Á Espera Da Máscara escrita por Sophie Stew


Capítulo 1
One short - Baile


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, estou concorrendo em um concurso de one-short, essa é a minha primeira one, e espero que gostem.

Tenham uma boa leitura.



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Isabella Marchi p.d.v.

Olhando para o imenso jardim da mansão, continue tocando a melodia no violino. Fechei os olhos sentindo a brisa bater contra meu rosto, num afago suave, o aroma de diversas flores pelo jardim, inundava a sacada.

Eu podia ouvir passos apressados por toda a mansão.

Minha irmã Sophia estava dando os últimos retoques em seu tão esperado baile de máscaras, minha irmã mais velha resolveu fazer um baile para seus velhos amigos, os Cullen.

Aquele nome não me era estranho, senti um nó na garganta ao perceber que algumas lágrimas rolavam por meu rosto, meus olhos se abriram ao encontrar Sophia no jardim olhando-me preocupada.

Parei de tocar, andando a passos decididos ao quarto de meus falecidos pais. Um mês, havia se passado somente um mês da morte de meus queridos e amados pais, eu sou adotada, meu pai, Ian, que era médico, encontrou-me sozinha largada no hospital, minha mãe me amara desde que seus olhos caíram sobre mim.

Nunca quis saber quem são meus verdadeiros pais, pois, os verdadeiros pais são aqueles que criam aqueles que lutam por nós, independente de nossas forças, pais são aqueles que dão a vida pelos filhos. Ao contrário de meus verdadeiros pais que me largaram sem ao menos deixarem uma carta, não os odeio, apenas não quero conhecê-los.

Eu sabia que todos ali escondiam alguma coisa, porém, eles são minha família, me amam acima de qualquer coisa, não importa o que seja nunca virarei as costas para eles, por isso, nunca parei para perguntar á Sophia porque a mesma mantinha a mesma aparência por 18 anos, a idade que tenho.

Meus pais e eu envelhecemos como todos, porém, Sophia nunca mudou, tem a pele clara como a neve e fria, os olhos acobreados e frios, mas ainda assim, são brilhosos, os longos cabelos castanhos lisos deixam-na ainda mais linda.

— Bella. – minha irmã chamou-me encostada na soleira da porta. — Maninha, temos que começar a nos arrumar. – andou até mim. — Sei o quanto sente falta deles, mas eles simplesmente odiariam estar vendo você nesse momento, chorando, se isolando, tocando somente aquela melodia triste.

Assenti.

— Você disse que me contaria seu segredo hoje. – falei levantando-me.

— Preciso saber se está pronta, se confia em mim. – perguntou.

— Claro que confio, sempre soube que escondia algo, mas nunca irei julgá-la, você é minha irmã, mesmo nem sendo parentes, temos uma ligação, você sempre cuidou de mim. – abracei-a.

Mesma ela sendo fria e um tanto dura, era reconfortante abraçá-la, abraçar uma das três pessoas que mais se preocupou comigo.

— Você sempre disse que sente como se estivesse esperando alguém, não é? – assenti, olhando-a confusa. — Bella, você está á espera de uma pessoa á duzentos anos e essa pessoa também á espera. – confessou.

Balancei a cabeça.

— Duzentos anos? – perguntei rindo, não estava acreditando. — Não tenho duzentos anos.

— Bells, você não tem mesmo duzentos anos. – riu. — Acontece que á duzentos anos, Isabella Swan morreu ao dar a luz á sua filha. – explicou.

— Sophia, me explique primeiro o que você realmente é, e como você sabe essa história, acredito que essa história não exista no Google, muito menos em livros infantis.

— Bells. – pegou minha mão. — Eu tenho 305 anos. – respondeu-me, encarei seus olhos acobreados, sem perceber puxei minha mão, afastando-me dela.

— Você só é um pouquinho, mais nova que Matusalém. – falei vendo-a rir.

— Você está com medo? – perguntou.

Naquele momento, eu percebi que a minha vida era totalmente rodeada de segredos, eu sou um segredo.

— O que Isabella Swan tem em relação comigo?

— Você é a reencarnação de Isabella Swan. – jogou na lata.

Prendi a respiração enquanto minha mente tentava processar o que ela acabara de me contar.

— O-O quê? – balbuciei sentindo-me arrepiada.

Seus lábios se abriram para me responder, porém, seus olhos encontraram com o relógio atrás de mim.

