Hell must be Heaven escrita por Ramona


Capítulo 3
Somebody who wants my soul


Notas iniciais do capítulo

Tem se tornado viciante eu escrever, e nunca pensei que poderia escrever algo assim, ficou melhor do que eu pensava na minha opinião. O próximo capítulo será mais picante e um pouco trágico. Espero que gostem >



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Peyton sente algo a puxando, ela fica sem tempo de reação. Tudo parece ficar em câmera lenta, como se ela estivesse congelada no tempo. Algo a está atraindo para o chão e ela não sabe o que. Será apenas seu corpo? Peyton começa a se lembrar dos momentos mais marcantes de sua vida. Aniversário de 15 anos, primeiro beijo, sua mãe colocando-a para dormir, ela caindo da bicicleta. Uma vida vem, uma vida se vai. De repente ela sente uma sensação diferente daquela que estava sentindo no momento, o medo a abandona. Ela sente que está flutuando, e começa a subir, olha para cima e vê o céu, mas tudo isso para. Uma puxada brusca e de repente um abraço. Ela se sente segura de novo.

-- PEYTON SUA MALUCA! O que você pensa que está fazendo?

-- Alan... é você? Onde estou?

-- Sim, é o Alan! Você está na casa do tio de Ethan! Mas que diabos você estava fazendo no parapeito?

-- O menino! Ele me puxou! Não devia ter acreditado nele!

-- Menino? Que menino? A única coisa que eu vi foi você em pé em cima da janela quase caindo! Sorte que vim procurar você já que estava demorando muito e resolvi ver se estava tudo bem!

-- Mas eu juro! Não fui eu! Foi o menino! Vem que eu te mostro! – Peyton puxa Alan para perto da janela – Ele está lá embaixo!

Alan olha para baixo, mas a única coisa que ele vê é uma queda alta e uns ratos brigando.

-- Peyton! Você deve ter bebido muito... Está imaginando coisas. Vamos voltar para o quarto, que tal?

-- Mas eu juro! É REAL! O garoto existe! Ele estava aqui! Eu não estou doida! Eu não estou vendo coisas! – Peyton chega mais perto de Alan e o abraça. Ela começa a chorar – Será que eu estou ficando doida a ponto de me jogar da janela?

Alan fica sem reação e cora. Depois de uns segundos de silêncio e imobilidade, ele finalmente diz:

-- Todos estão loucos... Estamos em uma festa com o Jake! O que você esperava? Que a gente ficasse o mês inteiro assistindo Dora, A aventureira?  (risos) Acho que não! Vem vamos... Eh... Voltar – Alan fica sem saber o que fazer, então simplesmente coloca a mão no ombro dela e a guia de volta ao quarto.

Chegando ao quarto, tudo estava o maior caos. Hailey estava fazendo um strip-tease no balcão. Jake se dividia entre assistir Hailey, fumar maconha e jogar Nintedo Ds com o Ethan, que estava com a cueca na cabeça e com a camisa em forma de toga. Brian e Ruby se pegando ferozmente, todo mundo se perguntava como os dois ainda não estavam se comendo. O quarto uma desordem total! Com várias garrafas de diversas bebidas espalhadas no chão, drogas e frascos dos mais variados tipos, roupas espalhadas, vômito no canto da sala, camisinhas pelo chão (usadas ou não), o cheiro era repugnante. Se você é um bêbado, drogado, que adora uma orgia, comer pessoas aleatoriamente, e que não se importa de dividir um prato de comida com os ratos, esse seria um lugar perfeito para você, seria seu próprio “paraíso”. Se é que algo assim merece tal classificação. No rádio estava tocando Born to be Wild, e no refrão todos paravam o que estavam fazendo para gritar: “BORN TO BE WILD”, até parecia combinado, mas era apenas a droga fazendo efeito.

