Amor À Primeira Briga escrita por Our Kristen, ourkristen


Capítulo 7
Capítulo 4 – Torturas e mais torturas…


Notas iniciais do capítulo

OLHA EU AQUI DE NOVO! Trouce mais um capítulo (dã) e mais rápido que o normal, hã?! ^^ Não está lá essas coisas, mas acho que vocês vão gostar. Principalmente de um momento aí… *assobia*
Ah, um aviso: para quem não sabe, há um ônibus em uns países em que a língua é espanhol que se chama boceta (não lembro exatamente como se escreve) e Bella fala português, então, se você está lendo essa nota, entenderá a piadinha.
Era só isso.
Boa leitura!



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Bella POV

Não, eu não estou na escola. E não, eu não vi ninguém hoje porquê esse povo só sabe perguntar (Pessoa: Tudo bem? Eu: Mesma coisa que perguntar pra Hitler se está a fim de ficar uma judia gata. Pessoa: Quer remédio? Eu: Pergunta pra macaco se ele quer banana. Pessoa: Tá com dor? Onde? Eu: No furebes *revira os olhos* Eu estou na Semana da Dor Suprema – ainda quer que te responda? Pessoa: Credo, você tá horrível! Tá virando a Samara de vez? Eu: Ainda não esqueci minha promessa, azulada. Pessoa: Que cara de bunda é essa, vela? Eu: A que vai soltar um pum na tua cara se disser que tenho cara de bunda de novo) e eu detesto isso. Eu disse a minha mãe pra ela mandar esse povo parar de me encher, mas ela me respondeu algo como “não gosto nem um pouco desse seu tom”, o que eu não levei a sério porquê 1) eu estou estressada e emocionalmente gasta demais para ligar pra isso e 2) eu não gosto de macacos também, mas isso não é relevante, ao que parece.

O que é interessante nesse capítulo ridículo da minha vida é que eu conheço um cara a menos de uma semana, ele é lindo, ele não sai da minha mente, eu provavelmente estou apaixonada por ele, mas não assumo nem se colocarem uma arma na minha cabeça – quer dizer, eu acho que não faria isso –, eu estou na TPM, eu poderia estar na escola vendo meu garoto lindo (o que eu disse? Provavelmente apaixonada), eu vou a uma festa com ele (UMA FESTA!) e, por fim, mas não menos importante, eu estou na minha cama vendo o filme mais lindo e triste do mundo: Fruto Proibido (inspirada em uma saga perfeita de livros. A propósito, os atores são bem parecidos comigo e com Edward; inclusive o Edinho – que é o namorado vampiro da humana – me lembra muito Edward, principalmente na gostosura – o que é ruim, pois coloquei o filme na intenção de esquecer aquele cara lindo de olhos tão verdes.), rodeada de barras Hershey’s, M&M's e muito sorvete lamentando minha vida horrível. Como dizem aqueles livros melosos, eu estou num caleidoscópio de emoções. Argh, como eu odeio ser menina.

— BEEEELLAAAAAAA! – uma Alice afobada e saltitante cantarolou/gritou correndo pra sala e sentando aos meus pés no sofá.

— O que foooi, filhote de Smurf? – perguntei impaciente.

— Rose vai dar uma festaaa! – comemorou.

— Para de falar como se estivesse num musical – é irritante. E eu sei que Rosalie vai dar uma festa; eu vou nela.

A boca de Alice se abriu em um choque mudo. Seus olhos pareciam tão assustados que tive vontade de bater nela. Eu sou uma pessoa muito social, tá legal?

— Você vai o que? – ela perguntou, ainda espantada.

— À festa – rolei os olhos. – Cara, para de fazer expressão de surpresa mor, como se eu acabasse de confirmar suas suspeitas de que sou a Menina do Poço. E eu só vou a essa festa mesmo porque Edward quase implorou para mim ir.

Ela ainda me fitou por alguns instantes como se eu tivesse me transformado em uma cenoura gigante com cabeça de peixe. Então, de repente, eu era a cenoura gigante com cabeça de peixe mais legal do mundo, já que ela pulou em cima de mim e soltou um gritinho.

— Você sabe o que isso significa, né? – ela perguntou animada, me soltando.

Assenti tristemente.

