Anos mais tarde...

A casa no final da rua era a maior e a mais espaçosa do bairro. Ali morava a Família Malfoy. Aquela era a noite de Halloween e como era um bairro trouxa eles decidiram comemorar pela primeira vez o feriado.

Draco olhou para a roupa de seu filho mais novo, incrédulo.

- O que você acha? - Hermione perguntou.

- Eu acho que ele está ridículo - respondeu ele.

- Ah, é fofinho...  - ela disse.

Os dois abaixaram seu olhar para seu filho de quatro anos, Hermione com um olhar de orgulho e ele de descrença.

- Hermione, ele está vestido como um elfo doméstico! - Draco exclamou exasperado - Você não acha que levou aquilo de fale muito longe?

- Não é "fale" é F.A.L.E  e além disso foi no quinto ano - disse Hermione quando ajeitou as orelhas pontiagudas da fantasia de seu filho.

- Halloween é para as crianças se vestirem para assustarem umas as outras, ele não vai assustar ninguém - Draco se ajoelha ao lado do seu filho - Você gosta da roupa que ela lhe deu? -  ele perguntou e Eros olhou entre seus pais antes de balançar a cabeça negativamente - Viu?!

Enquanto Draco se virou para Hermione triunfante, ela foi até seu filho que abraçou a sua perna.

- Ok pequenino, o que você quer vestir? - ela perguntou para ele, já tirando a varinha do jeans.

- Quero ir de Batman - respondeu Eros.

Draco começou a assoviar, disfarçando. Hermione o olhou severamente com as mãos nos quadris.

- O que? - Draco perguntou inocentemente.

- Batman? Sério Malfoy? - ela perguntou, um pouco irritada, mas não tirando o sorriso do rosto.

- Pensei que gostasse que eles fizerem coisas trouxas - ele deu de ombros.

- Sim, mas existe um numero atrás do dvd que está escrito o limite de idade - Hermione disse - Dessa vez passa, mas na próxima você dorme no sofá.

Ela não percebeu o sorriso de lado de Draco enquanto montava a roupa de Batman em Eros, o menino foi correndo se ver no espelho. Foi quando outros passos foram ouvidos e lá estava a filha mais velha do casal, Quione Artémis Malfoy, de oito anos. Ela era a versão feminina do pai, cabelos loiros, olhos cinzentos e pele pálida. Ela só tinha os cabelos cacheados armados da mãe. Até mesmo a personalidade era igual a de seu pai.  Além disso, ela era a menininha do papai, Draco sabia que uma hora ela ia crescer e ter que sair de casa.

Mas ele achava que isso só ia acontecer quando ela tivesse quarenta anos.

Ou ele ia fazer isso acontecer quando ela tivesse quarenta. Não importa de qualquer maneira.

Enquanto Quione era a menininha do papai. Eros Caelum Malfoy era o filhinho da mamãe. Indentico a Hermione em todos os sentidos: aparência e personalidade. A primeira palavra de Quine havia sido "dada" enquanto a de Eros havia sido "mama". Quando a primeira palavra de Quione havia sido dita o ego de Draco havia crescido tanto que ele encheu Hermione por uma semana dizendo "Foi 'dada' não 'mama', toma essa Granger". Quando a primeira palavra de Eros foi dita, Hermione gritou um enorme "Chupa essa Sr.Malfoy!"

Mas as duas crianças amavam seus pais incondicionalmente. Assim como eles as amavam.

- Você está vestida de quê? - Draco perguntou para Quione, olhando seu vestido rosa até o chão, os cachos bem feito e a sua tiara de plástico - Hm, deixa eu adivinhar, princesa?

- Não seu bobo, eu sou uma fada sem asas - Quione respondeu.

Draco apenas levantou uma sobrancelha e não falou mais nada. Hermione riu baixinho e  viu a preocupação nos olhos da garotinha.

- Eros, vai lá no seu quarto um minutinho? Eu e seu pai precisamos falar com sua irmã - ela disse carinhosamente pro menino.

- Tudo bem - ele deu de ombros e subiu as escadas.

Draco pegou Quione no colo e a sentou no sofá, fazendo ela se sentar entre seus dois pais.

- O que está incomodando princesa? - Ele perguntou para sua filha.

Quione olhou pro chão.

- Aquilo vem acontecendo cada vez mais, ontem a noite eu vi um menino igual tio Jorge, mas dai eu percebi que ele não estava sem uma orelha que nem o tio Jorge - Quione sussurrou e Hermione prendeu a respiração - Eu também vi uma mulher ruiva e um homem igual a tio Harry, tinha uma mulher de cabelos coloridos, um homem muito estranho com um olho encantado e ah, um professor de poções de cabelo preto, ele parecia meio rabugento, diferente do velho de barba longa.

