A Chave-estrela escrita por TaediBear


Capítulo 5
No qual Shuu cruza o caminho de Haru


Notas iniciais do capítulo

YOYOYO! Estou mimando meus leitores, HAHAHA
Ah! Aqui está um capítulo de fanservice porque ShuuxHaru.
Então, espero que gostem!
Boa leitura!



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O caminho que levava ao Reino da Floresta não era sinuoso e repleto de imperfeições. Dandelion dissera que ele fora feito pelos floristas, havia muito tempo, quando os elfos ainda tinham boas alianças com o Reino das Flores. Mas as criaturas logo perderam seu interesse nos floristas, o que fez o uso daquela estrada não ser mais constante. Era apenas uma trilha abandonada.

Haru caminhava pela terra plana, enquanto ouvia os roncos altos de Io em seu capuz. Aquilo não mais o irritava. De alguma forma, havia se acostumado a ouvir aquele som e sorria alegremente. Porém, em algum momento, o barulho cessou, e um bocejo tomou seu lugar. Haru parou e virou seus olhos ao lumpy.

– Io! – Haru exclamou. Lembrara-se de algo que queria perguntar ao lumpy, mas que havia esquecido por causa de todo o problema com o ferimento. – Quando você foi me salvar, você se transformou em um tipo de lobo! Como fez isso?

As memórias voltaram rapidamente a Io, que sorriu prontamente, com um ar de superior.

– Os lumpy são uma espécie metamórfica. Nós podemos nos transformar no que quisermos, o que nos faz ainda mais superiores a vocês, humanos.

– Então, por que não se transformou para fugir daquele licantropo? – Haru arqueou uma sobrancelha.

– Acontece que, depois de nos transformar, passamos 24 horas sem poder fazer de novo – murmurou.

Haru riu levemente, achando graça do olhar irritado de Io.

– Bem, de qualquer forma, enquanto eu dormia, pensei em fazer um objetivo para mim. O que eu espero fazer no outro reino, além de encontrar a parte da chave-estrela – Io pulou para as mãos pequenas do menino. – Eu decidi que vou encontrar uma lumpy para mim! Quis começar pelo mais fácil, afinal conseguir uma fêmea com a minha aparência é moleza!

Haru revirou os olhos azuis. Aquilo já se tornava uma mania.

– E você, garoto?

O menino piscou algumas vezes, pensando no que poderia fazer. Em verdade, ele esperava que tudo fosse uma surpresa, como encontrar Dandelion o foi. Ele saiu com Io apenas por uma aventura e tudo o que desejava era se divertir. Sorriu.

– Não sei. Talvez, fazer um novo amigo.

– Boa sorte, então! Agora, se me permite voltar para seu capuz.

Haru ergueu um pouco suas mãos, e o lumpy pulou de volta para sua cama. O menino tentava fazer Io mexer-se o mínimo possível, com medo de ele machucar-se mais. Quando ouviu o primeiro ronco da bola de pelos, ele continuou a caminhar. Haru deixava seu ouvido atento a qualquer barulho da floresta, tentando concentrar-se acima do barulho proveniente de seu capuz. Logo, um farfalhar de folhas o fez levantar a cabeça. Ele levou sua mão à mochila impulsivamente. A única coisa que poderia usar era sua espada de madeira, mas duvidava muito que ela pudesse ferir alguém. Contudo, quando ouviu mais uma vez o farfalhar, ele puxou-a rapidamente. Então, ouviu uma risada.

Haru surpreendeu-se com a figura que surgiu à frente. Ele nunca deixaria de reconhecer aquela máscara roxa.

– Shuu...

– Descobriu meu nome, garoto? – sua voz era grave, mas, diferente da de Io, era belíssima. Haru engoliu em seco. – Eu nem ia descer. Não costumo falar com as outras pessoas. Mas, então, eu o vi sozinho, na floresta, com uma espada de madeira. Você acha que vai conseguir se defender com um brinquedo desses?

– D-desculpe por ser pequeno e não conseguir comprar armas – sua voz falhara, seu coração acelerara, suas bochechas esquentaram. Afinal, o que estava acontecendo? Nem mesmo a resposta, que saía com tanta naturalidade quando falava com Io, saíra como ele queria.

Shuu aproximou-se do garoto e pôs a mão sobre seu cabelo. Ele sorria. Os olhos azuis de Haru brilhavam, quando ele mirava o ladrão. Não imaginava que ele pudesse ser dessa maneira. Da primeira vez que eles se encontraram, ele fora tão... frio. Como se o menino não estivesse lá.

Repentinamente, a mão de Shuu procurou a de Haru, e ele o puxou com força, em direção às árvores.

– Tive uma ideia, garoto amarelo!

O menino surpreendeu-se com a ação do ladrão, mas não reclamou. Em verdade, após o choque, sorriu e se deixou ser levado por entre as árvores de copas altas. Em algum momento, porém, Shuu bufou. Haru não conseguia ver a expressão por trás da máscara, mas suspeitava que ele estivesse irritado.

– Você é lento demais – reclamou. – Ande mais rápido!

O que Shuu falava irritava ligeiramente Haru. O ladrão não conseguia falar nada de bom para o menino, ainda que escrevesse carinhosamente para ele, como no bilhete. E o pior de tudo era que o menor não conseguia responder a ele, como se algo em seu cérebro não funcionasse quando estava na companhia do garoto. Haru apressou-se, e os dois continuaram a corrida pela floresta. Ainda não sabia aonde estava indo, mas algo no mais velho o interessava e o fazia segui-lo sem perguntas.

