Fique escrita por Vanessa Fontoura


Capítulo 22
Capítulo 22. Babi


Notas iniciais do capítulo

"Eu sabia que era você!" Falei o abraçando forte.
"Eu... Eu... Será que você pode me soltar um pouco preciso ver ser rosto pra ver se isso é mesmo real ou é por que eu bati a cabeça." Disse ele meio risonho. Sorri e depois soltei uma gargalhada de felicidade.



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– eu sabia que era você! – falei o abraçando forte.

– eu... Eu... Será que você pode me soltar um pouco preciso ver ser rosto pra ver se isso é mesmo real ou é por que eu bati a cabeça. – disse ele meio risonho. Sorri e depois soltei uma gargalhada de felicidade.

– não solto, por que eu não quero que você vá de novo.

– não vou sair daqui, não vou mover um centímetro. – falou.

– jura?

– juro de dedinho. – prometeu. – mas pra isso preciso do meu dedinho.

– tudo bem. – concordei me sentindo a pessoa mais boba do mundo. Larguei seus braços devagar e esperei nossos olhares se cruzarem sorrindo para que ele visse o quão feliz eu estava olhando para ele.

– você está sorrindo tanto. – observou. Levou sua mão até meu rosto e afagou minha bochecha com o polegar. – você fica tão linda sorrindo desse jeito. Tão linda. Cara! Eu não acredito que é mesmo você. – pegou no meu cabelo e começou a enrolar os dedos. – esse cabelo castanho, tão vivo, tão... Essa pele tão translúcida tão delicada, esses olhos tão sinceros.

Suspirou. – senti sua falta.

Não consegui pensar em algo para falar. Não parecia correto abrir o bocão e estragar o momento.

– você não tem nada para me falar? – perguntou.

Abaixei os olhos. – desculpa.

– não precisa pedir desculpas por não ter nada para falar.

– não é por isso.

– então por quê?

– é por eu ter partido. Cada átomo do meu corpo sentiu sua falta nesses seis meses. E por um bom tempo eu não quis admitir, até tentei mudar isso, mas não consegui. Amar você é mais forte do que qualquer coisa que eu tente fazer para mudar isso. – falei.

Ele sorriu fraco. – bom, aposto que não fez pior do que eu. Fiz coisas que eu realmente me arrependo muito, mas agora não é hora pra isso. E você não precisa se desculpar. Será que podemos... Nos beijar agora?

– por quê?

– você ainda me pergunta? – ele disse rindo. – por que eu senti sua falta mais que tudo, e esperei por esse beijo tempo de mais!

– eu também senti, Eric.

Eu não soube discernir se era real aquilo que eu estava sentindo, tanta felicidade por realmente estar beijando os lábios de quem eu queria beijar. Ele não sarou um buraco no meu peito ou me fez sentir arrepios no braço ele me fez transbordar. Ele me fez querer sair pulando e gritando para todos o quão feliz que eu estava por estar sendo beijada pelo meu príncipe encantado.

Fiquei pensando no que ele estava sentindo ao me beijar com aquela urgência toda. Suas mãos em minhas costas que cada vez me apertavam mais contra seu peito me fizeram pensar que ele me desejava mais do que aparentava. Mas a delicadeza dos seus lábios me fez pensar que ele apenas queria estar comigo não importava como e quando.

Delirei ali sentindo o peito explodindo. Era uma dor insuportavelmente boa, uma ardência no lado esquerdo do peito. Meu coração pareceu querer sair pela boca naquele momento.

Então ele desceu a mão até minhas coxas e ergueu minhas pernas em sua cintura, mas não parei de beijá-lo. Devagar ele nos abaixou até a grama e deitou comigo. Os beijos ficaram um pouco mais urgentes e quentes e as mãos começaram a passar por lugares mais perigosos.

Nós não paramos por que nossas consciências nos alertavam de que ali não era o lugar certo para aquilo, paramos por que alguém chamava meu nome de longe e então nos demos conta de que qualquer um poderia aparecer e estragar o momento.

Olhei para ele que estava abaixo de mim com um sorriso malicioso e sem culpa. Ele também sorria.

– isso foi apenas a urgência. Não precisamos de toda essa urgência. Teremos daqui pra frente todo o tempo do mundo. – eu lhe disse.

Ele concordou com a cabeça e ergueu a cabeça para me dar mais um beijo. E então levantamos.

A voz de Gabriel me chamando ficava cada vez mais próxima até que ele surgiu de trás de uma árvore, por um caminho completamente diferente do meu.

– caramba, acho que eu me perdi. – disse ele limpando a roupa sem olhar pra mim quando sua cabeça se ergueu ele pareceu levar um susto. – cara! Então era você mesmo?

Eric o olhou meio confuso – é bom te ver Gabriel.

Ergui uma sobrancelha. – vocês já se conheciam? – perguntei.

