Pov’s David;

            Na verdade não tinha necessidade nenhuma dela ficar abraçada a mim  já que eu posso controlar o ar que esta em volta dela, mas a pele dela era tão macia e tinha um cheiro que me deixava inebriado que eu não queria solta-la por nada nesse mundo.

            Graças a Deus ela aceitou dar uma volta comigo, então eu comecei a voar para qualquer direção passando pela cidade e chegando perto de uma floresta que tinha lá perto.

            —Nossa – ela disse – é tudo tão lindo daqui de cima.

            — Isso eu não posso negar – continuei – é muito bom ter essa vista todos os dias.

            Depois de uns 5 minutos de vôo admirando a paisagem e com algumas trocas de olhares rápidas e alguns sorrisos discretos finalmente Amanda decidiu quebrar o silencio.

            — Podemos descer um pouco? – ela pediu – É que eu não estou muito acostumada com isso.

            — Tudo bem – disse sorrindo, então desci em uma clareira no meio da floresta.

            — Ai como é bom sentir a terra firme- disse Amanda deslumbrante.

            A floresta era muito bonita, cheia de pinheiros e outras arvores altas, mas mesmo assim, com luz solar o suficiente.

            — Então – disse ela andando pela floresta e sentando em um tronco que estava caído no chão – senta ai e me conta mais sobre você, sua história.

            — Ok – disse sentando ao seu lado – mais se prepare porque minha história não é um conto de fadas.

            — Acho que a de ninguém é, mas continue.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

            Eu levei uns 30 minutos para falar sobre mim.

            -Nossa... – disse ela depois de ouvir todas as minhas palavras com toda a atenção – você realmente não teve uma vida fácil.

            -Não muito. – falei, mas não especificamente pra ela – Mas e você? Qual a sua historia?

            -Bom... É... – disse ela nervosa enquanto brincava com os próprios dedos – bom resumindo, eu perdi meus pais com 13 anos, fui morar com os meus padrinhos, fugi da casa deles, e agora eu estou aqui.

            -Nossa – disse um pouco surpreso - que rápido.

            -Não é querendo ser grosa – disse se desculpando - é que eu não gosto muito de falar disso.

            -Tudo bem – disse sorrindo – se você não quiser falar sobre isso não falaremos.

            -Obrigado – agradeceu tímida – Mas eu gosto de falar do presente! – falou com o animo recuperado.

            -Legal – respondi do mesmo modo.

            -Pensando bem... Acho melhor eu te mostrar! – disse mais sorridente ainda.

            -Como assim? – perguntei curioso.

            -Vem comigo! – disse ela pegando a minha mão e me puxando com tudo do tronco.

            -Você sabe onde esta indo ou pelo menos onde você esta? – perguntei tentando não parecer rude.

            -É claro, eu conheço essa floresta como a palma da minha mão- disse ela enquanto fazia um caminho maluco entre as arvores, correndo, pulando alguns troncos que apareciam caídos no chão e ainda segurando a minha mão para eu não me perder.

            -Então ta – ela realmente parecia bem a vontade correndo na floresta.

            -Agente já ta chegando – disse ela – fecha os olhos!

            -Ta bom... – falei um pouco receoso enquanto fechava os olhos, pelo menos ela tinha diminuído o ritmo da corrida para eu não cair, então nós paramos.

            -Posso abrir os olhos? – perguntei.

            -Pode!

            Então eu abri, agora eu estava em um campo mais aberto com menos arvores, meus olhos estavam se adaptando a luminosidade, e quando eu voltei a enxergar eu percebi que tinha uma casa no meio do campo, ela era feita toda de madeira, de um tamanho médio porem muito bonita, tinha uma porta principal e varias janelas e também até uma chaminé, de qualquer modo, eu não estou entendendo nada!

            -O que é isso Amanda?

            -É a minha casa! - Disse feliz

            -Uau! – disse surpreso – mas como assim?

            -Bom é assim-

            -Pera! – disse a cortando – eu ouvi algum barulho lá dentro.

            -Ah! Seu estraga prazeres! – disse ela dando um tapa no meu braço – Você acabou com a surpresa!

            -Que surpresa?!- Agora foi a vez dela me cortar

            -Ei gente! - Gritou na direção da casa – Cheguei!

            -O que ta acontecendo Amanda? – perguntei cochichando

            E nessa hora a porta da frente abriu e um menino saiu de lá.

            -Idai que você chegou Amanda?- disse o desconhecido que ainda não tinha notado a minha presença – O que isso tem demais? – Então ele finalmente olhou pra mim e fez a maior cara de espanto.

            Ele era bem alto, deveria ter no mínimo 1,90m, era loiro com os olhos azuis e aparentava ser bem forte.

            -Sabrina!! – chamou o garoto alto em direção a casa.

            Então uma menina saiu da casa e ficou do lado dele de braços cruzados.

            -Amanda você sabe que não pode trazer ninguém pra cá! – disse a garota chamando atenção da Amanda.

            Ela era um pouco mais baixa que eu que eu, deve ter 1,70m, era morena dos olhos verdes, magra, mas não aparentava ser  nem um pouco frágil.

            -Mais Sabrina é que ele é- então outra garota saiu correndo da casa e passando entre os outros dois mais altos puxando um menino pelo braço.

            Essa menina era bem mais baixa, tinha no máximo 1,55m, magra e tinha cabelos lisos longos e castanhos e olhos da mesma cor que o cabelo e a pele bem clara.

            O menino que veio junto com ela não ficava muito atrás em relação a altura, tinha 7 centímetros a mais que a menina no máximo, só que ele era asiático, tinha cabelo preto e espetado graças ao gel e olhos tão pretos quanto o cabelo, sem contar que esses dois estavam de mão dadas.

            -Eba!! – menina gritou feliz – a Amanda trouxe gente nova! É seu namorado?!

            -Evelyn não seja tão direta – disse o menino que segurava a mão dela – nem todo mundo é tão extrovertido que nem você!

            Agora eu estava perdidinho mesmo, da onde vieram essas pessoas? Quem são eles principalmente essa menina maluca que falou que eu sou o namorado da Amanda.

            -Mais fala serio mô – continuou a baixinha – eles não formam um casal bonitinho?

            Meu deus, agora que eu fiquei corado mesmo.

            -Ele não é meu namorado! – finalmente a Amanda disse alguma coisa.

            -Não é o que parece – disse a menina de um jeito super indiscreto.

            -Por qu- então a Amanda parou de falar como se estivesse engasgada e ela gelou.

            Meu Deus... Agora foi aminha vez de gelar, só agora eu percebi que eu e a Amanda estávamos de mãos dadas desde que chegamos aqui, então nós dois soltamos a mão um do outro e ficamos super vermelhos e a menina teve um ataque de riso depois da nossa reação.

            -Qual é Evelyn? Ele não é meu namorado! – e ela continuou rindo – Ele é um de nós!

            Assim que Amanda terminou a frase todos congelaram, não entendi o porquê, o que será que ela quis dizer com "Ele é um de nós". Será que?... Não, era impossível, se bem que ela também tinha poderes, será que é possível que todas essas pessoas que se encontram na minha frente também tem poderes assim como eu e Amanda?