Sweet Cherry escrita por Kamiille


Capítulo 2
Capítulo 2 - Inscrição.


Notas iniciais do capítulo

Demorei para postar por que estou bem ocupada esses dias. E eu vou viajar então está bem complicado escrever a fic ;[



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300263/chapter/2

–Isso é hora ou jeito de chegar em casa? –A voz insuportável dela ficava mais irritante quando se olhava pra ela.

–E o que te interessa? –Desci as escadas para comer alguma coisa antes de dormir e ela veio tagarelando atrás de mim.

–Kamile! Você não faz nada da vida! Fica o dia todo tocando aquela guitarra, vendo filmes, comendo, dormindo... Sério! Você já pensou em fazer algo de útil? Trabalhar? Seu pai sustenta muito bem a casa, tudo bem, mas e essa sua aparência?! Vá ao shopping! Vá se produzir! Você sabia que existe mais maquiagem do que só o lápis de olho e rímel?! Dê um trato nesse seu cabelo! E olha só! Da próxima vez que você chegar com o menino que a sua irmã gosta aqui em casa... Você vai se ver comigo! Você sabe que a Debrah é apaixonada por ele! Por que você faz isso?!

–A Debrah é apaixonada por ele. Ele não. E eu não fiz nada pra que isso acontecesse. Além disso, ele é meu amigo. Meu melhor amigo. Se a Debrah está com ciúmes, o problema é dela. –Falei em um tom alto o bastante pra ter certeza que minha meia irmã ouviria de onde ela estivesse.

–Acho que estou precisando jogar aquela guitarra fora! Você está muito desobediente!

–Eu não te devo obediência. Você não é minha mãe. Só me deixa em paz e vá cuidar da sua filha, a DEBRAH! Não eu! –Peguei o pacote bolachas recheadas e subi para o quarto, deixando Anne gritando e reclamando com o vento.

–Ah! Mulher irritante Nala! Eu NUNCA vou conseguir entender o por quê que fez papai se casar com ela! –Desabafei com a minha cachorra que já estava bem mais limpa.

Claro, se fosse por beleza exterior, eu entenderia. Eu gostando de admitir ou não, Anne era bonita! Seu cabelo tinha uma cor vermelha escarlate e seus olhos eram raros... Violetas. Seu corpo, no passado, já tinha trabalhado como modelo e seus traços de rosto eram finos e compridos. Tirando isso, não havia mais nada de atrativo naquela mulher.

Ela era intrometida, fofoqueira, exagerada, manipuladora, e irritante! Além de ser vestir igual uma rainha de bateria em plena passarela do carnaval brasileiro! Com roupas extravagantes, acessórios barulhentos e uma maquiagem exageradamente exagerada. Era a definição perfeita de perua. Uma perua que vivia as custas do meu pai.

–Você! Me diga uma coisa! Agora! –A mini cópia da Anne entrou em um jato pra dentro do meu quarto.

–Então, a educação mandou lembranças. Bater na porta faz bem! –Reclamei. –O que você quer?

–Amanhã é o primeiro dia de aula na Sweet Amoris né? –Ela perguntou mascando um chiclete com a boca estalando e com a mão na cintura.

Senti um enjoou em relembrar que ela também estudaria em Sweet Amoris comigo e Cast.

–Sim, por quê? –Quis apressar logo aquela conversa. Tudo o que eu queria era deitar na cama e dormir.

–Eu perdi a minha lista de material, você poderia me emprestar a sua?

–Você ainda nem comprou nada?!

–Não... Vou comprar amanhã cedo... –Ele fez uma cara sem graça.

Respirei fundo.

–Tá aí em cima. –Apontei pra mesinha que estava toda a papelada de Sweet Amoris.

Eu me virei para ajeitar o travesseiro e quando eu olhei de novo Debrah já tinha saído do quarto com uma folha na mão.

–Obrigada! Amanhã eu te devolvo maninha! –Ela bateu a porta.

Menina esquisita. Debrah era, assim com Anne, uma perua assumida. Ela era uma boa atriz e se fazia de vitima sempre que podia. Era uma vadia que se fazia de fofa, e lindinha.

Peguei meu fone de ouvido e escutei umas cinco musicas antes de pegar no sono.

Acordei com Nala lambendo meu rosto.

–Hãm? Que horas são Nala? –Olhei no despertador e dei um pulo da cama. Estava muito atrasada!

Saí igual uma louca tomando banho, escovando o dente, trocando de roupa, assaltando a geladeira, arrumando a mochila, tudo o mais rápido que eu conseguia.

Debrah já tinha saído e Anne provavelmente ainda estaria dormindo. (aquela mulher não fazia nada de útil na vida e depois queria falar alguma coisa sobre a minha vida... Patética!), quando Castiel tocou a campainha. E entrou em casa.

–Você não vai pra escola hoje não? –Ele pegou uma maçã da fruteira.

–Estou atrasada! Vamos! –Puxei a mão dele. Ele deixou cair a maçã no chão e me seguiu.

Fechei o portão de casa e comecei a andar rápido.

–Relaxa, é só a escola. –Ele fez uma cara de despreocupado.

Revirei os olhos.

–Então, Lysandre já chegou? –Fiz uma cara provocativa.

–A novidade? Ele vai estudar em Sweet Amoris!

–Ele não ia pra uma escola lá não sei na onde?

–Não tinha vagas pra ele lá. –Ele fez uma cara emburrada.

–Ô! Bebê! Fica assim não! –Apertei as bochechas dele rindo e ele me empurrou de leve pro lado.


