Sonhos E Pesadelos escrita por Diana Karolyne


Capítulo 2
Capítulo 2-Mudança de status


Notas iniciais do capítulo

Espero que vcs gostem!#EsperoComentários!
bjbjbj:D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300871/chapter/2



Eu não queria admitir...mais ver meu pai
morto,ao meu lado,me deixou em estado de choque.Eu não reagi.Eu somente
chorei.Chorei constantemente.Chorei pela minha mãe.Chorei por mim.



A neve cobriu inteiramente o nosso quintal.Eu havia me
esquecido de que estava fazendo dezessete anos.olhei pela janela a paisagem lá
fora depois de chegar do enterro.Minha mãe ainda estava lá em baixo,agradecendo
todos que compareceram para dar-nos os pêsames.Era tão difícil...olhar tudo ao
redor...tantas coisas a minha volta...e eu continuava a me sentir vazia.Oca.



Era se como a imensidão do universo estivesse me
absorvendo...ou como se eu estivesse caindo num buraco negro sem fim...e a dor...a
dor era insurpotável.



Talvez minha mãe tivesse tomado a decisão certa ao
partir.Talvez essa seria uma solução adequada para o momento...



Mais o problema é que eu não queria recomeçar.em lugar
nenhum.Em momento nenhum.Eu só queria ficar só.



Eu estava me esforçando...mais acho que não estava sendo
muito convincente...porque minha mãe começou a insistir na idéia de m,e levar a
um psicólogo.



–Eu estou bem mãe.-eu dizia,numa voz que nem eu mesmo
acreditava ser minha.



–Ninguem aqui está bem Katheryne...-ela disse,a voz sem
emoção-Mais já faz um mês...e você não come,não fala,não reage em relação a
nada.-Ela dizia,preocupada.



Eu a fitei,com dificuldade.A muito tempo não olhava
diretamente para minha mãe.Ela parecia 10 anos mais velha...com enormes
olheiras,como se a muito tempo tivesse noites de sono mal dormidas...os
cabelhos desarrumados e a face desmoronada...



Será que eu parecia estar tão mal quanto ela?



De repente me senti culpada em passar em como minha mãec
estaria sofrendo se eu me encontrasse em tal situação.



–Eu vou ficar bem mãe.-Eu disse,baixinho.-E você?



Ela me fitou,os olhos não resistindo as lagrimas.



–Eu também ficarei querida...-Ela veio até mim e me
envolveu num abraço...-Mais preciso de você para isso...Voce pode me entender?



Eu somente assenti,controlando as lagrimas que insistiam
em cair.



–Vamos mesmo nos mudar daqui?-Perguntei,preocupada.



Ela demorou a responder.



–É necessário.-Ela respondeu,rapidamente.Depois me olhou
como quem se desculpa.



Realmente seria difícil para mim.Aqui eu tinha
amigos...tinha familiares.Ir para um lugar desconhecido e recomeçar uma vida
que eu não queria viver não era nada atraente para mim.Mais se era isso que
iria ajudar minha mãe a se recuperar,a começar em outro lugar...eu suportaria.



E foi assim que nos mudamos para Denver.



Era uma ótima cidade,tenho que admitir...



Mais aquilo não foi o suficiente para tirar a tristeza
que me dominava cada vez mais.Eu ainda não sabia como aceitar tudo isso.E eu
sei que parece monótono e ate excessividade melancólica,mais tudo o que eu
pensava ou fazia me lembrava meu pai.



Minha mãe me matriculou na Denver School.Ela
continuava meio preocupada comigo.Eu
sabia disso,mais ainda sim não conseguia reverter a situação.Eu continuava sem
falar,comia com pouca freqüência e não me interessava por nada.absolutamente
nada.



E o meu primeiro dia naquela escola foi entediante.



Adolescentes felizes,lideres de torcida
repugnantes,jogadores de beisebol que mais pareciam modelos de capa de
revista,patricinhas ignorantes,vitimas de bulling...pra mim nenhum deles se
diferenciavam.Todos eram um vulto,uma imagem que nada significava.Era inicio do
ano letivo.e isso era desanimador.



Minha mãe havia conversado comigo antes de se despedir de
mim.Ainda me lembrava de suas palavras...”Faça novos amigos.Vai ser ótimo,você
vai ver”.as vezes eu me sentia culpada por mentir tanto para minha mãe.



–como foi?-Ela perguntou,assim que eu cheguei.



Eu me obriguei a dar,pelo menos,um sorriso convincente.



–Ótimo.



Ela sorriu em resposta,sem fazer mais perguntas.Subi os
degraus da escada de nossa mais nova casa e me tranquei no meu quarto,como
sempre fazia.Na verdade,o dia de hoje não havia sido nada bom.Depois de sentar
no fundo de uma sala enorme e ouvir cochichos sobre mim durante todas as
aulas,a única coisa que eu precisava era dormir e esquecer.Me levantei da cama
e olhei ao redor.Peguei uma toalha e me direcionei ao banheiro.



De repente,preparando meu banho,notei meu reflexo no
espelho.Sem pensar,me perguntei quem era aquela que eu via do outro
lado.Parecia tão estranho olhar para mim mesma sem me ver...eu estava
tão...diferente!



Grandes olheiras estavam presente em baixo dos meus olhos
e eu possuía na face uma palidez incomum.Meus cabelos,revoltosos,estavam sem
vida.Meus olhos,sem foco.Mais que minha aparência física...eu parecia infeliz.A
blusa preta realçava ainda mais os meus olhos castanhos avermelhados devido ao
constante choro compulsivo.A dor é uma grande vilã.Além de mudar você
fisicamente...ela te transforma em outra pessoa.



Fiquei ali,sendo incapaz de adivinhar se eu,algum
dia,seria capaz de voltar a ser quem eu era antes.






                                                 
****************



Felizmente hoje eu não teria aula.



Estava preparada para ficar em casa o dia todo fazendo
deveres e um trabalho de trigonometria.Nada como um dia entediante para colocar
as matérias escolares em dia.



-Kate?-Minha mãe bateu na porta do meu quarto.



Fitei a porta,relutante em me levantar da cama e
abandonar o notebook.



-Porque você vive trancada ai dentro?-Minha mãe disse num
tom de voz revoltante,enquanto eu abria caminho para ela-Eu não sou um ladrão e
não quero roubar seu closet-Ela fitou as roupas que eu estava usando.Um
conjunto de moleton-Que aliás está precisando ser renovado.



Respondi á isso com uma careta.



-Que tal uma ida ao shopping?-ela bateu palmas,animada.



Continuei a fitando,sem animo algum.



-Tenho um trabalho de trigonometria para fazer.-Respondi
á sua proposta.



Agora foi ela quem fez uma careta.



-Você precisa sair desse quarto querida.Estou ficando
preocupada-ela disse,sem humor na voz-E isso aqui está cheirando á mofo...a
quanto tempo não se abre essa janela?



Que legal.Nem um dia 
entediante decente eu poderia ter hoje.



-Mãe...-eu comecei,tentando parecer sensata-Já estamos no
meio do primeiro semestre...preciso colocar meus deveres em dia.Você sabe que
sou péssima com números...



Ela suspirou e depois revirou os olhos.



-E você sabe que eu não gosto de ir sozinha fazer
compras.-Ela disse,me fitando como se fosse acabar implorando.



Eu já estava sentindo saudades da minha mãe.E ali estava
ela,tentando,inutilmente,me fazer ficar um pouco mais animada.Lembrei-me de
nossos passeios...amavamos sair juntas.Talvez fosse uma boa idéia.



Suspirei,relutante em aceitar sua proposta.



-Tudo bem D.Elizabeht...vou com você-Eu disse,guardando os
livros-Mais sem demora...tenho que terminar esse trabalho ainda hoje.



Ela me deu um abraço empolgado e saiu animada.



-Te espero lá em baixo...-Ela cantarolou.



Bom saber que pelo menos uma de nos estava conseguindo
seguir adiante.Me troquei rapidamente.Vesti um conjunto Black(agora eu insistia
em me vestir de preto todos os dias),amarrei meus longos cabelos,que,alias,estava
precisando de um corte.Há muito eu não ia á um salão de beleza ou coisas do
tipo.Mais eu resolveria esse problema assim que chegasse em casa...eu mesmo
cortaria.



Pronto.Eu já estava pronta.



