Sweet Cherry escrita por Kamiille


Capítulo 4
Capítulo 4 - Beijo (Castiel P.O.V)


Notas iniciais do capítulo

Antes de ler esse capitulo, tenha certeza que leu o 3 inteiro... ;D



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Castiel

Visão de Castiel

“O que está acontecendo?” –As palavras de Kamile se repetiam na minha mente. O que estava acontecendo? De verdade? Nem eu sabia!

Droga! Eu odiava quando meus sentimentos se confundiam. Kamile, normalmente, era imune essa confusão sentimental!

Digo, como minha mãe, eu não sabia se ainda sentia falta dela ou se realmente não me importava mais se ela nunca me dava atenção. Ou meu pai, não sabia se e o odiava por nunca ter passado tempo comigo ou se só queria que isso mudasse mesmo depois de anos. Isso acontecia com a maioria das pessoas. Debrah! Eu não sabia se sentia nojo dela, ódio dela, ou repulsa. Ambre! Não sabia se sentia dó, pena, ou se a achava engraçada (o melhor seria hilária).

Mas eu não me importava realmente com nada daquilo. Eu não me importava realmente com nada. Além da minha guitarra e minha amizade com Kamile.

Kamile era sem duvida a única pessoa com quem eu sentia que o mundo fazia um pouco de sentindo. Ela era chata, curiosa, irritante, gulosa, boba, tonta, provocativa, marrenta, já mencionei irritante?

No entanto, ela era diferente. Ela era a única garota que me desafiava. Mas também, a única que me entendia. Com quem eu me identificava.

Eu não me importaria se o mundo acabasse e só sobrássemos eu e ela. O problema? De um tempo pra cá eu tinha começado a perceber que ela era muito bonita. E gostosa.

Seu cabelo era comprido, não exageradamente, mas lindamente. Seus olhos, uma mistura de dourado e cor de âmbar, escondiam uma história, um passado, uma menina. Sem contar seus seios fartos e sua bunda redonda e durinha. Ela era só alguns centímetros mais baixa que eu. Não era gorda e nem anoréxica. Ela era...

-Sua vez! –A voz dela interrompeu meus pensamentos.

-Hãm? –Falei distraído tentando raciocinar onde estava.

Ela riu. Bobona.

-Vai, você faz a próxima! –Ela apontou para o livro de matemática no meu colo.

Nós estávamos no parque depois da aula, como sempre. Era ou parque ou minha casa. Não arriscávamos ficar no mesmo ambiente que Debrah a tarde toda. Ah, é. A inutilidade de matemática. Lição de casa era uma das 7 coisas odiáveis naturalmente no mundo, segundo á mim. Ainda mais lição de casa de matemática.

Nós estávamos revezando, ela resolvia uma questão e eu a outra. Comecei a fazer a ultima para terminar com aquela tortura.

-É... Você conhece Lysandre desde quando mesmo? –Ela perguntou distraída, olhando para as nuvens.

Sempre que ela falava dele eu me irritava. Algo dentro de mim doía e eu não sabia por que, nem como fazer parar. Aquilo me irritava.

-Praticamente desde que eu nasci. Minha mãe e a mãe dele são bem amiguinhas. Elas engravidaram juntas e nos convivemos juntos por um bom tempo, finalmente. –Eu disse sem vontade.

-E desde quando você não se dá bem com ele? –Ela continuou olhando para o céu.

Eu fiquei mais irritando em relembrar o que ele me fizera no passado.

-Ah! Não interessa! Esquece esse garoto! –Eu cerrei o punho.

-Crianças! Não briguem! Vocês são jovens, quando se casarem têm que aprender que não precisam brigar por qualquer coisa. –Uma velhinha que passava por ali se intrometeu. –Na minha época a gente não começava a namorar tão cedo, mas acho que vou aprender mais do mundo moderno com a minha neta, já que ela vai morar comigo. –Aquela mulher tinha cara de velhinha faladeira. Daquelas fofoqueiras que começam a falar e não param mais. Ela segurava um saquinho com pipoca e jogava regulamente algumas no chão para os pombos que a cercavam. Ela chegava ser uma baleia obesa de tão gorda. Ficava ainda mais “cheia” naquele vestido florido.

Meus pensamentos se concentraram tanto ridicularizar a velhinha, que eu nem prestei atenção no que ela falou. Só me dei conta quando Kamile repetiu.

-Namorados? Nós? –Ela deu uma risadinha e ficou vermelha. –A senhora está enganada. Nós somos amigos. Só isso... –Ela falou sem graça.