Mais à frente, havia uma cabana de madeira, cuja chaminé exalava uma fumaça negra e espessa. O garoto observava a casa, boquiaberto com a quantidade de fogo que provavelmente havia dentro.

– Não é um incêndio? – indagou.

– Não seja bobo, garoto amarelo! Ele é um forjador – Shuu puxou-o mais forte. – O que acha de uma espada de verdade?

As safiras azuis do rosto de Haru brilharam. Uma espada de verdade! Finalmente poderia ter sua própria arma. Ele a queria desde que era pequeno, mas seus pais negaram porque era perigoso. E, graças àquela aventura, ele a teria.

O sorriso que abriu foi tão claramente verdadeiro que o mais velho virou o rosto e caminhou até a casa do ferreiro. Parecia, em verdade, que eles se conheciam, pois o senhor começou a fazer piadas com Shuu e a perguntar como estava ou o que havia roubado daquela vez. Haru aproximou-se timidamente. O ladrão explicou que queria uma espada para uma criança, e o menino lançou-lhe um olhar ligeiramente irritado a tempo de perceber o sorriso no rosto do garoto.

Ficaram em silêncio, no calor da casa do forjador, com apenas o barulho do martelo contra o ferro. Haru olhava para seus pés. Não sabia o que falar ou fazer. Ainda conseguia ouvir, ainda que baixo, o ronco de Io e se perguntava como o lumpy poderia dormir com todo aquele barulho.

Shuu pediu a espada de madeira ao menino, que a entregou prontamente, imaginando o que ele faria com ela. O ladrão pegou pedaço afiado de ferro e começou a entalhar na madeira. Haru aproximou-se tão lentamente que não pode admirar o trabalho do garoto por muito tempo. Ele entregou-lhe o brinquedo e voltou seus olhos às brasas da espada.

“Ao garoto amarelo, por ser corajoso e merecer uma espada real”.

Haru sorriu, depois riu, depois se virou para Shuu e sorriu ainda mais. Estava feliz. Toda aquela aventura o estava fazendo sorrir feito um bobo todas as vezes. Shuu não demonstrou, mas internamente ele sorria também.

A espada não demorou a ficar pronta. O homem havia feito um cabo verde, decorado por uma pedra vermelha e enrolada por um pano dourado para proteger o segurador. Ela não era grande; era mais grossa e menor que a de Shuu, mas fez os olhos de Haru brilharem da mesma forma. Ele a agarrou, como se fosse um brinquedo pelo qual estivesse esperando o ano inteiro. Shuu jogou duas moedas de ouro ao homem e lhe disse para ficar com o troco. Então, pegou a mão do menino e o puxou para fora da casa.

Haru não parava de admirar a espada, que brilhava sob o sol. O ladrão levou o garoto de volta para a estrada abandonada rapidamente e deu dois passos para trás.

– Agora você pode se proteger de verdade, garoto amarelo – disse.

Quando estava prestes a pular para as árvores e voltar à sua vida habitual de ladrão, porém, a voz de Haru invadiu-lhe os ouvidos.

– Meu nome é Haru! Espero que possamos nos encontrar de novo.

Shuu sorriu levemente.

– Claro.

Então, escalou a árvore e desapareceu entre as folhas verdes. O menino admirou sua espada por um longo tempo. Então, quando percebeu que o lumpy reclamaria se passassem muito tempo parados, colocou sua nova arma e a espada de madeira na mochila, que ficou consideravelmente mais pesada.

Logo, pôs-se a caminhar para o Reino da Floresta.



Shuu saltava de um galho para o outro, equilibrando a sacola de couro em um de seus ombros. Por que ele fizera aquilo? Nunca em sua vida ajudara alguém. Por isso, vivia como um nômade. Como um simples ladrão que atua em todos os lugares. Ele não gostava de se apegar aos outros. Você aprende isso quando nasce e cresce no Reino da Neblina, no reino dos criminosos. Mas, então, por que havia se comunicado tantas vezes com aquele menino em um intervalo de tempo tão curto?

Mal prestava atenção ao caminho que seguia. Seus instintos o guiavam pela Terra de Lá. Sua mente concentrava-se em encontrar uma resposta plausível a todas aquelas perguntas.

Repentinamente, uma flecha cortou o ar à sua frente. Ele levou seus olhos para o chão e viu outra pessoa entre as folhas. Era um elfo ainda pequeno, que brincava com o arco-e-flecha. Shuu ficou parado, observando o menino, a fim de chamar o mínimo de atenção possível. Não gostava de que os outros o vissem. Contudo, não durou muito tempo. Um homem aproximou-se da criança e se pôs a conversar com ela. O ladrão abaixou-se, mas nada podia ouvir. O menino derrubou a arma no chão, quando o homem mostrou-lhe algo que trazia no bolso. Tinha um brilho leve, mas Shuu não pôde ver o que era. A criança subiu deixou-se ser carregada pelo homem, e os dois foram embora. Mas aquele não era o caminho para o Reino da Floresta, onde o menino deveria morar, já que era um elfo.

Algo de ruim estava acontecendo com os elfos do reino.



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Notas finais do capítulo

Um abusador de elfozinhos! / apanha.
Tô brincando.
De qualquer forma, o que acharam?
Espero que tenham gostado.
Até a próxima!
Takoyaki.