Já estava começando a escurecer, e Jake, que a esse ponto estava mais que chapado (afinal ele é um perfeito mal exemplo, mostrando tudo  que não se deve fazer), sente uma brisa fria. Ele olha para a porta e para a janela, mas resolve deixar para lá, afinal ele prefere observar os peitos da Hailey e seu showzinho. Jake ouve alguém chamando. Alguém chamando seu nome.  Estava mais para um sussurro dentro de sua cabeça.

-- Quem está ai? Por que está me chamando? – Jake começa a gritar – O que você quer?

-- Calma cara, você só deve estar ouvindo coisas – Ethan fala de jeito a tentar não irrita-lo, já que o ultimo cara que fez isso acabou com o osso do braço para fora.

O sussurro fica cada vez mais forte na cabeça de Jake, ele podia ouvir: “Jake, venha! Podemos nos divertir muito... Tenho vários brinquedinhos para você. Posso te levar aos céus... Tudo que você precisa fazer é me seguir... Posso te dar tudo o que quiser: dinheiro, fama, mulheres, um pênis maior... Tudo! Venha para mim... venha para a eterna festa, venha, venha, VENHA! – Nessa parte a voz começou a gritar, e a falar mais rápido, em um tom que dava aflição e agonia.

--Ahhhhhhhhhhhhhh! – Jake começou a ficar atordoado, a voz não parava. Ficava só mais forte, mais alta, mais rápida e enrolada. Ele se ajoelha e coloca a mão na cabeça. Ele sabia que se seguisse a voz, algo poderia dar errado, não era certo, tinha de ter um preço. Mas admitia que a proposta era atraente. Como Hitler dizia: “Uma mentira dita mil vezes se torna uma verdade”. – O que eu preciso fazer para você parar de falar?

“Siga-me... encontre-me, veja o que eu tenho de oferecer... e se você não quiser, está livre para ir”.

-- Ok, mas pare com isso! Aonde você está?

A voz começou a se distanciar, como se saísse de sua mente e vagasse pelos corredores lhe indicando a direção. A mensagem era a mesma “Venha a mim...Venha”.

-- Jake, que putaria é essa? Fica ai gritando do nada! Paro com isso, porque você está atrapalhando meus afazeres, e assustando a Ruby – Disse Brian em tom de irritação.

-- AH! Vão se fuder! Arrumem um quarto vocês dois, que nem eu estou fazendo.

-- Fazendo o que?

-- Esquece!

Jake sai pela porta, todos já estavam extremamente chapados, com a mente totalmente perdida. Jake vai pelos corredores e quartos, com a cara amarelada, usando apenas sua cueca e se arrastando nas paredes, já que não possuía mais forças e até mesmo pouca consciência. Ele segue a voz, entrando nos lugares ordenados e subindo escadas “Você está perto... Atravesse só mais este corredor... e suba... suba Jake... suba!” Diz a voz mais uma vez em sua mente.

-- Mas que diabos! Subir para onde?!

Jake começa a atravessar o corredor que parece imenso. Possui vários quartos, todos com as portas abertas. Cada porta que Jake passa vê algo, ou alguém naqueles quartos imundos, quebrados, envelhecidos e cheios de ratos.

Passou pela primeira porta e viu uma mãe aninhando um bebê em uma cadeira de balanço, dando de mamar cacos de vidro para o filho. Na segunda viu um homem totalmente desfigurado, preso a correntes, tentando escapar, ele tinha a boca no lugar da bochecha, olhos horríveis, nariz gigante e quebrado, corcunda, pequeno e gordo. Na terceira viu duas caveiras dançando e bebendo vinho, apesar do vinho atravessa-las e cair no chão formando uma poça onde as caveiras escorregavam em sua bizarra dança. Na quarta viu uma freira rezando, e em seguida, sendo decapitada, mas ela apenas se levantava, pegava sua cabeça do chão, coloca entre os braços, e continua a rezar. Na última porta, Jake teve de parar, ele ficou intrigado com aquela cena, apesar de simples. Eram duas garotinhas sentadas no chão dando chá para as inúmeras bonecas. Quando elas terminam de servir a boneca de chapéu, param e começam a fitar Jake. Elas simplesmente sorriem debilmente, seus olhos ficam negros, e o quarto começa a ficar molhado, assim como elas, agua escorre pelas paredes e pelo canto da boca das garotas. Elas se levantam se aproximam de Jake, de repente abrem a boca de um jeito monstruoso e saltam sobre ele, que cai para trás. Quando torna a abrir os olhos as vê dando chá às bonecas novamente, dessa vez, tudo estava normal. As meninas falaram em uníssono:

