Cego Coração escrita por Aella


Capítulo 1
Primeiro Capítulo - Esperanças


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Aqui é a Bruuh-chan! Decidi escrever uma fanfic um pouco diferente das que você normalmente encontra sobre Inuyasha... Espero muito que gostem desse primeiro capítulo! :3



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O vento soprava sem dó no rosto da moça. Ela sentia seus cabelos negros voarem junto com ele enquanto terminava de coletar as ervas que a Velha Kaede havia pedido. Ela caminhou de volta ao vilarejo, onde todos os seus amigos haviam criado um lar.

- Bem vinda de volta, Kagome! – O pequeno youkai raposa a cumprimentou alegremente. Ela sorriu e entrou na cabana.

- Aqui está, Kaede. Espero que isto seja o suficiente. – Ela disse, se sentando ao lado da mulher.

- Muito obrigada Kagome. Você tem ajudado muito o nosso vilarejo. – Kaede parou de cozinhar por um momento e se virou para estudá-la. – Você realmente ajuda as pessoas daqui a serem felizes, mas você está feliz, Kagome?

A moça dos cabelos negros ficou em silêncio por um tempo, pois, na verdade, ela mesma não sabia a resposta ao certo. Infeliz ela não era. Ela adorava a sua vida no vilarejo, ajudando os outros e aprendendo muita coisa ao lado da Velha Kaede. Ela adorava passar tempo com seus amigos e vê-los começarem uma família. A Kagome não era infeliz, de jeito nenhum.

- Eu sinto como se estivesse lhe faltando algo, minha criança.

- Talvez a senhora esteja certa... – Sussurrou antes de sair da cabana.

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- O que você está fazendo acordada a essa hora? – O hanyou perguntou. Estava sentado num galho alto em uma árvore perto do Poço Come Ossos.

- Eu poderia te fazer a mesma pergunta, Inuyasha. – Kagome retrucou, sentando-se no pé da árvore em que ele estava.

Ele ficou em silêncio, mas ela sabia que não era por que ele estava pegando no sono ou algo parecido. Não, ele estava com certeza pensando em um certo alguém.

Ela encarou o poço. ‘Só de pensar que tudo isso começou quando fui puxada para cá por uma youkai centopéia no meu aniversário de quinze anos... Caí em um mundo completamente novo, tão diferente do qual eu cresci.’ Lembrava. ‘E agora estou presa no lado oposto ao da minha família. Sinto as lágrimas chegando toda vez que lembro das inúmeras vezes em que tentei passar de volta, mas não adianta, o poço não me deixa voltar. Talvez meu destino seja ficar nessa era, criar uma nova vida aqui...’

- Tá pensando em quê? – Perguntou Inuyasha lá de cima.

Ela soltou um leve suspiro antes de respondê-lo. – Ah, o outro lado do poço. – Ele pulou lá d cima e se juntou a ela embaixo da árvore. – O que eu mais queria era poder, pelo menos, ter dado um adeus à minha família. Eles provavelmente acham que eu morri ou algo assim... E eles nunca saberão a verdade...

Ele demorou um pouco a responder. – Eles são fortes, Kagome. Eles podem até pensar nisso mesmo, mas eles vão seguir em frente com suas vidas eventualmente. Eles precisam, não há nada que possam fazer. – Inuyasha virou para encará-la. – Você deveria fazer o mesmo.

A sacerdotisa sentia o calor das lágrimas invadindo seus olhos. – Eu gostaria que as coisas fossem assim tão fáceis quanto você as faz parecer. Já se passaram três anos Inuyasha, a pior parte já passou, mas eu continuo querendo que eles estivessem aqui comigo, ao meu alcance.

- Bem, todos nós desejamos ainda ter alguém querido em nosso alcance. – Seus olhos se tornaram distantes, quase sem vida. Seus lindos olhos dourados sempre ficavam desse jeito quando ele falava ou pensava em seu antigo amor.

Ela se lavantou. O vento da noite estava ficando mais gelado, e seu kimono não estava mais a deixando quente o suficiente. – Eu vou voltar ao vilarejo. Boa noite Inuyasha. – Ele murmurou um ‘boa noite’ de volta enquanto Kagome andava para fora da floresta.

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Na manhã seguinte, Sango encontrou Kagome na beira do riacho. Ela estava com um lindo sorriso, o qual combinava com sua grande barriga.

