O Massacre Dos Gêmeos - Interativa escrita por Princesa dos Nerds


Capítulo 5
Colheita: distrito 7 e 12


Notas iniciais do capítulo

presente de natal antecipado proceis :B



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Distrito 7

Os irmãos já estavam acordados desde muito cedo. Antes mesmo de o sol nascer eles já estavam na floresta do distrito sete cortando as árvores. Outros homens também já estavam no trabalho, mas eles estavam em um lugar mais afastado de modo que poderiam conversar e treinar em paz.

Peter e Annasophia Clearwater nunca tiveram uma vida fácil. Em seus 17 anos o destino já lhes pregara muitas peças. Seus pais morreram, começaram a ser criados pela avó, tiveram que trabalhar desde cedo para sustentar a família e treinam para os Jogos porque entendem que a sorte não está nem um pouco ao seu favor.

Peter dava golpes com o machado no pinheiro a sua frente. Seu cabelo castanho grudava na testa por causa do suor, ocultando a cor azul escura de seus olhos. Annasophia estava sentada em uma pedra descansando e observando o céu escuro com um leve tom róseo sinalizando uma nova manhã. Hoje seria um dia difícil. Contando com a sua idade e o número de tésseras que pediram nos últimos meses, a quantidade de fichas com seus nomes no globo quase chegaria a 50. Ela se lembrava de outros gêmeos no distrito, que tinham tantas chances de ser sorteados quanto eles. Mas o otimismo não é algo em que ela e seu irmão puderam confiar ultimamente.

Ela ficou observando seu irmão trabalhando. Seu rosto estava contraído em uma expressão pensativa, ela conhecia isso. Peter era muito desconfiado de tudo, parecia analisar cada coisa e pessoa ao seu redor, calculando o perigo que lhe trazia.

Ela se levantou e pegou o machado que estava usando. Começou o trabalho em uma árvore e disse:

- O que está pensando agora, Peter?

- Você já deve saber, Anna. Todos em Panem sabem. Estou pensando sobre aqueles Jogos sanguinários, ele disse com a voz fria.

Frio e desconfiado. Duas palavras que resumiram sua personalidade nos últimos anos. Dificilmente se abria com alguém que não fosse sua irmã.

- Sei que está preocupado, Pet. Mas deve se acalmar, não foi pra isso que treinamos? Ela perguntou jogando os cabelos lisos para trás.

- Treinamos por necessidade! Você mais do que ninguém sabe que eu seria incapaz de matar alguém a não ser que fosse necessário, ele disse irritado. Suspirou e continuou:

- Eu não posso te perder, Anna. A morte seria menos dolorosa que isso.

A menina largou a lâmina no chão e foi em direção ao irmão.

- Por favor, não fale assim, Peter. Qualquer menção negativa sobre você me dá calafrios, sabe que eu não conseguiria viver em um mundo sem você, ela disse abraçando-o.

Ele suspirou e começou a acariciar os cabelos da irmã. Nenhum dos dois poderia dizer que sofreria mais, o amor sentido por cada um era infinito. Não tinham mais ninguém no mundo para confiar, só um ao outro.

- Sabe que eu te amo, certo, maninha?

Ela sorriu e respondeu:

- Também te amo, “papai”.

Ele esboçou um pequeno sorriso, o que era raro a não ser que ele estivesse com Annasophia, e lhe deu um beijo na testa.

- Vamos, “filhinha”. Ainda temos trabalho a fazer.

--

Na hora do almoço eles voltaram para casa, muito cansados obviamente. Sua avó estava esperando-os com um sorriso no rosto dizendo que a comida já estava pronta. Depois de comerem eles se arrumaram para a colheita. Anna usando um vestido simples e Peter com camiseta, jeans e tênis normais.

Eles se despediram e foram andando para a praça, ou melhor, correndo. Começara a chover, o que dificultava a visão e a locomoção nas ruas esburacadas. As pessoas estavam divididas em grupos na praça, ocupando o espaço debaixo das árvores. A fila não tinha proteção nenhuma, de forma que os jovens ficaram completamente molhados.