-- Saia. Seus amigos já estão na festa do chá há muito tempo. Não deixe eles te dominarem ou te persuadirem. Não aceite nada de estranhos, conselhos de mamãe. Saia enquanto ainda há tempo. A festa do chá já acabou.

Jake se levanta rapidamente, e corre. Chegando ao final do corredor fechado vê uma cordinha pendendo do teto. A puxa e uma escada desce, ele sobe seus degraus sem hesitar. Aquela ultima cena o havia assustado. Já estava noite, e o sótão encontrava-se totalmente escuro. Uma luz se acende no final do sótão, e revela um ser de capuz roxo escuro, cobrindo todo o corpo e a metade superior de seu rosto, sentado em uma espécie de trono.

-- ”Pelo visto algumas das minhas crianças o assustaram”.

 Jake percebe que apesar de estar falando a boca do ser encapuzado não se move. Como se ele ainda estivesse em sua mente.

-- Quem é você? – Pergunta Jake ainda meio assustado.

-- “Quem eu sou não importa, o que importa é quem você realmente é”.

-- Ok, não vai falar então eu vou embora!

--“ RÁ! Até parece! Aposto que você já se esqueceu do caminho! Acredite, ao menos que você queira tentar a sorte, você vai precisar de minha ajuda para sair. Mas antes se pergunte: A sorte está do seu lado?”

-- Sim, ela está! Não preciso de você para saber isso!

-- “Mas se a sorte for herdada de família, seu pai não a teve. Acho bom tomar cuidado!”- Um sorriso travesso aparece em seus lábios.

-- Como você sabe do meu pai? Você não sabe nada! Você é só mais um idiota em uma capa, ou apenas mais uma ilusão na minha cabeça! Você não faz ideia do que está falando!

-- “Bem eu sei de fatos, não de conclusões. E o fato é que seu pai estava em lugar que não devia, em uma hora que não devida. Aquela prostituta o chupou bem? Ou ele não gostou, por isso que ela atirou nele? Sua mãe ainda não sabe né?!”.

-- Cala a boca! Vai se fuder! Apesar disso meu pai era um homem bom! Nunca fez mal a ninguém! Ele não queria, só estava desesperado! Porque... – Jake fala isso gritando, apesar de diminuir o tom de voz no final

-- “Porque estava grávida de outro homem? (suspiro) Olhe, não vou discutir com criança! Então porque você não se senta e aproveita a viajem? A não ser que você prefira sair sem um mapa, por uma casa desconhecida, chapado, a escolha é sua”.

Uma luz iluminou uma poltrona, Jake apesar da relutância sentou-se, agora a curiosidade para saber o que viria em seguida o domina, ele sabia que se saísse talvez não voltasse, nem para o quarto, nem para o sótão.

-- “Bem eu te chamei aqui porque vejo seu potencial. Você é forte, destemido, gosto de você. Você tem algo que eu quero, e eu posso te dar tudo o que você quiser”.

-- O que você tem a oferecer?

--“ TUDO! Tudo que você quiser!”.

-- Então eu quero ser rico, ter várias garotas gostosas a minha volta, um pênis maior, estoque de cocaína para o resto da vida e que eu nunca seja pego pela policia, independentemente do crime.

-- “Opa! Calma criança! Eu só posso realizar UM desejo. Terá de escolher com sabedoria. Mas eu posso fazer uma demonstraçãozinha...”

