Hell must be Heaven escrita por Ramona


Capítulo 4
I feel a little stranger


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito para escrever por causa do meu pc que pifou ai demorou para pegar os arquivos dele e passar para o novo. Enfim, tive de me acustumar um pouco pois fazia um tempo que nem olhava para história e agora o rumo vai ser tomado, espero que gostem.



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Jake sorri debilmente. Fecha os olhos e como sempre não se arrepende de nada. Ele está em paz. O tempo passou sem que ele percebesse, já começara a amanhecer. Seus amigos sentem um pouco sua falta, mas a droga e a bebida fazem com que se esqueçam facilmente. Depois de algum esforço, Jake começa a respirar novamente. Ele se sente tonto, desnorteado, sua visão turva. Ele abre os olhos lentamente, e vê duas garotinhas o puxando pelo pé, uma de cada lado. As mesmas que estavam no último quarto inundado, dando chá para as bonecas.

–- Você seguiu nosso conselho.- Diz a maior.

–- Não aceitou nada de estranhos. – Completa a menor.

–- Mamãe sempre tem razão.

–- Você é o primeiro que recusa.

–- Os outros acabam mal.

–- Às vezes indo à loucura.

–- Você não deveria estar aqui.

Repentinamente param e dizem em uníssono:

–- Você sabe disso.

Retomam o seu caminhar pela casa. Arrastando-o facilmente, como se não pesasse nada. E continuam a falar juntas:

–-A festa do chá acabou. Alguém está queimando lá fora, e está furioso. Leve seus amigos com você, e esqueçam que vieram aqui, jamais voltem. – Elas terminam com uma risadinha um tanto quanto psicopata.

–- Mas o que...? – Diz ele.

Jake está muito tonto e chapado para dizer ou entender qualquer coisa. Ele foi arrasado por quase metade da casa e vários lances escada a baixo. Quando se deu conta, e conseguiu recuperar os sentidos, se encontrava novamente no quarto. Sentiu que suas costas estavam arranhadas e sangrando pelo fato de ter sido arrastado pelo chão poeirento e cheio de pregos e tabuas salientes.

–- Ai meu deus! Jake, onde esteve? Estávamos preocupados, e que merda é essa nas suas costas? – Disse Ruby em uma mistura de raiva e preocupação. – Porque você está se arrastando? Puta que pariu véi!

–- Eu cai da escada, e fui arrastado até aqui por elas. – Jake aponta para a porta, mas não há ninguém lá, então ele simplesmente abaixa o tom de voz.

–- Não, você entrou se arrastando sozinho. – Retruca Ruby. - E não tem ninguém na porta.

–- Cara você está péssimo! Um filho da puta completo, machucado e drogado – fala Ethan em tom de deboche.

–- (suspiro) Ok, vocês devem ter razão, deve ser só minha cabeça. Acho que vou beber mais um pouco para ver se passa.

Jake voltou a beber e se drogar, nesse ponto se pergunta como ainda não está no hospital. Esta é sua tentativa desesperada de esquecer tudo aquilo. Não pode acreditar que tudo isso fora real, ele está assustado e perplexo. Não foi natural, não foi normal! Cada aparição, cada personagem de sua visão. Ele está pensando mais do que nas provas de matemática, sua mente trabalha para que tudo aquilo fizesse algum mero sentido. Suas olheiras agora são visíveis, e seu semblante apresenta uma aparência atordoada. Apesar de ninguém realmente estar em sã consciência para perguntar o porquê, ele ainda não acredita que quase morreu, quase se matou, no que viu, o que ouviu e no que falou. Perguntas não conseguem ficar quietas em sua mente: “Foi real?” “Não pode ser, então o que caralhos foi aquilo?” “Será que eu sonhei, ou foi a droga?” “Se for, o que me levou a quase morrer, ser arrastado e como fiz isso, além de voltar para cá?” “Quem eram as garotas e o ser encapuzado?” “EU ESTOU LOUCO PORRA???!”

O quarto nessa hora estava mais sujo e fedorento do que nunca, apesar deles jogarem pela janela garrafas vazias e darem descarga nas embalagens da droga. Ratos curiosos vinham em busca de comida, assim como baratas. Ruby se assustava enojada às vezes, mas Brian logo a beijava de novo. Peyton estava dançando junto com Hailey que nesse momento estava com os peitos descobertos, Alan via as duas dançar e começava a gritar “UHU” e a dançar junto, com uma mão para o alto e a outra segurando uma garrafa de Bowman’s Vodka.

