Fronteiras da Magia escrita por Julio Kennedy


Capítulo 1
Sufoco


Notas iniciais do capítulo

Ola você!
Fronteiras da Magia esteve em Stand-By por meses e para dar fim a essa espera angustiante decidi que reescreveria a fic. Aos leitores antigos digo; não se assustem, não mudarei nada no enredo. Estou reescrevendo para retirar os erros de portugues e editando as partes (na verdade tudo) em que eu acho que meu portugues não estava bom. (voltando a dizer, tudo).
Espero que gostem, e que a aventura tenha inicio!



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O SUFOCO

“– Muitas pessoas das quais contamos nossas aventuras, não acreditaram em se quer um palavra do que dissemos. Não importa, eu e eles sabemos o que aconteceu. Como foram aquelas semanas em um mundo que não era o nosso.”

Em um bairro típico de Portugal morava Miguel. Um garoto, no entanto bem atípico. Baixinho para sua idade e com pensamentos bem adiante de seu tempo. A época das grandes navegações já haviam tido fim. Os mares já haviam sido mapeados. Lendas haviam sido esquecidas e a magia havia sido enterrada no coração das pessoas.

Como todos os outros dias ele seguiu sua rotina tediosa. Acordou as seis da manha e foi ainda de olhos meio fechados até o banheiro do segundo andar, onde seu quarto ficava. Esbarrou na mesinha de madeira e praguejou enquanto achava seu rumo.

Pouco mais tarde vestiu o uniforme que sua mãe havia preparado e colocado sobre os pés de sua cama. Uma calça bufante que a muito havia sido branca, suspensórios, uma camisa de manga longas, realmente branca, e uma blusa azul com o brasão imperial.

Desceu e encontrou sua mãe na cozinha. Sentou-se na cadeira mais próxima a mãe na mesa e deu bom dia a ela que respondeu sem olha-lo. A mulher estava de cabeça baixa escolhendo alguns grãos em meio a uma pequena montanha que havia feio sobre um pano na mesa.

Miguel esticou o braço e pegou o cesto com dois pães trazendo-o para si. Pegou o maior e mordeu enquanto se levantou para pegar o bule de café que estava no fogo – não se demore a comer, seu pai ficará furioso.

– Sim, eu sei – ele respondeu dando uma mordida maior no pão. – Já é final de ano, tem certeza que preciso ir?

A mãe levantou os olhos e o encarou sem expressão – você sabe o que penso sobre isso tudo.

Passos foram ouvidos na escada e um homem de cabelos já grisalhos surgiu carrancudo. Usava uniforme da patrulha, com um rifle pendendo em suas costas. – Ainda aqui? – perguntou ele a Miguel que não respondeu. Apenas se levantou da mesa com o pão ainda na boca e agarrou a sacola onde seu caderno estava.

Saiu pela porta sem olhar para trás. Não queria olhar para seu pai, mas ouviu sua voz e entendeu o que ele havia dito enquanto tentava se distanciar o máximo que podia daquela casa. – Maldito seja o dia em que eu te engravidei.

Chegou ao colégio bufando, seus braços e peito estavam suados. Ainda sim ele agradeceu, ele sabia que o cansaço iria afastar as lembranças daquele dia onde tudo havia mudado pra ele.

– Achei que não chegaria a tempo de novo – resmungou uma voz feminina que Miguel conhecia muito bem. Se virou com um sorriso no rosto e encontrou seus dois companheiros atrás de si – nós te esperamos na praça, mas você não apareceu.

– Pra variar – comentou o garoto de cabelos loiros. – Não sei por que nos pede para esperar se nunca aparece.

Lina era linda. Pelo menos era assim que Miguel e Hugo a definiam nas raras situações em que ela não estava presente. Filha do conselheiro, era uma das pouquíssimas garotas a ser educada no rigorosíssimo colégio.

As horas se passaram e como devido foram para o ginásio de esportes. Thomas, o professor, nada qualificado na opinião de Lina, os encarava com seus olhos repreensores.

– Ele é da Guarda, não sei por que insistem em manda-los para nos educar – resmungou Hugo de braços cruzados na formação. Lina olhou para frente esperando que Thomas aparecesse com uma varinha, mas nenhum movimento havia sido feito. Ele não havia ouvido.

Miguel fez o mesmo movimento, dobrando a cintura para o lado e depois de verificar a inercia do homem, sussurrou – espero que hoje não sejam flexões.

– Espero que ele engasgue com a própria saliva e morra – praguejou Hugo com uma expressão furiosa.

Lina o olhou assustada, revirou os olhos e se absteve da constante briga. – Segundo o quadro de exercícios hoje vocês terão de correr – disse imponente Thomas. Revirou a folha que estava em suas mãos e os encarou – o que vocês estão esperando? – ele gritou.

