O Diário De Um Morto escrita por Sillence


Capítulo 4
Assassino ou Herói?


Notas iniciais do capítulo

Demorei novamente ^^ o computador está no concerto e preciso esperar minha irmã liberar o computador dela pra mim u.u mas em fim está ai o novo capítulo :3 lembrem-se de clicar nos hiperlinks (as palavras em azul) para terem uma visão melhor do que estou escrevendo e neste capítulo explicarei as três classes que irão aparecer "Algoz, Sacerdote e Noviço" e também lembrem-se de comentar ^^ ajuda muito o/



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O dia amanheceu claro e sem nuvens com um belo céu de uma azul ofuscante. Pela janela entrava uma irritante luz que incomodava os olhos, Ray ainda estava deitada dormindo pesadamente e murmurava algumas palavras. Eu estava sentado envolvendo minhas pernas com os braços pensando no que fazer, soltei uma perna e estiquei os braços para pegar o diário e o lápis na mochila desbotada e rasgada. Merda! Tenho que comprar uma mochila nova. Pensava comigo mesmo enquanto abria o diário na segunda página e apoiava o lápis corretamente na mão.

“Sou Devan, já me apresentei”. Mas espero que quem esteja lendo este diário pelo menos tenha uma visão do que fui ou de quem fui. Possuo cabelos negros e rebeldes como a noite e meus olhos são castanhos e ameaçadores, observo tudo como se fosse desconhecido pra mim, cada detalhe é importante. Meu corpo coleciona uma grande variedade de cicatrizes e é forte e bem definido, mas nada exagerado. Meu temperamento é explosivo e imprevisível. Sou muito frio e calculista, todas as coisas devem estar em ordem e nos conformes. Bem vamos à parte importante agora que terminei de me descrever. Hoje estarei visitando meu passado sangrento, o lugar em que vivi e morri pra renascer no ser imundo que sou hoje. A casa de meus pais. Se deseja comprovar a verdadeira história visite meu túmulo na parte leste da cidade de morroc, você encontrará uma grande pilha de pedras e entulhos, mas se procurar com afinco achará um pequeno túmulo escondido atrás da casa, uma lugar apropriado para um mercenário não acha? Se você lê este diário eu estarei lá morto e debaixo deste túmulo. Lá é o lugar onde desejo ser enterrado. Mas não agora, não planejo ser morto neste dia e nem daqui a um ano. Garanto que ainda terá um grande maço de papéis para você ler. Eu planejo me tornar um algoz, um especialista em venenos e lâminas. A profissão mais mortal que já tocou a terra, um toque de sua lâmina carregada de veneno pode ser seu fim. Eu planejo me tornar um algoz, mas por quê? Porque desejo tanto? Eu ainda não sei. Mas meu pai me pediu isto antes de morrer e me disse que eu descobriria o motivo depois. E com isso também me deixou uma pequena frase que até então eu achava insignificante “Quem mata um homem é chamado de assassino, quem mata milhares é chamado de herói.”.

Fechei o diário e voltei a enfia-lo na mochila. Levantei-me devagar e acabei percebendo Ray sentada olhando pra mim com grandes olhos e sorrindo maliciosamente

_Naaaah o Assassino também é escritor!

Fiquei vermelho e falei friamente. - _Não era pra você ler! – E virei às costas e Ray acabou vendo o ferimento em meu ombro causado pela luta de ontem.

_Ei! Senhor escritor! Deixe-me cuidar de seus ferimentos!

_Não precisa! –Flexionei os ombros mostrando pra ela que estava tudo bem, um grave erro, uma fisgada de dor tomou meu corpo e eu me senti nauseado, eu tinha acabado de abrir o ferimento novamente.

­_Tem certeza? _Ela observava meu rosto de dor e náusea sorrindo.

_Não... Seja rápida, por favor!

Sentei na beirada da cama e deixei-a olhar o ferimento cuidadosamente.

_Tem alguma atadura ai nesta mochila?

_Tem. –Comecei a me levantar pra ir até a mochila, mas fui lento e ela me jogou de novo sentado na cama e correu até a mochila vasculhando tudo até a achar as malditas ataduras. Voltou correndo também pra cama com um sorriso bobo no rosto e começou a desenrolar o linho e cobrir o ferimento com o fino pano.

_Vai precisar de algo pra prender... – olhava para mim em busca de uma resposta.

_Eu ia precisar comprar outra mesma. – Encolhi os ombros com desdém e me levantei pra pegar um main gauche e enfiar na mochila rasgando uma longa tira da parte de cima e logo em seguida atirar o pano para ela.

_Acho que isto deve servir.

Ray terminou de enrolar o pano no meu ombro e amarrar firmemente para garantir que eu não abrisse o ferimento novamente.

_Está feito! – Disse sorrindo pra mim.

_Obrigado... Eu acho... – Sorri pra ela também. - _Mas acho que temos que conversar. O quê você fará quando eu partir? Não vou me manter aqui em Morroc. Só vim pra... Deixa pra lá, mas enfim temos que resolver isso.

_Eu achei que eu iria acompanhar o senhor daqui em diante...

_Sinto muito. – Soltei um sorriso triste. - _mas meu trabalho é perigoso e não posso te proteger. A final qual destino você escolheu?

_Sacerdote, Mas estou longe. Sou só uma noviça ainda fraca...

_Hum... Então talvez você possa me acompanhar... Se você quiser é claro! – Sorri amigavelmente pra ela - _Eu preciso de alguém que me cure nos momentos difíceis e você precisa ficar mais forte. Então o que acha?

_Perfeito! – Ela gritava com os olhos brilhando –

_Tudo bem, mas agora minha barriga ronca e eu preciso matar a fome. Vamos descer e comer pelo amor de Deus!

