Eu chorei por algum tempo, ele ficou tentando me consolar de longe por todo o tempo que eu chorava. Quando consegui parar, eu falei que queria gravar logo o vídeo, ele falou que eu poderia esperar eu melhorar, eu disse que estava tudo bem, mas precisava ir ao banheiro. Ele assentiu e pediu-me para acompanha-lo. Pela primeira vez em horas eu sairia daquele quarto, quando sai do quarto, fiquei totalmente frustrada, só se via um corredor, e um logo na parede do lado estava o banheiro. Ele abriu a porta e eu entrei, lá era grande também, mas não tinha quase nada, só uma pia uma privada, e um chuveiro no canto. Fui para a pia para lavar o rosto, e pensei em tomar banho, mas não tinha roupas, nessa mesma hora ouvi uma batida na porta.

- Ellen, trouxe uma mala com roupas e toalhas para você – disse Nathaniel. Abria a porta e ele estava lá, lindo e sempre, peguei a bolsa da sua mão e sorri. O sorriso que ele me respondeu foi radiante, fechei a porta antes que eu desmaiasse olhado aquele sorriso.

Tomei banho, lavei meu cabelo como xampu que estava na mala, depois coloquei um vestido que tinha lá também, só agora percebi que ainda estava com a roupa da festa, suspirei, nem parecia que só tinha sido há algumas horas que eu estava feliz por sair do colégio. Quando terminei, fui para a porta e o chamei.

- Nathani... - antes de eu terminar ele já tinha aberto a porta, com um sorriso no rosto. Ele abriu passagem para eu passar, a porta do outro quarto já estava aberta, nem cogitei fugir, ia ser uma perda de tempo, eu iria dar dois passos e ele já me pegaria. Voltei para o quarto, e sentei na cama e disse:

- Vamos gravar isso logo. – disse calma, e ele assentiu.

Ele mexeu na câmara e foi para o meu lado, com um controle na mão, peguei o papel e ele apertou no botão de começar. Falei tudo sem esboçar nenhuma reação. Ele sorriu quando eu acabei, e eu sorri de volta, por que ele tem que ser tão irresistível?... Será que ele me tratava assim só encenando?

- Não – ele disse – Eu realmente gosto de falar com você, você é muito engraçada.

Meu sorriso caiu um pouco.

- Você não pode evitar esse negócio de ler a mente?

O seu sorriso aumentou.

- Eu já disse. Depende de você, e você é muito intensa. Mas não ouço tudo.

- Seu irmão também me ouviu naquela hora, não foi? Quando ele me perguntou da teoria.

- Sim, provavelmente – seu sorriso morreu um pouquinho.

- Vocês não parecem se gostar muito, para irmãos. – eu disse.

- Você sabe... São só coisas de irmão. – mas pelo visto são coisas de irmão bem sérias pensei. – Eu quero ser seu amigo de verdade – disse mudando de assunto rapidamente, pelo visto não gosta mesmo de falar desse irmão. Deixei pra lá.

Olhei desconfiada para ele.

- É serio. – disse ele, tentando não rir.

Mas quem riu foi eu.

- Não são as melhores circunstâncias para eu ter um amigo verdadeiro, sim? – ele assentiu, rindo também.

Então ele estendeu a mão, como se fosse me cumprimentar e disse:

- Enquanto dure. – ele disse, fiquei em duvida, não por medo de confiar nele, mas por causa daquela sensação.

Mas mesmo assim segurei sua mão. E veio tudo de novo. Estávamos nos encarando, e por um breve segundo vi seus olhos brilhando, mas logo tinha sumido.

- Enquanto dure. – eu disse.