A escolta do distrito- uma mulher de cabelos lilases e olhos verdes- subiu no palco com uma sombrinha. Falou um pouco sobre os jogos daquele ano e como seria fantástico. Foi para o globo e retirou um dos papéis.

- Peter e Annasophia Clearwater!

O garoto suspirou enquanto a menina abaixou a cabeça. Eles foram para o palco e a multidão aplaudiu. Estavam escolhidos os tributos do distrito 7.

Distrito 12

Os quatro jovens já estavam acordados há algumas horas. Riam e contavam piadas enquanto caçavam. Os meninos, Eduardo e Jason, subiam nas árvores e praticavam arco e flecha. As meninas, Eduarda e Anya, colhiam raízes e conversavam sobre um assunto qualquer. Os irmãos Castro e os Myazaki eram amigos faziam anos. Eduardo e Eduarda não tinham a atenção dos pais, por isso passavam a maior parte do tempo nas ruas. Lá eles conheceram os gêmeos Anya e Jason Myazaki e viraram amigos.

- Ei, meninas. Qual é a conversa?- Eduardo perguntou pulando da árvore.

- O mesmo de sempre, maninho. Fofocas de meninas, disse sua irmã arrumando o cabelo de cor castanha.

- Interessante. Que tipo de fofocas?- ele disse sorrindo e se sentando ao lado das meninas.

Anya e encolheu os ombros e disse:

- Algumas sobre as novas namoradas do meu irmão, nada demais.

- Gostei. Hei, Jason!

O garoto que estava na árvore olhou para baixo perguntando o que houve.

- A rádio Anya aqui disse que você arranjou namorada nova. Qual é a da vez?

- Diga para a rádio Anya para ela cuidar das flechas dela.

Eles riram enquanto começavam uma série de provocações contra Jason. Eles poderiam parecer adolescentes comuns de 14 anos, mas a verdade é que cada um já carregava uma história que seria demais para qualquer um.

Depois de mais algumas horas de trabalho e brincadeiras eles se despediram e foram cada um para sua casa se prepararem para a Colheita.

Como o esperado, os pais dos irmãos Castro nem notaram a presença dos jovens. Enquanto comiam Eduarda perguntou:

- Já pensou se nós formos escolhidos, Ed?

Ele encolheu os ombros e respondeu:

- Grande coisa. Se sobrevivemos em um lugar como o distrito 12 podemos sobreviver na arena, certo?

Ela revirou os olhos e disse:

- Você é um lunático.

- Não tenho culpa de ser seu irmão.

Ela lhe deu um tapa no braço que só o fez rir mais ainda. No final os dois estavam rindo e se empurrando na mesa. Típico de irmãos, certo?

-

Uma hora depois eles já estavam nas ruas do distrito doze indo para a praça. Encontraram Anya e Jason e foram conversando. Pouco a pouco a quadra foi se enchendo de gente. Teve a habitual sequência vídeo, discurso e mulher saltitante da Capital. Este ano Agnes Laver estava com as roupas todas prateadas. Ela sorriu e disse:

- Bom ver vocês do distrito 12 novamente. Hoje teremos um ano especial então não percamos tempo!

Ela andou até o globo de vidro cheio de fichas. Remexeu algumas e retirou uma delas. Leu e falou no microfone:

- Os tributos desse ano são...Jason e Anya Myazaki!

Os quatro amigos se olharam. Anya já quase chorava por ser tão sensível. Eduardo e Eduarda se olharam e entraram em um acordo. Antes que os outros subissem eles disseram:

- Nos oferecemos como tributos!

Os outros jovens os olharam assustados, mas eles ignoraram e subiram na estrutura passando a frente deles.

- Seus nomes, queridos?

- Eduardo e Eduarda Castro, o garoto respondeu pelos dois.

- Aposto que eram amigos dos outros dois, certo? Bem, não vem ao caso. Palmas para os tributos do distrito 12!


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Notas finais do capítulo

gostaram???