Taylor pov’s.

- Onde fica a sala? – Perguntei ao Nolan.

- Você verá. – Ele respondeu segurando a porta do elevador. Entrei, ele apertou o número 3 e suspirou.  – Talvez eu seja zoado.

- Aham, talvez... – Eu ri da hipótese idiota dele. Nolan deu de ombros e saiu do elevador, eu o segui.  Viramos á direita e entramos na quarta sala, que estava lotada. Todos me olhavam curiosos, aquilo me deixava incomodada, comecei a corar e me sentei na primeira carteira. As pessoas estavam alegres, cada uma em seu grupo, mas todos zoavam Nolan.  Notei que uma pessoa não prestava atenção no Nolan. Um rapaz. E vinha em minha direção. Engoli em seco.

- Olá sou Thiago Beckdor. – Ele deu um sorriso tímido. Thiago possuía cabelos ruivos e olhos azuis, vestia uma blusa larga xadrez e uma calça jeans.

- Taylor Evans. – Sorri de lado. Ele corou e começou a andar nervosamente para seu lugar, quando foi empurrado e caiu no chão.  Adivinhem quem foi? Se pensaram no Nolan, parabéns.

- Eai Thiago. – Ele disse rindo da cara do rapaz.

-No...Nolan, por que você está vestido de padre?- Thiago perguntou tremendo de medo. Nolan deu um sorriso sacana.

- Por isso.  – Nolan deu um soco no nariz e um chute na barriga de Thiago. Fiquei perplexa, primeiro com a força de Nolan, e segundo a cara de pau dele. Isso me irritou completamente. Lembrei-me de quando isso acontecia comigo. Ninguém merece isso. Levantei e andei em direção ao acontecimento.

- NOLAN. – Gritei , puxei e empurrei –o . Ele caiu no chão e me olhou surpreso.

- Que? – Ajudei Thiago a se levantar e ele saiu correndo. – Taylor a diversão não acabou ainda.

- Acabou sim. Você não deve fazer isso.

- Taylor não se mete. – Ele disse virando as costas.

- NÃO VIRE AS COSTAS PRA MIM. – Gritei. Nolan virou. – Você tem que se desculpar com o Thiago.

- NUNCA. – Ele gritou em protesto.

- POR QUE? ELE NÃO TE FEZ NADA! – Gritei em resposta.

- ELE É UM NERD. – Ele disse como se fosse uma desculpa para sair batendo nas pessoas. Revirei os olhos.

- E VOCÊ É UM MANÉ.

- MANÉ? EU?

- É? TEM MAIS ALGUÉM AQUI VESTIDO DE PADRE?

- TAYLOR VOCÊ SABE POR QUE EU TO VESTIDO DE PADRE!

- PORQUE É UM COVARDE.

- ESCUTA AQUI GAROTA, VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE MIM.

- OK,POSSO NÃO SABER, MAS QUE A PARTIR DE AGORA VOCÊ NÃO BATE EM MAIS NINGUÉM,DISSO EU SEI!  – Gritei batendo o pé. Ele me olhou perplexo.

- Você tá louca?

- Não. E quando o Thiago voltar, você vai pedir desculpa para ele.

- Não. Taylor ele....

- Ele nada. Não quero saber.

- VOCÊ NÃO MANDA EM MIM. – Nolan gritou. – NÃO VOU FAZER O QUE VOCÊ QUER. – Ele começou a andar em minha direção. – NUNCA QUE EU VOU ME DESCULPAR COM ELE.

- VAI SIM!

- NÃO! E CALA A BOCA.

- VEM CALAR. – Abri os braços como um convite. Nolan segurou meus braços, não muito forte, mas de um jeito que eu não tinha como me libertar.

- Taylor, não se mete comigo. – Engoli em seco. Agora que comecei, não tem como voltar.

- Me meto a onde eu quiser.- Disse quase vacilando.

- Senhor Bennett. O que está havendo aqui? – Melissa apareceu na porta da sala, seguida de Thiago. Nolan me soltou.

- Nada doutora Melissa. - Ele disse sorrindo. – Depois te pego Thiago. – Nolan sussurrou para sí.

- NÃO! – Gritei. – NÃO VAI BATER EM NINGUÉM. – Nolan em olhou como se dissesse: Cala a boca menina. Melissa suspirou e entrou na sala.

- Nolan Bennett, parece que você ainda não aprendeu que não pode bater nas pessoas aqui em Oxford. Então só tem uma coisa a ser feita. A partir de agora se você aprontar mais uma, será expulso de Oxford.

- Mas eu sou um bom aluno. – Nolan tentou argumentar.

- Não interessa as suas notas, o quanto bom aluno você é, se aprontar mais uma, será expulso. Vão se sentar para a aula. – Melissa disse rápida e saiu da sala. Nolan passou por mim e sussurrou.

- Valeu Taylor. – Aquilo me deixou muito mal, mas eu sabia que estava certa. Sentei na carteira, varri aquela briga da minha cabeça e comecei a prestar atenção na aula.

                                               ***

Assim passou a aula, eu focada nas matérias e o Nolan emburrado e bravo.  Assim que a aula acabou ele passou voando por mim e foi embora. Suspirei e peguei as minhas coisas. Preciso de um conselho, mas de quem? HENRY. Espera, calma, respira e liga pra ele.

- Que lindo, meu subconsciente tentando me acalmar. – Disse em voz alta. Algumas pessoas me olharam estranho e corri de volta para a sala. Peguei meu celular e liguei para Henry.