O ser da capa estala os dedos e o sótão sem enche de uma fumaça branca. Ela tinha cheiro de camisinha de morango, moeda, vodca e de esperma.  Quando a fumaça se dissipa, Jake vê 5 garotas extremamente lindas e gostosas, com peitos e bundas fartos, cada uma de uma etnia: asiática, negra, loira, morena e ruiva. Também se avistava uma pilha de uns 4 metros de cocaína, um extrato e uma TV.

-- Uau! Isso é... É fantástico! – Jake está maravilhado

-- “E não é só isso, percebe algo maior?”

Jake sente um volume a mais, ele puxa um pouco a cueca, olha para dentro e retruca:

-- Fantástico! – As meninas chegam mais perto dele, e começam a se esfregar e a fazer danças e beijar uma as outras – Eu morri e estou no paraíso!

Jake então analisa o extrato em cima da mesa, e se impressiona com o número de zeros nele. Ele liga a TV e vê alguns prováveis crimes futuros e dele se safando da policia. De repente, o cara da capa roxa estala o dedo e tudo desaparece.

-- Ahhhhhhh faz voltar!  Estava curtindo meu pau maior!

-- “Chega! Já teve seu gostinho! Agora se decida, o que vai ser?”

-- Não sei... As meninas são realmente deliciosas, e o meu pau maior é realmente tentador. Mas não posso aceitar sem saber o que você quer de mim. 

-- “Eu quero algo simples, e se você fizer direito, quem sabe eu te dê os dois, já que você realmente me interessa. Basta olhar para a mesa, e você já sabe o que fazer.”

Nesse momento, o sorriso malvado e de orelha a orelha do ser de capa se intensifica. Uma luz se iluminou na mesinha, em frente da onde Jake estava. Nela se revelava um punhal bem afiado.

-- Ah não! Sério que o que você quer de mim é minha alma? Eu já fiz tantas coisas erradas...

-- “Sua alma manchada de pecado é algo de arregalar os olhos para mim. Faça, e não se arrependerá! Pense bem! Aqui você não poderá ter nada! Lá eu posso te dar tudo! O que você quer ser? Um vagabundo miserável que vive com a mãe? Admita você não tem esperanças, você não tem jeito! Faça! FAÇA! Pense nas mulheres que você sempre sonhou, e no seu pau, vamos lá! Você sabe a melhor opção! Faça!”

Jake pensa relutante. Fica em dúvida. É realmente uma proposta agradável e grande. Ele se levanta.  Olha para o ser da capa, pega o punhal e o vira em direção ao seu coração. Ele hesita. Uma lágrima rola por seu rosto, e um sorriso brota. Quando Jake se dá conta... O punhal está no chão.

-- Foda-se! Gosto da minha alma! Estou com ela desde que eu nasci! Não vai ser hoje que vou vendê-la!

Jake dá o sorriso travesso de sempre, e vira as costas para o ser da capa que agora não sorri mais.

-- “Você tem noção do que abriu mão agora?”- Seu tom de voz apresenta uma raiva controlada –” Chances como essas não aparecem sempre meu rapaz! Vai preferir mesmo ser um miserável que faz da vida uma eterna piada para não encarar realmente os fatos?”

-- Sei que nunca serei grande coisa nessa vida... Mas quer saber? Não me importo tenho uma vida boa com gente que me ama, isso que importa.

-- “Você ira se arrepender! “– A raiva agora está completamente nítida.

-- Observe eu me importar, virando as costas para você criatura esquisita!

O ser da capa estende a mão e com uma virada ele consegue empurrar Jake escada á baixo, sem o mínimo toque.  Jake, caí e bate a cabeça na parede, e seu sorriso travesso, fora substituído por um sorriso de: “valeu à pena, obrigado”!


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Notas finais do capítulo

Agradecimentos a minha bochechuda Flávia, que tem sido uma fofa corrigindo e tornando a história mais compreensível e sem erros! U Rock Flá :3



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