Imperium - A Guerra escrita por AnnySama


Capítulo 3
A primeira prova


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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–Bem... Eu sou Gregory e ele é Edward. – Apresentou-se ás garotas. Suas expressões não eram as melhores e não podiam deixar de estarem irritados uns com os outros. Pararam por um minuto para olhar a sua volta. Acharam melhor dar uns passos para trás, pois lá cairiam os outros que viriam a seguir. Muitos outros aprendizes se encontravam naquele lugar novo. Animados, conversavam com seus amigos enquanto se aventuravam pelo local.

Era tudo muito verde, mas não haviam muitas árvores. Mais ao fundo ficava uma construção grande, do tamanho de um palácio, mas redonda e plana na superfície. Tinha tijolos expostos, mas não havia nenhuma janela. O resto do lugar era um campo infinito. Aquilo parecia muito grande, eles não conseguiam ver o final. Mais ao leste havia uma floresta densa e misteriosa, não sabiam muito dela, totalmente profunda.

–Vamos explorar por aí, Fallon? – Rimmel finalmente rompeu o silêncio, olhando diretamente para a amiga, que assentiu. Os garotos ficaram um pouco pasmos e Edward resolveu se pronunciar.

–Podemos ir com vocês? – Ele falou um pouco mais alto, pois as garotas já começavam a se afastar. Greg corou, ele não queria incomodá-las. Elas olharam, um pouco entediadas, mas balançaram a cabeça como se dissessem “tanto faz”. E então todos foram andando sem rumo.

Mal tinham andado dez metros e ouviram uma voz soar alta e estridente de algum lugar acima das cabeças deles.

Aprendizes de todas as profissões,dirijam-se á arena de batalhas ao Sul. Quando chegarem lá, receberão mais informações. Por enquanto é só, Boa sorte. – A voz proclamou. Parecia vir do céu, todos olharam o infinito azul, perplexos.

–Bem, então vamos lá... – Fallon se manifestou. Todos assentiram e foram correndo á construção assombrosa.

Chegaram lá e logo viram um amontoado de aprendizes perdidos e confusos que pareciam ler um cartaz. Haviam quatro entradas de cores diferentes. Eles chegaram mais perto para ler o que os outros estavam lendo:

Pistoleiros – Porta preta

Mercenários – Porta verde

Servos – Porta vermelha

Soldados – Porta azul

Após isso, cada um foi para a sua porta, já entupida de outros da mesma classe.

Rimmel olhou para a sua amiga e seus “novos amigos” apreensiva. A ideia de fazer parte de um exército era maravilhosa, mas a deixava com medo. A seleção poderia ser feita com os que sobrevivessem. Ela simplesmente não conseguia parar de pensar nisso. E então a porta se abriu e ela teve que entrar.

–Boa sorte... – Murmurou para os outros, que fizeram o mesmo.

Rimm se deparou com um salão bem grande, fechado e de paredes rochosas. Uma bruxa se encontrava sentada horizontalmente em sua vassoura, no alto da sala. Olhando a todos como se vissem vermes. Rimmel sabia que bruxas eram antipáticas por natureza, e não entendia como seria uma bruxa se não era tão assim. Enfim, a mulher tinha longos cabelos avermelhados e usava uma capa marrom esvoaçante. Seus olhos eram exageradamente verde, assustadores. A bruxa riu e começou a falar:

–Bem vindos ao inferno, queridos servos! Temo dizer-lhes que alguns não saíram daqui. Não com vida. – Sua voz era tão fria que chegava a cortar o ar, rasgando o vento. Rimmel se encolheu e teve uma leve vontade de chorar. Não por ela, porque tinha que acreditar veemente que conseguiria sair viva dali para realmente conseguir, mas pelos outros. Até pelos que acabara de conhecer. – Enfim. Aqui estarão algumas réplicas da criatura mais abundante em Ghostin-Helm! Se passarem por todas as provas e participarem da guerra, com certeza vão ter que lidar com muitos deles. São “fracos” comparados aos outros, mas tenho certeza que muitos aqui se saíram terrivelmente mal. Com vocês, eu apresentou os Cochichos! – Ela fez como uma assistente de palco, apontando para os fantasminhas de olhos giratórios que iam aparecendo em suas mãos. Eram muitos e começavam a descer ao nosso encontro.