— Precisamos nos aprontar, logo, logo, essa mansão estará cheia. – falou num modo exasperado. — Podemos conversar sobre isso depois, sei que no momento você precisa pensar, sei que são tantas informações que jamais passaram por sua cabeça e sei que como humana você está sofrendo tanto quanto eu a morte de nossos pais.

Olhei para a enorme janela do quarto branco com cinza, aquele quarto tão reconfortante e quente, acolhedor como os braços de minha mãe, Emma.

— Vou me arrumar aqui. – falei, vi a mesma vindo em minha direção, sem ao menos perceber, eu me afastei.

Ela me olhou surpresa e desolada.

— Me desculpe, mas preciso de um tempo, preciso absorver tudo isso. – confessei, ela assentiu, deu um sorriso abatido e se retirou.

Fui até o meu quarto e peguei tudo que precisava, peguei meu violino, era a única coisa que me acalmava.

Eu estava o esperando por todos esses anos, a melodia do violino fazia com que eu estivesse mais próxima do mesmo, como se finalmente fossemos nos encontrar e eu ansiava por isso, eu podia sentir que o encontraria hoje.

Finalmente!

Esfreguei meus olhos enquanto aquele nome corria solto por meus pensamentos.

Isabella Swan, Isabella Swan, Isabella Swan.

Isabella Marchi é a reencarnação de Isabella Swan.

Será que ele apenas me espera por eu ser idêntica á ela? Será que ele nunca me amará, estará amando apenas a minha aparência, por sermos parecidas?

Respirei fundo e soltei o ar, balancei a cabeça, afastando todos esses pensamentos, coloquei uma música, colocando junto um sorriso no rosto e comecei a me arrumar.

Cyndi Lauper Girls Just Want To Have Fun

Fui rumo ao enorme banheiro, tirei meu shorts jeans e minha bata azul, retirei minha lingerie, batendo as mãos de acordo com a batida da música, entrei em baixo do chuveiro, a água quente é totalmente refrescante, comecei a cantar junto com a cantora.

Peguei meu shampoo de morango e comecei a esfregar meu cabelo com cuidado, passei o condicionador, tirei todo o sabonete e saí do banho, enrolando-me em uma enorme toalha branca felpuda.

Enxuguei-me, fui até o quarto e coloquei um lingerie azul da cor do meu vestido. Comecei a secar meu cabelo, quando já estava definitivamente seco, comecei a fazer a trança embutida.

Meu cabelo castanho claro tinha algumas mechas naturais meio claras, deixando a trança ainda mais bonita, alguns fios ficaram soltos, minha franja acabou ficando solta.

Fiz a maquiagem, passei apenas um pouco de lápis de olho, nunca gostei de maquiagem.

Vestido

Coloquei o vestido azul claro de babados, calcei minhas sandálias delicadas da cor dourada e olhei-me no espelho. Simplesmente odeio festas, principalmente quando se tem que dançar, sou um pouco desastrada, não, eu sou um desastre, sou um perigo completo para a humanidade.

Peguei minha máscara branca, com detalhes azuis e saí do quarto.

Parei no alto da escada, alguns convidados já haviam chegado, com um suspiro profundo coloquei minha máscara.

— Vamos? – chamou-me Sophia.

Minha irmã vestia um vestido volumoso lindo, branco, com rendas pretas, era um tanto decotado, mas ela já havia idade suficiente para isso, mais do que suficiente, estava com o cabelo solto, totalmente ondulado, a máscara era preta com detalhes em prata.

Assenti.

— Vamos calma Bells, você vai conseguir, têm um monte de pessoas que querem conhecer você, sabe, os gatinhos. – sussurrou sorrindo.

Senti meu rosto esquentar enquanto balançava a cabeça.

— Se você soubesse como a sua alma gêmea está ansiosa para conhecê-la, ele está quase tendo um treco, eu me divirto com isso. – deu uma gargalhada.

Todos bateram palmas quando chegamos ao final da escada, estávamos de braços entrelaçados, ela me passava calma e confiança.

— Boa noite. – desejamos juntas, todos sorriram.

— Espero que aproveitem bastante a noite, logo, logo nossos convidados de honra estarão aqui. Espero que apreciem as músicas, minha irmã, Isabella que fez a escolha das músicas antigas. – todos riram e senti meu rosto esquentar.

