Pov Nico

Eu acho que cheguei cedo demais. As aulas começam às oito e aqui estou eu chegando às sete e quinze. Enfim, desci do ônibus com minha irmã, Bianca, e ficamos ali no estacionamento, num canto. Ainda não havia chegado nenhum aluno, mas havia dois carros nas vagas de professores.

Eu e Bianca sentamos no chão e começamos a folhear os livros, ver quais matérias iríamos aprender e percebi que vai ser muito difícil. Olho no relógio e percebo que já são sete e meia, é para as pessoas começarem a chegar. Bianca segurou minha mão.

- Será que iremos fazer amigos, Nico? – ela perguntou. Eu apertei a mão dela e suspirei.

- Espero que sim. – respondo e olho para o portão de entrada, carros começam a chegar e estacionar. Para não sermos atropelados, nos levantamos e fomos nos sentar num banco. – Vamos ver se alguém nos “acolhe”. – falo, fazendo gestos com a mão.

Pov Thalia

Putz! Qual é! Estou atrasada! Tranco a porta de casa correndo e ligo o meu carro. Saio da garagem e logo chego à escola. Quando entrei no estacionamento, todos olharam o meu bebê (o carro) e já souberam quem era.

A minha escola não tem muitos alunos, por ser muito cara. Mas hoje, superou minhas expectativas! Muuuita gente nova!

Olho para o banco onde Os Populares ficam e vejo que tem um sujeitinho e uma sujeitinha lá, sentados. Como ousam sentar no nosso banco?

Desci do carro (depois de estacioná-lo, claro), e a Drew já vem encher o saco.

- Oiiii! Quanto tempo! Hello? – ela fala com aquela voz nojenta e percebe que eu não tiro os olhos do meu banco.

- Ah, oi, Drew. – falo e dou um sorriso, mesmo que eu não consiga aturar aquela garota, ela é do time das lideres de torcida, ou seja, ela também é popular. Ela seguiu meu olhar raivoso e ela murmurou um: “novatos”.

- São?

- O quê? Novatos? Ah, sim.

- E percebeu que estão no nosso banco?

- Hmmm... Só agora.

- Aquele gótico vai vazar dali agora! – nisso que eu disse, saí andando na direção deles.

Quando cheguei lá, fui bem simpática:

- Oi. Eu vou ser bem clara: VAZA DO MEU BANCO! – o garoto de preto se levantou.

- E por quê faria isso?

- Porque sou eu que mando. E esse é o meu banco!

Ele deu um sorrisinho e falou para a menina:

- Vamos Bianca, nem quero gastar saliva com gente patricinha.

Patricinha.

Bianca foi se levantando e falou:

- Nico, nós chegamos primeiro nesse...

- PATRICINHA! VOCÊ TÁ ME CHAMANDO DE PATRICINHA? – interrompi.

- Além de patricinha, é surda. – ele falou, sem medo.

- Você sabe quem eu sou? E o que posso fazer com você? – perguntei e o tal de Nico deu de ombros.

- Pode tentar fazer algo comigo. – ele realçou bem o tentar.

- Perdeu o medo de morrer, garoto?

Ele me ignorou, e foi andando com a tal de Bianca, rumo à porta de entrada. E depois desapareceu.

Eu fiquei paralisada. Ninguém me ignora. Ninguém. Esse tal de Nico vai ver só.