- Bom dia Kagome! – Ela cumprimentou, enchendo uma vasilha com água. – Dormiu bem querida?

Kagome deu de ombros. Ela sabia muito bem que sua amiga não estava lá para conversar sobre assuntos tão triviais.

- Olha Kagome... – Sango começou, colocando sua vasilha no chão e pedindo para a amiga sentar-se ao seu lado na grama. – O Shippo me contou que você voltou extremamente tarde para casa ontem. Ele ficou muito preocupado com você...

- É verdade, eu voltei tarde para o vilarejo. Mas eu não conseguia dormir! – ela suspirou - Não é nada demais...

- Kagome, é perigoso se aventurar fora do vilarejo à noite. Você sabe disso muito bem. – Sua amiga não respondeu, então Sango continuou – Desde o dia em que a jóia desapareceu seu poderes também desapareceram. A última coisa que qualquer um de nós quer é ver você ferida, ou até pior...

A mulher dos cabelos negros se sentia completamente inútil toda vez que lembrava que havia perdido misteriosamente todos os seus poderes espirituais. Com um suspiro ela respondeu. – Eu não estava sozinha, está bem? Eu estava com Inuyasha.

- Ah. Entendo – Sango diz e Kirara aparece por entre os arbustos. Sango a pega no colo e começa a acariciá-la. – E como ele está? – Ela pergunta, mas as duas sabem o que ela quis dizer com essa pergunta.

- É muito difícil para mim Sango. É difícil de ver no que ele se transformou. Ele costumava ser tão alegra, hiperativo, extremamente chato às vezes... Mas agora ele é apenas esse corpo frio e distante que um dia foi do nosso grande amigo.

A caçadora de youkais ficou em silêncio, apenas observando Kagome.

- Parece que ele perdeu todas as suas emoções. Desde aquele dia em que ele presenciou a verdadeira morte de Kikyo ele está assim. – Kagome segurou as lágrimas. Ela um dia já sentira o sentimento que chamam de amor por Inuyasha, e toda vez que ela o via pensando na sacerdotisa morta ela sentia um buraco enorme dentro de si. Agora ela enxerga Inuyasha como um irmão, um melhor amigo, e tudo que ela quer é que ele volte a ser como era antes, alegre e irritante. – Parece até que ele está andando na linha tênue entre a morte e a vida. Ele às vezes me parece um morto-vivo.

- Quando Kikyo morreu, quando ele teve certeza que ela nunca mais voltaria, nem em seu próprio corpo nem em nenhum outro, a razão dele viver morreu junto com ela. – Sango disse. – Eu sei como se sente em relação a ele Kagome, mas acho que não há absolutamente nada que possamos fazer para ajudá-lo. – Kagome apenas concordoucom a cabeça. Tudo que Sango falava era verdade. – Faz três anos Kagome! E a única coisa em que ele pensa é nela.

- Pelo visto ele só será feliz quando se juntar a ela novamente. – Ela susurrou, mas Sango escutou. Kirara pulou para fora de seu colo e ela se sentou mais perto de Kagome.

- Você não deveria se sentir assim querida. Você não pode viver assim, triste, só porque ele está vivendo assim. – A caçadora pegou sua mão e olhou bem fundo nos olhos dela, enxergando até seu coração, do jeito que só uma melhor amiga consegue. – Você deveria ir à procura de sua felicidade, Kagome. Você merece.

Ela sorriu. – Sei que você está certa Sango. Há alguns anos eu achei que a tinha achado em Inuyasha, mas desde que ele perdou seu amor pela vida eu perdi meu amor por ele. Estou tão perdida! – Sua amiga lhe abraçou. – E eu nem sei onde vou achar essa felicidade. Não sei nem se ainda há alguma felicidade guardada no mundo para mim!

As duas se levantaram e Kirara pulou nos braços da sacerdotisa, pedindo carinho. A youkai ronronava enquanto Kagome a acariciava.

- Mas é claro que há felicidade no mundo pra você Kagome! Talvez ela só demora para chegar, mas você não pode simplesmente desistir dela antes mesmo que ela chegue!

Ela concordou e prometeu à sua amiga que seu coração estaria aberto para novas chances, novas oportunidades e novas aventuras. Elas pegaram suas vasilhas, agora cheias d’agua e caminharam de volta ao vilarejo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada demais pela leitura! Por favor deixem comentários para eu saber como estou indo! c: