Fique escrita por Vanessa Fontoura


Capítulo 28
Capítulo 28. Babi


Notas iniciais do capítulo

"Então, agora podemos nos sentir culpados."
"Podemos." Ele concordou. "Mas eu não sinto e você?"
"Me sinto normal"
"Me sinto aliviado. E feliz."
"Me sinto feliz também." Murmurei



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Pigarreei um pouco depois de tomar um gole quente de café no MCcafé. Os pedacinho de chocolate que estavam sobre o creme entraram coçando a minha garganta depois do que Gigi havia me contado. Ela estava saindo com o primo do Eric. Que era tão bonito quanto. Fiquei feliz, realmente feliz, assim eu poderia ter uns encontros duplos divertidos com Gigi e Eric juntos.

– ele é incrivelmente quente! – ela revelou. – o Eric é tão sedutor quanto ele? – perguntou erguendo as sobrancelhas.

Pensei em mentir para ela, mas certamente ela descobriria mais cedo ou mais tarde.

– nos nunca fizemos...

– que? – ela perguntou distraída.

– eu e Eric, nós nunca fizemos. – continuei encabulada.

– O QUE? – agora eu tinha toda a atenção dela, com certeza. – você só pode estar brincando.

– não, não estou.

– mas como?

– ué, é obrigatório agora? – perguntei.

– certamente, se vocês querem se casar, imaginei que é por que vocês se conheciam bem o suficiente, e to falando em conhecer no sentido bíblico da palavra.

Eu ri.

– Gigi, só por que você já deu pra metade do mundo isso não quer dizer que eu tenha de fazer o mesmo. Sem ofensas. – falei, provavelmente ela não iria ficar irritada com minhas palavras, Gigi sente orgulho de todos os caras com quem dormiu, ela diz que tem um pedaço dela espalhado pelo mundo. Eu nunca entendi muito bem a metáfora de dizer que tem um pedaço dela por aí, mas enfim, a cabeça dessa minha prima é confusa e eu não quero entender.

– ah. Obrigada pela parte que me toca. – disse ela fingindo estar ofendida.

Revirei os olhos e tomei mais um gole do café, dessa vez sem me engasgar.

– mas é estranho – disse ela –, muito estranho que vocês nunca tenham dormido juntos. Vai ver você é mesmo especial para ele.

Uni as sobrancelhas. – o que você quer dizer com isso?

– nada, apenas que há histórias de que Eric é um cara bem namorador.

– hum, rumores, suponho. Se bem que ele é gato, talvez tenha namorado bastante antes de me conhecer, não é? – dei de ombros tomando outro gole.

– sim. Bem. Rumores. – ela repetiu pausadamente e olhando para o outro lado da praça de alimentação do shopping. – você teve um namorado esse ano, depois dele, não teve?

Concordei com a cabeça.

– e rolou com ele?

– não. – falei, como se ela tivesse me ofendido. O que foi um pouco de mais, mas era assim que eu me sentia em relação aquilo. – você sempre pensa no pior.

– olha, querida, vou te dizer uma coisa, sexo é bom, então, não penso no pior. – ela falou séria. É, realmente eu tinha uma prima muito, muito estranha. – mas, voltando a esse namorado, quanto tempo durou?

– não sei, nós não éramos bem namorados, então nem contamos, mas acho que uns quatro meses. Por quê?

Ela estava fazendo contas mentalmente pela cara de séria dela. – então, você conheceu o cara logo que você chegou no internato, você deve conhecer bem ele, não é?

– sim, nós conversávamos bastante, ele era como um melhor amigo antes das coisas ficarem um pouco confusas e se tornarem confusíssimas.

– não entendo você. – ela disse balançando a cabeça. Que bom, por que eu não entendo você também. Mas resolvi perguntar o motivo de ela não me entender. – pensa comigo, raciocina priminha. Você conheceu um cara na noite do ano novo, certo? E se apaixonou por ele, certo?

– não foi bem nessa noite que eu me apaixonei. – falei.

– não me interrompa, estou pensando. – ela disse erguendo um dedo fino com unhas vermelhas compridas para mim. Assenti. – como eu ia dizendo, você se apaixonou pelo garoto. Daí seus pais ficaram loucos achando que vocês haviam transado (o que você não fizeram até hoje e que me deixa chocada) e te mandaram pra puta que pariu e ainda mais longe só pra manter vocês afastados. O que não ajudou muito, por que o cara te encontrou e enfim agora vocês querem se casar.

Suspirei. Não há nada que eu não saiba dessa história Gigi.

– só que seis meses se passaram entre isso aí, e você conheceu o outro carinha, que pelo jeito você ainda sente alguma coisa. – ela disse.

– há, é mesmo? Por que você diz isso?