Namorados? Era isso? Aquela velhinha tinha acabo de clarear minha mente! Era essa confusão sentimental que eu estava sentindo por Kamile! Amor e amizade. Era essa confusão! Eu a amava, sim, fato. Mas só como minha amiga? Como sempre desde nossos 6 anos? Não, era algo a mais. Era amor de namorado.

A velhinha deu uma risada.

-Ah, moçoila, não é o que parece. E como eu disse, vocês são jovens, ainda podem descobrir o que realmente sentem um pelo o outro. –Ela sorriu. –Mas me digam, onde vocês estudam?

-Em Sweet Amoris. –Kamile respondeu.

-Vocês estudarão com minha neta! Ela vai para o terceiro colegial, em Sweet Amoris. A mãe dela se casou com um cara que ela odeia, então ela pediu pra morar comigo, ela me ligou chorando na verdade, então eu a deixei morar comigo, mas ante eu expliquei pra ela todas as minhas regras, e as obrigações ela teria que fazer em casa... Porque teve uma conhecida da minha bisneta que conheceu uma menina que a mãe dela tinha um primo que adotou um sobrinho e a antiga mãe desse ser... –Aquela mulher tagarelava sem parar. Aquilo me entediava. Olhei pra Kamile e reconheci aquela expressão “Estou fingindo prestar atenção” que ela usava regularmente nas aulas.

Senti um pingo de chuva na testa. Que logo foi se intensificando.

- ...e morreu! Acredita?! Não! E não é só isso... Oh! Está chovendo? –A velhinha - que não tinha fechado a boca nem por um segundo – estendeu a mão esperando sentir os pingos gelados.

-Sim. –Respondi.

-Meu Deus! Eu tenho que ir! –Ela começou a correr. –Minhas plantas! –Ela pareceu desesperada. –Mas antes, qual o nome de vocês?

Antes que Kamile conseguisse abrir a boca e gritar “Kamile e Castiel”, respondi.

-Dorotéia e Gerimundo! –Acenei pra a bola que parecia rolar e sumir no meio do parque.

-Castiel! –Ela deu um soco no meu ombro, mas riu. –Nossa! Temos que guardar esses livros e voltar pra casa antes de mais um banho de chuva, como ontem! –Era bem comum chover no fim da tarde naquela época no ano.

Ela começou a guardar os meus livros e os dela.

-Me dá esse lápis para podermos ir embora! –Ela estendeu a mão e eu percebi que tinha um lápis na mão.

-Vem pegar! –Desafiei e, como sempre, ela aceitou.

Levantei o braço o mais alto que consegui para ela não alcançar, ela ficou de pé, mas sem sucesso, eu a derrubei e nos acabamos deitados no chão rolando como uma verdadeira briga. Ela parecia uma formiguinha tentando tirar algo de mim. Considerando eu, um elefante.

Quando eu finalmente – demorou um pouco - terminei de me divertir com aquela cena e entreguei o lápis para ela; estávamos deitados embaixo da cerejeira (não que isso fizesse nos molhar menos, estávamos ensopados), eu estava por cima dela e segurava seus pulsos ao lado da cabeça e contra o chão, ela parou de “lutar”, afinal já estava com o lápis. Seu rosto expressava “Há! Eu consegui!”, mas eu me deixei mergulhar nos seus olhos que me faziam tanto lembrar uma pedra de âmbar. E neles, lá no fundo deles, eu vi. Eu vi o que me deu coragem.

O raio que clareou o céu fez eu me aproximar mais do seu rosto. Quando encontrei seus lábios, um trovão estrondoso rugiu no céu e nós nos beijamos. Não, não fui só eu que a beijei. Nós. Nós nos beijamos. Ela encontrou minha boca no meio do caminho da dela.

Igualmente a sensação de dor que eu sentia quando ela falava do Lysandre, a sensação de felicidade de beija-la. Não, a sensação de beija-la superava qualquer dor. Qualquer stress. Qualquer felicidade. Qualquer coisa.

Ela virou o rosto.

-O que estamos fazendo? –Ela perguntou mais vermelha que meu próprio cabelo. A voz dela soou sem folego e culpada.

-E o que importa? –Sorri para ela e soltei seus pulsos. Apesar de tudo, eu não queria força-la a nada. Mas ela me surpreendeu; Seus braços que antes eu segurava, se penduraram no meu pescoço, ela me fez cair no chão, ficando em cima de mim dessa vez.

Nos beijamos de novo. Na verdade, nos beijamos muito naquela tarde chuvosa. A melhor tarde da minha vida. Eu lembraria dela pra sempre.       


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Notas finais do capítulo

Yoo Minna! Sobrevivi :3