— Meu sofrimento – lamentei.

— Não, sua boba – Alice deu uma risadinha, batendo de leve no meu braço. – COMPRAS! – seu grito feliz e estridente me fez erguer as sobrancelhas.

— E não é sinônimo? – eu perguntei.

Fala sério, compras, tortura, teste em animais, ser vítima do Jason… É tudo a mesma porcaria.

— Cala a boca, Isabella, e vai se arrumar porquê saímos em uma hora – ela mandou autoritariamente. De verdade, essa menina está se achando demais. Cadê o respeito aos mais velhos?

— Mas eu não quero ir, Lice! – choraminguei, puxando a coberta mais forte contra o peito, como se ela impedisse Alice de me levar pro Prédio da Tortura.

— Agora é Lice, né? Vamos logo, Isabella, você não escapa hoje.

— Mas, poxa…

— Anda! A-go-ra! – ela ordenou, seus olhos maquiados faiscando com sua ordem. Gente, a menina tem espírito de líder.

— Chata! – resmunguei, jogando o cobertor pro lado e subindo pro meu quarto a passos largos e pesados. Menina mandona, hum!

(…)

Um flash rosa passou voando por mim e se dirigiu para os trocadores, um outro flash, agora dourado, seguiu o outro e uma morena exuberante parou a minha frente com um tecido azul nas mãos.

— Vá vestir. – Dianna ordenou. Essas crianças estão mandando demais.

Cruzando os braços no peito e fazendo bico, na atitude mais adulta do mundo, fiz birra:

— Eu não quero!

— Isabella Swan, se você não entrar naquele provador e colocar esse vestido, você será uma mulher morta antes mesmo de ser uma.

— Legal, um dia vou morrer mesmo. – dei de ombros.

— Ah, é? Se não for provar e comprar o vestido que eu achar melhor e não usá-lo quando eu falar, eu vou embora.

Olhei pra ela com indignação.

— Isso é chantagem emocional! – queixei-me.

— Nana nina não. Isso chama-se “Ajudar as amigas”. – ela “escreveu” no ar. Varapau chata e irritante.

— Nem vem que não tem! Eu não vou pôr essa tiara que você chama de vestido.

— Tudo bem, você quem sabe. – ela deu de ombros.

Deixando o vestido do meu lado e pegando sua bolsa, Dianna desfilou para a porta da loja decididamente. Merda! Ela ia embora mesmo.

— Tá legal, eu provo! – gritei para a manipuladora.

Saltitando como uma gazela, Dianna parou a minha frente e abriu seu maior sorriso.

— Eu sabia que ia conseguir. Agora, chuchu, entra naquele trocador.

Suspirei pesadamente e peguei aquele pano menor que a tanguinha do Tarzan, seguindo a passos lentos e pesados para a cabine de testes.

— Seria mais prático ficar pelada logo. Eu, hein! – resmunguei.

Entrei logo na porcaria de cabine e troquei a roupa. A tanguinha azul era justa ao corpo e deixava minhas pernas praticamente nuas. As curvas escondidas pelos casacos e calças estavam realçadas. Minha pele cintilava e meus lábios estavam mais vermelhos que nunca. Eu estava bonita, muito bonita, porém, eu não me sentia bem com aquele pedaço de pano. Mas, quem sabe, um dia, talvez, eu não o usasse para (pigarro) algo? Sorri com a ideia.

Coloquei apenas a cabeça fora do provador, não deixando elas verem meu corpo sensual *cof cof* mentira *cof cof* naquele vestido divoso.

— Eu vou levá-lo – falei para as meninas. – Mas não vou usar na festa; achem algo menos vulgar.

Alice, Rosalie e Dianna se entre olharam. Era como se lançassem mensagens com os olhos. Eu vi Alice lançar “Ela é totalmente pirada, nem parece minha irmã!” para Rosalie e a mesma responder “Por que será que ela vai querer comparar sem usar numa festa?” e Dianna especular “Tem um cara nesse meio”.

— Genteee… – Chamei a atenção.

Deus que me livre de elas descobrirem pra que – ou melhor, quem – eu queria comprar o vestido/lingerie/pedaço-de-pano.

— O.k. Me dá para que eu pague. – Ouvi Dianna pedir.

Tirei o vestido e joguei por cima do provador, recebendo um vestido novo de volta. Ele também era azul, mas tinha alças, um decote não tão generoso e chegava quase aos meus joelhos. Minha pele ainda cintilava e cor ainda realçava meus lábios. Eu continuava gata. Esse sim eu usaria para sair.

— Ok, meninas, temos um vencedor – eu lhes informei.

Ouvi as palminhas excitadas de Dianna, Rosalie e Alice do lado de fora e rolei os olhos. Tudo por causa de um vestido. Aff.

Depois de muita andança, sacolas, calos e, ai de mim!, muita fofoca – da parte delas, claro –, finalmente paramos para fazer um lanche. Feliz com meu Wooper Júnior – o mais delicioso hambúrguer do mundo – deixei meus olhos percorrerem a praça de alimentação. Casais. Crianças. Adolescentes esquisitos. Casais. Gays. Casais. Gente escandalosa. Casais. Dianna, Alice e Rosalie. Casais. Jesus! Da onde saiu tanto casal? Isso é só pra me torturar, né? Não bastava os lá de casa e da escola, ainda tenho que ver os da rua? Fala sério!

Se bem que lá em casa só tem Rosalie e Emmett e mamãe e papai. E dona Esme e seu Charlie nem são tão casal assim. Quer dizer, eles dão um selinho toda vez que ele chega de viagem e eles parecem mesmo ter sentido falta um do outro nessas ocasiões, mas é só. Eu nunca ouvi barulhos estranhos – tipo gemidos e tal – vindos do quarto deles, eles não se abraçam toda hora ou olham um para o outro daquele jeito superfofo apaixonado. Emmett e Rosalie fazem isso toda hora. Parece que não podem ficar um segundo longe que dá problema.

Hum… Isso era estranho. Meu pai e minha mãe, eu quero dizer. E tem aquelas inúmeras e, na minha opinião, desnecessárias viagens. O que será que ele faz tanto? Só trabalho não pode ser. Será que Charlie trai minha mãe? Ou será que ele tem outra família? Suspirei disfarçadamente. Eu não podia ir culpando ele sem ter provas. Eu tinha uma missão, além das tantas outras. Eu descobriria a verdade sobre meu pai.

(…)

O restante da sexta-feira e o início do sábado passou em um clarão. A única coisa que eu podia lembrar realmente era do meu pai finalmente voltando de viagem – ele e Esme agiram da mesma forma animada mas fria de sempre – e uma conversa estranha que eu e Emmett tivemos.

Eu estava em meu quarto, de boa, terminando o livro da Meg Cabot que eu tinha pego na escola (e que estava me irritando. Na moral, esse nojento do Paul quer morrer?), quando um grito animado me tirou a concentração.

— BELLAAAAAAA! – Emmett chamou.

Desci a escada correndo (eu já disse que amo esse corrimão e esses degraus antiderrapantes?) e encontrei Emmett debruçado na mesa da cozinha, uma câmera em mãos e a cara de felicidade chocada mais irritante do mundo (só porquê ele atrapalhou minha leitura).

— Por Zeuza, será que ninguém nessa casa pode ser um pouco sequer normal? O que você quer, criatura?

— Olhe, a mesa virou motel; tem um bando de moscas fazendo sexo selvagem nela! – ele apontou.

Olhei para a mesa e confirmei o que ele disse. Tinha mesmo uns dez casais de mosca fazendo “ziiii ziii ziii” enquanto faziam aquilo rápido demais.

— Que maneiro! – exclamei, chocada com a maior orgia animal que eu já tinha posto meus olhos.

— Eu sei – Emmett murmurou, a admiração irradiava dele. Eu podia apostar que ele estava pensando em como seria legal se ele fizesse parte.

Olhei de novo para as moscas. Será que elas se acham bonitas? Pra mim são todas identicamente horrendas e nojentas. Sexo selvagem de moscas em cima da mesa era, definitivamente, a coisa mais grotesca que já vi na vida.

Voltei o meu olhar para Emmett novamente. Ele ainda segurava a câmera e o olhar admirado continuava em seu rosto. Aliás, pra que a câmera?

— Está filmando pra que isso, Emmett?