Algumas garotas gritaram. Eu saquei logo minha pequena varinha – tinha certeza de que uma faca não me ajudaria muito com eles... – e fiquei em posição de defesa.Logo um deles viera para cima de mim. Ele tinha a metade da minha altura e sua face distorcida era um pouco assustadora. Apontei a varinha e conjurei apenas um feitiço para arremessá-lo longe. Uma luz laranja saiu e bateu contra a aura branca dele, fazendo-o voar a metros de mim. Outros vieram e eu continuei a usar isso. Não era o suficiente, eu precisava eliminá-los. Olhei para os lados e já havia alguns aprendizes estirados no chão. Alguns inconscientes – ou mortos – e outros apenas zonzos, tentando se recuperar do ataque hipnotizante dos Cochichos. A maioria continuava lutando.

Comecei a usar feitiços realmente danificadores, como “desconjurações” que faziam com que partes do fantasma – ou ele por inteiro – sumissem, ou o sugadouro, que os puxava para a varinha e de lá... Bem, eu não sabia pra onde iam. Alguns começaram a se amontoar a minha volta e eu começava a não dar conta. E então vários deles começaram a girar seus olhos descontroladamente (ou o furo da aura que se assemelhava a um olho) e uma fumaça violeta espirava de lá, rodopiando no ar e indo ao meu encontro. Não tive tempo de desviar e logo me vi respirando aquilo. Com um suspiro, minha visão embaçara e eu começava a perder os sentidos. Minhas pernas fraquejaram e eu começava a cair. Me vi estirada no chão, perdendo a consciência e sentindo minha vida sendo sugada. Os Cochichos só avançavam e eu realmente pensei que seria o fim.

Mas eu ouvi, com muito esforço, os gritos agudos dos fantasmas sendo arremessados longe e aos poucos a sensação de torpor foi se afastando, mas eu não me levantei, ainda não tinha forças para isso.

Fiquei vários minutos lá, recuperando-me aos poucos. E então os barulhos desapareceram por completo. A sala estava em paz novamente e a única coisa que eu podia ouvir eram os ofegos pesados dos servos.

–Você está bem? – Ouvi alguém dizer bem perto de mim. Tentei focalizar o rosto que falara e vi um garoto agachado ao meu lado. Tinha cabelos ruivos olhos cor de areia. Eu respirava com dificuldade e tentei formular uma frase, mas não consegui. Então apenas assenti. – Vou te ajudar a sair daqui, ok? – Eu não respondi, mas ele rapidamente me ergueu do chão e passou um dos meus braços pelos seus ombros, segurando-me pela cintura. Eu lutava para conseguir deixar pelo menos a cabeça levantada.

–Muito bem aos que sobreviveram! Isso é apenas uma demonstração do que terão que enfrentar daqui por diante. E aos que não resistiram, meus pêsames. – A bruxa disse do alto, e desapareceu com uma névoa negra.

Olhei ao meu redor. Haviam muitos que tentavam se levantar do chão ou que estava “bem”, como o garoto ao meu lado. Mas pelo menos uns seis ou sete pareciam... Não respirar mais. Senti um leve aperto no coração e desviei o olhar. A porta fora aberta novamente e nós fomos caminhando devagar para a saída.

Finalmente fora de lá – e eu já conseguindo andar por conta própria -, já fora olhando para todas as direções a procura dos outros. Fiquei esperando eles aparecerem nas outras portas. Rezando para que eles não fossem a minoria que nunca sairia de lá.


[Imagem extra do novo personagem]


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