Como o estouro de um bando as dezenas de jovens dispararam a correr. Lina ficou parada enquanto os outros chegavam a pista. Thomas ergueu o queixo e a olhou – o que foi senhorita, deseja um convite por escrito?

Lina fez um movimento com as mãos e se curvou atraindo o olhar do homem para o longo vestido que usava. Depois franziu o cenho e ergueu poucos centímetros de seu vestido revelando os sapatos que usava.

Thomas deu de ombros e apontou para a pista – você tem três segundos para sumir da minha frente ou já sabe seu final.

Lina segurou a língua, engoliu a seco e furiosa chegou à pista. Esperou que o grupo de corredores passasse e se infiltrou no fim da fila. Miguel e Hugo diminuíram o passo e aos poucos Lina os alcançou.

– Eu odeio ele – ela confessou correndo com dificuldade. Seus sapatos eram como marteladas, ecoando por todo o ambiente.

Hugo sorriu – agora não pareço tão mau, não é?

– Vejam pelo lado positivo. Ramão ainda não veio implicar com nenhum de nós – Comentou Miguel entre meio uma bufada.

Hugo deu um soco no ombro de Miguel e resmungou – seu idiota, dizer esse tipo de coisa atrai más energias.

– Não entendo como alguém tão descrente quanto você pode ser tão supersticioso – comentou Miguel rindo. Hugo apenas torceu os lábios e olhou para frente, sentiu o olhar do professor correr por ele e suspirou.

O destino é caprichoso e gosta de ser notado. Talvez esse tenha sido o motivo, ou sabe-se lá qual poderia ter sido. Coincidência, há quem acredita.

No fim da quarta volta os pés de Lina a matavam. Ela amaldiçoava a cada passo o professor e talvez por isso não tenha percebido a aproximação lenta do garoto grande a sua frente.

Ramão estava correndo mais devagar que os demais e pouco a pouco a distancia entre ele e os três, foi diminuindo. Hugo resmungou e Miguel se satisfez apenas franzindo o cenho.

A rivalidade entre eles era antiga. Anos de colégio juntos. Longos anos de puro aprimoramento na arte clássica de ferrar uns com os outros.

Ramão tinha uma peculiar tendência a maldades. Era o maior da turma e um dos garotos mais fortes do colégio. Tirava sempre ótimas notas, se apresentava sempre no horário. Sempre impecavelmente vestido, sempre dizendo as frases certas nas horas certas.

Hugo o odiava mais que qualquer um. Sendo o completo oposto de Ramão nada diferente poderia ser esperado.

– Ora, ora, ora – recitou o garoto de olhos azuis. – Como vão minhas vitimas preferidas?

Ainda correndo Hugo se colocou entre Lina e Ramão o empurrando com o ombro – se você se aproximar dela de novo eu juro... – tomou um pouco de folego e tentou continuar.

Mas foi interrompido por Ramão – eu juro que, eu juro que. Eu estou cansado de ouvir suas ameaças furadas, se tem coragem, se é homem venha defender sua namorada com as próprias mãos.

O garoto gargalhou fazendo o rosto de Hugo corar de raiva. – talvez seja hora.

Então Ramão fez um movimento com a mão e ainda com o mesmo sorriso no rosto se jogou no chão. Ele bateu com força e rolou para o lado. As pessoas que corriam pararam para olha-los e o professor surgiu em segundos sobre o garoto.

– Você esta bem? – perguntou Thomas a Ramão que franzia o rosto e gemia baixo com a mão no joelho.

– Hugo. – Disse ele apontando, o professor seguiu a direção em que ele apontava até seu olhar recair sobre os três – ele colocou o pé na minha frente, ele me derrubou.

Os olhos de Thomas se tornaram brasas ardentes. – Mil infernos – ele gritou com tanta aspereza que Lina pode jurar sentir o raspar das palavras sobre sua pele. – Já é a quarta vez esse semestre Alcântara?

Lina se pôs a frente e gritou – não foi ele, Ramão se jogou.

O garoto ainda no chão gargalhou. – Mas é claro, porque eu teria muita vantagem em fazê-lo.

– Não quero ouvir mais nada, fiquem todos aqui – gritou Thomas. Ele se levantou e agarrou Hugo pelo braço. O garoto mostrou resistência, mas Thomas era duas vezes maior que ele. – A coisa não ficara boa para você.

Os dois sumiram pelas grandes portas de madeira deixando o resto dos alunos alvoroçados. Um grande polvoroso teve inicio, os murmúrios podiam ser ouvidos ao longe pelos corredores do prédio.

