E lá estava eu mais uma vez, seguindo pelo mundo sem um objetivo certo, 
 
estou assim desde que sai da casa dos meus tios aos 14 anos, agora eu estou com 16 
 
e vou fazer 17 semana que vem, mas isso não importa, afinal, eu não tenho ninguém 
 
para comemorar comigo ou algum motivo , meus pais morreram quando eu tinha 12
 
 anos e ainda morava em São Paulo em um estranho acidente, enquanto eu estava
 
 numa excursão para um parque de diversões o meu bairro inteiro pegava fogo, inclusive
 
 a minha casa, e foi assim que meus pais morreram.
            Então eu me mudei para a casa dos meus tios que fica na flórida, eles tentavam
 
 me confortar, mas uma criança que perde os pais nunca mais é a mesma.
            Mais isso não é nada, com 13 anos depois de um tempo em Miami já estava 
 
me acostumando, até que aconteceu uma coisa muito estranha, durante as férias de 
 
verão fui viajar com os meus tios, nós estávamos na praia, eu lembro que eu vi uma 
 
criança se afogando meu impulso, é claro, fui ajudar ela como qualquer outra pessoa 
 
faria, só que quando eu entrei na água eu senti uma coisa diferente, como se eu e a 
 
água fossemos apenas um, então eu cheguei no menininho super rápido quando ele 
 
estava quase se afogando por completo e eu meio que acalmei a água que estava 
 
envolta dele fazendo ele flutuar , então eu peguei ele no colo e comecei a levá-lo para
 
 a praia, quando cheguei lá todos me encaravam, então eu percebi o porque, eu vim
 
 para a praia andando sobre a água.
            Então os pais do menino chegaram perto de mim, pegaram ele dos meus braços
 
 e disseram em uníssono:
            –O que é você?
            Então eu senti a mão do meu tio puxando o meu braço e a minha tia Rose 
 
falando:
            –Calma filho, está tudo bem, nós vamos te ajudar, agora venha conosco.
            –Ta bom tia – eu respondi com um pouco de receio e os segui ate o carro.
            Depois de uns 30min de puro silêncio dentro do carro, nós chegamos a um lugar 
 
que eu nunca tinha visto antes, era uma pequena floresta com um lago de no máximo 
 
um metro de profundidade.
            –Vem com agente David – meu tio falou – nós precisamos ter uma conversa 
 
séria.
            –Não assuste ele querido – disse minha tia – também não é pra tanto.
            –Como assim não é pra tanto Rose?!Ele foi o escolhido!
            Ta, isso aí foi demais, eu precisava entrar nessa conversa, afinal, era de mim 
 
que estavam falando
            –Como assim eu sou o escolhido? –perguntei para os meus tios – escolhido 
 
para que? Do que vocês estão falando, o que foi aquilo que aconteceu na praia?
            — Calma garoto! – disse o meu tio me cortando – nós vamos te explicar tudo, 
 
mais tudo tem o seu tempo, e agora não é à hora de falar disso.
            — Esta bem – concordei- mas por que vocês me trouxeram aqui?
            — É que aqui não tem nenhum movimento e esse lugar vai ser excelente para 
 
você praticar.
            — Praticar o que tia?
            — Anda David – disse ela – se concentre e tente fazer alguma coisa com a água
 
 daquele lago.
            — O que?! – disse gritando – eu não consigo fazer isso!
            — Apenas se concentre e tente David – disse meu tio.
            Após varias tentativas fracassadas eu lembro que consegui levantar um pouco de
 
 água mais depois ela caiu, continuei tentando até que teve uma vez que eu consegui 
 
levantar um pouco de água e atirar contra uma arvore, que ficou com um baita buraco.
            Depois de um tempo fazendo isso meus tios perceberam que eu estava cansado
 
 e mandaram-me parar, até que eu estava gostando daquilo, então eles me explicaram
 
 o porque daquilo estar acontecendo comigo, é basicamente isso: eu sou descendente 
 
de uma família que tem estranhas habilidades, como controlar o tempo, o fogo, a água 
 
entre outras coisas, apesar disso não ter acontecido nem com os meus avos nem com 
 
os meus pais e nenhum dos meus tios, os meus bisavós controlavam o ar e a água; 
 
minha mãe e meu pai nunca falavam deles; agora eu sei por que.
            Mas o que importa é o seguinte, esses poderes decidiram voltar para minha 
 
família, e pior logo em mim.
            Depois de um tempo eu também descobri que consigo controlar o ar, assim como
 
 a minha bisavó fazia de acordo com o meu tio.
            Até que eu já estava me acostumando e começando a gostar desses poderes, somente
 
 eu e meus tios sabiam disso, mais é claro, tinha que acontecer alguma para estragar a 
 
minha alegria.
            Com uns cinco meses de treinamento eu já estava muito melhor, foi aí que eu 
 
cometi meu maior erro, era um dia ensolarado e bonito, até que o tempo começou a 
 
fechar e um furacão começou a se formar, iria ser um dos grandes, então falei para os 
 
meus tios me levarem o mais perto possível dele para tentar impedi-lo de destruir a 
 
cidade inteira, meus tios não queriam que eu fosse mas no final ele concordaram, 
 
quando eu cheguei lá admito que me deu vontade de voltar, mas eu não podia sentia 
 
que aquela era a minha obrigação.
            Então eu me concentrei e comecei, no início estava quase impossível quebrar a
 
quela corrente de ar, mas eu comecei a desfazê-la. Eu lembro que meu nariz começou 
 
a sangrar nessa hora e eu estava quase desmaiando , era muito forte para eu conseguir
 
 fazer ele parar, então eu mudei de estratégia, ia tentar levar ele pro mar, só que quando
 
 eu fiz isto acabei desmontando o furacão e criando uma tempestade de ventos super 
 
fortes que destruíam tudo que viam pela frente, pelo menos eu consegui levar essa 
 
tempestade para o mar e dispersa-la para varias direções , porém quando eu fiz isso 
 
acabei criando varias ondas que foram para a praia que só acabou completando a 
 
destruição do furacão, várias pessoa ficaram feridas, mas isso não é a pior parte, a 
 
maioria morreu por causa das ondas que eu criei...