Desci as escadas ainda querendo fugir para o meu
quarto,meu refugio.Minha mãe me fitou incrédula.



-Não vai mais?-Ela perguntou,tristonha.



Eu franzi a testa



-Como assim?-eu perguntei,confusa-Estou pronta.



Ela fitou minhas roupas.Depois me olhou como quem se
desculpa.



-Hã.Então vamos?-Ela disse,conformada.



Eu nem me lembrava mais como eu me vestia antes.Isso era
estranho...a única coisa que eu me lembro com clareza era que o meu cabelo era
bem mais curto...e,obviamente,que eu amava a cor vermelha.



Eu nem sei mais qual é minha cor preferida.Ou filme.Ou
livro.



-Esse shopping é muito grande!-Eu disse,gemendo com a
idéia de entrar.



-É verdade!-Minha mãe disse empolgada.Ela não estava
entendo o meu estado de espírito.



Argh.



O shopping era mesmo enorme!Havia tantas lojas de roupas
de grife...salões de beleza,livrarias,fast foods...ah!Havia tanto tempo que eu
não comprava um livro!



-Mãe...posso dar uma olhada na
livraria?-Perguntei,enquanto ela parecia não gostar muito da idéia-Parece ser
boa e já faz muito tempo que eu não estoco minha pequena enciclopédia...-Sabia
que tinha usado uma ótima desculpa...porque,sinceramente,eu não estava muito
empolgada para passar toda minha tarde em provadores.



-Tudo bem...-Ela concordou-Mais não demore muito...te
encontro no segundo andar daqui á quarenta minutos.Está bem?



Assenti,satisfeita.



Entrei na livraria,pronta para me sentar em qualquer
lugar por ali e ficar vendo as pessoas passarem por mim por quarenta minutos.



Mais um livro em questão me chamou a atenção.



O nome dele era “Como superar a perda?”.Peguei-o e visualizei
a capa.Era um livro extenso e parecia muito interessante.Folhei-o
rapidamente,talvez tentando encontrar algo que me fizesse entender o porque de
tudo o que eu estava passando.Parei numa pagina que continha os dizeres”Sofra o
que tiver que sofrer.Só nos mesmos podemos conviver com a dor e a aprender a
administra-lá.Ao contrario,nada do que fizermos será positivo e,
consequentemente,estaremos fazendo mal a nós mesmos”



-Você se interessou pelo livro,jovem?-Alguém me
perguntou,me fazendo estremecer com o pequeno susto.Fechei o livro rapidamente.



Ao me virar para ver quem era a pessoa que estava falando
comigo,me senti mais confusa ainda.Por três motivos:



Primeiro:A pessoa em questão,havia me chamado de jovem.Em
conseqüência disso,pensei que fosse alguém mais velho,apesar da voz ser jovem e
até atraente.Mais ao contrario disso,era um garoto,que parecia ter a minha
mesma idade,que se comunicou comigo.



Segundo:Ela era absolutamente lindo.Tinha uma beleza indescritível!um
corpo escultural...olhos penetrantes,apesar de serem escuros-quase negros e
intensos...os cabelos tão claros que fazia um estranho contraste com seus
olhos...era como se eu estivesse tendo a visão de um anjo bem na minha
frente.Um anjo perfeito.



Terceiro:O livro era caríssimo...mais eu iria leva lo...se
obtivesse um desconto compensável com a carteira de estudante.



-Você por algum acaso trabalha aqui?-Eu perguntei,um
pouco perturbada com a sua beleza incalculável.



Ele ficou sério de repente.



-Não.



-Então...cuide da sua vida.-Eu respondi secamente.Depois
me arrependi de ter sido tão grossa.Não sei porque eu tinha agido assim.Ele
talvez,só queria estar sendo gentil...e eu deveria estar lisonjeada.Ele não
tinha culpa da minha vida ruim.



Eu segui para o caixa para pagar o livro,fingindo me
interessar por outros que ali estavam.Mais,na verdade,queria saber se ele havia
vindo atrás de mim ou tinha se assustado com a minha arrogância e ido embora.



-Então vai compra-lo?-Ele disse,satisfeito-Parece um bom
livro para quem perdeu alguém.



Eu podia ser mal educada.



Mais ele era intrometido.