– por que seus olhos brilham quando você fala dele. – ela disse enojada. Romance não é com ela. Senti as bochechas corarem, droga. Senti mesmo elas ficarem pegando fogo, isso não era nada bom pra mim. – e agora você está vermelha como tomate maduro. E além do mais, você mal conhece esse Eric, pense bem, Babi.

Ah ok. Outra que estava tentando me dizer que casar era uma loucura, acho que meu pai andou subornando meus amigos para que eles confundam a minha cabeça. Fiz uma careta para Gigi e revirei os olhos bebendo mais café.

Ela ergueu as mãos – só estou tentando entender o porquê de você querer se casar tão cedo.

amor, Gigi, acho que você simplesmente não vai conseguir entender.

E aquilo encerrou o assunto. Graças a Deus.


Depois de alguns dias em casa coversando com meus primos que estavam hospedados ali e com meus pais na cola, finalmente eu tive um tempo para sair sozinha. Uma tarde fria de um sábado, eu acho, eu caminhei na praia e quando dei por mim estava na parte de trás do condomínio do Eric. Me deitei na areia com eu havia feito uns tempos atrás e coloquei o antebraço na testa sentindo as lágrimas virem e molharem meu rosto todo. Começou a chover naquela hora, mas continuei deitada e dando Graças a Deus que não havia ninguém na beira da praia o que me deixou livre para dar uns soluços altos e uns gemidos também. Quando enfim eu havia colocado toda a tristeza para fora, fiz a volta pelo condomínio e fui até a portaria me anunciando ao porteiro. Eu havia tomado uma decisão importante e precisava dizer isso ao Eric.


Quando ele abriu a porta e me viu no estado em que eu estava, ficou meio paralisado sem saber o fazer. Eu abracei meus braços sentindo frio até nos ossos, ele simplesmente me pegou pela mão e me levou até o andar de cima, não reparei muito na sua casa eu estava o tempo todo de cabeça baixa e tentava me esquentar esfregando os braços, a minha camisa branca estava toda molhada e cheia de areia assim como o meu cabelo, e meu rosto inchado de chorar.

Fiquei com vergonha de olhar para ele, que estava apenas com uma calça de moletom verde escura e com os cabelos desgrenhados, acho que estava dormindo, mas que parecia mais lindo do que nunca pra mim. Havia preocupação nos seus olhos castanhos.

Eric me levou para o seu quarto e trancou a porta, depois fomos caminhando lentamente até o banheiro dele.

Sem olhar diretamente nos meus olhos ele começou a desabotoar o botão da minha camisa, mas não havia malícia nos seus gestos, acho que ele só queria me livrar das roupas sujas. Ciente de que eu estava apenas de sutiã apertei mais ainda meus braços contra o corpo. Eric abriu o primeiro botão de três da minha calça jeans, mas parou claramente pedido que eu fizesse o resto. As tirei um pouco devagar por que estava colada no meu corpo. Eu não queria que fosse um movimento sexy, mas ao que pareceu vi Eric me olhando de relance e desviando o olhar obviamente incomodado.

Deve ser difícil ver uma garota seminua na sua frente sem ter vontade de tocá-la. Ele caminhou até mim e deu um beijo de leve no meu ombro e fez os músculos da minha barriga se contraírem de nervoso, mas aquilo foi o mais próximo de toque que tivemos, até ele me levar para debaixo do chuveiro e ligá-lo no quente.

Deixei que a água escorresse por mim me deixando aquecida novamente. Olhei pra ele que me observava do lado de fora do box, e então abri o box e o puxei para dentro. Ficamos nos encarando sentindo a água quente que batia nas nossas cabeças.

Ele não se aproximou, mas estava com os punhos cerrados do lado das coxas. Tenso. Dei um passo a frente e pus minhas duas mãos no seu peito. Ele fechou os olhos por uns segundos e eu fui descendo as mãos até a calça de moletom molhada, mas ele segurou minha mão.

– não é justo você poder me ver seminua e eu não poder ter a mesma visão de você. – falei baixinho e então ele largou minha mão, mas ele mesmo tirou a calça de moletom. – ainda estou com frio.

Ele me abraçou um pouco, deixei a cabeça cair em seu peito e fiquei ali por um tempo apenas sentindo a água e o abraço dele me esquentarem. E de repente ficou realmente quente. O banheiro estava todo embaçado e havia névoa por toda parte.

Ergui minha cabeça em sua direção e ele me olhou profundamente nos olhos, castanho contra castanho. Gostei da minha visão, os cabelos pretos e lisos caiam em franja sobre a testa e os cílios espessos tinham pequenas gotículas e a água escorria por todo tórax dele. De repente eu me senti excitada. Eu nunca havia me sentido daquele jeito, então eu não sabia como era, mas parecia como se uma grande explosão estivesse acontecendo dentro de mim. Mais ou menos isso.

Ele tomou a iniciativa de abaixar a cabeça para tocar meus lábios com os seus. No início nos beijamos devagarzinho e ficamos ainda quietinhos. Mas ele me puxou pra mais perto pela cintura e meio que me ergueu um pouco do chão para poder me beijar com mais intensidade.

