Sangue de Jogos Vorazes escrita por Ytsay


Capítulo 21
A arena – o banho de sangue.


Notas iniciais do capítulo

Preparem sua imaginação e prestem atenção ao que vai ler.
Cuidado com o seu coração e não se esqueçam de respirar.
O meu banho de sangue esta aqui, siga meus conselhos acima e desfrutem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300042/chapter/21

Esperava que fosse um lugar claro para onde estava indo, então fechei meus olhos sentindo e ouvindo minha própria respiração, enquanto aquele elevador subia lentamente. Meu coração parecia um motor sendo aquecido, meus punhos fechado por vontade própria pressionando os dedos em uma forma de tensão e por mais que tentasse me controlar meu corpo tremia pressentindo toda ação que chegaria em breve e o começo desse jogo onde é matar ou morrer.

Minha cabeça esta em mil pensamentos e ao mesmo tempo em nenhum. Sinto o vento soprar no meu rosto, um vento gelado e úmido, é nesse momento que estou sendo tomada pelo medo e o único sinal que meu corpo faz é tremer de uma forma que nunca pensei que poderia. Já não sei se estou realmente viva ou se meu coração bate, mas se ainda estou de pé... É ele ainda esta fazendo seu trabalho e sou eu que não consigo senti-lo.

Existe um peso na minha respiração. Abro meus olhos esperando o brilho de um sol intenso ou qualquer coisa parecida, e me surpreendo, estou bem na frente da abertura da cornucópia e seus suprimentos. Parece mais um camarote para o que vai acontecer, e não esta claro, esta tudo em meia luz, como a transição do dia para noite. Posso ver tudo o que eles dispuseram para os tributos desse ano.


Tento encontrar as posições dos piores oponentes dessa edição, encontro dois dos carreiristas na direita. Orik esta no primeiro pedestal, de olho nas armas espalhadas e depois verificando os que estão por perto. E todos esses longos segundos unidos a um som estridente da contagem. Ainda na minha direita o outro carreirista que localizei Dudha do distrito 2, a seis ou sete pedestais do meu. Os dois parecem tão calmos e atentos. Na minha esquerda o garoto do 11 me atrapalha, vejo apenas os quatro seguintes, mais tão longe que não consigo identificar.


30 segundos, a respiração muda para uma rápida e uma sensação de que vou desmaiar me assombra, mas tenho que suportar e tenho que estar atenta.


15 segundos, ha trinta metros ou mais na minha frente, está tão fácil agora, talvez eu alcance a maleta com facas se eu não tiver contra tempos.


10 segundos, tem uma mochila perto da maleta, mas são mais alguns metros até ela. Não... Não é uma boa ideia, eu não sei onde estão os outros carreiristas.


5 segundos, não sei o que fazer então me posiciono como um reflexo dos outros, como se estivéssemos dispostos a conseguir alguma coisa da cornucópia.


3 segundos, resolvi, vou tentar pegar a maleta. Mas tremo tanto que mais parece que vou ter algum problema de coração antes de tudo começar. Não, não posso pensar isso não quero morrer aqui, tenho que tentar ainda tenho chance.


O sinal agudo e mais longo soou avisando que começou e uma confusão se inicia.


Eu já desci, mas logo meu corpo para, o chão é úmido, gelado e barrento. O garoto do 11, que estava do meu lado, já sumiu para o meio do tumulto logo a frente pelos suprimentos e armas. Não posso perder tempo e corro para minha maleta, percorro quatorze metros correndo, mas sou obrigada a parar. Um garoto chegou antes na maleta e já vem na minha direção tão rápido, tento voltar e correr mas me desequilíbrio na lama e caio sentada e o garoto se aproximando. A trilha sonora é composta por gritos, tinindo de ferros se chocando e sons abafados de corpos sendo atingidos por alguma coisa.