Madonna - Material Girl

Todos começaram a entrar no embalo quando a música da Madonna começou a tocar, logo, logo o baile iria começar, estávamos apenas esperando o enorme salão encher.

Sophia conversava com todos, todos conheciam a nossa família, minha irmã havia ido passar alguns anos fora, voltando á menos de um ano, acredito que isso era para ninguém desconfiar o porquê dela nunca mudar.

— Muda essa carinha linda, amiga. – Mellanie se prendeu em meu braço.

Revirei os olhos e a abracei.

— Ainda bem que está aqui. – sussurrei.

— E deixar a minha melhor amiga sozinha em uma das festas mais comentadas do ano? Nem pensar, jamais! – rimos.

Mellanie e eu somos amigas desde pequenas, seus olhos azuis brilhantes fazem contraste com seu cabelo loiro e sua pele clara. Ela está usando um vestido de cor dourada, volumoso e tomara que caía, sua máscara é igual a minha, porém, é toda dourada com detalhes dourados.

— Você está linda Bells, não é atoa que há tantos homens querendo uma dança com você. – eu sabia que meu rosto estaria quente por toda á noite. — Vamos, temos que aproveitar que ainda não começou as músicas lentas e não precisamos de um parceiro. – puxou-me pela mão.

— Oras Elliot não veio com você?

— Ele foi viajar com os caras da faculdade, acredita que ele preferiu ficar com os garotos ao invés da sua namorada. – ela estava ultrajada, reprimi o riso.

Enquanto andávamos para o meio do enorme salão, acabei trombando com um homem alto, antes que eu fosse ao de encontro ao chão, senti seus braços em minha cintura, puxando meu corpo de encontro ao seu.

Ergui meus olhos até o seu rosto, arregalando-os logo em seguida, a máscara negra com bordas douradas dava um lindo contraste com seus olhos cor de cobre, a pela branca, pálida parecia fria, seus cabelos acobreados estavam revoltados, pareciam macios e cheirosos, dando um ar de jovem.

Ele vestia um terno preto, estava impecável.

Eu queria erguer minha mão e passar os dedos entre as madeixas, queria arrancar aquela máscara e admirar melhor seu rosto perfeito, ele parecia uma obra esculpida por Da Vinci, um anjo dos deuses.

Os lábios carnudos tornaram-se um sorriso torto perfeito, o sorriso mais lindo que eu já vira.

— Você está bem? – perguntou.

Seu hálito refrescante de menta atingiu meu rosto, sua voz aveludada fez meu coração bater mais forte.

Levei minhas mãos até os seus ombros, nunca deixando de desviar a atenção do seu lindo rosto.

— Sim, estou bem. – falei sem fôlego.

Ele nos colocou em pé, eu ainda não estava em meu estado normal, estava tonta, como se fosse cair a qualquer momento.

— Não se esqueça de respirar. – lembrou-me sorrindo.

Eu não havia percebido que havia prendido a respiração até tê-la que soltar. Meu rosto, minhas orelhas estavam em chamas.

— Obrigada.

— Não precisa agradecer, eu que tenho que me desculpar, devia ter visto você. Perdoe-me. – sua mão deixou minha cintura, pegando minha mão gentilmente.

Era tão fria, tão fria quanto à neve.

Um tipo de corrente elétrica passou por meu corpo, franzi a testa puxando minha mão de volta, dei alguns passos para trás e assenti.

— Tudo bem. Divirta-se. – andei para o mais longe possível dele.

Minhas mãos tremiam, eu estava suando frio.

Quem é ele?

E por que a sensação de tê-lo visto?

Senti um braço em minha cintura e logo em seguida meu braços estavam em torno de seu pescoço, seus lábios frios colaram-se aos meus em uma velocidade surpreendente. No começo fiquei surpresa, sem saber o que fazer.

— Apenas relaxe meu anjo. – sussurrou em meu ouvido, logo em seguida, sem perder tempo, colou seus lábios novamente nos meus.

Levei minhas mãos até o seu cabelo e percebi que estava mesmo certa, seu cabelo é tão macio, eu podia passar toda a vida correndo meus dedos por ali.

Sua língua fria percorreu meus lábios, os entreabri, dando passagem, sua língua explorava minha boca até a minha se encontrar com a sua e juntas começarem uma dança sincronizada e lenta.

Suas mãos trouxeram meu corpo mais junto ao seu. Quando o ar me faltou, ele mordeu meu lábio levemente, nos separamos com vários selinhos, estávamos relutantes em soltar um ao outro.

