O Improvável Não É Impossível escrita por Mrs Lelê


Capítulo 18
A verdade...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, to aqui de novo, recuperando o tempo perdido! hahahahahaha

Alguém pode me dizer que livro eu estou lendo? hahahaha Depois deste capítulo vai ser fácil adivinhar!



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A lua cheia lançava sombras escuras na noite. Apesar da hora, muitas pessoas eram vistas caminhando nas ruas e becos do Old Yeller. Dado em conta a movimentação parecia até que era de dia, mas era exatamente neste período de escuridão que o bairro ficava a pleno vapor.

O grupo caminhava à passos rápidos, como faria qualquer pessoa prudente que não gostaria de ser assaltada.

Até que um jovem magro de repente apareceu e passou por Horace, empurrando ele.

–Me desculpe senhor! –desculpou-se educadamente, com um sorriso, e passou por ele apressado

–Sem problemas! –respondeu ao homem que continuou a caminhar.

Kyle começou a correr atras do homem, que ao perceber que estava sendo seguido correu a toda velocidade até que foi engolido pela escuridão da rua mal iluminada. Todos os três olhavam confusos para o garoto cada vez menor a medida que se afastava.

Horace moveu sua mão em direção ao cinto de onde pendia a bolsa de dinheiro. Para sua surpresa não estava mais no lugar. Apalpou o outro lado, para ter certeza que não havia se confundido. –Ele a roubou! –avisou, surpreso com a delicadeza da mão do homem ao tirá-la sem que nem sequer percebesse.

Os três começaram a correr na direção da escuridão onde o homem, e agora Kyle, havia desaparecido. Viraram numa das ruas escuras à direita, onde encontraram Kyle com uma adaga contra a garganta do larápio.

–Devolva! –ameaçou o rapaz.

–Eu não sei do que está falando! –respondeu o outro, mas seus olhos não demonstravam isso.

– É mesmo? –perguntou ironicamente e fazendo mais pressão com a adaga, e um fio de sangue começou a escorrer.

O ladrão, pareceu se dar conta de que sua vida não valia uma bolsa de dinheiro, apesar de estar bastante cheia e a devolveu.

–Agora vá antes que eu mude de idéia! –disse soltando-o. O homem correu, mas cambaleou e caiu, se levantou rapidamente e retomou sua fuga.

Kyle jogou a bolsa de dinheiro na direção de Horace, que a agarrou com facilidade.

–Por que o deixou ir? –perguntou Will– afinal ele é um criminoso.

– Todos aqui são. E acho que não devemos fazer inimigos por aqui, muito menos se requisitamos de sua ajuda.

–faz sentido– ajudou Horace.

Depois deste incidente eles ficaram mais atentos ao que se passava ao seu redor. Era um ambiente escuro, as poucas lamparinas não davam conta. As ruas eram cobertas pela névoa, o que dificultava a visão de alguns metros à frente deles.

Até que pararam em frente a uma casa de dois andares, feita de madeira, como a maioria. Entraram pela porta destrancada. Mas foram surpreendidos ao perceber que estavam em um bordel.

–O que estamos fazendo aqui? –sussurrou Horace ao perceber mulheres olhando-os com interesse.

Muitas jovens entravam e saiam de quartos outras esperavam serem chamadas, mas todas elas utilizavam vestidos incrivelmente curtos, acima do joelho e com decotes diferentes dos discretos que estavam acostumados a ver.

–Não se preocupem, conheço uma pessoa que pode nos ajudar. –sussurrou de volta, mas desta vez para que Will e Halt também pudessem ouvir.

“É melhor Cassie não me matar”, pensou Horace olhando para o chão. Viu com o canto dos olhos os outros arqueiros fazerem a mesma coisa.

Enquanto isso, Kyle mexia a cabeça procurando alguém.

–Kyle! –disse uma voz feminina atrás deles.

Todos se viraram e encontraram uma moça de meia idade. Cabelos negros, embora um pouco manchados de branco. Vestia um vestido vermelho e longo, para a alegria de todos, que se sentiam desconfortáveis com tanta pele a mostra.

O garoto andou em sua direção e a abraçou.

–Que bom rever você! –disse a moça devolvendo o abraço e acariciando os cabelos pretos do garoto. –Como cresceu!