— Vou postar no Facebook. O pessoal gosta de ver essas coisas iradas por lá. Aposto que vou conseguir alguns seguidores.

Facebook tem isso?

Emmett revirou os olhos. Ele revirou os olhos! Para mim! Preciso dar uma lição nessas crianças, muito abuso pro meu gosto.

— Claro que tem, Bella. Facebook e Twitter são amigos agora.

Vamos, Emm, diga a coisa errada!

— Ah, bom… E pra quê você quer seguidores? – Vamos cavar até achar o ouro. MUAHAHAHAHA. Tá bom, parei.

— Eu e Jasper estamos competindo. Nós temos que postar coisas legais para conseguir seguidores. Quem tiver mais no fim do ano, vai ganhar em dinheiro a quantidade de seguidores.

Ah, uma brecha!

— Mamãe sabe que você anda apostando? – perguntei, braços cruzados, sobrancelhas erguidas e passando a língua pelos dentes, sonsa. Eu podia fazer a dança da vitória se não estivesse me divertindo tanto com a cara dele.

Emmett arregalou os olhos e desligou a câmera.

— Você não vai contar para ela, vai?

— Não sei… – olhei para o teto como quem está decidindo algo. – Vou pensar no seu caso…

— Ah, vamos, Bella! Qualquer coisa, me pede qualquer coisa, mas não conta pra mamãe. – Ha, ha, ha! Eu peguei o bobo! Eu sou tão esperta!

— Você promete? Qualquer coisa?

— Eu prometo. Faço qualquer coisa.

— O.k. Mas não tem nada que eu queira agora. Vou guardar meu pedido.

Ele fez uma careta de ultraje e apontou um dedo acusatório para mim.

— Você me manipulou!

— É, talvez… – sorri, sonsa. – Até mais, maninho. – Dei um tchau animado para ele e subi a escada cantarolando e saltitando.

Acabou que até a chegada da noite eu não tinha conseguido pensar em nada que Emmett poderia me dar ou fazer para mim. Mas não tinha problema. O que era dele estava guardado.

Por falar nisso, eu tinha uma outra lição para aplicar.

(…)

Quando cheguei à porta do quarto da biscoitinho, dei um sorrisinho sacana e verifiquei se estava tudo certo: minha roupa, cabelo e andar. Tudo uma beleza! Abri a porta devagarzinho para não acordar a pentelha.

Ela dormia tranquilamente de costa para mim. A única coisa que via era sua cabeleira espalhada pelo travesseiro e seu corpo modelado pelo lençol branco. Ia ser molezinha! Me aproximei da cama devagar, fazendo aqueles sons estranhos que a Samara faz e imitando o andar da esquisitona. Até eu estaria com medo de mim! Dei a volta na cama, ficando de frente para minha irmã, e chamei com uma voz sinistra, como se eu fosse a própria Menina do Poço:

— Aliiiicee – não saiu mais que um sussurro, mas foi suficientemente alto para parecer um grito na casa silenciosa.

Ela estava num sono tão pesado, que nem se mexeu com o meu grito/sussurro. Resolvi tentar de novo:

— Aliiiiiiceee – falei mais alto e lentamente.

Ela se mexeu e murmurou algo ininteligível. Estava ficando irritada já. Que porcaria de sono pesado, cara!

— Aaaallliiiiccceeee – se a bichinha não acordasse agora, eu ia pular em cima dela!

Ela se espreguiçou e abriu os olhos lentamente.

— Oi, Samara… – murmurou fechando os olhos.

Um segundo se passou, e ela sentou assustada olhando pra frente. Olhou pros lados e nem me reparou.

— Ufa… Só um pesadelo. – Passou a mão na testa como se estivesse suada.

Sorrindo sacana, resolvi que era hora dela ter um AVC.

— Aliiiceee – murmurei com a sinistreza estampada em minha voz.

— AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!! – Ela gritou pulando da cama.

Rindo internamente, comecei a persegui-la pelo quarto com aquele andar que já estava me dando dor nas costas e chamando seu nome.

Já na quarta volta, vi a porta se abrir e um Emmett esbaforido e assustado entrar, os punhos em frente ao roso, como se fosse lutar.

— Alice! O que houve? – Ele perguntou quando Alice se escondeu atrás dele.

