Thats My Life Without Me escrita por Hobbit


Capítulo 5
Viver minha própria vida


Notas iniciais do capítulo

Bom, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, minha cabeça ta um caos, e eu acho que a de todo mundo ta... Mas o único momento que eu consigo parar de pensar no Cory (ou pelo menos pensar menos) é escrevendo, então eu venho escrevendo pra caramba hihi
Eu não to exatamente animada, mas eu também não espero isso de vocês...
AH POR FAVOR, QUEM EU TO ENGANANDO, EU TO MORRENDO!
Boa leitura e boa sorte com esse abril que eu acho que vai ta uma merda....



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  As coisas mudam, não é? As pessoas, as coisas e o mundo mudam com o tempo e a ironia é que ninguém pode fazer nada pra mudar isso.

  Há um ano/semana se me dissessem que hoje eu estaria aqui, caminhando até o aniversário dos meus filhos, invisível e com o meu corpo em coma, eu iria rir, mas cá estou eu, caminhando até o aniversário dos meus filhos, invisível e com o meu corpo em coma.

  A vida pode realmente ser uma merda de vez em quando, ela não perdoa ninguém...

  Finalmente olhei para a entrada do prédio e involuntariamente comecei a sorrir. Cory caminhava com pequenos e desiquilibrados passinhos agarrado nas mãos de Santana e Finn, que carregava uma Sophie graciosa no colo.

  Apesar dos meus olhos marejarem, eu não conseguia parar de sorrir... Até subir meus olhos aos olhos dele. Meu noivo, meu Finn, estava vazio por dentro.

  Santana guiou Cory e Sophie até o interior do prédio, onde se encontrava uma mulher pequena e morena. Os dois correram os pequenos metros que restava até ela e a abraçaram animadamente. Então eu me vi desejando desesperadamente ser aquela mulher, estar no lugar dela, sentir o que ela sente. Desejei desesperadamente poder abraçar meus próprios filhos, poder comemorar os pequenos progressos dele com o meu marido, poder ter uma noite de descanso com minha melhor amiga, desejei poder viver a vida que deveria ser minha.

---------------We---------------Support--------------You-------------Cory---------------

-Finn, por favor, os convidados estão bem, você que não está!

-Santana...

  Santana fez a velha mágica de calar as pessoas com aquele olhar maléfico dela.

-Já faz um ano, Finn. Chega.

  Ele negou com a cabeça e ela se deixou escorregar sentando no chão, mais uma vez na frente do prédio.

-Eu não posso deixar isso acontecer. Eu não posso permitir que ela vá. Eu não consigo...

-Por favor, me escuta, uma vez na vida, me escuta. A Rachel te amava demais pra gostar de te ver preso aqui triste por causa dela. Por favor, viva. Viva por ela, viva pelo que ela ta perdendo aqui. Já se passou um ano e você continua se torturando todo dia, você continua vivendo uma vida pela metade, sem viver de verdade.

  Ele sentou ao seu lado e os dois ficaram se olhando por alguns segundos até ele virar para frente e descansar a cabeça na parede olhando para o céu.

-Eu sei, Finn. Eu sei que você ama a Rachel tanto quanto eu, tanto quanto Cory e Sophie. E eu sei que viver sem ela é não ter motivos pra viver, mas tenta. A Melissa ta te esperando lá dentro, como sempre.

  Ela se levantou devagar e respirou fundo antes de entrar na festinha de um ano dos afilhados.

  Foi exatamente nesse momento que eu olhei para a festa dos meus filhos e tudo me atingiu de uma vez. Eu finalmente encarei a realidade e finalmente percebi que eu já tinha perdido demais.  Eu preciso fazer alguma coisa, ou vou passar o resto da minha “vida” aqui, sozinha, vendo todos se distanciarem, desistirem, viverem. Vendo meus filhos crescendo sem nunca ter falado uma palavra para eles.

---------------We---------------Support--------------You-------------Cory---------------

  Eu podia ouvir as pessoas cantando parabéns, mas isso parecia muito distante na minha cabeça. Tudo que eu ouvia era Sophie chamando aquela estranha de mamãe. “Eu te amo, mamãe”. A frase que eu mais queria ouvir agora retumbava na minha cabeça da pior maneira possível.

  E a “família feliz” continuava lá atrás da mesa ouvindo os aplausos que agora se espalhavam pelo salão. Finn, Sophie, Cory, Santana... e Melissa. Eu sequer sei quem é Melissa, eu só sei que ela ta lá, ao lado do meu marido, da minha melhor amiga e dos meus filhos. Vivendo a minha vida. Ou pelo menos aquela que deveria ser minha.

  E até quando eu vou continuar aqui esperando meu corpo resolver dar algum sinal de melhora? Até quando vou continuar sendo torturada por quem eu mais amo, mesmo sem querer?

  Mas ao mesmo tempo, o que eu, uma mera invisível em coma, posso fazer? Eu não sou médica, nem entendo nada de medicina e eu não tenho poderes mágicos nem nada. Tudo que eu posso fazer é me sentar aqui e esperar meu corpo resolver dar algum sinal de vida.  Exatamente o que eu tenho feito e exatamente o que eu não quero fazer.

   Finn vai seguir em frente, Santana também e Cory e Sophie sequer tem o que seguir em frente, já que eles não tem nenhuma lembrança minha. Logo eles vão viver uma vida normal e vão se lembrar de mim, mas só como uma garota do passado deles. E o que eu menos quero é me transformar na garota do passado deles.

---------------We---------------Support--------------You-------------Cory---------------

  E mais uma vez eu me via sentada nessa droga de banco. Talvez eu tenha que passar bastante tempo nesse banco daqui pra frente. Se eu estivesse viva de verdade, seria um ótimo lugar pra vir, sentar e refletir sobre tudo. Ah que ironia, é exatamente isso que eu venho fazendo, não é? A diferença é que além de não parecer exatamente um ótimo lugar, eu não estou viva de verdade.

  Ah, como eu queria que o tempo parasse e eu pudesse ajeitar tudo que eu acho que está errado, fazer voltar todas as pessoas que eu perdi... Mas a vida é assim mesmo, não é? As coisas vêm e vão, as pessoas vêm e vão e o que a gente tem que fazer é se acostumar com isso, porque o mundo não vai se dar o trabalho de se acostumar com a gente. Infelizmente.

  Eu gostava da minha vida, não, eu amava, mas ela não é mais a mesma.O tempo a moldou do jeito que ele quis e eu não posso desmoldar, eu não posso fazer nada além de me acostumar com o que minha vida se tornou, e passar a amar ela do jeito que está agora. É assim que as coisas funcionam.

(N/A troque “vida” por glee e “tempo” por Ryan e você terá o resumo da minha vida)

Espera, do que que eu to falando afinal? Vida, que vida? Eu estou em coma. O que se espera é que em uma vida a gente possa ser vista pelo menos no sentido literal da palavra e atualmente nem isso eu consigo, então como eu continuo chamando isso de vida?

Eu preciso me acostumar com a minha vida, mas primeiro eu preciso voltar a vive-la. E é exatamente isso que eu vou fazer.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
Eu achei mais ou menos, mas...