Gabriel e Eric trocaram um olhar meio confidente que eu nunca imaginaria os ver fazendo e disseram. – sim. – em coro.

– como assim? O que vocês estão escondendo de mim?

– nada. – falou Gabriel mudando o peso de uma perna para outra, então ele nos olhou sorrindo. – na verdade, já que estamos falando em coisa que um escondeu do outro, acho que eu sei mesmo arquitetar um plano.

– que? – agora o coro era meu e de Eric.

– bom, faz tempos que eu disse a Eric que se ele quisesse se fazer presente na sua vida tinha que mudar suas er... Atitudes. E então mandei as flores pra você no seu aniversário

– sim, eu gostei dessa ideia, você me disse que iria assinar meu nome. – falou Eric.

– mas ele não assinou. – eu disse.

Gabriel riu e continuou: – foi tudo muito bem arquitetado. Eu disse a Eric que mandaria as flores a você para que ele pensasse que eu havia assinado o nome dele. Imaginei que Eric não ia conseguir meu número para perguntar pra onde as flores iriam ser mandadas e viria aqui procurar pelo lugar, e é claro você não ia descansar enquanto não soubesse quem as enviou. O que seria um bom encontro. Ou melhor, pela grama amassada aí foi um ótimo encontro. – ele falou rindo.

Balancei a cabeça incrédula e fui correndo dar um abraço em Gabriel. – você é um gênio. Pena que não usa essa sua genialidade para conseguir uma namorada para você.

– na verdade, eu acho que encontrei alguém que vale a pena o esforço. – ele respondeu.

– me deixa adivinhar, Elisa?

Gabriel corou, nossa eu nunca havia o visto corar daquela maneira. Fiquei feliz por Elisa ter achado o príncipe dela também, parece que as coisas estavam se resolvendo, exceto, é claro, pelo fato de que as coisas deviam estar péssimas para Leo e eu devia concertar aquilo com ele também.

Ai meu Deus, o dia estava acabando e eu teria de voltar para a escola no domingo, segurei a mão de Eric forte depois desse pensamento. Eric me olhou cauteloso, mas eu não disse nada.

– eu vou voltar para o hotel, você virá comigo? – perguntou Gabriel risonho por que ele sabia que iria responder não, e foi o que respondi. – até mais, gente! Aproveitem.

– aproveitaremos. – disse Eric em risos.

Talvez aproveitaríamos nosso momento a sós, mas talvez apenas iríamos ficar nos olhando nos olhos e provando o doce sentimento que era estar perto um do outro depois de tantos meses se enganando. É claro, teríamos muito a explicar um ao outro, tanto ele quanto eu, mas as conversas que ficassem para depois dos beijos.

– aquele velho estava certo. – ele murmurou.

– hã?

– o carinha da cabana, ele disse que eu encontraria você tão rápido que ia me assustar. E estava certo, estou assustado. Parece que o destino está nos unindo, mas logo ele vai nos separar outra vez.

Estremeci apenas de pensar em não ver Eric outra vez, mas de repente o que ele disse parecia fazer sentido, eu também estava com a terrível sensação de que aquela felicidade não ia durar muito tempo, pelo menos por hora.

– calma, nada disso vai acontecer, meu amor. – falei, usando pela primeira vez as palavras “meu” e “amor” para ele, foi uma escolha sabia das palavras, era para ele desviar os pensamentos assustadores e pensar em mim. E deu certo por que ele me beijou docemente os lábios depois disso.

– vamos embora daqui, precisamos ir para algum lugar onde possamos ficar a sós, tipo quatro paredes. – ele disse me olhando meio receoso.

Eu entendi muito bem o que ele quis dizer com quatro paredes, mas acho que não estava preparada para ficar entre quatro paredes com ele, só Deus sabe o que faríamos, eu também sei o que faríamos, mas isso não podia acontecer. Não naquele dia.

Pensei bem como a virgem que era, eu estava com medo e era normal eu estar.

– não posso. – lhe disse envergonhada.

– por quê?

– não parece certo.

– por quê?

– por que não sabemos se vamos continuar nos vendo. – o que não era uma mentira. E ele entendeu o que eu havia dito.

Retorceu o lábio em uma linha fina e uma ruga de preocupação surgiu em sua testa.

– você também está com esse pressentimento não é?

– estou.

– então precisamos fazer alguma coisa pra nunca nos separarmos, pra que ninguém possa nos separar. – disse ele serio.

– eu sei, mas o que? – perguntei.

Olhei para a lua crescente no céu, pena que não era a cheia o cenário ficaria mais bonito. Eric segurou minha mão parecia pensar se ia mesmo dizer o que estava preste a dizer.

– bom, eu tenho uma solução. Mas se fizermos isso, vai ser pra vida toda.

– e não é o que queremos?

Ele sorriu.

– Bárbara, – começou já me chamando pelo nome de batismo, fiquei meio receosa. – er, bom, como vou dizer isso? Casa comigo?



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