Uma mão pequena com unhas perfeitamente feitas e um dedo ereto apontando pra mim surgiu ao lado a cabeça do meu irmão médio.

— Samara – ouvi Alice sussurrar no silêncio repentino.

Emmett me olhou e baixou os braços, os olhos arregalados. Sorri levemente e pronunciei a palavra que faria os gritos voltarem.

— Eeeemmeeeett.

Dando o grito mais feminino que o ouvi proclamar e correndo a lá Mike Kile fugindo de rato, Emmett começou a fugir de mim com Alice em seu encalço.

Quando uma Alice quase transparente e um Emmett aboiolado subiram na cama, papai e mamãe correram pra dentro do quarto, os dois com bastões de basebol nas mão. Poxa, agora que estava tão divertido que eu estava quase não aguentando mais a risada? Sacanagem!

— QUE ISSO? – Mamãe gritou assustada, me olhando.

Papai também me olhou assustado, mas pareceu me reconhecer após um instante.

— Ah, espertinha! Pode tirando essa roupa e maquiagem agora e indo pra cama que amanhã vamos conversar.

Emmett, mamãe e Alice pararam de dar gritinhos e me olharam irritados. Oops, acho que me dei mal. Mas não ia ser fácil assim.

Andando que nem aranha com patas quebradas, parei em frente ao meu pai e chamei:

— Chaaaarlieee.

Todos eles arregalaram os olhos ao mesmo tempo, mamãe e papai largaram os tacos e gritaram em uníssono:

— EVACUAR!

Rindo, desci as escadas atrás deles e fiquei dizendo seus nomes, até que Emmett tropeçou e caiu em cima de Alice que caíram em cima de mim. A porra de 100 quilos em cima de mim. Morri.

— SAAAIAM DE CIMA DE MIM, SEUS MONSTROS.

Senti os pesos saírem de cima de mim duas mão fortes de puxando de pé. Tirei os cabelos do meu rosto e olhei para o rosto vermelho de raiva do meu pai. Oops, castigo à vista.

(…)

— Olá, linda Bella. – Edward me cumprimentou, na semana seguinte ao pedido para eu ir a festa com ele, com um sorriso de tirar o fôlego iluminando seu rosto.

Me senti corar e abaixei a cabeça. Aquela arcada dentária era chocante. Ele deu uma risadinha e chegou mais perto, dando-me um abraço entusiasmado e quente. Eu nunca tinha percebido o quão quente ele era, tudo o que eu tinha ciência quando ele fazia esse tipo de coisa era aquele choque maravilhoso percorrendo meu corpo, deixando cada parte dele ciente de Edward.

— Bom dia, gentil senhor. – murmurei em seu ouvido, tentando soar sensual. E fracassando.

Ele soltou outra risada e se afastou. Deu dois passos largos para trás, pegou minha mão e a beijou, fazendo reverência.

— Senhorita Swan, gostaria de uma insignificante companhia para sua aula? – entrou na brincadeira.

— Por favor, senhor Cullen. Serás uma ótima companhia. – Respondi-lhe. – Somente lhe peço para não desmerecer-te. És um bom senhor e de beleza sem igual.

— Nada comparada à sua. – sorriu torto. O.K., flerte agora está entre minhas coisas preferidas no mundo. – Vamos, Bella.

Segurei a mão que ele estendia e o segui.

A aula de biologia foi como as duas anteriores (a terceira seria ontem, mas eu sismei com aquela coisa de fugir de Edward me enfiando no armário de vassouras. Minhas roupas ficaram fedendo e descobri que o professor deu matéria nova, por isso desisti de matar hoje.), ou seja, não prestei atenção a ela e fiquei olhando de soslaio para Edward a cada cinco segundos. Quando aquela tortura de não poder olhá-lo direito e ter que fitar a careca do professor toda vez que ele virava pro quadro finalmente acabou, Edward se levantou, me estendeu a mão e deu aquele lindo sorriso torto (ele devia parar com isso). Eu, como não sou boba nem nada, peguei sua mão firmemente e me deixei ser levada por aquele belo cavalheiro.

Passar pelo corredor de mãos dadas com Edward era como ter um holofote te seguindo. Todos te olham, você passa, eles cochicham, você olha, eles acenam, você vira as costas de novo e vê o reflexo de fleches e ouve o clássico som de imagem capturada. Que gente chata, pelor amor de Deus!