_Sim!

A taverna estava quase vazia. Um casal estava sentado em um canto claro em que a luz passava pela janela acima de sua mesa e o gordo taverneiro estava limpando os copos da noite passada. Uma crosta de sangue seco e lascas de madeiras estavam no chão perto de algumas mesas relembrando o que aconteceu na noite anterior.

_Ei, homem traga-nos comida, Pão fresco, queijo, mel e manteiga. E ah sim! Traga um jarro de Hidromel e dois copos!

O gordo homem saiu bamboleando em direção a uma pequena janela na parede e gritou o meu pedido para as empregadas.

Apontei para uma mesa em um canto distante das lascas e sangue seco e me dirigi com Ray ao me encalço. Sentamos e o gordo taverneiro nos serviu, o pão estava bolorento, mas ainda sim era pão e sendo assim cortei o no meio e passei mel e manteiga no primeiro devorando com duas grandes dentadas famintas fazendo pequenas pausas pra tomar um grande trago de hidromel. Ray não estava tão faminta e só tocou em dois pães a media que eu já havia comido sete. Nosso café da manhã foi rápido e novamente estávamos nas ruas de Morroc, nesta hora a cidade ainda estava vazia e silenciosa. Puxei algumas zenys do bolso e entreguei a Ray.

_Tome, compre uma nova mochila pra mim, por favor, e também provisões! Assim que acabar me encontre na parte leste da cidade. É a única casa destruída da parte leste, você encontrará rápido. –Sorri mais uma vez para ela e virei às costas caminhando em direção a parte leste de Morroc. Eu caminhava calmamente com as mãos nos bolsos e olhando a paisagem de areia da cidade Satânica e com a cidade vazia foi fácil chegar e la estava eu parado na frente dos entulhos e pedras, mas na minha mente eu via a casa construída e também via os vultos, vultos negros caminhando pela casa e matando meus familiares. Quebrei a imagem balançando a cabeça e me forçando a caminhar por cima dos entulhos. Atrás da casa quatro túmulos se projetavam do chão. O primeiro tinha escrito em pedra “Yuti Sang”, minha irmã mais nova. O segundo possuía meu nome “Devan Sang”, mas estava vazio. O terceiro possuía um nome desgastado, mas nem o tempo me impedia de ler aquele nome “ Brandon Sang” meu pai. E o ultimo e mais recente túmulo “Thalia Sang” minha amada mãe jazia agora deitada na terra coberta de vermes, um destino triste em que todos nós tínhamos que encarar. Como eu pensei. Não mudou nada. Satisfeito agora? Sentiu algo? Perfeito então de as costas a isto e volte para sua vida. Levantei-me e dei as costas à minha família e a minha antiga casa com um triste Adeus. Eu pensava que se voltasse aquele lugar sentiria algo ou então saberia o que meu pai queria que eu me tornasse, mas nada aconteceu, portanto era hora de voltar a vida normal e realizar o desejo de meu pai. Tornar-me um algoz! Ray esperava sentada no que seria um banco destroçado.

_A final o que aconteceu aqui? – Me olhava assustada - _Por que esta neste lugar?

_Era da minha família. Minha antiga casa.

_Não deveria ter voltado aqui, os soldados queimaram faz tempo e você provavelmente voltou a um passado turbulento.

_Não! Está tudo bem! – Sorri pra ela – É sério!

_Tudo bem. – Ela me joga uma mochila nova e reforçada com couro.

_Obrigado! – Sorri novamente. - _Vamos?

_Para onde?

_Para Payon. Ouvi dizer que alguns espadachins andam causando problemas e pagarão um bom dinheiro.

_Certo!

Acabamos nos distraindo e não vimos a rua ser fechada por dois homens fortemente armados. Notei no ultimo segundo quando uma flecha passou voando perto de minhas orelhas e parando a alguns centímetros das mãos de Ray.

_Merda! – Virei o rosto rapidamente e puxando os main gauches - _QUEM SÃO VOCÊS? –Gritei para os homens

Eles se limitaram a continuar prosseguindo. O da direita possuía músculos bem formados e cabelos loiros, empunhava um arco de caça longo e reforçado com carvalho nobre. Outra flecha já estava puxada e mirada em mim. O outro homem também era forte, mas era muito mais esguio e empunhava katares. Outro mercenário ham?

_Acabarei com isso rápido. – disse já correndo de encontro aos meus adversários.

O loiro disparou uma flecha em direção a minha cabeça, mas desviei para o lado fazendo a flecha voar impotente ao lado do meu corpo e se alojar em uma parede qualquer, eu ainda corria com os main gauches postos para trás a fim de já prepara-los para o impulso. Novamente o loiro já possuía outra flecha já preparada no arco e eu o ouvi falar baixo. “Rajada de flechas”. E deixou a flecha escorregar pela madeira lisa e disparar em alta velocidade em minha direção. Mas desta vez foi diferente. A flecha se dividiu em duas iguais e eu desviei, mas uma passou de raspão levando consigo um pedaço do meu braço. Um ferimento insignificante, mas ainda eu ainda estava distante dos inimigos. Outra flecha encaixada, e desta vez ele esperou para atirar eu continuava a correr com os olhos postos nele esperando o próximo movimento. Calma ai. Cadê o mercenário? Eu pensava enquanto parava repentinamente.

_Pensou certo garoto. Mas pensou devagar de mais. Ouvi uma explosão e uma fisgada de dor. O mercenário estava atrás de mim e seu katar estava fincando em minha barriga e então o mundo escureceu e eu caí no chão duro de pedra e areia.

Eu falhei...



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Notas finais do capítulo

Lembrem-se de comentar e a história ainda não acabou ^^ terá muito mais :D



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