Hermione sorriu para a filha.

- Minha querida, isso não é uma coisa ruim, você tem um dom incrível - Ela olhou para Draco pedindo permissão para continuar - Você pode falar com aquelas pessoas que não estão mais nesse mundo. Todas essas pessoas que você nos disse, elas morreram minha linda - ela disse com todo o cuidado do mundo e Quione pareceu entender - Quando você for mais velha vai entender tudo isso com mais cuidado.

- Não tenha medo princesinha - Draco disse pra menina - Não se preocupe com isso agora. É um dom. Isso não faz de você diferente, faz de você especial.

- É, acho que sim - disse a loirinha para si mesma antes de sorrir ampliadamente - Agora vamos buscar doces!

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3 anos mais tarde...

A Plataforma 9¾ estava lotada. A Quione de agora onze anos ficava olhando em volta admirada. Seus pais mais atrás com seu irmão mais novo olharam ela divertidos.

- Onde está Alvo? - Quione perguntou ansiosa.

Draco rosnou com o nome do filho do meio dos Potters.

- Ele está logo ali na frente - Hermione disse apontando para um lugar, para onde Quione saiu correndo. Ela se virou para Draco - Você não pode reagir mal cada vez que ela fala o nome de Alvo, ele é um bom garoto.

- Eu não quero minha filha envolvida com qualquer Potter - Draco retrucou.

- Vai ter que acostumar com isso - disse uma voz feminina atrás deles.

Gina Potter estava lá co Lily, sua filha mais nova. Ao seu lado, Harry que parecia um pouco desconfortável com a presença de Draco, mas não foi por isso que ele deixou de abraçar Hermione.

- Eu nunca vou me acostumar com isso, Weaslette - Draco disso mal humorado e Hermione lhe deu uma cotovelada na costela.

- Em primeiro lugar, é Potter, e em segundo vai ter que se acostumar sim porque eu e Hermione estamos pretendendo casar nossos filhos - Gina disse animada.

- Vocês são doentes - disse Draco.

- Sim sim, somos lunáticas e tudo mais - Disse Hermione zombando - Não é como você não percebesse, Quione e Alvo tem uma conexão especial.

Draco tampou os ouvidos infantilmente.

- Não estou ouvindo, não estou ouvindo - Dizia bem alto e todo mundo da estação olhou pra ele, umas meninas do sétimo ano começaram a rir.

- Malfoy, para de fazer a gente passar vergonha - Hermione ralhou.

- Isso é completamente estranho, vocês dois são casados por anos e ainda se tratam pelos sobrenomes - disse uma voz masculina atrás deles.

Era Ronald e Daphne Weasley, com sua filha mais nova Anastasia Weasley, que por sinal era uma menina muito bonita de cabelos castanhos e olhos verdes. Eros correu pra ela exclamando um "Annie!".

- Eu ouvi vocês falando de casamentos, que tal a gente casar Eros e Annie? O que acha Hermione? - Perguntou Daphne, apenas para irritar Draco.

- Com certeza, vou mandar uma coruja para você mais tarde para marcar os detalhes - Hermione disse e riu quando Draco resmungou algo.

Enquanto Harry e Gina tinham James, Alvo e Lily. Daphne e Rony tinham Margaret e Anastasia. Margaret parecia estar em um namoro escondido com o mais velho dos Potter, James.

Quione voltou com Alvo uns minutos mais tarde antes do trem partiu, o menino correu para seus pais enquanto ela foi até os seus.

- Vou sentir saudades, prometo escrever para vocês logo que eu chegar lá - Ela prometeu.

- Não procure encrenca e nada de atrasar os deveres, qualquer coisa vá para a biblioteca e se alguém tentar zombar de você por causa de você ser uma medium fale que a sua mãe aqui vai os destruir assim como destruiu as Horcruxes - Hermione disse dando um longo abraço na filha que retribuiu.

- Eu sei mãe - ela revirou os olhos, nunca deixando o sorriso morrer. - Eu te amo.

- Eu amo você também loirinha - ela disse.

- E o que conversamos hoje mais cedo? Qual casa é a melhor? - Draco perguntou animado.

- Sonserina! - Quione exclamou abraçando o pai - Eu te amo pai e eu tenho certeza que eu vou ficar na Sonserina.

- Eu também te amo e é claro que você fica na Sonserina, só os melhores vão para a Sonserina - ele respondeu.

- Quando eu for pra Hogwarts, se eu não ficar na Sonserina significa que eu não sou bom o bastante? - Eros perguntou.