— Vou sentar a vara nesse povo. Fica fofocando, tirando foto e olhando. – reclamei.

Edward me olhou sorrindo.

— Parece que temos uma nova popular. – brincou, arqueando as sobrancelhas.

— Ha, ha. Já me basta ter que me tornar uma Cheerleader, ainda vou ter que aturar isso todo dia?

— Então você vai fazer o teste para as Cheerleader? – É impressão minha ou aquele era um olhar vitorioso?

— Pois é, minhas amigas traidoras me obrigaram. Tenho certeza que se eu tivesse dito “não” mais uma vez elas tinham me espancado até dizer “sim”. – reclamei, fazendo o idiota rir. – Isso, ri da desgraça alheia mesmo.

— Não estou rindo de você, estou rindo do jeito que você falou. – se defendeu, ainda rindo. – Você fez parecer que é a pior coisa do mundo.

— E é! Ficar agitando pompons, usar uma micro-mini saia, chamar a atenção e ser obrigada a namorar os caras do time de futebol é o sonho americano. – sarcasmo pesado e mentiroso (tá, só a parte de ser obrigada – eu queria muito mesmo ser namorada de um dos caras do time de futebol. Um em especial, cujo nome começa com “Ed” e termina com “ward”).

Seu sorriso vacilou, mudando sua expressão para algo que eu não soube identificar. Ele me empurrou contra a parede e me prendeu ali com seus braços.

— Então quer dizer que você não quer ser uma Cheerleader? – perguntou.

Está perto demais. Perto demais. Ai, meu Deus, acho que vou ter uma síncope.

— N-não. – gaguejei, seu hálito de menta me fazendo desejar loucamente seus lábios nos meus.

— Não quer… – ele passou os olhos por meu corpo – usar roupas pequenas e curtas? – ai, Senhor, faça ele parar de usar esse tom sedutor.

Minha voz tinha resolvido ir embora, então apenas acenei.

— E não quer chamar a atenção? – Oh, droga! Nariz no pescoço é golpe baixíssimo.

— N-nem um po-pouquinho. – Respire, Bella, respire.

Seu rosto saiu da curva do meu pescoço, passou para minha orelha, foi pra minha bochecha, se afastou e ficou a milímetros da minha boca. Não agarre ele, Isabella, não faça isso!, gritei mentalmente.

— E namorar com “um cara do time”? Não quer esse… privilégio? – A dúvida e tensão em sua voz e a intensidade do seu olhar era tamanha que não consegui mentir.

— Essa seria a única parte boa – murmurei quase inaudivelmente.

Mas ele me ouviu, já que sua expressão mudou pra felicidade e a distância entre nossos lábios ficou quase nula. Minha respiração aumentou acompanhada de meus batimentos cardíacos. Ai, ai, ai!

O que ele está fazendo?, a Bella anti-Edward sibilou.

ELE VAI NOS BEIJAR!, a outra comemorou. Eu me juntei a ela.

— Eu sei que as coisas aí estão ótimas, mas que tal cada um ir para sua sala? – Senhora Goff, que apareceu do além, repreendeu.

Nos afastamos imediatamente e olhamos para o lado. Quando ela e sua mala traseira (que ela devia chamar de bunda) tinham chegado?

— Começo de namoro é bom, eu sei, mas beijar no corredor pode dar problema para vocês. – explicou.

— Desculpe, professora. – pedi, meu rosto em chamas. Olhei para Edward. – Vá pra sua sala, nos vemos no intervalo, O.K.?

— Tudo bem – concordou.

Ele tirou suas mãos da parede, me deu um beijo no canto da boca e se foi. Fiquei olhando ele virar no corredor e suspirei boba. Ele era tão maravilhoso E EU, EUZINHA, ISABELLA MARIE SWAN, VOU À FESTA COM ELE. LACRANDO! TUNTS, TUNTS.

— Ele gosta de você… Sortuda, hein? – olhei pra ela e sorri envergonhada e esperançosa. Espera, esperançosa? Onde? Como? Quando? – Vamos, chica, temos coisas a fazer.

Eu concordei e entrei na sala, tomando meu lugar ao lado de um cara esquisito de cabelo ensebado e olhos sonolentos. Procurei me ater ao espanhol rápido e perfeito de minha professora e não pensar naquela pessoa cujo nome não deve ser nem pensado pois atrapalha minha atenção.

— Isabella… – eu ouvi e depois um monte de coisa enrolada. Hein? O que tem as partes íntimas de uma mulher com espanhol?

Edward POV

Me repreendi mentalmente assim que ouvi a senhora Goff dizer para nos afastarmos. O que eu pensava que estava fazendo? Era para eu conquistar Bella devagar, deixá-la tão louca por mim quanto eu estava por ela. Droga! Se bem que foi muito, muito bom deixá-la ofegante e ver o desejo em seus olhos. Já era meio caminho andado.

Mas eu precisava de algo a mais, não apenas ficar tentando beijá-la. Eu ia buscá-la em sua casa e levá-la para a festa de Rose, então esse era mais um degrau. Aí estava um bom lugar para tentar beijá-la ou talvez apenas conversar mais com ela, mostrar que sou um bom partido… Hum… Prefiro a primeira opção.

Balancei a cabeça e soltei um suspiro cansado. Essa vida de Edward Cullen estava ficando difícil.

Desviando dos alunos que estavam tão atrasados quanto eu, me dirigi para o vestiário. Os caras tiravam sarro da cara um do outro enquanto trocavam a roupa. Sr. Clep gritava com uns zoneadores que deviam ter sido pegos no vestiário feminino. Mais um dia comum.

(…)

Alguém precisava avisar a essas pessoas enxeridas que a curiosidade matou o gato. O que tinha de mais em eu e Jessica termos terminado e eu dar em cima de Bella descaradamente? Tá legal, ela parecia meio mal, com os olhos inchados de um aparente choro e meio descabelada, mas, qual é!, eu não vou ficar com uma garota sem gostar dela só porquê as pessoas acham que a líder das Cheerleaders e o capitão do time de futebol têm que ficar juntos. Sem essa! Se eu quisesse dar uns beijos naquele pombo zoeira chato que não sai do telhado eu faria. A vida é minha e os lábios também, sim ou claro?

Olhei para os seres consternados que olhavam para nossa mesa. Tudo bem, eu assumo, nossa mesa é a mais estranha do mundo. Quer dizer, Mike e Tyler (eu me recuso a chamá-los pelos nomes de guerra – são muito feios) não paravam de falar das cuecas recheadas dos caras que fazem educação física com eles, Jane e Tanya ficavam de cochicho, Alice e Rosalie falavam animadamente sobre o que comprariam no shopping amanhã, Emmett discutia acaloradamente com Bella sobre coito entre moscas (parece que houve um episódio estranho de uma orgia na mesa da casa deles e agora eles se perguntavam como seria que as coisas aconteciam envolvendo perguntas sobre a genitália das moscas, quão rápido passava o efeito de “ir as estrelas”, quantos filhotes eles conseguiam produzir, e mais um monte de esquisitice.), Renesmee olhava para nada, parecendo desolada (tenho que ter um papo sério com Jacob) e eu observava as pessoas a minha volta, mantendo um braço no encosto da cadeira de Bella.

Jessica hora ou outra olhava para nossa mesa e fazia um bico, como se estivesse triste ou irritada. Na moral, na fábrica de pessoas, o encarregado devia ter posto uma placa bem grande informando que a edição de “Jessicas” estava esgotada. Aquela garota estava sendo uma rocha do tamanho do Everest no meu sapato.

Minha ex-namorada parecia pronta para pular em Bella todas as vezes que a olhava, mas eu sabia que não era ciúme de mim. Era ciúme de Bella estar quase ocupando um lugar que até pouco tempo era dela. Eu sabia que isso causaria problemas mais para frente, mas Jessica estava enganada se achava que eu deixaria ela fazer algo contra minha garota.

Apertei o braço envolta de Bella levemente por puro instinto, como se assim eu pudesse protegê-la da víbora que sabia que minha ex era. Ela olhou para mim com seus lindos e grandes olhos castanhos e sorriu.

— Algum problema?

— Nada, é só que essas pessoas são curiosas demais.

Ela rolou os olhos.

— Apenas mais um problema para minha vida.

