O Improvável Não É Impossível escrita por Mrs Lelê


Capítulo 13
Pousada do Salgueiro


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos! Aqui vai mais um capítulo que acabei de terminar.
Espero que gostem! ^_^



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–Então, qual é o plano? –perguntou Kyle quebrando o silêncio entre os quatro enquanto cavalgavam. Fazia horas que queria fazer aquela pergunta.

–Por enquanto não há plano. –disse pacientemente Will, para a decepção do rapaz, que achou que arqueiros sempre tinham um plano para qualquer momento e em qualquer lugar.

–primeiro temos que encontrar mais pistas. Sugiro que procuremos outra cidade invadida e procuremos por lá. Talvez possamos até mesmo achar pegadas dos criminosos.

–acho que não vai ser muito difícil achá-los. Eles andam por todos os lugares ultimamente.

–Muitos lugares? –se interessou Halt– eles costumam atacar várias cidades distantes uma da outra ao mesmo tempo.

–agora que você comentou, é verdade. Eles devem ter se dividido. Pois caso contrário seria impossível atacar em tantos lugares diferentes.

–exatamente. –elogiou Will– isso quer dizer que eles devem ter um grupo principal, onde está o líder.

–Nós só temos que encontrar um grupo menor e fazer com que ele nos informe onde está o grupo maior e quais são seus planos, resumindo, vamos interrogá-los. –concluiu o mais velho– Viu Kyle? Agora já temos um plano. –disse Halt, renovando todas as expectativas do garoto sobre os arqueiros e seus poderes.

– a propósito, você sabe como eles se auto-intitulam? –perguntou Horace.

–Não, como eu disse, a primeira vez que tive contato com eles foi no confronto de ontem. Mas não passou pela minha cabeça perguntar, eu simplesmente tinha que me defender.

–bem, acho que isso também seria uma informação muito útil. –disse Horace.

Um silêncio seguiu o misterioso e decidido grupo por vários quilômetros enquanto avançavam. De vez em quando um se igualava ao passo de outro e conversavam um pouco.

–Você acha mesmo que foi uma boa idéia trazer aquele garoto conosco? –perguntou Horace, depois de acelerar Kicker até Puxão. Em um tom de voz baixo, quase sussurrando, para ter certeza de que Kyle não escutaria.

–Eu não sei. Pode ser que não, mas há algo naquele garoto. Ele não é nenhum cavaleiro, muito menos um arqueiro, mas há alguma coisa que me deixa confiante em relação a ele.

Halt estava um pouco mais a frente, mas com seu ouvido aguçado, havia escutado a reposta de Will. Achou-a intrigante e interessante. Ele também sentia uma coisa parecida. Teve a impressão de ainda ser mentor de Will ao ouvir Kyle perguntar sobre os planos. Aquele garoto tinha alguma coisa. Como se sua verdadeira força e habilidade estivesse apenas adormecida em um sono bastante profundo. “Talvez fosse difícil desperta-la.”, pensou enquanto observava o rapaz tentar beber água do cantil enquanto montava, ele tinha que se igualar aos movimentos do cavalo para não derramar. Mas ao parecer essa tarefa era bastante difícil para o garoto, que ficava mais molhado cada vez que o cavalo balançava. Até que finalmente se conformou com os poucos goles que havia conseguido e guardou o cantil.

Agora o arqueiro mais velho se concentrou em olhar o céu. Já haviam cavalgado o dia inteiro, em menos de uma hora a luz do sol acabaria. Sua sombra, assim como a de todos e tudo, estava larga. Mas nuvens se aproximavam. É primavera, uma estação de chuvas.

–Não podemos parar. Se chover as pegadas serão apagadas pela água. A próxima cidade não está muito longe. Daqui a quatro horas, se mantivermos o mesmo ritmo estaremos chegando.