– Não acredito nisso – exclamou Miguel. Socou o ar e depois colocou as mãos no rosto.

– Levaram-no para o sufoco não foi? – perguntou Lina que parecia estar tão desesperada quanto Miguel.

– Eu sinceramente espero que o coloquem ajoelhado em milho. O sofrimento seria menor – comentou Miguel passando a mão pelo cabelo curto.

O Sufoco era o apelido dado ao armário do vice-diretor, onde ele costumava prender os alunos durante horas como castigo para vários tipos de delito que ele julgava grave. O armário não tinha mais que cinquenta centímetros de largura. Cheirava fortemente a mofo. Quando as portas se fechavam a única entrada de ar era a tranca da porta, o calor imperava lá dentro, deixando qualquer um em mau estado.

Como se tudo não bastasse, para não ouvir os choramingos dos alunos que eram presos o vice-diretor costumava colocar em sua vitrola, o seu tipo de musica preferido, opera, em uma altura consideravelmente alta.

Ramão gargalhou se levantando. Encarou os dois e cruzou os braços – por mim que o expulsem. Vocês sabiam que o pai dele esta desempregado? Ele não poderia continuar frequentando o colégio de qualquer jeito.

Miguel cerrou os punhos e começou a andar como uma locomotiva em direção ao garoto. – Seu desgraçado, maldito – gritou Miguel. O moreno ganhou velocidade e aproveitou do peso de seu corpo para empurrar Ramão que desprevenido foi arremessado no chão.

No instante seguinte Miguel estava em pé na frente dele, desferindo o primeiro do que teriam sido vários chutes, mas Lina o impediu, segurando com força seu braço.

Ramão se levantou depressa, ajeitando suas roupas no corpo enquanto andava de costas na direção contraria a eles – eu vou te pegar Miguel. – Gritou ele se ancorando a arquibancada.

– Estou esperando – o garoto respondeu.

– Você foi genial – Lina comentou dando um sorriso rápido.

– Estava com vontade de fazer isso há tempos.

Miguel olhou para os lados e agarrou o braço de Lina a puxando em direção as portas de madeira. Lina resistiu a principio, mas depois de olhar nos olhos do garoto ela soube o que ele pretendia fazer.

– Você não precisa vir se não quiser – sussurrou Miguel parando antes de chegarem ao corredor principal.

Lina balançou a cabeça positivamente e desatinou a correr pelo corredor. Deu alguns passos barulhentos e estapeou o ar. Atrapalhadamente ergueu a perna e tirou os sapatos, colocando as meias brancas no chão sujo.

Miguel que ainda estava no mesmo lugar sorriu. Apertou os lábios fazendo-os formar apenas uma linha vermelha e começou a correr junto a garota.

Subiram dois andares, se esgueirando próximos as paredes. Alguns minutos depois chegaram ao corredor sem saída onde a sala de vice-diretor ficava. A musica tocava alto o que os fez suspirar em nervosismo. – E agora? – perguntou Lina com olhos molhados pelo pavor.

Não houve tempo para resposta. A porta do vice-diretor foi destrancada e com um ranger agudo foi sendo aberta.

Os olhos dos dois se arregalaram. Então no desespero se jogaram para dentro da primeira sala que viram. Se sentando de costas para porta com a respiração ofegante pelo susto.

Por alguns segundos eles apenas ouviram o som dos violinos vindos da sala do vice-diretor, mas logo a voz do homem ecoou sobe a porta – temo que tenhamos de ser mais cautelosos.

Matias tinha seus bons quarenta anos. Olhos dourados como o por do sol e cabelos castanhos, agora salpicados por mechas cinzentas. – Você se preocupa de mais – respondeu Thomas. Um raio frio correu pelo corpo de Miguel ao conseguir distinguir quem falava.

Alguns passos e novamente o silencio se fez, apenas a musica calma preenchia o fundo de seus pensamentos. Lina tomou coragem e abriu a porta devagar, primeiro verificando o corredor a sua frente, em seguida colocando parte de sua cabeça para fora. Apenas o suficiente para que tivesse visão melhor do corredor.

Ela murmurou algo e sentou-se pálida. Miguel no desespero da curiosidade fez o mesmo, encontrando uma cena totalmente nova aos seus olhos. Os dois, Thomas e Matias estavam aos beijos encostados à parede.

As mãos de Matias sobre os ombros de Thomas que segurava a cintura do homem.

Miguel sentou-se como Lina, por alguns segundos a expressão do dois foi idêntica. Poderiam dizer até que eles eram irmãos devido à semelhança. O garoto acabou soltando um suspiro mais alto em meio à confusão que havia tomado sua mente. E as vozes dos dois puderem ser novamente ouvidas.

