Tarde Para Amar escrita por imradioactives


Capítulo 100
Capítulo 100




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- Vamos Clara! Você vai se atrasar! – minha mãe gritou lá de baixo enquanto eu terminava de prender meu cabelo. Desci as escadas correndo e parei na frente dela.
- Pronto! – seguimos para o carro e minha mãe começou a dirigir até o aeroporto.
Ontem fez exatamente três meses que eu e o Bernardo estávamos juntos. Três meses que eu me sentia a garota mais feliz do universo.
Três semanas antes do nosso aniversário de namoro, ele tinha me contado que seus pais estavam planejando fazer uma viagem, e que ele iria junto. Era uma viagem internacional. Ele ficaria as duas primeiras semanas das férias de julho na Califórnia. E eu estava indo até o aeroporto me despedir dele.
- Não acreditei quando ele te contou da viagem e você não deu um ataque de ciúmes. – minha mãe comentou enquanto dirigia.
- Eu confio no Bernardo. E eu sei que ele está indo com a família dele. Ele também confia em mim, do mesmo jeito que ele está sozinho lá, eu estou sozinha aqui. – eu respondi.
Chegando ao aeroporto, logo encontrei o Bernardo, que quando me viu se levantou e veio na minha direção, me abraçando e me deixando um selinho estalado.
- Eles agem como se não fossem se ver nunca mais. – ouvi minha mãe comentar com a mãe dele enquanto estávamos abraçados. Mostrei a língua pra ela e ela riu.
Uma hora e meia depois, às 22h30 da noite, o embarque dele foi anunciado.
Me despedi de seus pais e passei alguns minutos brincando com o Breno. Quando me levantei para me despedir do Bernardo, ele me abraçou forte e ficamos assim por alguns minutos. Dei várias recomendações a ele enquanto o abraçava e tentava aproveitar aquele abraço o máximo possível. Eu não estava acostumada a ficar mais de um dia sem ele. Duas semanas ao mesmo tempo que eram pouco, eram muito.
- Eu te amo. Muito. Prometo que vou tentar falar com você todos os dias. – ele sussurrou no meu ouvido – Mesmo de longe eu vou estar de olho em você, viu? – ele me soltou e olhou pra mim, sorrindo. Mais uma vez senti minhas pernas bambearem. Ele nunca perdia essa mania.
- Eu amo você. E prometo que vou tentar não morrer de saudade. – eu sorri e ele se aproximou devagar, deixando um beijo em uma das minhas bochechas, depois no meu nariz, depois na minha testa e em seguida em minha boca. Aprofundamos o beijo rapidamente e quando dei por mim estava observando-o se afastar cada vez mais. Mandei um beijo no ar pra ele e ele devolveu com um sorriso. Aquele sorriso.
Eu nunca imaginei que eu fosse capaz de amar tanto alguém assim como eu amo esse menino.

No dia seguinte, pedi ao Caio que passasse o dia comigo, e à noite, minha mãe autorizou uma pequena reunião em casa.
O Caio chegou em casa um pouco depois do almoço, e minha mãe teria uma reunião no escritório. Infelizmente, ficamos com a louça.
- E você não liga de deixar ele sozinho na Califórnia, bem no verão? – ele perguntou enquanto colocava um dos últimos pratos para eu secar – Digo, você sabe, praia, sol, calor... – ele olhou pra mim de canto de olho.
- Claro que ligo. Mas eu confio nele. Nunca daria uma de louca numa viagem que os pais dele programaram. – ele assentiu e secou as mãos, se apoiando no balcão ao meu lado.
- Não sei se eu ficaria sossegado. – ele cruzou os braços – Por mais que eu confiasse na pessoa, a gente nunca fica completamente relaxado.
- Eu não estou sossegada, muito menos completamente relaxada. – eu ri – Mas o que é que eu vou fazer? – guardei o último prato e parei na frente dele, analisando sua expressão. – Você tá bem? – perguntei. Ele tentou um sorriso, que logo morreu.
- Estou sim. Acho que é só uma sensação ruim. Logo passa. – ele colocou as duas mãos no meu rosto – E pode desfazer essa carinha de preocupação. Essas duas semanas vão passar voando, você vai ver. Não quero ver você nervosa por aí. – ele deixou um beijo na minha testa.
- E mais uma vez, - eu o abracei – eu não sei o que seria da minha vida sem você. – ele envolveu minha cintura e me abraçou forte – Você é o melhor anjo da guarda de todos. -
Eu não estava vendo, mas pude ter certeza que ele sorria.

- Bem que a gente podia passar mais um final de semana na chácara, né? – a Carol comentou enquanto estávamos sentados no chão e olhando a TV, sem prestar atenção no que era transmitido.
- Topo muito! – o Thomas disse – Dessa vez poderíamos até passar uns dias a mais.
- Se for que nem da outra vez, tenho certeza que ninguém volta vivo. Ou a gente coloca fogo na casa. – o Caio comentou rindo.
- É verdade, eu não estou nem um pouco a fim de passar minhas férias trancada em casa. Mas na chácara a gente só vai depois que o Bernardo voltar. – eu disse. Todos gritaram e jogaram almofadas em mim.
- Gente apaixonada é uma merda mesmo. – a Carol disse dando um tapa em minha perna.
- Relembrar onde tudo começou... – o Thomas comentou com um olhar malicioso pra mim, e começou a rir. Todos acompanharam.
- Vocês são ridículos. Sério. – revirei os olhos. – Pra gente voltar lá tem que ser todos juntos!
Fomos interrompidos pela música que vinha da TV. A vinheta de notícias urgentes. E então minha vida virou de ponta cabeça.
 


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