Chegamos no portão da escola onde tinha uma grande quantidade de alunos. Metade aglomerados, metade totalmente perdidos.

–Vamos ali. –Castiel apontou para uma fila que se formava no centro do portão, onde havia uma placa escrita “Alunos novos”.

Nos dirigimos pra lá.

–Hãm... Nomes? –Uma velhinha baixinha e gordinha com cabelos amarrados em um coque no alto da cabeça estava com uma prancheta na mão.

–Castiel Night e Kamile Stark. –Ele falou por nós dois.

A velhinha a anotou alguma coisa na prancheta e se virou pra nós.

–Bem vindos! Eu sou a diretora. Prazer, as fichas de inscrições por favor?

–Claro. –Castiel começou a procurar a papelada na bolsa e entregou pra ela.

–Ah! Obrigada! Está tudo certo com a sua ficha! Bem vindo a Sweet Amoris! –A diretora deu sorriso caloroso.

Ele assentiu e olhou pra mim. Eu estava toda atrapalhada tentado achar a minha inscrição dentro da bolsa. Ela não estava lá!

–É... Já estou achando. –Falei sobre os olhares cheios de pressão da diretora e dos outros alunos novos que estavam atrás de mim esperando na fila.

–A inscrição não está aqui. –Sussurrei para Castiel.

–Você tem certeza que colocou na bolsa? –Ele respondeu tentando disfarçar sobre o olhar marcante da diretora.

–Sim, eu acordei atrasada, mas eu coloquei toda a papelada na bolsa.

–Então isso tem cara de quem? –Ele me olhou e seus olhos insinuaram a culpada.

–Debrah! Ah! Aquela vaca pediu a lista de material ontem! Ela deve ter pego a minha inscrição no lugar!

Me virei para a diretora.

–Uma menina chamada Debrah Stark passou por aqui?

Ela olhou de cima a baixo a prancheta e assentiu.

–Sim, ela já entrou na escola e deve está esperando a aula começar.

–Ela é minha irmã, minha ficha de inscrição está com ela. Eu preciso acha-la lá dentro. –Fui em direção o portão de entrada da escola, mas um segurança me barrou.

–Desculpa, mas só entra na escola quem entrega a ficha de inscrição em ordem. –A diretora informou.

–Relaxa e espera um pouco aqui. Eu vou conseguir a sua ficha de inscrição com ela. –Castiel me jogou a sua mochila pesada –o que quase me fez cair pra trás- e entrou na escola apressado.

Ah! Que vaca! Ela roubou minha inscrição só para eu não conseguir entrar na escola! Tudo aquilo era ciúmes da minha amizade com Cast?! Ridícula!!!

Agora só o que eu podia fazer era esperar Castiel e torcer para que ele conseguisse recuperar a folha antes que o portão fechasse. Ou o olhar “eu vou te comer viva” da diretora se acalmasse.

Visão de Castiel

Castiel.

Kamile! O que ela teria feito pra receber uma irmã como a Debrah? E o que Debrah ganhava com isso? Essa menina era muito idiota.

–Onde é a sala do terceiro ano? –Perguntei para um dos seguranças que estavam no corredor.

Ele apontou para uma sala no fim do corredor que eu estava correndo igual um louco.

Assenti e ignorei o olhar desconfiado dele sobre mim.

Abri a porta e senti vontade de vomitar.

O que aquele engomado estava fazendo em Sweet Amoris?! Já não bastava que eu teria que aguentar o Lysandre, eu teria que aguentar o Nathaniel também?! Lá estava ele, na primeira carteira, todo engravatado e de cabelo jogado pro lado! ECA! Ele olhou pra mim e pareceu ter a mesma vontade de vomitar o café da manhã. Meu “inimigo” de infância! Não sei se seria um inimigo a palavra certa, afinal um inimigo é alguém que compete de igual a igual pra você. Ele era um certinho que eu não suportava desde a pré escola. E estava claro que eu era melhor que ele.

–Tiel! Senta aqui do meu lado! Eu guardei uma carteira só pra você. –Debrah gritou do fundo da sala.

Antes de ir até lá agradeci por não ter uma arma.

Estendi a mão.

–A inscrição da Kamile.

Ela ficou vermelha. Não consegui definir se foi vergonha ou raiva. Ou os dois.

–Eu não sei de nada. Como assim a inscrição da Kamile? –Ela se fez de cínica.

Dei o xeque-mate que sempre funcionava quando se falava com a Debrah.

–Você acha que essa sua atitude me agrada? Você quer me conquistar desse jeito? Sério mesmo? –Me virei e fingi que estava indo embora.

–Espera Tiel! –Ela gritou. –Está aqui a inscrição, foi só uma brincadeirinha. –Ela me entregou o papel.

–Sei que você e a Kamile não tem tanta intimidade pra você fazer esse tipo de brincadeira com ela. –Agradeci por não ter metade dos alunos na sala ainda para ver aquele mico, ignorei o engomado e corri para a portaria onde Kamile me esperava.

–Sua irmã é uma peste. –Eu entreguei o papel pra ela e ela me agradeceu com um beijo na bochecha que me fez corar. O que eu também agradeci é que ela não viu.

–Aqui, posso entrar na escola agora? –Ela deu a folha pra diretora. Sem esperar uma resposta ela arrumou a mochila nas costas, me devolveu a minha e nós entramos na escola. Eu gostava daquela parte marrenta dela. Aliás, nesses últimos dias, eu estava percebendo que eu gostava de tudo nela...



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou tentar postar até o capitulo 5 antes de viajar... TENTAR. Eu acho. x-x