–- Caracoles véi! Bebida faz milagres! Quando o Brian me obrigou a vir dizendo que ia incendiar minha avó se eu não viesse, eu pensei que ia ser um porre isso daqui, mas véi! Nunca me diverti tanto! É isso ai cambada de vagabundo! UOOOOOU!!! – Alan então começa a imitar uma galinha e a dançar feito um frango

–- Isso por um acaso é verdade senhorito Brian?? – Pergunta Ruby com um certo tom de raiva – Você ameaçou a queimar a pobre da velha só pra poder ficar zuando com ele depois?

–- Não querida, isso é mentira! É só uma coisinha que eu e Jake colocamos na bebida dele sem ele saber (risos) – Responde Brian filmando tudo com o celular e postando no youtube

–- Afff... – Ruby se levanta e sai da sala

–- RÁ SE FUDEU SEU FILHO DA PUTA! – exclama Ethan

–- Repete! Vamos ver quantos dentes sobra na sua boca – Retruca Brian fechando os punhos.

–- (Glup) eh... é só meu pokemon... ele derrotou o Metapod... – Ethan fala mostrando o Nintendo Ds.

Brian sai da sala e bate a porta com tudo. O que faz todos se assustarem um pouco, afinal Brian é alto, forte e extremamente bruto.

–- Nhá, deixa eles terem a DR deles. Vamos para o que interessa! – Hailey então liga o rádio na música Scream do Avenged Sevenfold e convida Jake para participar – Vamos Jake junte-se a mim!

Jake está em um canto encolhido, com a cabeça dolorida e costas ensanguentadas, seus olhos esbugalhados, está fumando um cigarro e bebendo Jack Daniel’s.

–- Hey! Jake – Chama Hailey mais uma vez.

–- Ãh? O que? Ah, Hailey! Fale.

–- Nossa, o que houve com você? Coloquei muito silicone?

–- Hailey eles são perfeitos...

–- Então o que foi?

–- Quando eu sai, eu vi ... ah esquece você não vai querer saber.

–- Tudo bem então! – Hailey começa a apontar para o corredor e a sussurrar coisas um tanto picantes em seu ouvido. Ela sai do quarto chamando Jake com o dedo e cantando o refrão da musica enquanto dança.

Jake dá um último gole na bebida e se levanta meio duro, ainda dolorido.

–- Hey Jake! Eu não sei o que você viu, mas independente disso, eu também vi! – Fala Peyton

–- O que?

–- Um garoto... Ele me era muito familiar. Ele me puxou janela a fora, se não fosse o Alan eu teria caído, provavelmente morrido.

–- Vocês estão falando de mim é? – Indaga Alan chegando de repente colocando os braços nos ombros de ambos e enfiando sua cabeça no meio da conversa, mas logo retira o braço de cima de Peyton, constrangido.

–- Não Alan não é nada. Eu acho que vou indo ver o que a Hailey quer. – Responde Jake com um olhar malicioso.

Quando se vira, sua expressão se torna de dúvidosa e novas questões começam a surgir em sua mente. Ele se encontra com Hailey no final do corredor a esquerda, um pouco depois da escada. Quando ele entra no quarto ela já está completamente nua. Jake dá um sorriso travesso e se joga em cima de Hailey. Vocês já podem imaginar o que acontece em seguida (Dica: Não é uma discussão sobre a fome na África).

Enquanto isso, descendo as escadas e atravessando o Hall chegando-se na cozinha, está Ruby sentada no balcão com uma expressão de zangada. Brian chega e fica escorado no batente porta.

–- Mô, não fica assim, vai foi divertido! – Brian fala enquanto se aproxima lentamente.

–- Pode até ter sido, mas foi infantilidade sua e do Jake. Alan é um garoto tão calmo e sensato, nunca fez mal a uma mosca, e mais uma vez vocês estão o corrompendo e brincando com ele. (suspiro) sabia que eu devia ter ficado em casa estudando.

–- Então quer dizer que agora você gosta dele?

–- Não... você sabe de quem eu gosto.

–- Ruby, deixa de ser cafona e relaxa um pouco. Ninguém aqui corrompeu ninguém, nós só expandimos o horizonte para as pessoas serem quem realmente são... E o Alan é um nerd, esquisito, que dança feito um frango! Não me diga que a dança não foi engraçada...

–- É... – Ruby dá uma risadinha. Ela olha nos olhos de Brian, e apesar dele ser um homem das cavernas carnívoro com o cérebro do tamanho de uma noz, ela sente uma atração por ele, mesmo não sabendo o porquê. Deve ser porque os pais não o aprovam, e o proibido é sempre mais legal, ou por causa do físico, e por ele ser o mais popular. Ela sabia bem lá no fundo que era muito ingênuo e estúpido da parte dela.