Alguma coisa exaltada havia sido lançada ao ar e novamente os passos começaram a reverberar pelo corredor, mas sombra nenhuma havia percorrido a fresta por baixo da porta.

Novamente Lina verificou e nada mais havia. – Você viu o mesmo que eu? – perguntou Miguel em choque.

– Essa é nossa chance, depois discutimos isso – ela pediu puxando o garoto pelo braço.

Os dois se jogaram como gatos para dentro da sala de Matias. O cheiro de mofo já podia se sentido, mas não era nada comparado ao que Hugo deveria estar inalando. A musica alta os deixou meio atordoados logo de cara.

– Ali – disse Lina apontando para o armário embutido a parede.

Miguel correu em direção a ele e encontrou-o trancado por um enorme cadeado prateado. Agarrou o objeto e sentiu o metal frio em sua mão. Tentou puxar duas vezes apenas para se frustrar.

Lina surgiu de repente com a chave em mãos. Depois de um click ruidoso a fechadura se abriu e o cadeado foi ao chão. Miguel puxou as portas depressa e encontrou Hugo de olhos arregalados lá dentro.

O garoto passou a mão na testa que já aparentava estar molhada e sorriu – por essa eu realmente não esperava.

– Vamos sair logo daqui – pediu Lina correndo em direção a porta para verificar o corredor. A fechou logo depois de abrir e gritou – essa não.

– Lina – disse Miguel em um tom repreensor.

– Matias esta voltando com o Nestor. O Diretor esta com ele – ela revelou em pânico. As bochechas da garota coraram e seus olhos brilharam por lagrimas recém-chegadas.

Hugo amaldiçoou alto e voltou para dentro do sufoco. Miguel e Lina o encararam assustados – vocês tem ideia melhor? – ele perguntou.

Miguel engoliu seco e com olhos fechados pelo pavor se colocou do lado direito de Hugo. Lina fez cara de nojo e se encolhendo o máximo que pode, se ajeitou do lado esquerdo do loiro.

– Prontos? – perguntou Hugo não dando tempo para a resposta. Agarrou as duas portas pesadas e as puxou, fechando o sufoco em um só solavanco.

Nestor entrou primeiro na sala. Sua voz alterada logo alcançou os ouvidos dos três que se encolheram na esperança de desaparecerem dali. – Não sei como consegue ouvir essas porcarias o dia todo.

– É um tipo de musica para pessoas que tem gostos refinados – Matias respondeu com arrogância.

– Chega disso – ordenou o homem. A musica sessou em seguida e uma discussão alterada entre os dois teve início. Aparentemente Matias havia demitido alguém e Nestor discordava do ato.

Em dado momento, quando Lina estava quase desmaiando de tanto calor eles ouviram passos vindo em direção ao armário – o que é isto? – perguntou Nestor – tem algum aluno preso aqui de novo?

O coração dos três chegou a boca. As pernas de Lina quase cederam, mas ela se apoiou ao ombro de Hugo que recostou sua cabeça sobre a dela. – Vai ficar tudo bem – ele sussurrou. Infelizmente Lina não acreditava que aquilo fosse verdade.

– Não é do seu interesse – respondeu Matias.

– Se acontece dentro desse prédio é de meu total interesse.

A temperatura dentro do armário repentinamente pareceu ter caído. Em meio a escuridão Miguel pode jurar sentir uma brisa tocar seu rosto. Teria comentado com os outros, mas o medo de que até mesmo sua respiração o entregasse o impediu de fazê-lo.

Suas pernas que estavam dormentes aos poucos pareceram ser massageadas. Sua visão ficou turva e ele teve medo de que estivesse a ponto de desmaiar. O cheiro de mofo de repente havia desaparecido e o calor fora substituído por uma brisa leve.

Seus olhos arderam desfocados quando um raio de luz quente tocou seu rosto. O garoto prendeu a respiração em desespero, acreditando que Nestor houvesse aberto o sufoco.

Mas ao contrario do que ele imaginava, quando deu por si estava caindo de costas no vazio. Seus olhos tomaram foco e um céu azul e límpido explodiu sobre si.

Sentiu a dor do impacto e depois o pavor por estar sendo envolvido por agua. Engoliu um pouco e notou que era salgado, mas não pode processar a informação naquele momento. Bateu os braços e as pernas, buscou ar no desespero. Instintivamente começou a nada em direção a superfície.

Buscou o ar com volúpia enchendo o máximo que pode os pulmões. Ele estava no mar, a poucos metros da praia. Coqueiros eram como um muro barrando a faixa dourada de areia.

– Onde eu estou? – foi a única pergunta que ele pode formular.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Me xinguem, me elogiem, deem palpites. Sou todo mãos loucas para responder :P



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