- Henry? – Perguntei.  “Taylor?“  – Henry preciso falar com você. Urgente.- Disse apressada. ”Ok, vamos no jardim. “. – Henry, sinto lhe dizer mas não sei onde fica o jardim. –  “Oh! Verdade...  É lá fora.” – Tá, vou tentar achar, beijo. – “ Beijo.”  Sai correndo pelos corredores e entrei no elevador, apertei térreo.  O incrível é que os elevadores sempre estão vazios!  As portas se abriram e corri para fora.  O ar estava frio, me arrepiei. Senti uma mão em meu braço.

- Ei, se acalma. – Henry disse me puxando para um banco branco no meio de várias rosas, e anões de jardim. Lugar bonito. – Desabafa loura.

- Tô me sentindo muito mal, mas eu sei que fiz a coisa certa, mas é meu primeiro dia e já fiz um barraco... Essa não sou eu, mas quando vi o Nolan batendo no Thiago, uma pessoa como eu...

- Como você? – Henry me interrompeu curioso. Engoli em seco. – Continue, desculpe. – Assenti tomando coragem.

- Tô com medo de ficar um climão na casa, mas eu sei que vai ficar, tudo culpa minha! Sou metida, ele me avisou para ficar longe, MAS QUEM ELE PENSA QUE É?! Por que o Nolan pensa que pode bater nos nerds? E por que os nerds? – Perguntei indignada.

- Bom... – Henry me olhou como se tentasse formular respostas. – Ninguém sabe. Deve ter algo... Mas como gente que nem você? – Abaixei a cabeça.

- Humano, ué. – Tentei disfarçar. Só que eu não sei fazer isso. Henry me olhou estranho, engoli em seco.

- Que seja. – Ele deu de ombros.

- Vai ficar um climão? – Perguntei já sabendo a resposta.

- Vai... Você estragou a melhor brincadeira do Nolan. – Eu o olhei feio. Henry abriu os braços se rendendo. – Taylor, o que você quer que eu faça?- Essa pergunta me pegou. Eu não esperava por isso.

- Eu... Não sei. – Suspirei.

- Taylor, olhe para mim. – Henry me olhava sério e em meus olhos. – Vamos esquecer isso. O máximo que o Nolan pode fazer é te ignorar. Vamos para casa. São 15h, você deve estar com fome. – Assenti atordoada. Respirei fundo, e dei um sorriso. Não vou deixar o Nolan me por para baixo. Henry se levantou. – Então... Para o carro.

Fomos conversando até o estacionamento e encontramos Luke discutindo com Thomas. Nolan estava encostado no carro.

- PAREM! – Nolan gritou para os dois. Logo que me viu, entrou no carro. Engoli em seco.

- Hey, cadê o Scott? – Luke perguntou mudando de assunto.

- Taylor venha aqui. – Thomas me chamou.  Andei até ele. – Eu sei o que aconteceu. Ignore-o.

- Ok. – É... esse vai ser o jeito, ignora-lo.

- GALERAAAA, QUE CARA DE DEFUNTO É ESSA? – Scott perguntou chegando ao recinto com sua alegria inusitada.

- Scott... – Henry meio que avisou para ele calar a boca. Scott assentiu envergonhado. Luke apontou para mim e fez uma careta. Scott assentiu.

- Então... Luke nós leve para casa. – Henry disse. Entramos no carro e fomos para casa.

- Chegamos. – Luke disse entregando a chave do carro para Thomas. Entrei em casa, coloquei minhas coisas no sofá e fui para a cozinha. Comecei a fazer uma salada, mas está difícil porque não tem muitos alimentos saudáveis por aqui.

- Faz uma para... – Luke começou a dizer, mas parou quando viu o que eu preparava. Comecei a rir. – Eca. Não tem salgadinho?

- Não sei. – Falei rindo da expressão dele. Luke começou a abrir as gavetas á procura de algo, e parece que não encontrou nada.

- Droga! – Ele exclamou. – Quem quer ir ao mercado comigo?

- Por quê? – Scott perguntou entrando na cozinha.

- Não tem nada de bom aqui. – Luke explicou.

- Eu vou. – Henry disse.

- Eu também. – Scott disse.

- Vocês vão a pé, né?! – Thomas perguntou coçando a cabeça. Henry e Scott se olharam e riram. Thomas suspirou. – Eu vou também.

- Então... Vamos. – Luke disse saindo.

- Já voltamos. – Eles saíram. Terminei de fazer a minha salada e fui para a sala. Liguei a televisão e comecei a comer. O programa da tv era de humor, e isso fazia com que eu risse alto. Ouvi alguns passos e lembrei que não estava sozinha.

- O que vocês est...- Nolan começou a dizer mas me viu e ficou quieto. Ele tinha tirado a careca falsa, seu cabelo louro estava bagunçado de um jeito lindo, mas continuei a prestar atenção na tv.  Sabe aquela sensação de que uma pessoa está te olhando? Então... Comecei a sentir isso. Virei-me e encontrei Nolan me encarando. – Por que você fez aquilo?

Não respondi. Ignorei-o. Ouvi Nolan bufar.

- Eles te falaram, né?! – Ele falou em tom de brincadeira. Deve estar falando do fato de ignora-lo. Dei de ombros. Será que ele não está bravo? Ou ele vai fazer algo contra mim? Olhei em sua direção, mas...

Nolan não estava ali. Ele sumiu. Engoli em seco e voltei a prestar atenção na tv.

Passou-se alguns minutos e comecei a ouvir alguns barulhos vindo de lá de cima. Resolvi ir lá ver o que é. Subi as escadas, e entrei no meu quarto. Parecia que tudo estava em ordem, mas...

- NOLAN!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!