–Precisamos de sua ajuda. –disse ainda abraçando-a. A moça parou de acariciar e seu sorriso desapareceu.

– Vamos entrar– falou por fim.

A moça entrou numa porta, seguidos pelos quatro. Ela mostrou o sofá e os convidou a sentar-se.

Depois de devidamente acomodados Kyle começou.

– precisamos encontrar alguém que esteja disposto a nos ensinar a arte de roubar e seus truques. Sei também que há algumas armas.

A mulher deu um tapa atrás da cabeça do garoto. –O que sua mãe acharia disso, menino!? Não me diga que vai começar a roubar!–respondeu irritada.

Um silêncio constrangedor tomou conta do local. –Mamãe foi assassinada, tia Marilu. – disse Kyle enquanto levava a mão até a região atingida.

–Oh garoto– disse abraçando o menino novamente, enquanto lágrimas tomaram conta dos olhos da mulher, agora conhecida como Tia Marilu. Mas com um grande esforço por parte dela, elas não rolaram por sua face.

–Está tudo bem–disse Kyle também com lágrimas encharcando seus olhos. –mas não viemos aqui por isso. Como eu disse, precisamos de alguém que conheça os truques usados pela gangue.

–Bem, eu sei de uma pessoa perfeita para isso. Se ela aceitar, vocês receberão sua visita amanhã, em alguma hora do dia.

–Obrigada Tia.

–Aonde tenho que pedir que ele os encontre? –continuou a mulher

O rapaz olhou interrogativamente para os três homens sentados no sofá ao seu lado, que não tinham falado nada até agora.

–No castelo. –respondeu Halt.

–Muito bem. –respondeu a mulher.

Todos os três perceberam que o rapaz e a moça, com ao que tudo indicava que tinha certa intimidade e afeição, gostariam de alguns minutos a sós, por isso pediram licença e saíram do quarto. O assunto principal já estava resolvido, ou pelo menos parcialmente.

–A gangue a matou? –perguntou a mulher, com agora lágrimas deixando seu percurso no seu rosto.

O garoto assentiu. Não tinha voz para falar no momento.

–Ela era uma grande mulher! –Continuou a moça com uma voz rouca pelo choro.

Novamente nenhum som saiu por sua boca, ele assentiu, agora com um sorriso forçado.

–Agora acho melhor vocês irem, não é bom você andar por aqui a esta hora. –disse Marilu beijando carinhosamente sua testa.

–obrigada Tia Marilu! –disse Kyle antes de abrir a porta– por tudo!

Foi a vez de a mulher assentir– ora, não é nada.

***

Posso ajudar vocês, cavalheiros? –perguntou uma mulher debruçada no balcão de madeira.

Todos os três ficaram completamente vermelhos e gaguejavam. Não conseguiam completar uma única palavra.

Simplesmente apontaram para Kyle, que vinha na direção deles e seguiram o garoto.

***

Agradecidos por sair do local, o grupo caminhava pelas ruas escuras, de volta ao castelo, onde o Rei Sean esperava ansiosamente por notícias.

Kyle, sentindo que devia algumas informações, interrompeu o silêncio.

–Minha mãe trabalhava lá.

–Achei que ela era uma fazendeira.

–Ela era. Mas antes disso trabalhava aqui. Marilu é a dona do lugar, e me tratava muito bem quando ia visitar minha mãe. Por isso do apelido carinhoso.

Outro silêncio se formou. Até que foi novamente quebrado.

–Visitar? –perguntou Will

–É. É um pouco confuso. Minha mãe trabalhava lá, onde conheceu meu pai. Quando completei cinco anos, eles decidiram que eu merecia alguma coisa melhor, mal tinham dinheiro para me sustentar, então fui morar com meu tio, Alexander. Gostava dele. E não sentia falta de meus pais. Ele era uma pessoa muito boa. Morei com ele até seu falecimento, alguns anos atrás, onde voltei a morar com meus pais, que conseguiram dinheiro suficiente para comprar uma fazenda. E tiveram seu segundo filho, uma menina. A pequena Samantha.

Todos ficaram impactados com a história. Uma pessoa tão jovem não poderia ver visto tantas mortes assim.

–Eu... –começou Horace, não sabendo muito bem o que dizer, mais queria consolar o garoto de alguma maneira– ...sinto muito.

–Eu também... –respondeu Kyle


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Notas finais do capítulo

E ai?