Ruby percebe uma figura logo atrás de Brian. É uma garotinha de cabelos dourados, encolhida no canto com o rosto entre os joelhos. Ela estava descalça e com uma camisola florida desbotada e manchada de sangue e vomito.

–- Fuja! Saia daqui e volte para o quarto! Guarde a sua inocência – a garotinha diz enquanto continua com o rosto nos joelhos.

Ruby se assusta, mas quando ela está a ponto de dizer algo Brian a beija e a abraça. Ela retribui o beijo, e eles começam a se beijar mais intensamente. Uma chama começa a queimar e a arder, a ponto de que Brian a sobe mais no balcão e inclina seu corpo contra o dela.

–- Brian... Eu não quero isso ainda... você sabe, eu sou virgem e não quero que seja desse jeito. E também não estou preparada, não agora.

Brian a olha com certo tom de raiva. Já é a terceira vez que ela fala a mesma a coisa. Ele recua um pouco e fica encarando aqueles olhos cinzentos e cabelos louros. Ruby é muito atraente e Brian a deseja só pelo seu corpo, ele só está com ela por causa disso, e até agora isso não deu nenhum resultado. Então ele começa a ouvir uma voz ecoando em sua cabeça, sussurrando:

“Faça... Faça... Você já a possui, ela é sua... O que ela quer não importa, vocês já estão juntos, e ela diz te amar... Você pode a possuir... A possua, não há problema... Você a estará fazendo um favor!”

Brian sente um sopro de vento escapar pela janela quebrada com cortinas gastas e uma repentina dor no coração. Seus olhos então ficam brancos, sua pele com uma cor doentia e seu semblante revela dominação, loucura e desespero.

–- Brian... O que está havendo?? Seus olhos! Brian... Brian!! BRIAN!!

–- Fique quieta! O Brian não está mais aqui... – Sua voz é grave e ecoa pela cozinha, como se viesse de outros tempos.

–- Mas o que? NÃO!

Ruby é deitada no balcão, e é despida violentamente. Ela não consegue se mexer, o corpo de Brian é muito grande, e forte. Ela o olha aflita, mas ele está focado em outra coisa. Brian abaixa as calças e tira o casaco, coloca sua cueca na boca de Ruby de modo que ela não grite mais, e suas mãos são atadas com o casaco. Ele começa a penetra-la devagar. Ruby solta um gemido abafado de dor, ele acelera o ritmo e Ruby tenta afasta-lo desesperadamente, porem não possui forças.

–- Esperei muito tempo por essa oportunidade. – indaga Brian.

Ele volta a perfura-la e disfere tapas em seu corpo, deixando manchas vermelhas e roxas em certos pontos. Ele a vira de costas e põe dois dedos dentro dela, e começa a esfregar bem rápido. Ruby agoniza em dor, completamente indefesa. Brian a penetra-la por trás, e termina o serviço. Ele tira a cueca da boca dela, desata o casaco e a joga no chão, nua. Se veste e olha para ela.

–- Se você ousar comentar isso com alguém, eu volto e faço pior. Terei o maior prazer em fazer isso de novo e com um outro final. – Ele se aproxima e a beija a força. Levanta e marcha pesadamente para fora da cozinha a deixando lá.

Lagrimas rolam pelo rosto de Ruby. Ela se sente suja e usada. Recolhe suas roupas e se veste vacilante. Senta-se em um canto e se desaba em lagrimas. Ela está com muita dor e sem nenhuma força para sair dali. Ela não pode acreditar na face que Brian revelou, parecia que ele era outra pessoa. Também não pode acreditar no que acabara de acontecer, estava mais para que fosse tudo um pesadelo. No mesmo canto em que vira a menina antes, ela reaparece novamente, só que dessa vez levanta a cabeça pra falar:

–- Eu avisei, devia ter ido embora. Você é muito inocente, e ele muito bruto. Ele não era seu conto de fadas. Ainda acredita em qualquer tipo de amor? – A menina então dá uma risadinha e sai correndo com um ursinho esfarrapado.

Ruby apesar de ter acabado de ver algo incomum e anormal não se assusta, ela já está muito assustada com o que acabara de acontecer. Ela volta a chorar. Assustada. Violada. Fecha os olhos como se tentasse acordar de um pesadelo, como se ao abrir o olhos novamente se encontraria em sua cama, de pijamas rosa e indo para faculdade de advocacia. Ela aperta os olhos, focada em que aquilo não é real, e tenta mais uma vez despertar daquele pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Agradecimentos a uma pessoa muito bochechuda chamada Flávia, por ter corrigido e tornado essa história mais compacta e com novo formato thanks bitch!



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