PDV CAROLINE

- O que você quer comigo?! - gritei querendo me arrastando naquele colchão e me encostando na parede, olhei em volta, naquele quarto pequeno e com um horrível cheiro, havia uma unica saida, mas Chad estava sentado numa cadeira ao lado da porta fechada.

- Sabe, Caroline, você já foi mais valentona, sabia? - ele disse olhando-me sarcástico.

- Me deixa em paz... - falei entre dentes.

- Fiquei sabendo que você largou aquele britanico riquinho. - ele disse me olhando fingindo uma expressão surpresa - Ou será que foi ele quem te largou? - sorriu malvado.

Uma lágrima escorreu em meu rosto, mas a limpei rapidamente, não deixaria Chad vitorioso. Ele podria fazer o que quisesse comigo... Mas nunca o deixaria vitorioso sobre mim.

- O que você quer? - sussurrei nervosa e ele levantou-se. Um frio em minha espinha percorreu por todo meu corpo e fui me encostando mais naquela parede fria, a espera de que aquela parede sumisse e desse-me passagem para ficar livre;

- Acha mesmo que iria me esquecer de você? - ele disse chegando mais perto de mim - Poderia passar anos, doçura, mas eu nunca me esqueceria da minha vadiazinha preferida.

Engoli em seco e ele sentou-se a minha frente. Tentei me afastar mas não tinha para onde, estava presa entre Chad e aquela fria parede.

- Eu te odeio. - disse com nojo e ele sorriu mais - Você é um maníaco, problemático!

- Xinga... Xinga mais que eu gosto. - falou colocando suas mãos pesadas sobre minhas pernas.

- Me solta! - tentei empurrá-lo, porém Chad foi muito mais rápido e forte, pegando-me pelos braços e prensando-me mais na parede.

- Eu quem comando aqui, querida. Não tente lutar contra mim, posso lhe machucar. - ele sussurrou com seu rosto próximo ao meu pescoço. Sabia o que ele estava prestes a fazer, e comecei a debater contra ele - Qual é, Caroline? Pouco tempo com aquele empresariozinho metido e já se esqueceu de como ser puta? - ele falou rindo em deboche e segurou meu rosto com força. Ele encostou seu corpo a força no meu e pude sentir sua ereção em minha coxa. Gemi enojada e meu estomago se revirou. Ele jogou-me na cama e levantou meus braços, segurando-os a cima de minha cabeça. Enquanto sua mão prendia meus pulsos, sua outra mão tentava afastar minhas pernas, querendo deixar seu corpo no meio delas.

- Me larga! Me larga! - gritei me debatendo e ele ignorou-me passando suas nojentas mãos em meu corpo. Minhas lágrimas já teimavam em cair enquanto sentia as mãos de Chad subindo meu vestido, mas aproveitando para rastejá-las em meu corpo. Seus lábios tocavam meu pescoço e desciam até meu peito. Ainda me debatia contra ele, o que já estava me cansando e me deixando dolorida - Para, Chad...! - implorei desistindo de lutar contra aquele monstro.

Ninguém poderia me salvar daquele monstro. Chad estava obcecado, ele faria loucura para se vingar de mim. No meio daquela brutalidade, apenas duas coisas me vinham em mente:

Klaus e nosso filho.

{...}

Algumas horas tinha se passado desde quando Chad tinha me largado nesse quarto sozinha. Eu já não conseguia mais controlar minhas lágrimas e a dor em meu peito. A dor fisica também era forte, mas por dentro era pior.

Levantei com meu corpo dolorido e vesti meu vestido lentamente. Olhei em volta naquele quarto novamente, agora percebendo uma outra porta e uma janela. Andei em passos rápidos até a janela e abri a mesma.

- Não! - murmurei desacreditada naquelas grades. Forcei as barras de metais, mas eram muito fortes. Do lado de fora não havia nada para me salvar, além de estar muito alto, havia uns... cinco metros de distancia até uma parede completamente sem janela, deveria ser um outro prédio. Percebi que lá em baixo deveria ser um beco, a minha esquerda, bem distante, havia a saida para uma rua, nada movimentada. Eu poderia gritar a vontade, saberia que ninguém me ouviria.

Sai da janela frustada e tentei abrir a porta que Chad não tinha usado para sair. Suspirei frustada ao encontrar um banheiro tão imundo quanto ao quarto em que estava.

A pequena janela que havia no banheiro, além de ser bem alta, mal tinha espaço para eu enfiar meu rosto. Voltei para aquele quarto imundo e fui até a janela. Novamente forcei aquelas barras com toda minha força. Eu tinha que sair daqui.

Ouvi a porta se destrancar e logo abrir. Olhei rapidamente para um homem...

- Não adianta, já garantimos muito bem de que você não conseguiria fugir. - ele disse com aquele costumeiro sorriso irônico.

- Mason. - sussurrei dando um passo para trás. Todos meus pesadelos estavam se realizando num dia só.

- A vadia lembra-se de mim. - ele disse colocando uma bandeija no chão, havia um copo com suco nela e um lanche frio - Eu também lembro-me de você. - ele disse ficando de pé e vindo até a mim lentamente - Aliás, todos os dias em que olho-me no espelho eu lembro de você. - falou apontando para algo em seu rosto.

Percebi que ainda tinha uma cicatriz avermelhado cobrindo o lado direito de seu nariz. Mason ficou logo a minha frente, deixando-me presa entre ele e a janela.