Ergui as sobrancelhas com curiosidade.

— Que problemas mais você tem?

— A porcaria do teste para Cheerleader. – Ela bufou. – É daqui a um mês e hoje começam os treinamentos. Acredita que até um personal trainer eu ganhei? – Bella bufou novamente. – Malhar. Ninguém merece.

Franzi as sobrancelhas com irritação. Ela vai treinar para o teste com um daqueles bombados pegadores? E Rosalie deu essa ideia estúpida? Ou foi uma das amigas dela? Eu teria que conversar com aquelas assanhadas. Mas, afinal, não era por minha culpa que ela estava fazendo isso? Eu teria é que me desculpar com ela algum dia.

— Bem, boa sorte – suspirei, dando um beijo em sua testa.

Vi um sorriso tímido tomar seu rosto e suas bochechas ficarem rosadas. Eu poderia admirar ela assim pro resto de minha vida, mas tínhamos aulas chatas para assistir, então peguei sua mão e, sem esperar os outros, levei-a para sua sala.

— Nos vemos depois? – ela perguntou antes de mim.

— Claro.

Ela assentiu com um sorriso e beijou minha bochecha, depois seguiu para sua carteira. Minha menina podia ser muito fofa quando queria.

(…)

Bella POV

Eu não podia acreditar no que eu estava vendo. De verdade. Quem foi o idiota que deu a ideia de essas… esses… essas… coisas me darem aula de… o que mesmo?

— Stiletto, Bells.

— E isso é? – Questionei.

— Uma dança criada por divas brasileiras. – Tyler explicou. – Trabalha bumbum, membros e sensualidade. Você vai ficar divina e em pouco tempo.

Coloquei as mãos na cintura, exasperada. Eu não quero malhar…

— Ai, cara, eu tenho que fazer isso mesmo?

— Se quer ser Cheerleader, então sim. – Mike acenou.

— Mas eu não quero ser Líder de Torcida. – fiz manha. – Fala sério, eu pareço uma Cheerleader?

Eles me olharam de cima a baixo, me avaliando.

— Não… Realmente, você não parece uma Cheerleader. – Mike proferiu.

Ergui as mãos, agradecendo a Deus mentalmente por alguém notar isso.

— Mas fazer um esforço não vai custar nada, vai? – Tyler deu ideia. Idiota.

— Vai sim. Minhas pernas estão doendo só de olhar pra essas máquinas assassinas. - lancei um olhar para as Máquinas Mortíferas que eram os saltos 7 nas mãos de Mike. Estou de olho em vocês.

Tyler suspirou, me olhando cansado.

— Bells, se você não quiser fazer isso, não precisa. Tente conquistar o Edward de outra forma.

Me joguei no sofá, cansada. Credo, estou ficando velha.

— Mas as meninas irão me matar.

Mike sentou ao meu lado e pegou minhas mãos.

— Por mais que eu goste da ideia de ver toda a escola babando nessa escultura que você é, eu tenho que te repreender, Bells. Você está fazendo isso do modo errado, meu amor. Você é linda, legal, inteligente, louca… Você não precisa de uma minissaia e pompons para conseguir aquele homem.

— As meninas… – comecei, mas Tyler balançou a cabeça, me repreendendo.

— Não. As meninas não têm nada com isso. – Ele apontou. – Se aquele deus grego tiver que gostar de você, tem que ser por quem você é, não pelo que.

Baixei a cabeça e olhei para meu corpo: eu usava uma leggins, tênis e uma camisa grande e fina de malhação. Aquilo não parecia eu. Eu era uma sedentária mega preguiçosa que amava ler e falava e/ou fazia umas loucuras – ocasionalmente, é claro. Eu não era uma Cheerleader gostosona e sedutora.

— Tudo bem – suspirei. – Plano B.


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Notas finais do capítulo

Nossa, que final mais inesperado kkkkkkkk Não sabia que ia acabar assim, nuss
E então? Todas as torturas identificadas? ^^ Olha que nem todas são ruins. Pelo menos, eu não as considero u.u
Vamos aos coments? O outro capítulo teve tão pouquinho, poxa :(
Façam a autora aqui feliz, hã?
E AVISEM SE VIRAM ALGUM ERRO
Robeijos e Krisses!