-Deviam te contratar...você daria um bom vendedor.-Eu
cuspi novamente.



Ele fez uma careta.



-Você não parece ser uma pessoa muito sociável.-ele
respondeu,como se cuspisse minha arrogância de volta.



-E você precisa ser menos intrometido...eu te conheço por
algum acaso?-Perguntei,sem fita-lo.



Ele revirou os olhos.



-Não seja por isso...prazer,Lucas.-Ele estendeu a mão como
se fosse um lorde vindo da época da Renascença.



Eu fitei sua mão e ignorei-a.



Já era a minha vez.vi de relance ele colocar a mão
disfarçadamente no bolso do jeans que usava e suspirar impacientemente.



-50$.-A vendedora disse.



-Tenho algum tipo de desconto com isso?-eu
perguntei,mostrando minha CE.



Ela sorriu.



-6% de desconto para estudantes.Vai leva-lo?-Ela
peguntou.



Eu suspirei,insatisfeita.



-Tudo bem-Eu disse,convencida.



-Quer que eu pague?-Lucas perguntou.



-Não!-Eu gritei.



Todos me olharam na loja.Eu devo ter ficado vermelha
porque senti minhas bochechas quentes.



-Tudo bem,não vou insitir.-Ele disse e sai de perto,de
repente.



Legal.Talvez agora ele tivesse ido embora.Que garoto
estranho!



-Devia ter deixado seu namorado pagar a compra...-a
vendedora me disse,maliciosamente-Além de lindo ele é um cavalheiro.Isso está
em falta no mercado.



Eu bufei,incrédula.



-Me avise se for terminar com ele.-Ela cochichou me
fitando,enquanto me entregava o livro e a nota fiscal.



Eu ia responder dizendo que ela devia se olhar mais no
espelho e perceber que primeiro:ela era bem mais velha que ele e segundo:ele
era bonito demais para ela...e para qualquer garota que estivesse ali.



Mais eu não sabia onde ele estava...e se podia me
escutar.



Ele parecia ter ido embora.Olhei as horas no meu relógio
de pulso.Daqui 10 minutos eu teria que encontrar minha mãe no segundo andar...e
eu nem sabia como chegar lá!O shopping era enorme!



-Você deveria ser menos rabugenta-Lucas apareceu de
repente ao meu lado-Não conheço ninguém com a sua idade que tenha...esse tipo
de...personalidade. 



-Você não me conhece e não sabe qual é minha
idade,então...-Eu comecei,irritada.



-Já sei:Não se intrometa?-Ele disse,parando na minha
frente.



Acho que eu não estava preparada para vê-lo assim tão de
perto.Talvez eu estivesse mesmo muito mal e desorientada.Talvez eu estivesse
ficando louca e criando ilusões na minha cabeça.Porque aquele garoto,na minha
frente,não podia ser real.Porque não existem pessoas perfeitas.Porque uma
beleza tão grande não podia existir.O seu cheiro doce e convidativo me envolveu
completamente,como se no mundo,só existisse eu e ele.



Não fazia sentindo eu sentir uma coisa tão intensa por
alguém que eu nunca tinha visto antes.



Um silêncio nos envolveu enquanto nossos olhos se
encontravam.Olhos tão intensos...seus cílios eram tão presentes que chegava a
ser pertubador de olhar.Seu olhar me prendia como se me dominasse,ou tivesse
algum poder sobre mim.



-A escada rolante que vai para o segundo andar está logo
a frente,á direita.-Ele disse,de repente,enquanto se afastava-Espero que o
livro te ajude Kate.



E saiu rapidamente.






                                 
*************************



Havia grandes possibilidades que comprovasse minha
insanidade.Porque não haveria sentido esse garoto saber meu nome.A não ser que
ele já me conhecesse.E essa possibilidade já estava descartada,já que eu nunca
o tinha visto antes.Ele falava comigo como se me conhecesse a muito tempo.Isso
me fez,involutáriamente,me arrepiar com a ideia.



Segui pelo caminho que Lucas me indicou.Mesmo não o
conhecendo,sabia que ele tinha me dado a informação certa,por algum motivo que
eu não sei descrever.Enfiei a sacola com o livro na bolsa e fui me encontrar
com minha mãe.











Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonhos E Pesadelos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.