Poucos segundos se passam, estou paralisada, oculta por um pouco de lama espalhada na roupa e na minha cara. Antes que ele me alcançasse sua perna é perfurada por um tipo de arpão, respingando gotas grossas de sangue vermelho em mim que cintilaram com a pouca luz. Um golpe daqueles não é o suficiente para tirar a vida dele, e ele grita de dor ou de desespero, ou os dois juntos, enquanto é arrastado e puxado para... Criver! Ele esta gostando de puxar sua estranha pescaria que não solta a maleta. O tumulto esta mais concentrado perto e no interior da cornucópia. E de trás de Criver surge a sua parceira de distrito, que cobria a retaguarda dele, com um facão de lamina curvada. Criver grita sobrepondo-se aos berros do garoto que puxava:

–Era! Pegue a garota! - Ela se vira para mim e corre para me alcançar.

Não vou dar essa chance, logo no começo do jogo ter meu sangue derramado não é uma opção. Me levanto cambaleando um pouco e corro. Corro o mais rápido que posso. Passo pelos pedestais abandonados e a apenas dois metros depois meus pés se afundam em agua barrenta até sobre os joelhos, mais continuo. O som de agua sendo atingida e vencida por passos não é feito apenas por mim, outros estão fugindo e passando pela agua que se estende rasa até as arvores de troncos negros e pouca folhagem. Era esta logo atrás de mim, ouço o som do seu facão cortando o ar e atingido a agua a cada passo dela. Ela é mais baixa que eu e mais magra, a agua deve bater no meio de suas coxas, além disso, ela tem uma baixa resistência e rapidamente me perde no meio das arvores em terreno lamacento e escuro.

Não me distancio muito, busco silenciar meus movimentos para que ninguém me ache, mas ainda atenta aos movimentos envolta. Encosto em um tronco grosso e negro, e espiando a cornucópia distante, vejo que Era descobriu uma garota não muito longe, nas bordas dos suprimentos empilhados, procurando alguma coisa distraidamente e quando ela a alcança facilmente finca seu facão nas costas dela, ao mesmo tempo acontecia uma movimentação do lado da cornucópia, Anber estava sufocando uma garota com as próprias mãos e depois corre para cima de Era que não consegue recuperar sua arma e é dominada e socada até a morte.

Ouço de repente uma movimentação na minha esquerda, saindo da parte alagada a garota do doze, aquela garota tímida que deixou a mesa no refeitório só para gente, ela tem uma flecha ensanguentada atravessando sua barriga, então busco quem esta com o arco e junto dos suprimentos a princesinha Kirah que o mira para as redondezas escurecidas buscando novos alvos. Logo do lado dela a carreirista do dois, pequena e corpudinha, atirando uma faca, que deve ter conseguido com Criver que pegou a maleta do garoto do 12, e acertando fatalmente o companheiro de Misty que tentava atravessar a parte alagada em uma parte bem difícil, onde o capins longos e submersos o atrasavam, e muito. Em um dos lados da abertura da cornucópia estão reunidos três, o cabelo claro indica que é Orik e o de moicano Ethan, eles cercaram o garoto de cabelo vermelho Josh, tudo acontece bem rápido, Ethan pega o machado que Josh consegui em um momento de distração, deixando Orik e o pobre iguais para assim iniciarem uma luta punho a punho, que Josh rapidamente perde. Desvio o olhar da cena.

Os gritos somem gradativamente e algumas risadas surgem. Os carreiristas conseguiram tomar a cornucópia só para eles de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Respirem!
Essa parte na minha releitura me deixou com certo pavor na garganta. E vocês?????
As emoções desse tipo continuam nos próximos capítulos, e para amenizar o próximo será mais calmo e garanto que o que vir depois terá um pouco mais de agitação.
Para não se perderem de quem é quem:
Meus participantes da 51° edição dos Jogos vorazes
Distrito 1: Kirah e Orik .
Distrito 2:Dudha e Ethan
Distrito 3: Lana e Otav
Distrito 4:Era e Criver
Distrito 5: Anber e Shan
Distrito 6:Misty e Kevin
Distrito 7:Zoe e Nolan
Distrito 8:Maya e Pullker
Distrito 9:Inere e Gate
Distrito 10: Anne e Josh
Distrito 11: Fridge e Beck .
Distrito 12: Melanie e Natan.
Espero ansiosa os comentarios...