Suas mãos agora seguravam meu rosto, fazendo-me olhar diretamente em seus olhos, eles estavam tão brilhantes, quase derretidos.

— É você. – murmurei emocionada e sem fôlego.

Seu longo dedo afagou minha bochecha corada, ele tinha um sorriso de rasgar o rosto, estava feliz.

Minha cabeça estava doendo desde que eu descera a escada, fechei meus olhos, depositando minhas mãos em seu peito.

— É você, é você mesmo. – eu ainda não conseguia acreditar. — Te esperei por todo esse tempo.

Colei nossos lábios novamente, é tão bom poder sentir aqueles lábios sobre os meus, formos feitos um para o outro.

— Bom, quero pedir a atenção de todos, por favor. – ouvi a voz de Sophia, nos soltamos. — Eu, com muita alegria, organizei este baile ao saber que meus amigos resolveram passar um tempo aqui em Nova Iorque. Peço uma salva de palmas para os Cullen, por favor.

— Me espere aqui anjo, por favor, já volto. – pediu dando-me um leve selinho e foi em direção á escada onde estavam Sophia e o resto dos Cullen.

River Flows In You- Lindsey Stirling

— Quero que conheçam o Doutor Carlisle e sua Esme Cullen, seus sobrinhos Rosalie e Jasper Hale, e seus filhos Emmett, Alice, Edward e Renesmee Cullen. – a salva de palmas encheu o salão.

Os Cullen sorriam e olhavam em minha direção.

E então o leão se apaixonou pelo cordeiro... - murmurou ele.
Virei à cara, escondendo os olhos enquanto me arrepiava com a palavra.
— Que cordeiro imbecil - suspirei.
— Que leão masoquista e doentio.

— Durma minha Bella. Tenha sonhos felizes. Você foi à única que tocou meu coração. Serei sempre seu. Durma meu único amor.

— Você realmente tem alguma ideia do quanto é importante pra mim? Algum conceito do quanto eu te amo?

— Eu sei o quanto eu amo você.
— Você está comparando uma pequena árvore a uma floresta inteira.

Você quer que eu cante para você? Eu cantarei a noite toda se isso manter os pesadelos afastados.

— Você está ferindo o meu ego, Bella. Eu acabei de te pedir em casamento, e você acha que eu estou fazendo piada.

Será como se eu nunca... Tivesse existido.
— E, em troca, vou lhe fazer uma promessa - disse ele - Prometo que está será a última vez que vai me ver. Não voltarei. Não a farei passar por nada como isso novamente. Você poderá seguir com sua vida sem qualquer interferência minha. Será como se eu nunca tivesse existido.

As ondas de dor que me haviam assaltado pouco tempo antes se erguiam agora com força e inundaram minha cabeça, puxando-me para o peito.
Não voltei à superfície.

— Eu volto logo pra que você não precise sentir a minha falta.
Tome conta do meu coração - eu o deixei com você.

— Não tenha medo - mumurrei — Nós pertecencemos um ao outro.
De repente fui dominada pela verdade de minhas palavras.[...]
— Para sempre.- concordou ele.

A voz suave de Edward veio por trás de mim. Eu me virei pra ver ele saltando levemente os degraus da varanda e o cabelo dele estava assanhado com o vento da corrida. Ele me puxou pros seus braços imediatamente, exatamente como ele havia feito no estacionamento, e me beijou de novo. Esse beijo me assustou. Havia muita tensão, uma linha muito forte na forma como os seus lábios apertavam os meus - como se ele estivesse com medo de que não tivéssemos mais muito tempo pra nós.

— Isso é insuportável. Tantas coisas que eu queria dar pra você - e isso é o que você
decide pedir. Você tem ideia do quanto é doloroso, tentar te recusar quando você me implora desse jeito?

— É o crepúsculo, de novo- ele murmurou. —Outro final. Não importa quanto os dias sejam perfeitos, eles sempre têm que acabar.

— Das nuvens eu posso cuidar, mas não posso lutar contra um eclipse.

Pisquei com rapidez, coloquei a mão sobre minha cabeça, eu respirava com dificuldade.

— Bells, você está bem? – perguntou Mellanie preocupada, pegou minha mão.

— Não. – balancei a cabeça. — Me ajuda a ir até lá fora, por favor. – pedi soluçando.