- Chad me mataria se descobrisse que possui esse seu corpinho. - ele disse me avaliando em malícia e ofeguei, quase nem conseguindo mais respirar.

- Vejo que continua sendo um cachorrinho de Chad, não é? - desafiei-o.

Me arrependi completamente de ter dito-lhe aquilo, quando Mason segurou com força meus cabelos aproximando meu rosto do seu. Gemi de dor.

- Cale a boca, vadia! Você não tem direito nem a falar, entendeu? - falou ao meu ouvido e então soltou-me a força contra o chão. Cai batendo minhas costas na parede e gritei de dor. Mason abaixou-se a minha frente e meteu sua mão em meu rosto, fazendo um alto e forte estralo, deixando-me com uma grande e ardente dor.

- Covarde! - gritei passando a mão em minha bochecha ardente. Ele sorriu ficando de pé e caminhou para fora do quarto. Eu só podia estar num pesadelo. Aquilo não podia estar acontecendo! Por que comigo?

Algo em minha barriga mexeu-se dolorosamente e segurei-na com a intenção de acalmar meu bebe. Queria tanto Klaus ao meu lado agora... E sabia que meu filho também queria isso.

- Passará fome se não comer.

Continuei a encarar aquela parede acizentada, sem olhar para Chad que entrara no quarto. Sabia que já estava de noite. A escuridão lá fora me mostrava isso. Ouvi a porta trancar-se e segundos depois o colchão afundou-se ao meu lado com o peso daquele monstro.

- Olha, Caroline... - sua mão passou por meus cabelos num gesto de carinho que só trouxe-me nojo - Tudo isso poderia ser diferente, sabia? - ele disse suspirando. Continuei calada, mesmo com nojo daquele se toque - Se você tivesse ouvido-me e não dado trela àquele empresário filho de uma... - Chad calou-se quando o olhei furiosa. Sorriu levemente e deu de ombros - A culpa disso tudo é sua, querida. - falou simplesmente.

Nada lhe respondi e virei meu rosto para encarar a parede a minha frente. Aquela dor era insuportável, até mesmo o toque nojento de Chad sobre mim não era nada em comparação a dor.

- Por quanto tempo você me deixará aqui, Chad? - sussurrei sem soltar-lhe nenhuma expressão. Ele deu de ombros, não se importando - Irão atrás de mim. - disse fria.

- E é isso que eu espero. - ele disse sorrindo, olhei-o confusa - Estou esperando pelo seu querido, quero mesmo que ele venha até a mim. - ele coçou sua barba mal feita e olhou-me malicioso - Pretendo fazer nele em dobro do que ele fez comigo.

A raiva tomou meu corpo, não conseguia imaginar Chad fazendo algo de ruim para Niklaus, meu Niklaus. Quando a furia me tomou, minha mão bateu fortemente contra o rosto de Chad. Eu o empurrei com força, fazendo-o cair da cama.

- FIQUE LONGE DELE! SE VOCÊ FIZER ALGO CONTRA ELE, EU TE MATO, DESGRAÇADO! - gritei ficando de pé. Chad deu uma risada sombria, também ficando de pé e passando sua mão em seu rosto onde tinha levado o tapa estrondoso.

- Você me deixou furioso. - ele disse se aproximando de mim lentamente. A leve adrenalina em meu corpo, fez-me ir para trás imediatamente - Já perdi as contas de todas as vezes que tive de lhe bater, Caroline... - falou se aproximando.

- Bata de novo! Covarde! - eu o desafiei com um olhar nervoso.

Quase cai ao chão quando levei o segundo tapa daquele dia. Doeu, claro que doeu. Mas não demonstrei para aquele infeliz, que me olhava furioso.

- Agora farei questão de matá-lo na sua frente, doçura. - sua voz continha ódio e amargura. Engoli em seco não conseguind controlar minha respiração. Fechei meus olhos ao menos controlando minhas lágrimas - É melhor você comer, não quero que morra antes de ver seu queridinho morto.

Ao dizer aquilo, ouvi a porta se abrir e se fechar. Abri meus olhos garantindo de que ele não estivesse mais aqui; ao garantir aquilo, deixei com que meu corpo escorregasse até o chão. Abracei minhas pernas escondendo meu rosto em meus joelhos. Não aguentei mais, desabei a chorar. Aquele pesadelo parecia não ter fim. Isso não poderia estar acontecendo comigo novamente.

Não sei quantas horas ao exato se passaram, mas meu corpo já não aguentava mais nem ao menos ficar de pé. Tremia de frio e fome. Me recusava a levantar e comer aquele lanche que Mason tinha me deixado.

Meu bebe resolveu mexer-se novamente, mostrando-me que graças a Deus, ao menos ele, estava bem. Suspirei cansada com meus olhos vidrados naquela bandeija. Tinha que comer, pelo meu filho.

Arrastei-me naquele chão frio e peguei o lanche. Me sentia horrível daquela forma, era como se eu fosse um mendigo. Mas estava necessitada daquilo, pelo meu filho. Ele era minha unica alegria naquele momento. Saber que ele ainda estava aqui dentro comigo, me deixava feliz. Não sabia por quanto tempo Chad me deixaria aqui, mas se isso demorasse um pouco mais, logo ele desconfiaria de minha barriga e tinha medo só de pensar no que ele poderia fazer comigo e com meu bebê.