- Não, não significa - Hermione lançou um olhar duro a Draco que se encolheu - A Grifinória é ótima, assim como a Corvinal e a Lufa-Lufa.

- Não, a Lufa-Lufa não... - ela ouviu Quione reclamar.

- Não interrompe a sua mãe - Draco ralhou e Quione ficou quieta, ainda com o sorriso de lado.

- Está tudo bem - Hermione sorriu - Agora mocinha, pega o trem que ele já está saindo.

Quione se despediu de seus pais e irmão mais uma vez antes de sair com Alvo para pegar o trem. James e Margaret também foram correndo para pegar as melhores cabines. As crianças mais jovens, Lily, Anastasia e Eros foram com seus pais para casa, ainda sonhando de um dia ir pra Hogwarts.

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2 dias depois...

Queridos mamãe, papai e é claro Eros,

Hogwarts é incrível assim como vocês disseram, e papai você estava certo, fui pra Sonserina. Alvo infelizmente foi para Grifinória, mas eu ainda ando com ele. As pessoas daqui são muito legais. As vivas e as mortes, eu sei que isso soa estranho, mas por causa do meu dom... bem, vocês sabem. Eu conheci uma garota muito legal, o nome dela é Ellie Rose. Acho que vocês conheciam ela, pois ela mandou beijos e abraços para vocês dois.

Ela mandou um obrigada também, ela disse que vocês saberiam do que se trata.

Vou parar de escrever agora, eu e Alvo temos aula de Transfiguração.

                                        Beijos de todo meu coração,

                                    Quione.

- Eu ainda não acredito nisso - dizia Hermione enquanto se deitava ao lado de Draco na cama de casal - Mas não me preocupo, Ellie era uma garota boa.

- É, eu sei - Draco disse e puxou a esposa para mais perto de si - Nossa filha foi para a Sonserina, acho que você está me devendo cinco galeões.

- Lhe pago amanhã - Hermione disse entre um bocejo.

Ela se virou de lado, fazendo Draco virar também e colocar o braço ao redor de sua cintura. Ela então se virou e lhe deu um longo beijo, fazendo-o responder na mesma intensidade. Quando a camiseta dele já estava no chão, o som de um trovão foi escutado, fazendo Hermione pular da cama e cair no chão.

- Ainda com medo de trovões Granger? - Draco perguntou rindo.

- Ha ha, muito engraçado - Hermione disse, voltando a se deitar na cama.

Passos pequenos foram ouvidos e na porta estava Eros, com os olhos cheio de medo.

- Posso dormir com vocês essa noite? - ele perguntou timidamente.

Hermione ouviu Draco resmungar "É, sem sexo essa noite" mas ele mesmo assim assentiu pro menino que se deitou entre eles.

- Parece que não é só eu que tenho medo de trovões - Hermione disse beijando a bochecha do menino.

- Eles são assustadores, odeio tempestades - Eros resmungou baixinho.

- Oh, eles são mesmo - Draco disse sarcástico e Hermione abafou uma risadinha.

Os dois estavam com muito sono, mas Eros parecia ter sono algum. Ele começava a olhar em volta do quarto a procura de coisas para brincar.

- O que é aquilo? - ele perguntou apontando para a flor dourada dentro de um vidro, ela nunca tinha parado de brilhar.

- Ah meu querido, é uma longa história - Hermione respondeu simplesmente.

- Vocês vão me contar um dia? - ele perguntou curioso.

- Quando você for mais velho - Draco respondeu, fechando os olhos para dormir.

As luzes do quarto se apagaram com um aceno de varinha. Eros se virava de um lado para outro, não conseguindo dormir.

- O que precisamos fazer para você dormir? - Hermione perguntou exausta.

- Vocês podem parar a tempestade? - ele perguntou inocente.

- Não. - Draco respondeu.

- Vocês podem fazer os trovões ficarem mudos? - ele perguntou de novo.

- Não. - Hermione respondeu.

- Vocês podem me dar um bicho de pelúcia pra mim não sentir mais medo? - ele perguntou novamente.

Uns segundos de silêncio.

- É, acho que podemos - Draco respondeu simplesmente.

- Amanhã compramos um no beco diagonal, agora você precisa dormir porque eu e seu pai estamos exaustos - Hermione disse para o filho.

- Tudo bem - Eros disse, fechando os olhos e depois de alguns minutos dormiu.

Minutos de silêncio na escuridão do quarto era tudo que se tinha. Parecia que todos estavam dormindo até que uma voz zombando disse:

- O que acha de comprarmos um furão de pelúcia pra ele?

- Cala a boca Sra.Malfoy

Agora sim eles finalmente dormiram.

                          FIM