— Claro Bella, mas se acalme. – por sorte, estávamos ao lado da porta de vidro que dava para o jardim.

Andamos devagar até um banco branco que havia no meio do jardim, minha mãe gostava de ficar ali comigo, contar suas histórias românticas entre ela e meu pai.

Tirei a máscara, jogando-a no chão, fechei os olhos, apertando-os com as minhas mãos.

— Bella, estou ficando preocupada, o que houve? Por que está assim? E quem é aquele cara lindo que te beijou com um beijo de cinema? – tive que rir em meio às lágrimas.

— Ele é Edward Cullen. – falei soluçando.

— Ele é lindo, devia estar sorrindo, vocês estão ficando, não estão? Devia ter me contado. – disse fingindo- se de brava.

— Estou apaixonada. – chorei em seu ombro. — Isso não devia estar acontecendo, ele não, não ele.

Isabella Swan, Isabella Marchi, são a mesma pessoa, a mesma mulher, o mesmo corpo. Ele me ama por eu ser ela, por sermos idênticas.

Tentei limpar as lágrimas, mas à medida que eu limpava, mais elas caíam, parecia um rio. Eu sou a reencarnação de uma pessoa.

— Será que posso conversar com você senhorita Marchi? – pediu um homem moreno parado á nossa frente.

Ele tinha um sorriso brincalhão nos lábios, era bonito.

— Acho melhor outra hora. – interviu minha amiga.

— É sobre Isabella Swan.

— Mel, eu te encontro lá dentro, depois eu te explico, tudo bem? – ela olhou-me desconfiada por um momento, mas assentiu, dando-me um forte abraço.

Quando ficamos sozinhos, o mesmo se sentou o meu lado.

— Sou Jacob Black.

— Das nuvens eu posso cuidar, mas não posso lutar contra um eclipse.

Assenti.

— Você deve estar se perguntando o que viemos fazer aqui. – assenti novamente. — Você costumava ser mais comunicativa. – riu. — Bom, como vê, você é a reencarnação da minha melhor amiga.

— Eu não sou ela. – levantei-me, ele me olhou surpreso. — Eu aceito vocês serem diferentes, mas eu não sou Isabella Swan, não quero ser Isabella Swan. – respirei fundo, peguei minha máscara, colocando-a novamente.

Andei até o salão, dando de cara com todos os Cullen, menos ele e a tal Renesmee.

Todos pareciam felizes em me ver, porém, eu podia enxergar nitidamente a tristeza em seus olhos, minha irmã estava ao lado deles.

Balancei a cabeça pra eles e saí em direção ao centro do salão, a música do piano já tocava, muitos casais dançavam, eu podia enxergar a felicidade nos olhos de cada casal. Os anos não haviam passado, o amor era o mesmo, ao contrário, o amor estava cada vez mais forte. Todas as batalhas vencidas para que eles pudessem estar ali juntos, todas as promessas cumpridas e finalmente, estavam eles ali.

— Senhorita Isabella. – passou um homem rechonchudo.

Assenti sorrindo para o mesmo.

Quando olhei novamente para frente, lá estava ele, do outro lado me olhando, com as mãos nos bolsos da calça, parecia estar se controlando para não vir até mim.

— Não, para ele você não é Isabella Swan. – olhei para a voz ao meu lado.

Jasper Hale.

— Você é Isabella Marchi e a esposa dele é Isabella Swan Cullen, você pode até ser a reencarnação dela, mas você não é ela, vocês são tão diferentes. – olhei em seus olhos acobreados. — Esperamos por isso á dezoito anos, sempre soubemos que vocês são diferentes, mas o que fez amarmos você, não é por serem idênticas,mas por você ser você. Sophia sempre vivia contando o como de você ser tão extrovertida e tímida, a forma como ama os seus pais. Alice, minha esposa, sempre contou seu futuro á nós. – sorriu.

Acabei dando um leve sorriso.

— Então, ele era casado? – perguntei olhando para o chão, estava morrendo de vergonha.

— Sim, e antes da Bella morrer, ela teve uma filha.

— Ele é pai?

— Sim e você acabou de conhecê-la. – deu um sorriso cúmplice. —Renesmee,minha sobrinha.

Vir-me-ei para os dois á minha frente, do outro lado, Edward segurava a mão de Renesmee, os dois pareciam emocionados e ansiosos.

