ele não estivesse enterrado. Vê-lo naquele estado iria com certeza partir totalmente se coração.

Por que será que eles se deram ao trabalho de enterrá-lo? Ele não era nada para eles, na verdade, era até seu inimigo. Por que a cruz? Por quê? Salter não iria ter agido de maneira alguma assim se fosse ao contrário. Nem com seus homens ele agia assim. Na verdade, era mais provável ele cuspir e andar encima do corpo do inimigo do que enterrá-lo. Então por que eles o trataram assim?

 Naquele momento tomou uma decisão. Estava com uma dívida com aquelas pessoas. Será que ela deveria ajudá-los? Com certeza não queria mais fazer parte daquele grupo que matou seu pai. Mas Salter também não é uma pessoa burra e perceberia facilmente. E se...é! Era isso mesmo que iria fazer!

Ao sair encontrou-se novamente com o misterioso homem de capa estranha e o habilidoso cavaleiro.

–Obrigada. –agradeceu. E continuou andando. Mas parou e virou somente a cabeça sobre o ombro. –a propósito, meu nome é Letícia.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Lelenascente? Sua opinião por favor.
Outro aviso: Minhas aulas começam amanhã, então meu ritmo de postagem vai diminuir um pouco. Provavelmente vou postar uma vez por semana, mas vou tentar fazer o possível para ser menos.
beijos queridos