E então nos estávamos encostados na parede, ele com as costas no azulejo frio e eu sendo esmagada em seu peito pelos seus braços que dali não iriam sair tão cedo. O suave toque da sua mão percorrendo a linha da minha coluna me fez arfar baixinho e a explosão dentro de mim só aumentava.

Nunca parei para pensar em como seria a minha er... Primeira vez e nem com quem seria, mas eu estava feliz por estar acontecendo com o Eric. Afinal não seria ele o amor da minha vida? Supostamente era pra ser e durante todo o percurso eu só conseguia pensar em que eu tinha algo importante para falar. Minha fala foi esquecida depois que ele passou a beijar meu pescoço. Ah meu Deus, que sensação maravilhosa! E foi mais do que excitante sentir seus dedos levemente frios abrirem o meu sutiã.

De repente eu não estava nem um pouco receosa por que eu estava quase completamente nua na frente dele, e ele me obsevava um pouco, mas eu não vi desaprovação no seu olhar e então me senti bem. Posso afirmar que ele também estava bem excitado, se é que me entende. Estávamos quase lá quando ele parou de repente e me olhou nos olhos.

– você quer ter filhos? – ele perguntou.

– quero. Mas não tão cedo. – respondi arfante e confusa.

– então suponho que devemos usar camisinha.

Concordei com a cabeça.

– então o problema é que a camisinha ta na gaveta da cômoda no meu quarto. – ele disse meio que rindo e se desculpando. Me recompus.

– o que você sugere?

– er bem, o que você acha de mudarmos o cenário?

– ok.

Eu aceitaria tudo por que eu realmente queria aquilo. Ele saiu do box e pegou uma toalha no armário da pia e acho que tirou a cueca molhada. Enrolou a toalha na cintura e depois se abaixou e pegou uma pra mim. Fechei o chuveiro tirei o excesso de água do cabelo e sem vergonha alguma também tirei a parte de baixo. Me enrolei devagar na toalha tentando ser sexy, mas sem ser muito vulgar e ele veio ao meu encontro e começou a me beijar. Fomos aos beijos, tropeçando e molhando as coisas até sua cama, que ficava perto da janela, ele me atirou na cama e fechou as cortinas rapidamente e depois voltou para mim.

Os próximos vinte minutos que se seguiram foram os mais estranhos possíveis. E bons. Incrivelmente bons, eu nunca iria imaginar tão bons. Não houve problemas com nada nem mesmo com dores de primeira vez, só houve nós virando um só por alguns minutos.

Ele caiu de costas na cama e arfou um pouco, olhei para ele e sorri e ele sorriu para mim de forma tão doce que meu coração derreteu completamente naquele momento. Ele passou o braço por baixo da minha cabeça e me deixou aninhar em seu peito.

– isso foi... Perfeito, senhora Johnson. – ele disse beijando minha cabeça.

– quase senhora Johnson. – eu disse sorrindo. – então, agora podemos nos sentir culpados.

– podemos. – ele concordou. – mas eu não sinto e você?

– me sinto normal.

– me sinto aliviado. E feliz.

– me sinto feliz também. – murmurei contra seu peito ainda estava molhado e de repente notei que meu corpo estava molhado também. Sentei na cama e peguei a toalha para me secar um pouco. Eric se sentou ao meu lado e começou a secar meu corpo por mim, senti uma dorzinha boa vindo lá do meu íntimo e a reconheci como prazer. Suspirei.

– acho que não vou aguentar mais uma vez. – eu disse. Ele riu baixinho e assentiu, mas continuou me secando, passando a toalha por lugares que até então só eu havia tocado. – Eric. ERIC.

– tudo bem. – ele falou.

– ainda estou com frio.

Ele levantou da cama e foi até um armário perto da escrivaninha e pegou uma cueca boxer preta e a vestiu e então pegou outra cueca e uma camiseta grande e velha e me entregou. Vesti as peças e joguei as toalhas no chão. Meu cabelo ainda estava molhado e então perguntei se ele tinha secador de cabelos, ele falou que tinha um no banheiro. Fui até lá e os sequei rapidamente, quando voltei ele estava quase caindo no sono, a TV tela plana na parede frente a cama estava ligada em um filme fui até ele e me deitei do seu lado, peguei o controle e desliguei a TV.

Ele se acordou.

– volte a dormir. – falei docemente. E ele fechou os olhos devagar. Fiquei observando seu rosto enquanto dormia e Deus como era lindo. A coisa que mais me agradava em seu rosto era o nariz e a forma como a ponta levemente se arrebitava. Beijei seu rosto devagar e sussurrei: – eu te amo, Eric.

Ele sorriu um sorriso se 1000 watts como se as palavras fossem novas para ele e caiu em um sono profundo. Logo em seguida adormeci também.



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