Kyle não gostou muito de escutar aquilo. Estava cansado e com sono. Queria parar, deitar e dormir um pouco. Mas também não podia permitir que aquele grupo ficasse as soltas e atacando pessoas inocentes. Sua energia pareceu renovar ao pensar daquela maneira. Ao pensar na brutalidade com que aquelas pessoas mataram sua família. Queria vingar seus entes queridos, mas mais do que isso, queria proteger os demais daquele sofrimento. Não queria que ninguém mais passasse por aquilo. Com essa força de vontade revigorada ele impeliu Canela para frente, ultrapassando Halt e os demais.

– Parece que alguém quer chegar logo– comentou Horace para Will.

Os três que ficaram para trás avançaram também, igualando-se ao passo de Kyle. Cavalos de arqueiro eram muito resistentes. Como diria o velho Bob: “eles conseguem manter o mesmo passo o dia inteiro, muito tempo depois que os grandes cavalos de batalha se deitam e morrem”, pensou Will. Kicker era um grande cavalo de batalha, mas ele já estava acostumado a viajar com Puxão e Abelard, além disso, eles não iam manter este passo a noite inteira. Quanto a Canela, ele não tinha certeza, mas parecia muito forte, ela era muito inteligente e resistente. “Por falar nisso, eu tenho que me lembrar aonde ele conseguiu ela e como a treinou”, pensou Will consigo mesmo.

Quatro horas se passaram e lá estavam eles, na entrada da cidadezinha.

–Halt, esta não parece uma cidade invadida. –falou Kyle.

–Eu sei, acho que todos já conseguimos deduzir isso– falou Halt com mais uma de suas respostas azedas.

Permaneceram em silêncio enquanto se dirigiam a entrada, que era guardada por um guarda. “Eles devem estar se precavendo com todas estas invasões”, pensou Horace. Ele tinha razão.

–Quem são vocês? –perguntou o homem em direção aos quatro visitantes.

– Nós só queremos comprar um pouco de lenha e passar a noite em alguma pousada. –disse Halt tirando o capuz e, com um gesto, Will fez o mesmo. Kyle havia dado a dica de que nesta cidade, havia muita madeira dura muito procurada, perfeita para a fabricação de móveis caros. A cidade era cheia de lojas de marceneiros e lenhadores. Era muito visitada por compradores e comerciantes, um guarda não estranharia muito se dissessem que só queriam comprar um pouco de madeira.

–Muito bem, podem passar. –disse o guarda dando um passo para o lado, deixando a passagem livre.

A cidade parecia normal. Havia pessoas, luzes acesas pessoas bebendo, tudo perfeitamente comum. Mas um clima de medo era percebido. A notícia dos invasores cada vez se espalhava mais e deixava as pessoas aterrorizadas.

Will foi com Kyle em um bar, para ver se conseguia alguma informação, Já Horace estava mais preocupado com o jantar da pousada do Salgueiro, que era aonde se haviam hospedado. Foi servido um caldo de carne com batatas e legumes e pão, que diferente do que normalmente comiam, não estava duro. Halt jantou com ele. Escolheram uma mesa afastada das demais, onde poderiam ter uma visão de todo o aposento, mas sem chamar atenção, mas não havia muita necessidade disto, já que como era de se esperar para este horário, o refeitório estava vazio. Mas a mulher do estalajadeiro não se incomodou em esquentar o jantar que havia feito um pouco mais cedo.

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No quarto, Halt e Horace escutam passos nos corredores. Os dois ficam alerta. Mas os passos estavam ficando cada vez mais próximos até que a porta do quarto é aberta. Will e Kyle surgem da escuridão.

–E aí? Descobriram alguma coisa? –perguntou Horace, que estava morrendo de curiosidade para saber das novas informações.

–Nada– respondeu Kyle– Ao parecer as pessoas sabem tanto quanto nós.

–Que pena. Isso significa que não houve invasão nesta cidade.

–É. Vamos dormir, talvez amanhã cheguem notícias novas.

O grupo se dividiu em dois e se dirigiu cada dupla ao seu respectivo quarto.

Até que duas horas da madrugada, mais ou menos, todos foram acordados por barulhos vindos de fora. 


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Notas finais do capítulo

E aí? Já tem uma ideia do que aconteceu?
Olha gente, se tiver alguma coisa da qual vocês não estejam gostando me avisem, tá? Porque ai eu mudo.