— Me concede uma dança? – Jasper ergueu sua mão, assenti.

Christina Perri - A Thousand Years (Paino/Cello Cover) - ThePianoGuys

Começamos a bailar junto com os outros casais.

— Eles querem me conhecer? – perguntei me referindo aos outros Cullen.

— Mais do que você imagina, todos estão ansiosos. – sorriu. — Você já faz parte da nossa família, você estava todo esse tempo esperando por ele e hoje ele está aqui, por você e o que meu irmão mais quer, é passar a eternidade ao seu lado. Às vezes, nossos destinos são escritos em linhas tortas.

Sorri, sentia como se meu coração fosse sair por minha boca a qualquer momento.

— Será que posso roubá-la por um momento? – aquela voz atrás de mim fez eu pular de susto.

Jasper riu olhando para mim.

— Ela é toda sua. – logo suas mãos foram substituídas pelas mãos dele, do homem que tanto ansiei conhecer.

Coloquei uma mão em seu ombro enquanto começávamos a dançar de acordo com a música.

— Então, está gostando do baile? – perguntei acanhada.

— Estou,mas gostaria de arrancar sua máscara. – corei ao vê-lo sorrindo.

— Então, qual o real propósito para este baile?

— Fazer com que Isabella Marchi finalmente conheça a pessoa que ela tanto espera fazer com que Edward Cullen encontre a mulher da sua vida. – meus olhos ficaram úmidos novamente. Sua voz estava emocionada. — Fazer com que o destino seja justo comigo novamente e me mostre a minha verdadeira alma gêmea.

— Eu sou a reencarnação dela, você me ama por eu ser ela. – sussurrei.

Balançou a cabeça,dando um sorriso nervoso.

— Acredita mesma que você é a reencarnação de Isabella Swan? Pois eu não acredito, você é você, Isabella Swan foi o meu anjo, que me mostrou a forma de chegar até a mulher da minha vida. Eu a amei e ainda a amo, não posso mudar isso porque ela sempre será o meu primeiro amor. Perdê-la doeu e ainda dói, mas sei que foi preciso. É você, sempre será você. – me rodopiou pelo salão, arrancando uma gargalhada minha, voltei para os seus braços, estávamos tão próximos agora. — Amo a sua risada, os seus olhos verdes, seu cabelo castanho claro, você é diferente, é a minha alma gêmea.

— O que vocês realmente são?

— Vampiros. – olhou-me seriamente.

— Eu já imaginava. – sorri.

— Não está com medo? – perguntou arregalando os olhos.

— Não, de você jamais.

Rocei meus lábios nos seus, coloquei uma mão em sua nuca e olhei no fundo de seus olhos, mordi o lábio.

— Eu te amo Edward Cullen. – falei ficando rubra.

Ele gargalhou enquanto me abraçava e nos rodava pelo salão.

— EU TE AMO ISABELLA! – gritou fazendo todos nos olharem, escondia meu rosto em seu peito.

Ouvi assovios e palmas ao nosso redor.

— Você é sempre assim, escandaloso?

— Não, acontece que dessa vez é pra sempre. – segurou meu queixo, olhou-me seriamente. — Não vou deixar você partir, quero dizer, você me quer ao seu lado?

— Você ainda pergunta! – gargalhei vendo todos ao nosso redor sorrindo para nós. — Nunca irei te deixar, você sempre estará comigo, eu te amo, te amo tanto e sempre será assim, mesmo você não me querendo mais. – alisei seu rosto.

— Pois saiba que nunca irei te deixar, será para sempre.

— Para sempre. – selamos nossos lábios, todos bateram palmas.

Naquele momento, não eram os jovens que apreciavam o momentos dos mais velhos, mas sim, os mais velhos apreciavam o momento dos jovens. Ali o meu conto começava, para ser sincera, meu conto começou há duzentos anos, quando Isabella Swan deu inicio e caminho á esse amor, ela foi o nosso anjo, ela foi à narradora da nossa história.

~~~~~~*~~~~~~*~~~~~~

— Eu falei que tudo ia dar certo!- Alice batia suas mãos.

Ela está linda com aquele vestido vermelho. Rosalie está com um vestido branco com renda preta. Esme com um vestido azul escuro estava divina.

— Então, vocês duas planejaram isso á muito tempo? – perguntei sentindo os braços de Edward por minha cintura, já estávamos sem as máscaras.

— Sim, desde quando você tinha uns dez anos. – sorriu minha irmã.

Revirei os olhos e aconcheguei minhas costas no peito do Edward, é como se eu estivesse finalmente em casa.

Sorri com esse pensamento.

Os braços de Renesmee me envolveram, pisquei várias vezes ao perceber que ela filha de Isabella Swan, ela deu a vida pela filha, abracei-a com carinho.

Renesmee é perfeita, idêntica ao pai, mas tem os olhos de Isabella. Ela aparenta ter dezoito anos, a idade em que parou.

— Posso te chamar de Bella? – perguntou timidamente, seus olhos estavam formando lágrimas.

— Não. – todos me olharam surpresos. — Pode me chamar de mãe, se quiser. – abaixei os olhos.

Nessie, como Jacob a chamava, começou a chorar e abraçou-me fortemente, fechei os olhos sentindo seu doce aroma.

— Você pode não ser minha filha de sangue, mas eu te considero minha filha, pois quero estar ao seu lado a partir de agora, quero ser como sua melhor amiga. Eu não conhecia minha mãe verdadeira, mas eu tive uma mãe incrível. – meus olhos lacrimejaram. — Eu queria ser com você um pouco do que ela foi comigo.

Flightless Bird, American Mouth - Iron & Wine

— Eu te amo mãe. – sorriu entre as lágrimas.

— Também te amo pequena, que não é tão pequena assim. – os Cullen riram.

Todos começaram a dançar música lenta.

Emmett deu um beijo nas costas da mão de Rose e levaram-a até o centro do salão, os dois tinham um sorriso amplo um para o outro. Jasper deu um leve selinho em Alice enquanto ela bailava ao seu lado. Neste e Jacob eram tão fofos, os olhos dele nunca deixavam os dela. Carlisle e Esme são reconfortantes observá-los, os passos calmos e sincronizados, sua dança mostrava o quão apaixonados são.

— Me concede uma dança? – Edward ergueu sua mão em minha direção.

Balancei a cabeça enquanto dava passos para trás.

— Não vou dançar, não sei dançar, acredito que tenho dois pés esquerdos. – falei, o mesmo riu ainda com a mão entendida.

— Por favor.

Bufei enquanto aceitava o mesmo me guiar, com um giro eu estava em seus braços.

— Se eu cair à culpa é sua. – resmunguei ouvindo sua gargalhada.

— Nunca deixarei você cair. – beijou minha testa. — Eu já disse o quão linda você está?

— Sim, a cada segundo. – sorri encostando minha cabeça em seu ombro, aproveitei para fechar os olhos. — Mas por algum motivo, gosto de ouvir.

— Você está linda. – sussurrou em meu ouvido.

— Eu te amo.

— Da mesma forma que eu te amo.

— Você está comparando uma pequena árvore a uma floresta inteira.

— Você roubou minha fala. – ele estava rindo.

Ficamos um tempo em silêncio total, comecei a observar todos ao meu redor. Minha irmã estava dançando com Ryan, um amigo seu que acredito estar apaixonado pela mesma. Mel dançava com Ethan, seu melhor amigo, os dois mantinham uma conversa animada.

Os Cullen são perfeitos, pareciam modelos de capa de revista.

— Quando vai me transformar? – perguntei, senti que o mesmo ficou tenso.

Ergui meu olhar para seu rosto sério.

— Esse assunto me persegue. – consegui ouvi-lo resmungar. — Você não está na faculdade? – perguntou.

Assenti olhando-o sem entender.

— Depois da faculdade.

— Mas é daqui três anos. Não sei se irei aguentar. – resmunguei e acabei recebendo um beijo seu.

— Eu sei que você aguenta. Você pode me esperar, não pode? – percebi o tom de brincadeira em sua voz.

— Por enquanto. – sorri.

— Dessa vez é pela eternidade. – pegou meu rosto entre suas mãos.

— Sim, é por toda eternidade. – selei meus lábios nos seus.

Naquele momento eu soube que toda a minha espera havia valido a pena. Ele estava ai comigo, nos meus braços, seus lábios nos meus, estávamos juntos e nada, nem ninguém acabaria com o nosso amor.

Não importa os caminhos, os desafios, as batalhas, o que importa é o que vem no final, e no final está sempre à pessoa que mais te ama, a pessoa mais importante do mundo e ela é sua, para sempre.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Torçam por mim no concurso.

Espero comentários.

Beijos